terça-feira, julho 31, 2007

Grande domingo! - Marginal e Sintra

Comunica-se que a volta do próximo domingo, inicialmente prevista para Abrigada, foi anulada. Motivo: trajectos semelhantes, ou muito aproximados, em voltas quase consecutivas: nomeadamente o eixo Bucelas-Alqueidão-Sobral-Merceana; e Alverca-Vila Franca-Ota-Abrigada.

Deste modo, anuncia-se, desde já, que a volta do próximo fim-de-semana (dia 5) é a belíssima Marginal. Todavia, com uma alteração que visa distingui-la da clássica que foi realizada nos primeiros meses do ano: à chegada ao cruzamento do Cabo da Roca, após a subida Guincho-Malveira da Serra-C. da Roca, vira-se à direita para a Peninha, continuando, portanto, a subir durante mais 3,2 km, a uma inclinação média respeitável de (6%). Segue-se, depois, em direcção aos Capuchos e Sintra (centro), por Seteais, pelo «coração» da serra.
Suprime-se, assim, o troço Cabo da Roca, Pé da Serra (descida), Colares e subida da Várzea para Sintra. De qualquer modo, quem não quiser fazer a subida da Peninha, pode sempre seguir o trajecto supra-citado. A distância da volta, com a modificação, mantém praticamente idêntica: aprox. 115 km. O regresso é o tradicional, por Lourel, Pêro Pinheiro e Negrais.

Não haverá melhor aliciante para domingo: uma volta que tem tudo: longo trajecto a rolar, desde Sacavém, Parque das Nações, Lisboa, Algés, toda a Av. Marginal até Cascais (50 km) e estrada do Guincho (61 km), à medida dos roladores mais fortes. Todavia, aqui o panorama muda radicalmente, ao embrenharmo-nos no esplendor e as agruras das difícieis vertentes da serra de Sintra, que se apresenta com uma subida que, ao todo, desde o Guincho até ao alto da Peninha, tem quase 11 km. E onde os protagonistas vão ser seguramente... outros.

Até lá, bons treinos... leves!

segunda-feira, julho 30, 2007

O dia mais quente!

Depois do calor das fortes inclinações, em Montejunto, na quinta-feira, eis o calor... a sério, no domingo. Verdadeiramente infernal! Quatro horas e meia de pedalada, 130 km em terreno acidentado e sob temperatura que chegou aos 42 graus: a etapa da volta à serra (de Montejunto), que, para alguns, foi alternativa à segunda subida em apenas quatro dias.
Houve quem subisse, novamente por Vila Verde dos Francos (como na última quinta-feira), embora estando previsto ser por Pragança: o Nuno Garcia, Jony (o único repetente), o «bem-aparecido» Miguel Marcelino e um seu colega fizeram-se à encosta de Vila Verde dos Francos. Para eles, a manhã terá sido ainda mais escaldante!
Quanto aos restantes – mas também bons! – que optaram por circunscrever a serra, não tiveram tarefa muito mais fácil. Com tanto calor desde as primeiras horas da manhã, a prioridade foi gerir muito bem as forças e, acima de tudo, manter a boa hidratação para completar o longo percurso «parte-pernas», que já se sabia ser exigente. Com temperatura tão alta, tornou-se mais ainda!
Apesar das condições climatéricas adversas, o grupo esteve muito bem, cumprindo uma média bastante apreciável, sensivelmente de 29 km/h (a minha), quando, há alguns meses, no mesmo percurso, em sentido inverso, foi «só» de 30 km/h.
O Abel, em dia de maiores dificuldades, deu cabal demonstração da sua fibra. Mais uma! Ontem, como estive de serviço na ajuda aos seus momentos mais difíceis (na falta do Freitas, que assume quase sempre este importante papel), fiquei com melhor percepção do sofrimento por que, muitas vezes, passa para superar as dificuldades do terreno e... do andamento! Por essa e muitas outras razões ele é «grande» e merece-nos o respeito profundo.
Num dia em que a gestão e a colaboração entre os elementos do grupo prevaleceu sobre a «performance», só a passagem nos topos da Espinheira, de Alenquer (para a variante) e a aproximação a Vila Franca elevou (ainda mais) a temperatura que se fez sentir. Neste âmbito, não há desempenhos que justifiquem destaque especial, mas sim a capacidade superação do grupo em geral.
De qualquer modo, apraz-me realçar o Renato Hernandez, como referência à sua perfeita integração no grupo e atitude muito positiva (oriunda das suas bases competitivas noutra modalidade, o remo). Ele que ontem não teve a companhia do Paulo (o franzino!), mas a do seu primo (quem diria!) Luís Hernandez, nosso velho conhecido (sai ao primo na envergadura), e que tem no seu familiar bom exemplo a seguir para, por fim, regressar à boa forma, aliás, como pretende. Como o próprio Hernandes (o Renato) afirmou: «Daqui a mais 5000 km e menos... 5 kg» vai ser certamente um osso (ainda mais) duro de roer.
Além dele, completaram a volta do «braseiro», além de mim, Abel, Salvador, ZT, Samuel, Zé Filipe e um estreante, da mesma faixa etária deste e também em forma muito aceitável. Também para ele, as «portas» do grupo estarão sempre abertas!

Em breve, a crónica de Montejunto (no passado dia 26)

segunda-feira, julho 23, 2007

De regresso aos... domingos

De regresso ao convívio do grupo depois da conturbada Etapa do Tour, deu para perceber que a malta continua em boa forma. Infelizmente, tive de encurtar a volta devido a compromissos familiares, mas, até onde fui – aos Cadafais, antes de começar a subir para Santana da Carnota, depois de já muito ter decorrido, mas de também ainda faltar bastante -, ficou bem explícito que poucos têm descurado o trabalho de casa durante a semana.
O percurso da volta era bem selectivo e o ritmo nunca foi brando, mesmo no início, na sempre complicada abordagem à subida de Guerreiros e na ligação, sempre em ascensão, até à Venda do Pinheiro, culminando com as difíceis rampas da Freixeira. Entre os que arrancaram de Loures havia duas novidades, que deram muito boa conta de si, demonstrando ter a condição física exigível a integrar, sem dificuldades, o nosso pelotão. Ambos têm características diferentes: um deles muitíssimo possante e excelente rolador, outro, mais leve, dando muito boas indicações em subida. Espero que sejam presenças assíduas!
A partir da Venda do Pinheiro, durante a descida em direcção a Bucelas, o pelotão ganhou unidades e foi muito bem composto que abordou a longa subida de S. Tiago dos Velhos para Lameiro das Antas. O «picante» quilómetro inicial foi desde logo em andamento selectivo, com o Freitas e um dos recrutas novos (o mais corpulento) a imporem o ritmo à cabeça do grupo, mas aos primeiros sinais de fraqueza na cauda do mesmo, quando a inclinação diminuiu (depois das antenas) houve necessidade de se moderar o ritmo.
E assim se manteve até ao início da subida para S. Tiago dos Velhos, onde os novos recrutas foram os primeiros a «mexer», reduzindo, imediatamente, o pelotão a um sexteto: os dois mancebos, eu, o Freitas, o Salvador e Fantasma. Após um compasso de espera, à passagem por S. Tiago dos Velhos, para aguardar por um dos novos recrutas (o mais franzino), a quem tinha saltado a corrente da bicicleta, ataquei a rampa da Junta de Freguesia, restringindo ainda mais o grupo – depois do Fantasma e o Salvador terem cedido. Seguiu-se mais uma pausa no relevo e também no andamento, para voltar a forçar, em definitivo, na parte final da subida, até ao Lameiro das Antas. O recruta mais possante não resistiu, mas o mais franzino, tentou surpreender, acelerando ao aproveitar um abrandamento, obrigando-me a defender. Mas com a proximidade do alto não demorei a contra-atacar, deixando-o em dificuldades.
A cerca de 500 metros do alto, apenas o Freitas se mantinha comigo, e que resistiu muito bem a mais uma ou outra aceleração e, ao seu estilo, nos últimos metros adiantou-se ao sprint.
Subida muito bem disputada...
Reunido o grupo, desceu-se para Arranhó e voltou-se a subir ao Forte de Alqueidão, onde alguns já acusavam o cansaço. Na habitual neutralização na rotunda do Sobral, o Fantasma tomou a decisão de «meter» em contra-mão, atalhando caminho para (quero crer!) evitar a dura rampa do jardim. O Salvador seguiu-o. Ao fazê-lo cometeram duas injustiças. A primeira, a menos justificável, foi não esperar pelos demais; e a segunda foi a própria decisão de se adiantarem em fase de neutralização e por atalho, ganhando logo aí vários minutos... falsos! Não há dúvida que saltar deste pelotão não é fácil, mas parece muito mais justo (e interessante) insistir nesse esforço, do que fomentar enganosas corridas de gato e rato...
Do Sobral para Arruda, formou-se um quarteto que rolou a grande velocidade, revezando-se na condução. Porém, no cruzamento de Arruda para a estrada dos Cadafais voltou a haver necessidade de aguardar pelo segundo grupo.
No final da longa descida, despedi-me da malta, e conclui a tirada pelo Carregado e Vila Franca na companhia do Steven, a acusar o esforço do regresso após paragem de férias. Em dia de regresso, percebi que estava com imperiosa necessidade de descarregar a muita tensão acumulada durante a última semana. E estou longe de estar satisfeito! Enquanto tiver força para gastar vou carregar nos pedais - zangar-me com eles, como diz o Freitas - mas tenho consciência que durante muito tempo nada vai ser suficiente compensador para a desilusão da Etapa do Tour de 2007.
Quanto à volta domingueira, fiquei com pena de não ter completado o percurso, bastante exigente e realizado a ritmo animado, mas compensou o facto de ter chegado a casa em «bom estado», o que provavelmente não sucederia com o que ainda faltava pedalar.

quinta-feira, julho 19, 2007

Etapa do Tour 2007

A minha participação na Etapa do Tour 2007 foi... para esquecer. Um chorrilho de acontecimentos azarados deitaram por terra todas as ambições que trazia para a prova – que este ano eram mais elevadas que nunca, e que tanto empenho lhes dediquei ao longo de oito meses. Em vão!
Literalmente deitado por terra, foi como terminei a curta participação. No chão, após queda aparatosa, em condições totalmente imprevistas, numa altura em que me deixava rolar a caminho do local onde iria abandonar a prova, vítima de um estado de debilidade física resultante de uma enfermidade gastrointestinal na noite de véspera. Mal-estar profundo, apatia, vómitos e diarreia – foram estes os sintomas para um diagnóstico que não augurava nada de bom para o esforço que seria exigido algumas horas mais tarde. O pequeno-almoço, que deveria ser robusto, limitou-se a um prato de cereais empurrado. No meu subconsciente já tinha praticamente a sentença ditada: só uma alteração anormal do meu estado de saúde poderia valer-me acabar a prova. Como esperava, tal não aconteceu.
Ainda assim, fiz-me à estrada com essa ténue esperança, mas a pergunta preocupada de um ciclista francês, enquanto esperávamos pela partida, ao observar o meu semblante e o olhar vago, foi mais que uma premonição: «Ça va?». Respondi-lhe, abanando a cabeça, e depois expliquei-lhe o que sucedera. A sua reacção correspondeu aos meus receios.
Da prova, pouco há a registar, a ser a minha luta infrutífera contra o destino anunciado. A falta de energia que se acentuava com os quilómetros e que atingiu o limite após a primeira montanha, o Col de Port, a mais acessível, com cerca de 30 km percorridos. A partir daí, deixei-me arrastar na longa descida até ao primeiro ponto de reabastecimento (70 km), onde nunca cheguei, já que a apenas 2 km desse local onde iria apear-me, fui vítima de uma autêntica tentativa de homicídio, ao ser literalmente abalroado por outro concorrente, depois de uma mudança de trajectória inexplicável. Nessa altura, rolava há muitos quilómetros pelo lado direito da estrada, abrindo espaço, à esquerda, para os grupos que vinha detrás – entre eles, o que integrava o Jony e o Freitas.
O resultado da queda foram escoriações na anca, ombro e braço esquerdos, mas as mazelas dolorosas foram muito mais extensas, principalmente na zona da bacia, costas e pescoço. O destino dessa longa tarde e noite foi... o hospital!
Enfim, que consolo pode valer-me para atenuar a frustração de ver o trabalho árduo de preparação que culminou num estado forma apurada ao «milímetro», como é exigível para cumprir uma prova tão difícil – e esta foi mais uma das edições mais difíceis já realizadas – e alimentar o objectivo que trazia: classificar-me entre os 300 primeiros.

Não pude sequer tentar alcançar essa meta, mas quem praticamente o fez, como todo o mérito, foi o Jony. Enormíssima prestação, ao terminar no 354º lugar entre mais de 6500 participantes e em 152º da sua categoria (8h22m06s), demonstrando os méritos de excelente desportista que lhe são reconhecidos. O segredo para o êxito: grande forma física e uma abordagem criteriosa às dificuldades da prova (relevo e distância), de resto, os dois requisitos principais para um bom desempenho na Etapa do Tour. Para ele, os meus parabéns: confirmou o seu enorme gabarito!
O Freitas teve mais dificuldades em lidar com as agruras da prova e fez mais 50 minutos (1008º, com 9h11m42s), terminando praticamente a par do Jerónimo, de Vendas Novas, (9h11m24s), a realizar o seu melhor ano nestas andanças internacionais.
Por fim, o Nuno Garcia, com uma abordagem muito mais cautelosa, correspondendo ao seu nível de preparação inferior aos demais – menos de metade dos quilómetros de treino dos restantes! -, fez o tempo de 9h45m29s (1600º lugar). Considerando as limitações, com esta classificação, também ele demonstrou que o controlo dos ímpetos e a inteligência (ou a falta de ambos) são fundamentais numa prova como a Etapa do Tour que é, acima de tudo, um desafio à resistência física.

Volta do próximo domingo: Clássica de Santiago dos Velhos

Percurso: Loures-Guerreiros-Lousa-Freixeira-Vale S. Gião-Bucelas-S. Tiago dos Velhos-Lameiro das Antas-N. Sra. da Ajuda (rotunda)-Forte de Alqueidão-Sobral-Arruda-Cadafais-Santana da Carnota-Freiria-Sobral-Forte de Alqueidão-Bucelas-Loures

terça-feira, julho 03, 2007

Trepadores, mas poucos

No domingo, cumpriu-se a Clássica dos Trepadores. Com pouca adesão, é certo, mas total empenho dos «resistentes». De resto, o dia foi mesmo de trepadores, já que o motivo para algumas ausências notadas foi... Montejunto. Certamente, o encadeamento de subidas que o percurso da Clássica não era suficiente para tanta ânsia de montanha...
Para mim, foi mais um domingo conturbado. Desta vez, a quebra de um raio da roda traseira, à chegada a Loures, antes do arranque para a volta, deixou-me temporariamente de fora, obrigando-me a regressar a casa para remediar a situação, trocando a roda.
Após isto, fui ao encontro do grupo, por atalhos, subindo o Cabeço da Rosa e S. Tiago dos Velhos, reintegrando-me na Arruda dos Vinhos, imediatamente antes de dar meia volta e subir a Mata. Nessa altura, o pelotão já subira para o Forte de Alqueidão.
No centro de Arruda, cruzei-me com o Fantasma e o Pintainho, em andamento empenhado, denunciando, desde logo, o seu estatuto de fugitivos. Pensei que o pelotão viria rapidamente no seu encalço. Mas não. O duo já «coleccionava» 3 a 4 minutos de vantagem, embora devido a desencontros e esperas no Sobral. Destes não houve mais sinal até ao final da tirada, tanto mais que as recuperações nas diversas subidas, perdiam-se nas respectivas neutralizações nos cumes.
A Mata foi intensa e mostrou um homem em grande forma: o Luís Runa (que, por via disso, ontem ganhou uma prova do calendário da federação na sua categoria, obtendo o quarto lugar na geral). Trepador por excelência, meteu o seu «passo» desde o início da subida e rapidamente abriu cerca de 20-25 segundos para o Freitas e mais 10 ou 15 para mim, que nunca consegui fechar o espaço para este. Tanto mais, que a partir das «casas», forçou o ritmo, conseguindo juntar-se ao fugitivo a cerca de 1 km do alto. Eu não tive alternativa que atenuar os «prejuízos».
O segundo ponto alto da jornada (pelo menos, em que estive presente) foi Ribas, onde o Runa se mostrou intocável, isolando-se desde a primeira rampa e até final, ganhando, inclusive, tempo ao longo da subida. Foi limpinho. Desta vez, cá atrás, a perseguição foi a dois, entre mim e o Freitas, embora ele tenha sempre mostrado mais capacidade e «frescura», que lhe permitiu forçar nos últimos metros e distanciar-se ligeiramente. Eu estava definitivamente em dia «Diesel», por isso contentei-me pelo trabalho em alta intensidade.
O «osso» seguinte foi Montemuro. Desta vez, sem Runa e quase todo restante grupo, cujas (poucas) unidades foram abdicando com o acumular das dificuldades. O ZT foi o único resistente. Desta vez, os papéis inverteram-se entre mim e o Freitas, tendo sido eu a impor o ritmo e a colocá-lo sob pressão. Bom indicador para mim, e também para ele, que resistiu muito bem até ao alto. O ZT não demorou muito a chegar, provando estar em forma muito aceitável, além do empenho no cumprimento do percurso na íntegra.
Para culminar, a curta ascensão a S. Estevão das Galés e Sta. Eulália. Forte, forte... para não destoar, e sem um milímetro para ceder. Mais uma vez, o ZT não perdeu muito, de tal modo que passou directo para a Ponte de Lousa sem reparar que tínhamos parado na fonte de Sta. Eulália.

Para mim, no total foram 145 km e um regresso ainda muito «composto» a Alverca, onde me cruzei com os homens de Montejunto... onde saudei a presença do Nando.