sábado, julho 30, 2005

Até Vila de Rei, no domingo

No próximo domingo, dia 31, vamos cinco a Vila de Rei, cidade a pouco mais de meio caminho entre Abrantes e Sertã. A partida está prevista para as 7h00, em Sacavém, e o percurso passar pela lezíria ribatejana, mais precisamente Alverca, Vila Franca de Xira, Porto Alto, Benavente, Almeirim, Alpiarça, Chamusca, Tramagal, Abrantes e finalmente Vila de Rei – num total de cerca de 165 km.Vou eu, o Freitas, o Nuno Garcia, o Miguel Marcelino e o Marco.
Como o trajecto é maioritariamente plano, ou quase, é de esperar que a média seja superior a 30 km/h – para aproximadamente 5h30 de duração. Isto se o vento, que deverá soprar de noroeste, quase de frente, não estiver muito forte. De resto, pelo que me dá a perceber, as dificuldades do relevo estarão muito perto do final, pouco antes e logo a seguir a Abrantes, quando certamente as forças começarão a faltar.

quinta-feira, julho 14, 2005

Fantástico!

A Etapa do Tour 2005 pode resumir-se numa simples palavra: fantástica. Um ambiente espectacular, digno da Volta à França a sério, paisagens de cortar a respiração no coração dos Pirinéus, mais de 8000 cicloturistas pelo mesmo percurso dos profissionais (etapa Mourenx-Pau, que será disputada na próxima terça-feira, dia 19), montanhas míticas, duras, duríssimas; muito suor, sofrimento e a sensação de conquistar o céu ou o mais difícil dos desafios de superação individual. Ou seja, sentir a verdadeira essência do ciclismo.

quinta-feira, julho 07, 2005

A Etapa do Tour está aí - «bon courage!»

A Etapa do Tour é já na próxima segunda-feira. Faltam quatro dias apenas. Dia 11, a partir das 7h30, na pequena cidade francesa de Mourenx, terá início o principal objectivo do ano, para o qual foi dirigida toda a planificação da temporada, que arrancou em Janeiro. Desde o primeiro dia no ano foram percorridos nove mil quilómetros com o intuito máximo de preparar uma etapa de 180 km! Mas que etapa! Disputada no coração dos Pirinéus, dura como se quer… Basta dizer que terá uma contagem de 3º categoria, uma de 1ª (Col de Marie Blanque), uma de categoria especial (Col d’Aubisque e o Soulor) e outra de 4ª.
Há a convicção de que o trabalho de casa está feito, e foi o melhor possível, e agora resta confiar que é suficiente para ultrapassar todas as dificuldades, sabendo enfrentar com inteligência as agruras que se irão deparar. O prazer, esse está garantido. Afinal, participar na maior prova de cicloturismo do Mundo, com mais 7999 iguais a nós em tenacidade, e subir as montanhas que os melhores ciclistas do Mundo também irão escalar, é motivo de grande entusiasmo e - porque não? – também algum orgulho. Mas há sempre que contar com uma grande dose de sofrimento, esperando que esta seja do «bom», o que faz com o que o ciclismo seja a nossa modalidade de eleição e tão facilmente reconhecível por quem o pratica com afinco. O mau sofrimento é o que todos queremos evitar, procurando dosear o esforço, gerindo as forças para que não acabem antes da meta em Pau. Demore o tempo que demorar!
Por isso, boa sorte também para o Nuno e o Miguel. Para eles, «bon courage!» - como certamente ouviremos os franceses incentivarem-nos na berma das estradas.

domingo, julho 03, 2005

De volta, com a Etapa do Tour à porta

Após longo interregno, e a pedido de «várias famílias», decidi voltar a «alimentar» este blog. Desde o início de Abril (já lá vão três meses!), tantas coisas aconteceram no nosso pequeno universo velocipédico. Fomos a Fátima, à Clássica dos Lagos de Covadonga, a Évora e à Quebrantahuesos (embora nestas últimas duas não estive presente), e estamos a apenas uma semana do grande objectivo da temporada 2005: a Etapa do Tour. De premeio, aos domingos, praticamente sem excepção, lá estivamos para a habitual saída de grupo.
No meu caso particular, a Primavera arrancou com o passeio a Fátima, divertido e agradável e muito bom do ponto de vista do «rendimento desportivo». Feliz ou infelizmente, ainda tenho na memória a manira excepcional (para mim!) como fiz os últimos 15 km, da Batalha a Fátima (os mais duros de todo o percurso, que tem cerca de 140 km). É-me difícil descrever a minha performance sem parecer pretensioso, mas o Salvador, que subia, a espaços, agarrado à carrinha, é testemunha de como naquele dia estava mesmo com «tudo em cima».
Também disse infelizmente, porque essa data (24 Abril) acabou por marcar o final de um ciclo de preparação, em que a melhor forma chegou demasiado cedo quando deveria ter chegado cerca de um mês depois, nos Picos da Europa, Astúrias, onde cumpri a minha terceira participação na duríssima mas fantástica Clássica «Lagos de Covadonga» (dia 21 Maio).
Lá, na companhia do Nuno Garcia e do Miguel Marcelino, correu tudo às mil maravilhas. Tudo, até à Huesera (parte mais dura da subida final, com cerca de 1 km que não baixa de 15-16% de inclinação). Da participação, fica para contar o ritmo altíssimo a que se rolou no nosso pelotão – basta dizer que chegámos com média de 32 km/h à subida dos Lagos, depois do Mirador del Fito (10 km a 6%) e a Robelada (5 km a 5%) –, os ataques suicidas do Miguel e, como já disse, a confirmação de que os Lagos são uma das subidas mais duras (se não a mais dura) e belas que já fiz. Além disso, as cores de Portugal ficaram, por nós, bem representadas, com classificações meritórias entre os 300 primeiros entre mais de 1500 participantes.
Do ponto de vista pessoal, tenho de queixar-me apenas de mim próprio, por ter deixado passar o meu melhor momento de forma, por, além disso, me terem faltado andamentos mais leves nos Lagos (levei 39x25 mas precisava de muito mais pequeno) e que, por isso, sofri a bem sofrer…
Por falar em sofrer, ainda não perdoo o Nuno Garcia por ter feito menos 15 pulsações de média em todo a etapa – tendo terminado a prova imediatamente atrás de mim, a apenas 4 segundos. Brinco, porque na verdade o Nuno estava a entrar no seu auge da temporada, de resto, confirmado um mês mais tarde, nos 200 km da Quebrantahuesos (onde fez média de 27 km/h – é obra!). Do Miguel já conhecia o seu espírito combativo, mas estava longe de esperar que seria louco ao ponto de atacar um pelotão numa prova tão dura como esta… Os devaneios custaram-lhe 3 minutos nos dois últimos kms da subida. Dele fiquei a saber que nada de bom poderei alguma vez esperar. Sem dúvida, é a pior roda do mundo…
Depois dos Lagos entrei num período de abaixamento de forma abrupto que se tem prolongado muito mais tempo do que o recomendável, uma vez que, amiúde, me impediu de fazer treinos intensos, principalmente de subida, para preparar como pretendia a Etapa do Tour (11 de Julho). Por isso, tive de fazer um «tratamento de choque», gerindo criteriosamente a condição física e a programação do esquema de treinos para não entrar em «colapso» físico – isto porque não valeria a pena encarar uma prova tão difícil como a Etapa do Tour em más condições físicas. Seria sofrer por querer…
O Nuno viu-o em excelente forma até há uma semana e certamente vai chegar bem ao Tour, e o Miguel, que embora tenha passado menos bem na Quebrantahuesos (ficou a 30 minutos do Nuno), tem vindo a progredir, dando boas indicações que a época foi bem planeada – o que é perfeitamente natural, uma vez que este a Etapa do Tour é, para os três, o grande repto da temporada. À imagem de Lance Armstrong!
Por fim, uma palavra de apreço para o grupo de domingo, cujo nível, não me canso de referir, tem vindo sempre, sempre a subir. Como são competitivos os treinos em terreno mais plano! Será que é este ano que fazemos pelotão a subir a Serra da Estrela?!
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