terça-feira, março 29, 2005

Santa chuvada

Não foi a primeira este ano, mas a chuvada da última sexta-feira, que deveria ter sido Santa, ao menos nas condições metereológicas, foi sem dúvida a mais forte. A carga de água foi tal, que os travões deixaram de responder. E o vento soprou com rajadas tão violentas que manter em cima da bicicleta foi um acto de verdadeiro equilibrismo.
Isto teria sido o mais relevante da saída de grupo daquele feriado, não fosse a indecisão em relação ao percurso (previsto para uma volta «durinha» a Sintra) e uma ou outra paragem terem-me deixado fora do horário previsto. Assim, como noutras ocasiões, tive de deixar o pelotão para trás, apressando-me no regresso a casa para não beliscar os compromissos familiares, ainda mais importante em dia de festinha de aniversário da minha filhota Inês.
Mas não vim sozinho. Entre Ericeira e Mafra puxei, contra o vento, por um trio (Nuno Garcia, Miguel Marcelino e o rapaz de Montemor – que indesculpavelmente não sei o nome, ficando aqui identificado por RM -, que se desfez logo na subida à entrada de Mafra, onde o Nuno forçou o ritmo, perdendo-se primeiro o Miguel e depois também o RM, que tirou o bilhete na rampa à saída da cidade do convento, sempre tocada a vento, depois do Nuno, sempre ele, voltar a atacar. Tive de ir ao limite para não ficar também para trás.
Estava a meter-se comigo, disse. Felizmente a chuva não me tinha tirado o bom humor… Tem desculpa, o homem devia estar oxigenado por ter subido a Serra da Estrela no fim-de-semana anterior.
No domingo, foi sempre a rolar até a Azambuja e no regresso. Além de algumas acelerações e sprintes invariavelmente perdidos para o Freitas, terminei o treino em qualidade, entre Alverca e o Tojal, puxando o que restava do grupo (3/4 unidades). Terá sido da minha vista ou o Nuno bateu o Freitas no sprint final, no topo da rotunda do Zambujal? Pois é, quilómetros pesam nas pernas mesmo para os bons roladores!
No próximo sábado, está agendado um treino em Sintra, com o Nuno, o Nando e muito para subir. Espero que o tempo ajude…

quarta-feira, março 23, 2005

Lamentável incidente

João, registei com muito apreço as tuas queixas sobre o lamentável incidente no passeio domingueiro. Não posso deixar de reconhecer, na plenitude, a tua razão. Mais: sinto-me um dos principais responsáveis pelo acto de indisculpável negligência e falta de companheirismo, uma vez que me apercebi que estavas quase a parar e ainda ouvi dizeres que tinhas um furo lento. Creio que o Nando foi o único que parou...
De nada valendo pedir desculpas, recolho com todo a acuidade o teu desagrado com toda a situação, lamentando profundamente a mesma que tenha sucedido. Apenas posso dizer que, de todo, não foi por mal. E nisto tomo a liberdade de incluir, sem excepção, todos os que participavam naquele passeio, a maioria não se apercebendo (acredito sinceramente!) do que se passara mais atrás. De resto, mais à frente (no Porto Alto) também outro companheiro furou (o rapaz de Montemor) e nós que estavamos com ele (eu e o Hélder parámos, como, no mínimo, se exigia!).
Contudo, espero que este triste incidente não chegue para macular a atmosfera de sã camaradagem e o espírito que impera no seio do nosso grupo, e que tanto aprecio desde o primeiro momento em que fiz parte dele. Pela minha parte, a lição está dada e as ilações bem tiradas - mesmo que incidentes destes (repito: indisculpáveis) possam acontecer a qualquer um (inclusive a mim) no frenesi de uma aceleração ou em momento de distracção, esperemos que nunca mais se repitam!
Um abraço João!

terça-feira, março 22, 2005

Convite à dureza

Não esperava acabar uma semana intensa de treinos com duas subidas muito fortes, principalmente porque não estavam previstas no final de uma saída domingueira sempre a rolar pela lezíria ribatejana. E ainda por cima, em «boa» companhia: o Hélder e a sua nova bicicleta de estrada.Não poderia rejeitar o «convite» por ele feito, primeiro porque o homem não tinha mais câmaras de ar sobressalentes, após ter cedido simpaticamente a sua a um colega afortunado que, por engano, levara uma para pneus de... BTT. E segundo, porque, convenhamos, seria deselegante recusar tão honroso desafio, e de quem!Reflectindo melhor, teria sido mais racional declinar o convite feito ainda no Porto Alto, pois já pesavam os mais de 400 quilómetros percorridos durante a semana, dos quais dois terços a partir de quinta-feira. Depois de Montejunto, na sexta-feira, ter sido mais uma luta contra o vento do que contra o relógio; e da voltinha de sábado ter sido muito «higiénica», a verdade é que os músculos já não aparentavam grande frescura - o que, aliás, senti bem nas longas rectas da lezíria.No entanto, quando ouvi chamar pelo meu nome à passagem pelo empredrado de Vila Franca, despertei para a dura realidade e interiorizei imediatamente que não havia volta a dar... a não ser à direita, para o rua do hospital. Aliás, honestamente nunca pensei em recusar. Acenei com a cabeça e 200 metros adiante já enfrentavamos a primeira rampa... Na subida até Cardosas (julgo eu!) ainda houve tempo para respirar, depois, na Mata é que foram elas!! Concluindo, estou viciado no sofrimento!

segunda-feira, março 14, 2005

Montemuro no duro

O treino do último sábado, na companhia que já se vai tornando habitual do Nando, foi globalmente tranquilo, apesar do percurso acidentado, com muito sobe e desce saloio. A única fase em que se fez mais força, foi na subida de Montemuro, a partir de Lousa. De início, estava decidido a fazê-la ao ritmo de treino específico, ou seja forte mas sem entrar no «vermelho», que pensava ser «suficiente» para passar bem. Foi dessa maneira que enfrentei o «muro» inicial, tomando a dianteira. No entanto, cerca de 500 metros após o cemitério, o Nando passou à frente e forçou com uma rotação apreciável, elevada e muito redonda, obrigando-me a agarrar-lhe a roda por ali acima. Para não ceder, tive de resistir fortemente até Carcavelos (altura em que inclinação baixa e o Nando aliviou o pé), para depois enfrentar os últimos topos novamente ao meu ritmo, e à frente. Conclusão: não estava à espera de sofrer tanto para acompanhar o ritmo do meu companheiro de treino durante a parte mais difícil da subida, mas depois de verificar o tempo final da subida mudei de opinião – fizeramos menos 40 segundos que o meu melhor registo de sempre! Daí ter sentido a... diferença. É assim que se progride.

terça-feira, março 08, 2005

O grupo domingueiro - parte 2

Volto a elogiar, mais uma vez, a apreciável evolução de forma de alguns elementos do grupo domingueiro, exceptuando os que treinam regularmente, em que se incluem, além de mim próprio - e correndo o risco de esquecer algum - o Nando, o Nuno Garcia, o Miguel Marcelino e o Freitas. Uns um pouco melhor que os outros, na globalidade o nível é bastante satisfatório. Por outro lado, ressalvo com agrado o espírito e a vontade de progredir ainda mais de alguns, mesmo que o tempo para treinar seja escasso para atingir patamares mais elevados. Considero muito saudável este aumento de rendimento e competitividade no seio do grupo, incluindo as implicações menos positivas que possa representar. Por exemplo, o acentuar do fosso entre os que estão (muito) melhor que os outros, os que estão apenas bem e os que têm menos capacidade para corresponder a ritmos que, mesmo a espaços, são muito, muito fortes. Também neste caso, em minha opinião, não há motivo para controvérsia, uma vez que existe, em todos, a consciência que uns andam melhor que outros - apenas porque treinam mais. Dou exemplos: o Hélder (incomparável por se tratar de um atleta que entra em competições) o Nuno, o Miguel e eu próprio (que preparam objectivos de grande dificuldade este ano, que exigem um nível muito apurado de forma), do Nando (que é um todo-o-terreno com energia impressionante) e o Freitas (fortíssimo, explosivo e muito experiente). Além disso, registo uma saudável atitude competitiva, por muito poucos assumida, mas sintomática do tal aumento de rendimento global que referi. Por outras palavras: quem não gosta de experimentar as suas forças e as dos outros? Descomplexadamente, sem ponta de exibicionismo! O ciclismo é isso mesmo, e todos nós somos pequenos projectos de ciclistas, recriando em grupo, a dois ou em solitário, o espírito e as sensações que esta modalidade de que tanto apreciamos propicia. Eu gosto!

quarta-feira, março 02, 2005

Agora... Março - segunda fase de preparação

A entrada no mês de Março significa o arranque de mais uma etapa no programa de preparação para os objectivos da temporada - o primeiro, a Clássica dos Lagos de Covadonga, dia 21 de Maio, e o maior, a Etapa do Tour, a 11 de Julho. Cumpridos dois meses de treinos, em que o mais importante era criar uma boa base aeróbia, e principalmente aumentar a resistência para elevadas quilometragens, pode dizer-se que o trabalho foi frutuoso, embora com alguns treinos com intensidade exagerada. Como escreveu o Miguel há alguns dias neste blog, o corpo tem vindo a assimilar bem o aumento do volume de treino, nomeadamente as saídas maiores (4 horas), dando sinal inequívoco de boa resistência.
Chegou então a altura de pensar em apurar a qualidade do treino, ou seja, introduzir-lhe uma componente mais específica, para o que são fundamentais as saídas sozinho. As subidas entram cada vez mais amiúde e os períodos com intensidade estabilizada no limiar anaeróbio. As longas distâncias vão continuar e por isso o trabalho vai endurecer, mas, para mim que gosto de subir, serão jornadas menos monótonas. Vamos ver como é que recebo o novo tratamento...
À parte, estamos quase em novo fim-de-semana. Como é que será no sábado (e com quem!) e, principalmente no domingo? Estou ansioso por rever a malta depois da «balda» da última semana por causa da chuva.