sexta-feira, setembro 30, 2005

Percurso da volta de domingo

Volta de amanhã (02/10/2005)

0 km - Loures (posto BP)
4 km - S. Antão do Tojal
11 km - Vialonga
18 km - Alverca do Ribatejo (início de subida)
25 km - À-do-Barriga (7 km a 2,4%)
30 km - Arruda (início de subida)
34,2 km - Mata (4,2 km a 5,3%) - (em frente p/ S. Tiago dos Velhos)
39 km - S. Tiago dos Velhos (à dir. para N. sra. Ajuda)
40,8 km - início de subida
41,3 km - N. Sra. da Ajuda (alto) (1,5 km a 5,6%; com 0,6 km a 10%) - (à esq. para Quinta do Paço/Bucelas)
45 km - Cruz. À dir. p/ Tesoureira
46 km - início de subida
47,3 km - Ponto alto (1,3 km a 4,1%)
50 km - início de subida
52,6 km - Casais da Serra (alto) (2,6 km a 3,4%)
53,5 km - Cruz. À esq. p/ Freixial/Bucelas
57 km - Freixial (início de subida) - à dir. para Ribas
60,2 km - Ribas (alto) (3,2 km a 5,9%)
60,5 km - Cruz. À esq. p/ Loures
62 km - Ponto baixo
62,4 km - Ponto alto (0,4 km a 6,0%)
69 km - Loures (posto BP)

quinta-feira, setembro 29, 2005

Esclarecimento ao João

João, não tive, de todo, intenção de te acusar. Não tomaria a liberdade de o fazer, muito menos neste blog. Mais: nem sequer teria esse direito! Apenas fiz um reparo, porque é mais comum, penso eu, aguardar em vez de continuar sozinho e sem avisar. Eu próprio – e não sei se as tuas últimas afirmações foram a mim dirigidas – algumas vezes adianto-me ao grupo porque tenho hora marcada para chegar a casa.
Uma vez mais peço-te que reconheças o meu comentário como um mero reparo, sem mais nada.
Quanto aos esticões, foi apenas uma forma, como qualquer outra, de «animar» a subida, aquela ou qualquer outra: foi simplesmente uma forma de fazer… ciclismo. De resto, nesta altura do «campeonato», qualquer semelhança entre as nossas voltas domingueiras e passeios de cicloturismo é pura coincidência. Vejo isto apenas pelo lado positivo. Por onde deve ser visto. Digo e arrisco fazê-lo pela maioria das pessoas deste grupo – e naturalmente por ti também -, que além de gostarmos de andar de bicicleta, gostamos ainda mais de ciclismo. Que estamos cada vez mais motivados para atingir bons índices físicos que permitam responder a todas as solicitações no decurso de cada volta, inclusive, a esticões. Alguém discordará?
Espero que esta opinião não seja interpretada como presunçosa, porque não o é!
Estarei lá no domingo para te cumprimentar, João. Como sempre.

Domingo... sobe

A volta do próximo domingo… sobe. De Alverca, a caminho de Arruda, depois a dura Mata, a seguir de Tesoureira para Casais da Serra, e os se sentirem ainda com força podem terminar com a subida de Ribas – onde, eu sei, que recentemente dois fortes trepadores do nosso pelotão travaram um duelo de fazer chispa. Quem são eles, quem são?
Num momento em que a maioria dos elementos do grupo estão a subir gradualmente de forma, ainda a recuperarem da paragem motivada pelas férias, e outros estão a baixar (como é o meu caso, no final de uma longa e extenuante temporada), não deixa de me parecer correcta a escolha do percurso, porque qualquer altura do ano é boa para subir. Além disso, da maneira que tenho visto alguns «músculos», o divertimento estará garantido.
Um reparo ainda para o comentário do João ao meu post anterior: mesmo que, por vezes, o nosso estado de forma não permita chegar com os primeiros nas partes mais difíceis do percurso, não será mais simpático e agradável começar e terminar com o grupo todo? Companheiro, esperamos rever-te no domingo, lá nas bombas de Loures. Tu és uma mais-valia neste pelotão!

domingo, setembro 25, 2005

Ciclismo: belo e ingrato!

Ao assistir, hoje, à vitória de Tom Boonen nos Mundiais fiquei com a ideia de que o ciclismo, a nível competitivo, pode ser tão belo para os vencedores como ingrato para os vencidos. Belo para um ciclista (neste caso, o belga) que passa seis horas e meia na mais profunda discrição, escondido no pelotão, mas a quem bastou um esforço máximo de dez segundos para ganhar o título – com inteiro merecimento, sublinhe-se.
A esse respeito, Lance Armstrong tem uma teoria, no seu caso, para o Tour. «É uma corrida de 3500 km que se pode ganhar ao segundo. E esse segundo pode ser ganho a qualquer segundo». Curiosa esta afirmação do grande campeão norte-americano, perfeitamente credível, mas que nunca se aplicou, ao próprio, em qualquer das suas sete vitórias.
Mas, por outro lado, foi ingrato para dezenas de adversários que «fizeram» a corrida, trabalhando afincadamente, alguns com repetida insistência, para conseguir entrar na fuga certa, e superados em cima da meta pela força explosiva e irresistível de um verdadeiro especialista em chegadas em pelotão. Entre aqueles, destaco Paolo Bettini, Alexander Vinokourov e Alejandro Valverde – este a receber o segundo lugar como recompensa do seu esforço e da sua inegável classe, depois de, inclusive, Marco Chagas, nos seus comentários, tê-lo dado como derrotado.
Não posso deixar de referir também Bettini, pela forma descarada (e inteligente) como «engana» os adversários, tanto a furtar-se a desgastes à frente do grupo, como na escolha, quase sádica, dos momentos para atacar – e com que precisão e força o faz! Creio que teria ganho com facilidade se o circuito de Madrid fosse mais selectivo. Certamente, o italiano conseguiria fazer vingar uma fuga, provavelmente na companhia de Vinokourov, mas, mais forte na ponta final, Bettini seria o novo campeão mundial – tal como fez a Sérgio Paulinho nos Jogos Olímpicos.
Antes dos profissionais, também nós tivemos o nosso circuito domingueiro, muito semelhante em termos de relevo ao dos Mundiais – suave, feito à medida de roladores e sprinters. Mas nem por isso foi menos intenso. A velocidade foi elevada, houve ataques e… sprints. Na subida do Sobral (única subida minimamente selectiva – e não para os mais fortes!) foi impossível fazer diferenças para o Freitas, Miguel e Pedro (de Caneças – regresso que se saúda!). Hoje estava por tudo: assumi o desgaste a partir da Quinta do Paço, puxei forte e em alguns momentos cheguei a sentir que, se fosse atacado, poderia ficar em maus lençóis. Nicles! Nem o Miguel! E no final o Freitas puxou dos galões de sprinter.
Mas havia mais pratos para servir. Frios, de preferência. Na passagem por Porto de Luz, a caminho de Alenquer, com o Miguel a tirar à frente a bom ritmo, joguei forte num topo e, por instantes, pensei que conseguiria isolar-me definitivamente até Alenquer (faltavam 2 km). Ficaram todos, excepto o Freitas, que actualmente é muito difícil deixar para trás neste tipo de terreno. Chegámos isolados os dois a Alenquer e ele voltou a «matar» ao sprint. Mas o homem não passa pela frente, nem só um segundo, livra!!
Faltava ainda um sprint vigoroso com o «alvo a abater» (Freitas), à chegada a Vila Franca – muito bem lançado pelo João Pedro (subida de forma notória) e Miguel —, que deu empate técnico. Nada mau!

segunda-feira, setembro 19, 2005

Congratulação

Meus caros amigos, depois de ler atentamente os comentários subsequentes à minha crónica, não posso deixar de me congratular com o facto de ter o privilégio de conhecer pessoas que provam que o ser humano e as próprias relações humanas podem ser, de facto, profícuas e recompensadoras. Vocês, além de atletas de excepção e inseparáveis parceiros/saudáveis competidores, são homens de grande carácter, com os quais espero vir a partilhar muitos e bons momentos de ciclismo e convívio, agora e no futuro - o Fantasma incluído! Do ponto de vista deste extraordinário «hobby» que tanto prezo, quase até aos limites da dependência, com o vosso contributo (e de todos os que pertencem ao grupo domingueiro, em geral) estou a atravessar uma fase de grande preenchimento. A mais de três meses do final do ano, posso já afirmar com certeza: venham mais como este!

Espectáculo na Serra!

A subida da Serra da Estrela, no último domingo, confirmou as melhores expectativas, proporcionando despique e emoção de ciclismo puro. Disputada metro a metro das suas rampas íngremes, ficou demonstrado que o equilíbrio e a competitividade nunca estiveram tão altos, correspondendo ao que pensam os espectadores mais atentos.
Como se esperava, o ritmo foi forte desde a Covilhã, altamente selectivo, e assim se manteve inclusive nas partes menos duras da subida ou mesmo na descida das Penhas da Saúde, onde, aliás, acabou por haver «vítimas» importantes. Além disso, foram nos dois quilómetros finais, onde normalmente as forças escasseiam, que a luta se tornou ainda mais acérrima, com o «prazer» acrescido de chegar em primeiro à Torre disputado praticamente ao sprint. Mas vamos à história.
O dia amanheceu ventoso, relegando para segundo plano o objectivo de realizar tempo-recorde ao de efectuar a melhor subida possível. A presença deste adversário invisível fez-se notar logo à saída da praça do município, na Covilhã, acentuando a dificuldade das primeiras rampas, sem invalidar que o ritmo fosse forte – o pulsómetro provava-o. O João Pedro, naturalmente, meteu o «passo» de quem começou a treinar há apenas três meses e, na frente, o Miguel fazia as despesas, lado a lado com o Freitas, que assim procurava desencorajar eventuais mudanças de velocidade dos seus três parceiros de grupo, gerindo o melhor possível as limitações de ser mais um rolador/sprinter que um trepador. No entanto, este seu objectivo só durou até à passagem pela Varanda dos Carqueijais, quando o Nuno, por breves instantes, e o Ricardo depois, tomaram a dianteira, acelerando ligeiramente mas o suficiente para fazer a primeira selecção — o quarteto passava a trio.
Depois de se certificar que o Freitas não tinha condições de acompanhar o ritmo – e a sua descolagem era definitiva —, o Miguel tomou a dianteira e forçou bastante o ritmo. A corrida estava definitivamente lançada. Dentes cerrados na passagem duríssima pelo Sanatório, mas ninguém deu sinais de ceder. Na parte mais suave da subida, batida a vento, o Miguel continuou à procura de provocar desgastes, não dando tréguas, forçando ainda mais quando a inclinação voltou a acentuar-se, nas Penhas da Saúde. A provar o aumento da velocidade, foi o facto de terem sido alcançados dois ciclistas que tinham «ido embora» logo à saída da Covilhã, e que se picaram quando o Ricardo fez duas ou três acelerações, entre as Penhas e o cruzamento de Manteigas. Nessa altura, o Miguel acusou o «toque» mas recuperou, mas estávamos longe de prever que, na descida, perdesse mesmo o contacto com o grupo, depois de o Nuno passar pela frente – refira-se, na única vez que o fez, verdadeiramente, durante toda a subida —, esticando o grupo, que entrou, alongado, na segunda metade da ascensão. No início da descida, o Ricardo, que fechava o quinteto, apercebeu-se que o Miguel estava a deixar um espaço aberto para os da frente: «Seguia atrás quando o Nuno se lançou a 70 km/h por ali abaixo, e quando me apercebi que o Miguel estava a deixar um espaço aberto alertei-o não facilitar, porque a entrada na subida provoca sempre um choque violento nas pernas e convém não perder a roda».
Mas em vão. A entrada na subida reduziu a velocidade, mas não a intensidade. Cerca de 400 metros depois, com o Miguel a lutar por fechar um espaço que, segundo o próprio, «chegou a ser inferior a dois carros», o Ricardo assumiu o comando, numa aceleração determinante. Os outros dois «outsiders» ainda resistiram até à dura passagem pelo túnel, mas foi o Nuno a aguentar a roda até cerca de 500 metros da Torre, cedendo algumas dezenas de metros após ataque final muito forte. No final, a diferença não excedeu os 25 segundos.
O Ricardo conta: «Senti-o a arfar atrás de mim, como nunca o faz, e forcei ainda mais porque sabia que se não o deixasse para trás naquela altura, nunca o conseguiria fazer mais próximo da meta. Apesar do vento, foi uma grande subida. O Miguel jogou os seus trunfos nas zonas mais duras e cedeu na descida, onde menos se esperava. O Nuno confirmou que é um trepador temível, mas limitou-se a seguir na minha roda, como o fizera no Col d’Aubisque, na Etape du Tour, sem assumir desgastes, como está ao alcance das suas reconhecidas capacidades». Por seu turno, Nuno disse ter-lhe faltado pulmão no último quilómetro.
O Miguel chegou dois minutos depois. «Perdi o comboio na descida e apesar do esforço foi impossível recuperar», lamentou, enquanto o Freitas atingiu a Torre com 12 minutos de atraso, mas satisfeito com a sua prestação. «Correu ainda melhor do que estava à espera. Não dava para seguir mais com o trio na Varanda dos Carqueijais, senão mais cedo ou mais tarde pagaria a factura. Assim, foi melhor seguir ao meu ritmo e chegar em boas condições físicas».
Finalmente, pouco menos de meia hora depois, o João Pedro celebrou o seu regresso à Serra, com bicicleta acabadinha de estrear. «Senti-me bem, mas precisava do carreto 26 para aliviar as pernas. Se o tivesse, faria certamente menos 5 minutos. Para o ano, estarei em muito melhor forma».
Classificação:
1º Ricardo Costa, 1h20
2º Nuno Garcia, a 25 s
3º Miguel Marcelino, a 2.00 m
4º Luís Freitas, a 12.00 m
5º João Pedro, a 29.00 m

sábado, setembro 17, 2005

Que saudável é este veneno!

Rendo a minha homenagem ao Fantasma. Apesar do «terrorismo», há que fazer justiça às suas palavras, mesmo que imodestas. A sua presença neste blog constitui, como o próprio afirma, «aquela pitadinha de veneno que faltava para dinamizar este espaço», e só isso é meritória e não deve cessar. Deixo-lhe desde já o repto para que continue, independentemente de vir a assumir ou não a sua verdadeira identidade (não é isso que importa). Com a sua «acção psicológica» alimentou «o medo» o espírito competitivo que existe em cada um que gosta de praticar ciclismo (que nestes moldes é perfeitamente saudável) e se esforça por atingir a melhor condição física, tendo em conta um determinado objectivo. A «perturbação» é reflexo disso mesmo – e, volto a frisar, super-saudável. Além isso, não restam dúvidas que é um observador atento, arrisco mesmo que é uma presença assídua entre nós – e daí a razão e o porquê da sua «aposta».
A verdade é que a subida de amanhã vai ser encarada de maneira necessariamente diferente de todas as anteriores (assumo isso e arrisco que o mesmo se passará com a esmagadora maioria dos elementos do quinteto que subirá). É o punhado de adrenalina ou, como o próprio referiu, o tal «veneno», que faltava e, que, certamente, nos faz sentir, desde já, um bocado como verdadeiros corredores antes de uma competição. Nada de mais, porque essa competitividade existe em todas as voltas domingueiras – quem o nega? Por tudo isso, vai ser bom, ainda melhor do que já seria, com mais ou menos sofrimento, com mais ou menos picanço. Serão 21,3 km de puro ciclismo e prazer – logo o tempo ajude! E no final lá estaremos, a 1993 metros de altitude, para contar as incidências e a história de mais este fascinante repto que é subir ao ponto mais alto de Portugal Continental.
Boa sorte e muita coragem a todos que os vão participar, um forte abraço para os que ficam por outras altitudes (irão a Montejunto?), e a partir de domingo à noite não percam neste blog toda a reportagem da prova, com a crónica e as declarações dos principais protagonistas.

sexta-feira, setembro 16, 2005

Notícia de última hora

Notícia de última hora! Freitas desvendou os seus objectivos para a Serra: «estou a pensar fazer aproximadamente 1h20, pelo que se conseguir chegar com os da frente até às Penhas da Saúde, é possível que faça esse tempo no final», afirmou. Além disso, sobre as perspectivas da subida, considera que «o Miguel, desta vez, não vai forçar de início, o que pode baralhar as contas a alguns», acrescentou. E aponta um favorito: «o Nuno, de todos, é o que está subir melhor».
Atenção: este ano a partida da caravana é na Covilhã, às 9h00. Mas o nosso grupo arranca do Fundão, cerca de 30 minutos antes, para chegar ao centro da cidade sensivelmente quando o pelotão estiver a iniciar a subida.

P.S. Estou muito satisfeito por este espaço de conversação estar tão concorrido. É a prova, que ainda faltava, de que valeu a pena tê-lo criado. Fantasma, Poulidor, Greg Lemond, Marco de Pantanas, e todos os que vierem por bem, são bem-vindos, agradecendo desde já o seu contributo.

quarta-feira, setembro 14, 2005

Prognósticos

Estamos a muito poucos dias da subida à Serra da Estrela, por isso fica sempre bem fazer alguns prognósticos. Creio que o ritmo com que seräo abordados os primeiros quilómetros vai ser determinante, porque estes säo, sem dúvida, os mais difíceis e poderäo provocar desgaste demasiado, cuja factura se pagará mais acima.
Até ao Sanatório, as forcas poupam-se ao grama, mas depois ainda faltará muito asfalto e fortes percentagens para vencer. Há sempre gente ganas de subir em forca e se possível melhor que noutros anos, e isso é bastante positivo. Uma coisa parece certa, como a antevejo, mais uma vez, a Serra vai deixar para recordar. Espero, também, que a meteorologia ajude ao… espectáculo.

domingo, setembro 11, 2005

Grande dose!

Grande dose, a saída de grupo deste domingo! Para mim, foram nada menos que 128 km, num carrossel saloio pela zona Oeste (Malveira-Mafra-Ericeira-S. Pedro da Cadeira-Encarnação-Gradil e regresso), com os últimos 30 km, entre o cruzamento do Gradil (V. Franca do Rosário-Malveira-Bucelas) e Alverca sempre a fundo (média de 31 km/h) – porque estava a ficar fora do horário para chegar a casa.
Independentemente disso, creio que a distância foi um pouco exagerada (mesmo que para a maioria se tenha ficado pelos 100 km), tendo em conta a irregularidade do relevo (nenhuma subida verdadeiramente difícil, mas muitos topos «rompe-pernas») e o facto do grupo estar, nesta altura, mais heterogéneo que o habitual, dada a presença de vários elementos em menor condição física, ainda a apurar a forma depois das férias.
Por outro lado, é oportuno relembrar que estamos a uma semana da subida à Serra da Estrela. O que está feito está feito e agora é só aguardar pela manhã do próximo domingo. Ao que parece (e como eu já previra!) o grupo que enfrentará os 21,5 km até à Torre, depois de algumas perspectivas de que poderia ser numeroso, vai ser restrito, muito restrito. A saber: os quatro que foram em 2004 (eu, o Nuno Garcia, Miguel Marcelino e o Freitas), a que se junta, este ano, o João Pedro, a mais recente aquisição do grupo, e o que provavelmente terá menos quilómetros nas pernas e estado de forma mais precário. Por isso, é de louvar a sua iniciativa e força de vontade para enfrentar o duro desafio – que, porém, conhece bem de outros anos -, devendo ser um exemplo a seguir por outros que, como disse, estão muito mais rodados e certamente em muito melhor forma que ele.
Para terminar, registo o contentamento por saber que o Freitas recuperou satisfatoriamente da lesão contraída na semana passada, e que também estará à partida do Fundão no próximo domingo. A Serra espera-nos…

quinta-feira, setembro 08, 2005

Poder de superação

Estava a vaguear na internet, quando me deparei com um artigo assinado por José Manuel Rivas Bertomeu, treinador espanhol de ciclismo, que me fez reflectir sobre o desporto, ciclismo em particular e sobre a própria vida. Do que qual passo a transcrever o seguinte excerto: «O nosso organismo não aproveita todo o seu potencial físico, mas apenas uma parte: alguns autores afirmam que entre 40 a 50 por cento do que poderíamos verdadeiramente atingir, e apenas em situações excepcionais, que pressupõem perigo para nós e para os nossos entes queridos, poderemos ultrapassar esse limite. A isto chamaram umbral de mobilização e as reservas que dispomos de reservas protegidas. Então, porque é que não podemos normalmente superar este limite? Porque implica colocar o organismo no limte da sua resistência, com risco de lesão grave, que faz sentido apenas quando somos estimulados a salvar-nos (ou salvar alguém) de uma situação limite. (…) É aqui que gostaria de referir a figura de Lance Armstrong e dar-lhe o valor que realmente merece, por tudo o que fez. Muitos opinam que tem todos os meios ao seu alcance para preparar o Tour, que tem a melhor equipa, a melhor bicicleta, os melhores estudos biomecânicos, cinéticos, aerodinâmicos, médicos, etc. Mas para mim todo o seu poderio reside, sobretudo, na sua força mental para treinar e para enfrentar as competições com a convicção de uma pessoa que venceu o cancro, que estava mais para lá do que para cá, e que tudo o que está a viver é uma dádiva. Vocês acham que para esta pessoa subir o Alpe D’Huez ou o Galibier dez vezes, a fundo, é um suplício ou será um prémio?»

quarta-feira, setembro 07, 2005

A chuva...

Ei-la, a chuva. Depois de tanto tempo de seca fez, ontem e hoje, a sua aparição, ainda em quantidade não suficiente para encharcar até aos ossos, mas quanto baste para deixar as estradas perigosas. Já não me recordava de treinar à chuva desde aquela célebre manhã em finais de Março, em que o céu se abateu sobre nós, numa volta domingueira pela Ericeira, em que estivemos a ponto de submergir... É certo que faz muita falta, mas que a chuva nos dê tréguas, pelo menos, no próximo dia 18, o dia da subida à Serra da Estrela. Já subi com 35 graus, com 0 graus, com nevoeiro, mas com chuva... ainda não. Cruzes canhoto!

domingo, setembro 04, 2005

Volta atribulada

A volta deste domingo foi atribulada. O pelotão numeroso, percurso sem grandes dificuldades mas selectivo, alta velocidade em alguns momentos, confirmando a subida de forma para os que se preparam para a Serra da Estrela (é já no dia 18!), e a lesão do Freitas, já muito perto do final, na descida para Bucelas. Começando por este infeliz sucedido, aproveito desde já para desejar-lhe rápidas melhoras, a ponto de estar totalmente recuperado para a Serra, objectivo que tem vindo a preparar com afinco nas últimas semanas – por mim testemunhado. Ao que parece, a coisa foi feia e levou-o mesmo ao hospital, onde lhe diagnosticaram princípio de hérnia (espero que não seja nada!). Causa provável: a fadiga de treino e/ou o enorme esforço realizado na prova. Para já, fica obrigado a uma paragem de alguns dias, após o que fará um teste num treino muitíssimo ligeiro para aferir da evolução da lesão. Para quem, como eu, o acompanhei em muitos treinos nas últimas semanas, fica a ideia que poderá ter sido algum esforço demasiado que levou o músculo a ceder – alguns treinos tiveram momentos de grande intensidade, principalmente em subida, como a que fizemos na última sexta-feira, na Louriceira. Resta-lhe repousar bastante e fazer fé na recuperação total, pois seria uma grande frustração não estar em condições físicas para subir a Serra de bicicleta, já daqui a menos de 15 dias.
Regressando às incidências da volta, confirmou-se mais uma vez a ideia que a subida de Serra promete muita chispa. O Nuno Garcia, apesar de todas as reservas, parece em muito boa forma, aliás, bem revelada nos momentos «altos» da tirada, e o Miguel Marcelino confirmou estar preparado para assaltar as duríssimas rampas até à Torre. Outras boas indicações foram deixadas pelo regressado João, que surge bastante fino, embora não tenha confirmado a sua presença no dia 18. De qualquer modo, o percurso, sem subidas longas e muito acentuadas, não pode, de maneira alguma, dar uma noção aproximada do estado de forma de cada um para abordar uma subida tão dura como a Serra da Estrela.

sexta-feira, setembro 02, 2005

Querem vê-la?!

Dia 18 espera-nos... majestosa, sublime, pronta para ser conquistada, a Estrela

Feliz pelo Nando

Fiquei muito contente ao saber que o Nando vai connosco à Serra da Estrela. Há já algum tempo que pouco ou nada sabia deste verdadeiro duro da estrada, grande companheiro em vários treinos «rasgadinhos» na última Primavera. Quando falei com ele confidenciou-me que iria na desportiva, pelo prazer de subir, porque não tem treinado com regularidade. Deixa lá isso, companheiro, a malta quer é ver-te lá, isso já é mais que muito! Além do Nando, esperamos que o João também vá...
Um grande abraço a ambos

quinta-feira, setembro 01, 2005

Últimas da Serra da Estrela

A pouco mais de duas semanas da Subida à Serra da Estrela, encontramo-nos na fase decisiva da preparação para a etapa entre o Fundão e a Torre. Para alguns chegou a altura de intensificar os treinos com vista à melhor prestação possível, tendo em conta o seu objectivo pessoal.
Entre os ciclistas que já confirmaram a sua presença no dia 18, as posições clarificam-se. Nuno Garcia assume não alimentar pretensões de efectuar um desempenho ao seu melhor nível. Segundo o próprio, a «temporada já vai longa» e não tem tido «disponibilidade para cumprir um plano de treinos eficaz», pelo que é «impossível» atingir o objectivo de baixar do tempo de 1h20 realizado em meados de Junho, quando se encontrava em período crucial de preparação para a Etapa do Tour.
Com o lote dos trepadores mais restrito, outros participantes continuam a optimizar a forma, caso de Luís Freitas, que tem cumprido um programa intensivo de treinos, a que não tem faltado bastante trabalho específico de subida. Nas últimas semanas, o ciclista de Camarate tem efectuado algumas saídas a meio da semana com Ricardo Costa, outra das presenças também confirmadas na etapa da Serra. Freitas continua a insistir que «não é trepador» e que o seu objectivo é «unicamente fazer o melhor possível, sofrendo o menos possível». No entanto, os treinos de montanha começam a fazer efeito, pelo menos a atentar aos indicadores observados no último domingo, à chegada a Vila Franca, onde perder o sprint, a sua grande especialidade. À parte disso, o seu bom momento de forma é indiscutível.
Miguel Marcelino, outro dos corredores de quem se aguarda uma boa prestação, ainda está mais comedido nas suas afirmações. Apesar da sua boa forma ser indisfarçável, revela-se parco em palavras, não esclarecendo sobre as suas metas para a Serra, mesmo nos seus comentários regulares neste blog. Recorde-se que, no ano passado, a prova não lhe correu bem, cedendo pouco depois do Parque de Campismo, pelo que deverá querer fazer bastante melhor no dia 18.
Igual ou melhor do que o desempenho de 2004 quer efectuar Ricardo Costa, que já deixou bem claro os seus objectivos. «Não vou pensar no tempo. Verei como me sinto ao longo da subida e só na Torre olharei para o cronómetro. Assumo que pretendo subir com os melhores, do grupo, claro, e apenas lamento que o Nuno Garcia não esteja em condições, como diz. Mas vejo o Miguel Marcelino em muito boa forma».