sexta-feira, abril 27, 2007

Tudo a postos para clássica-rainha: Fátima

A Super-Clássica de Fátima, no próximo domingo, já fervilha. Se as condições climatéricas ajudarem estarão reunidas todas as condições para ser mais uma jornada de ciclismo memorável, à semelhança dos últimos anos, justificando a fama de «clássica-rainha» da temporada.Primeiro: o percurso, à medida dos roladores mais fortes, com um ponto de selectividade instalado estrategicamente nos últimos 15 quilómetros, após 120 km de pedalada. Aí, a seguir à Batalha, jogar-se-ão todos os trunfos, mas só alguns chegarão com forças suficientes para tentar fazer a diferença.
A subida para Fátima não é fácil, mas também não tem dureza extrema. No fundo, são duas subidas… numa só: a primeira com 2,4 km e inclinação média de 5% - ou seja, suave, mas capaz de deixar «pendurados» os mais fatigados. Depois desta, há uma descida curta mas acentuada que antecede a ascensão mais complicada, com 2,3 km a mais de 6,5%, ou seja, praticamente a mesma distância, mas com inclinação bem mais acentuada, incluindo cerca de 1 km acima dos 7%. Aqui sim, em caso de luta acesa, poderão haver diferenças entre os mais fortes. De resto, após a subida principal (nos 3,5 km seguintes) surgem topos exigentes, antes de um falso plano descendente nos derradeiros 4 km, até à rotunda dos Pastorinhos, à chegada a Fátima.Segundo: prevê-se que o pelotão esteja ainda mais forte este ano e há mais gente com pretensões. Pelo menos, com pretensões mais justificadas que em anos anteriores. É o que deixa antever as indicações dos últimos tempos.
Em Évora, o Jony chegou, viu e (con)venceu, impondo-se no sprint final ao duo constituído por mim e pelo Freitas. Nessa tirada, esteve como peixe na água. Passou pelos raros obstáculos do terreno com aparente facilidade, sem se desgastar, e no final mostrou que é o homem mais rápido do nosso pelotão. Em Fátima, o terreno continua a ser-lhe de feição, mas terá de resistir (disso não haverá a mínima dúvida) à subida final.
O Freitas saiu defraudado de Évora, batido na sua especialidade: sprint. Era então o mais forte e o percurso sorria-lhe. Por isso chegou a perspectivar, quiçá, uma demonstração de superioridade que não veio a acontecer. Ele próprio reconheceu que o desempenho pessoal ficara abaixo das suas expectativas e Fátima chega-lhe como segunda oportunidade, acima de tudo para aferir a evidente evolução em subida. Se chegar ao final à frente, poderá impor a sua velocidade terminal, mas terá de livrar-se da concorrência, principalmente do Jony. Para isso, terá de trabalhar muito e bem!
Por seu turno, o Fantasma esteve a um passo de concretizar um objectivo que coroava a sua inegável evolução. Terá também uma segunda oportunidade, mas desta vez numa segunda linha de candidatos.
Finalmente o Carlos, que esteve irreconhecível em Évora e preparou-se afincadamente desde então. Se for astuto terá muito a ganhar com a luta de galos, mas para tal terá de perder definitivamente os complexos. Acredita que, com grande coragem e espírito de sacrifício, chegar com os primeiros não é missão impossível!
Além destes, está confirmada a presença de perigosos «outsiders», como o Paulo Pais e o Rui Scott, que terão participação activa na contenda. Fala-se que o Nuno Garcia não estará presente. Se sim, há que contar com ele, naturalmente!
Desde esse domingo ensolarado de início de Março, para Évora, acumularam-se muitos quilómetros e trilharam-se caminhos tortuosos com o objectivo para afinar a forma. Porém, importa aguardar pelos resultados dessa aplicação, sendo certo que apenas um grupo muito restrito resistirá à subida final de Fátima. Quanto a isso, certamente não irá haver surpresas.

P.S. Estavam a pensar que cometia a desonestidade moral de não falar de mim? Pois bem, o meu objectivo é repetir a prestação dos dois últimos anos: chegar à frente. Mas tenho a certeza que será muitíssimo mais difícil.

Dia: próximo domingo, dia 29
Local: bombas da BP, em Loures
Hora: 8h00 (saída)

terça-feira, abril 24, 2007

Ensaio para Fátima

Fantástico percurso, à volta da Serra de Montejunto, serviu para os derradeiros ajustes antes da Super-Clássica de Fátima, no próximo domingo (partida de Loures às 8h00). Na semana anterior, à saída foi o senhor Zé que deu o mote, anunciando uma cavalgada... que afinal não se confirmou. Desta vez, coube ao Fantasma semelhante prenúncio, apercebendo-se que estava em companhia muito restrita. «É só maus! Onde estão os da minha divisão?». Porém, não há assombro que chegue para um verdadeiro... fantasma. E ficou bem explícito, ao longo da tirada, que só os maiores exorcismos o fazem ceder!
Após ligação rolante, cumprida a ritmo moderado, entre Loures e Alenquer, iniciou-se o longo carrossel da segunda metade do circuito, trazendo, a partir da Ota, novo figurino, logo que o Rui (Scott) impôs andamento mais «sério». Foi a única vez que o fez, embora tenha demonstrado, com muito bom desempenho na parte final, estar em excelente forma. A confirmar-se a sua presença em Fátima, será, certamente, mais valia em prol do colectivo.
Breves mas muito divertidos, foram os «arrepios» entre Rocha Forte e a aproximação a Vilar, num falso plano descendente que, a favor do vento, se dá a altas velocidades. Houve contracção muscular... da forte! Sucederam-se ataques e contra-ataques, sem objectivos claros, que serviram para limpar os carburadores. O mesmo não poderá dizer quem, naquela altura, já fazia contas de cabeça às forças que restavam.
Assim, a partir do cruzamento do Rodeio para a subida de Vila Verde dos Francos, o grupo dividiu-se definitivamente. Seguiram os que, como eu, estavam limitados pelo horário (a tirada, de 125 km, à excelente média de 31 km/h, bateu as quatro horas de duração) e os que quiseram... A saber: Ricardo, Freitas, Fantasma, Polícia, Rui e João.
As restantes dificuldades e o andamento forte acabaram por fazer a selecção final - muito exigentes a chegada ao Sobral e a subida do Forte de Alqueidão, com animação e pulsações, upa, upa!
No Alqueidão, o Rui, mais «fresco», superou o Freitas na aceleração final, em que também fiquei «pendurado» após muito bom trabalhinho e algumas indicações úteis para o próximo fim-de-semana.
Mesmo sem resistirem aos momentos de mais «calor», o Fantasma, João e o «Polícia» demonstraram boa forma. Fátima espera-vos!

Episódio para recordar

Ao regressar, sozinho, a Alverca, antes de fazer-me ao Cabeço da Rosa eis que o telefone toca... Mão ao bolso, onde estava, por casualidade, o cartão multibanco, que servira para pagar o isotónico antes da partida de Loures, deu mau resultado. Já em casa, apercebo-me da perda do cartão e logo me veio à memória a situação anterior. Pensei: se caiu do bolso na altura em que tirei o telemóvel, caiu no meio da estrada, e há muitas probabilidades de lá continuar – a ser que passem por lá a pé ou ciclistas a muito baixa velocidade, como eu à beira do empeno. Assim, ainda deu para tomar a sagrada banhoca e até almoçar. Depois, regressei (de carro) ao local do crime e mal coloquei o pé no chão, sem surpresa lá estava o dito, no meio da estrada. Muita sorte ou controlo total da situação? No próximo domingo, ambos serão fundamentais!

sexta-feira, abril 20, 2007

À volta da Serra

A volta do próximo domingo chama-se... À Volta da Serra, e será andar literalmente à volta da Serra de Montejunto, mas sem nunca tocá-la. Lá chegará o tempo!
O percurso é o seguinte: Loures-Alverca-Vila Franca-Alenquer-Ota-Abrigada-Espinheira-Cercal-Rocha Forte-Charco-Boiça-Chão do Sapo-Martim Joanes-Vilar-Vila Verde dos Francos-Atalaia-Merceana-Aldeia Galega-Carmões-Freiria-Sobral-Seramena-Forte de Alqueidão-Bucelas-Loures
Distância: aprox. 123 km
O trajecto é muito interessante mas - atenção! - está longe de ser fácil. Além da distância meter respeito, há muito sobe e desce, com bastante «sobe» que irá provocar certamente algumas moléstias. Entre as passagens mais duras, conta-se o carrossel da Abrigada-Espinheira, a ligação ao Cercal e logo a seguir para Rocha Forte; mais tarde, entre Rodeio e Vila Verde dos Francos; a aproximação à Merceana e a longa subida para o Sobral; para terminar com não menos doce ascensão ao Forte de Alqueidão.
Haverá melhor ensaio geral para Fátima!? Pois, quem mostrar fragilidades, não estará, concerteza, em bons lençóis no próximo fim-de-semana.

segunda-feira, abril 16, 2007

Moderado... mas não para sempre!


Em Loures, à partida para a última volta domingueira, o sr. Zé (pai do ZT) despediu-se do pequeno mas bem composto grupo de ciclistas que se fazia à estrada com um arrepiado: «Hoje vai ser batido o recorde da média!». Entre habitués, algumas baixas de vulto, considerando que o percurso era quase integralmente plano, o minipelotão estava bem recheado e fazia sentido aquela previsão.
Todavia, não se confirmou! O andamento foi quase sempre moderado e não teve houve grandes oscilações. Mas não se pense que a média não foi respeitável, acabando acima dos 31 km/h. Nada mau, mas, ainda assim, aquém dos augúrios do sr. Zé.
O grupo foi quase sempre conduzido «à parelha», em regime de endurance médio, a espaços médio-alto, e só se andou bastante depressa quando o grupo de triatletas (que começa a ser companhia frequente nas voltas ribatejanas) nos interceptou já no regresso (iam em sentido contrário, na zona de Vila Nova da Rainha, e rapidamente fizeram inversão de marcha, juntando-se a nós).
A partir daqui, o figurino da tirada alterou-se. Os novos inquilinos não se fizeram rogados a tomar o comando das operações, sempre sob nossa vigilância apertada. Com a aproximação ao Carregado, a tensão aumentou a olhos vistos e uma passagem musculada (a única do dia, para mim) sobre o viaduto do Campera acicatou ainda mais os ânimos. As cautelas no cruzamento do Carregado foram apenas um ligeiro hiato na correria, pois, imediatamente a seguir regressaram as hostilidades, desta vez fomentadas por um dos nossos: a mais recente «contratação», o possante amigo do Abel. Teve o mérito de surpreender o pelotão e logrou adiantar-se algumas dezenas de metros, mas teve companhia. O grupo perseguidor, sempre sem perder unidades, fez um compasso de espera, mas logo se lançou no encalço dos fugitivos, que foram absorvidos rapidamente. A partir daqui, sentiu-se que não havia mais permissão a aventureiros. Na condução do grupo, um jovem Esperança da equipa Fonotel, revezando-se com o mais espevitado dos triatletas, mas sempre com o Freitas e o Jony em apertada marcação.
Assim, galgaram-se quilómetros e chegava a hora de medir forças no tradicional sprint de Vila Franca. Os dois Liberty (equipamento comum ao Freitas e ao Jony) tomaram conta da ocorrência e dominaram a concorrência a seu bel-prazer, com o Freitas a lançar e o Jony a culminar, com esmagadora superioridade, um trabalho de equipa (a dois) muito eficaz. Os restantes limitaram-se a esboçar a reacção. Aquela capacidade de explosão, para mais, beneficiando de tão bom lançamento, garantidamente só está ao alcance de «sprintosos» de altas andanças.
Aliás, com esta demonstração de força, e com o Fonotel a dar a volta ao cavalo à saída da cidade, não restaram condições para mais desafios. E assim rolou-se até Alverca e depois, a três, para Sacavém e regresso. Na minha contabilidade pessoal: 165 km.
P.S. No regresso de Sacavém para Alverca, na companhia do Jony, somos surpreendidos ao avistar o Salvador, em sentido contrário, a fazer-se ao topo da fábrica da Robiallac. Ele que não alinhara à partida e cujos motivos da ausência foram então questionados. Ali estava ele, sem capacete, rosto marcado pelo esforço, à procura de uma réstia de forças para continuar. Uma visão dantesca, de um empeno monumental. O que se terá passado? Por onde terá andado? Ainda não se conhecem respostas...

quinta-feira, abril 12, 2007

Domingo para roladores

A volta do próximo domingo, para Reguengo, constitui interregno nos percursos acidentados, num regresso à planura da lezíria ribatejana. Em dia de Paris-Roubaix, para ver na TV, também o traçado desta clássica, de mais de 120 km, faz lembrar a do Inferno do Norte, exceptuando, obviamente, os sectores em pavé. Refiro-me ao troço campestre entre Cruz do Campo e Azambuja.
Será também dia de roladores. Creio que não haverá como enjeitar esta oportunidade de mostrar serviço em terreno de eleição. Além disso, a duas semanas da Super-Clássica de Fátima, restarão poucas oportunidades «competitivas» para afinar baterias.
A propósito, há dias, dizia-me um dos nossos camaradas, que neste tipo de terreno (pouco irregular) é praticamente impossível alguém (ou a um pequeno grupo) conseguir manter uma fuga duradoura (quiçá, conseguir mesmo destacar-se) sem o consentimento do pelotão. E que assim nem sequer valeria a pena tentar... Quem discorda!?
A finalizar, realço a elevada intensidade de alguns momentos da volta do passado domingo, que teve passagem inédita pela subida da Lagoa (bonita, mas sem grandes atractivos). O calor começou a aumentar logo na subida de Bucelas para a Venda (eu até estava a tentar levar o comboio a médio vapor desde Loures), onde o pelotão foi sujeito a desgaste prematuro. Mas houve outras alturas de frisson ainda mais acentuado, nomeadamente na Lagoa e no seguimento para a subida de Sto. Isidoro para Achada, onde o andamento vivo fez a selecção final. Muito rija, também, a chegada à Malveira.
Amanhã (sexta-feira) será dia de repetir a «tripla» da semana transacta, em Montejunto, desta vez «a solo». Tempo, agora, para fazer uma abordagem mais acutilante às subidas e comparar tanto as sensações como os «cronos». E aproveitar que, no domingo, para mim será mais higiénico...

quarta-feira, abril 04, 2007

Tudo a postos pr'a Montejunto!

Tudo a postos para o ataque a Montejunto na próxima sexta-feira! Informa-se mais uma vez sobre o local e hora de partida (Alenquer, às 8h30 em ponto!). O percurso é em direcção a Vila Verde dos Francos, por Olhalvo e Atalaia. Depois, é livre!
Muito importante: volta a frisar-se que a tirada deve ser encarada como treino, para retirar o máximo partido e desfrutar em grupo ou individualmente. Por isso, a sugestão da escolha livre das vertentes e número de ascensões.
Creio que, numa abordagem cautelosa, duas subidas está perfeitamente ao alcance da maioria dos elementos do grupo, reservando-se uma terceira para os que se sentirem em melhores condições, ou que tenham estabelecido esse objectivo e tempo para o concretizar. Para quem vai apenas para uma subida, naturalmente não se justificam restrições. Aos restantes que querem experimentar outras sensações, cabe saber gerir criteriosamente o esforço. Diga-se que subir três vezes Montejunto, por quaisquer das suas vertentes, não é tarefa para todos, exigindo não só boa forma como, acima de tudo, grande dose de persistência e tenacidade. Mas é garantido que os proveitos de uma jornada desta natureza, «desde que bem conseguida», serão compensadores, tanto do ponto de vista físico, como psicológico.

Por falar em tempo: esperemos que este ajude, principalmente que o vento não sopre muito forte. De qualquer maneira, haverá sempre uma vertente favorável... Mas que, para mim não será, de maneira alguma, a do Avenal. Nem que o camarada Pintainho peça muito!
Muito boa a crónica da sua mega-cruzada por Montejunto e bastante úteis as altimetrias. Disponíveis em www.opintainho.blogspot.com.
A tua presença, na sexta-feira, é naturalmente obrigatória!

Um abraço

segunda-feira, abril 02, 2007

Sexta-feira Santa pr'a Montejunto!

Malta, toca a recuperar as perninhas da exigente clássica domingueira pelas belas mas castigadoras paisagens da marginal e da serra de Sintra, pois, na próxima sexta-feira Santa, estão todos convocados para uma jornada de montanha, em Montejunto.
Está prevista a saída de Alenquer (8h30, em local onde possamos estacionar os carros), a que se seguem cerca de 45 minutos de aquecimento progressivo até Vila Verde dos Francos e, uma vez aí, a liberdade total à selvajaria para derreter as encostas da Varanda da Estremadura, inclusive escolhendo quantas e quais (aceitam-se candidatos ao Avenal!).
A sugestão é fazer cerca de 2 horas de montanha, o equivalente a 3 subidas e respectivas descidas, após o que se regressará em ritmo de relaxe (+45 minutos) ao ponto de partida (Alenquer). No total, não se pretende que o treino exceda as 3h30. Todavia, cada um define o traçado, tempo e ritmo ao seu gosto, objectivos e capacidades. Sendo que o objectivo principal é desfrutar do treino.

Mais pormenores dos próximos dias