segunda-feira, agosto 27, 2007

Aguardando a crónica...

Eu e muitos utilizadores deste blog que não participaram na volta do último domingo estão na expectativa de saber as principais incidências da tirada... Não se vai deixar passar esta semana sem crónica!

A etapa da Serra da Estrela fica marcada, em definitivo, para dia 9 de Setembro (domingo)

No próximo domingo está prevista volta de Sintra (Lagoa Azul)

segunda-feira, agosto 20, 2007

S. Romão superou a dureza que se esperava!

No domingo, a volta apresentava o aliciante de concluir a clássica da Ota com a subida inédita a S. Romão, que acabou se revelar bastante mais dura do que é efectivamente!... Arrisco a dizê-lo «bastante mais dura» porque, no meu caso, foi mesmo a sério! Por três motivos principais:
1º O notório decréscimo de forma devido à inconstância de treinos nas últimas semanas, motivada por saturação de uma época longa que não deixa grandes saudades.
2º O andamento extremamente selectivo imposto desde o início da subida, em Alhandra, pelo Carlos Coelho, corredor federado (veteranos), que deixou excelente impressão durante todo o percurso, e não apenas na montanha, onde fez estragos a sério, como se descreverá mais adiante.
3º O vento forte, que foi obstáculo suplementar, e se fez sentir com grande intensidade ao longo da subida, acentuando os desgastes – principalmente dos que passavam por mais dificuldades, como eu.

De resto, para mim, a volta de domingo começou aziaga, com a quebra de um raio em Vialonga, forçando-me a parar, em casa (felizmente estava perto), para trocar a roda. Incidente que só não impediu a minha continuidade (pois a vontade nem era muita!) porque desde há algumas semanas temos o privilégio de contar com carro de apoio: conduzido pelo sr. Zé João – pai do José Henriques, também elemento recente do nosso grupo. Neste caso, teve a gentileza de aguardar enquanto trocava a roda e de voltar a colocar-me no pelotão, já este entrava na Ota. Desde já, o meu agradecimento!
Devido à avaria, fiquei a dever quilómetros preciosos aos bravos que enfrentaram o vento e a força dos roladores entre Alverca e a Ota. Lá estava o Freitas no seu terreno predilecto, o Paulo Pais em forma, o Rui (Scott) e principalmente o referido Carlos Coelho, que, logo a seguir, teve uma demonstração de bom nível na subida do Vale do Brejo, onde imprimiu um andamento muitíssimo rijo que seleccionou o grupo aos mais fortes – e nele se deve incluir o Fantasma, que só descolou na aceleração final.

Como tem sido habitual, o ritmo em terreno plano raramente é moderado. Friso, moderado! Porque nem pensar que possa ser leve... Facto que, a juntar ao vento muito forte, reforça o mérito de quem dá o peito à frente do pelotão mas também não permite grande poupança aos restantes. Além disso, por algumas ocasiões o andamento passou de forte a fortíssimo, como, o que «meteu» o Paulo Pais na aproximação de Vila Nova da Rainha, fraccionando imediatamente o pelotão: só o Freitas e o Fantasma, que estavam imediatamente atrás de si, não ficaram surpreendidos com a aceleração. Aliás, os que ficaram mais perto, no grupo perseguidor intermédio, foram apenas eu, o Carlos Coelho e o Rui Scott – o que diz bem da dureza da pedalada.
Talvez pelo andamento demasiado selectivo durante toda a tirada tenha havido uma fraca mobilização para a subida para S. Romão, que, afinal, era o grande atractivo da jornada. Todavia, os que decidiram enfrentá-la cumpriram esse enorme desafio, dadas as dificuldades, que, volto a reforçar, devido ao vento, para alguns, e pelo vento e o andamento, para outros, foram bastante superiores às que a própria subida impõe, em condições normais.

A subida foi verdadeiramente competitiva. O quarteto que se formou à cabeça, depois de alcançar o Freitas (que se tinha adiantado com um pequeno grupo após o empedrado de Vila Franca), não durou muito a desfazer-se. O ritmo forte, com variações bruscas, do Carlos Coelho (excelente trepador!) não demorou a fazer vítimas. O primeiro foi o Freitas, a tirar «bilhete» logo aos abanões iniciais mal a subida empinou; e o segundo fui eu, nas últimas centenas de metros da primeira parte da subida, também vergado a mais uma aceleração do Coelho, desta vez, saindo de trás, procurando surpreender. Mas só a mim, que definitivamente estava em dia «não»!
À frente, ficou o trio Coelho, Paulo Pais e Rui Scott, que «discutiu» palmo a palmo a parte final da ascensão, marcada por algumas rampas bastante inclinadas, e onde este último voltou a demonstrar os créditos que tem firmado nos últimos tempos, deixando a respeitosa concorrência para trás na derradeira rampa. Depois de mais esta exibição de classe, parece extremamente complicado vislumbrar actualmente quem consiga destroná-lo na montanha, e como...
Ontem perdi, para ele, mais de 2 minutos nos últimos 3,4 km (a segunda metade da subida), diferença bastante significativa. De resto, esta temporada já não devo encontrar motivação nem força anímica para voltar a atingir nível de forma que me permita «atacar» a sua hegemonia – e que ainda há bem pouco tempo assumi, perante próprio, ser um objectivo pessoal. Reconhecimento esse, que creio ser lisonjeiro para ambos!

Notas de observador:

Elucidativa, a expressão do Freitas à chegada ao Lameiro das Antas (a concentração final): «Posso rolar, passar topos, mas definitivamente não fui feito para subir...». Ele que, apesar de a época também já ir longa, ainda evidencia indiscutível boa forma, voltando a tomar as rédeas do pelotão, imprimindo andamento forte quando o terreno é-lhe mais favorável, situação que só na última quarta-feira, em Sto. Estevão, tinha voltado a acontecer desde meados de Julho.

Aplausos para as subidas do Salvador e do Fantasma, que resistiram à atracção de continuar em frente em Alhandra. E olha que era bem forte! Eis a atitude que se pretende. Mais: o Fantasma esteve «em grande» durante toda a volta, no seu terreno, e enfrentou a adversidade (entenda-se montanha) com inexcedível aplicação. Por seu turno, o Salvador, mais discreto na volta, empenhou-se na subida e teve boa recompensa. Poderosos!

Para o exemplo de galhardia do José Henriques na subida final. O novo recruta do grupo – daqueles que se quer muitos –, conclui a subida em grande esforço, encorajado pelo seu pai, a partir do carro de apoio. Cruzei-me com ele quando descia de regresso a Alverca e não resisti em dar-lhe uma «mãozinha» naqueles metros finais tão penosos. Perante a prestação que acabara de assistir do seu filho mais velho, no interior da viatura, Zé João (75 anos, muitos deles ligados ao ciclismo profissional), qual pai orgulhoso, premiou, alto e bom som, a proeza do seu filho: «Foi espectacular!»

Os mesmos elogios para mais uma demonstração de tenacidade do «Grande» Abel, desta vez acompanhado do Zé Filipe, que não «fugiram» ao tirocínio de S. Romão. Também quando já descia, a caminho de Alverca, cruzo com eles a cerca de 500 metros do alto da subida, onde o Abel, mesmo lidando com as fortes inclinações e o vento contrário, afirmou com surpreendente tranquilidade, no seu sotaque alentejano, dirigiu-me uma expressão que define bem a sua maneira exemplar de estar no grupo. «Vê lá tu, andámos para aí perdidos, mas passámos por umas rampas tã... lindas!». Por isso e muito mais, ele é «Grande».

quinta-feira, agosto 16, 2007

Sto. Estevão e inédita subida a S. Romão

Sto. Estevão já se tornou a rainha das etapas planas. No nosso calendário anual, não há outra igual. É uma estafa de tão plana, regalo para roladores e tem a vantagem de atenuar diferenças no pelotão.
Na última quarta-feira, feriado nacional, realizou-se mais uma destas longas tiradas pela lezíria ribatejana, em que à falta de dificuldades de relevo houve o vento para a tornar tão exigente como que as demais. Mas o vento não foi o único obstáculo. O andamento fortíssimo ainda mais!
E quando os roladores do pelotão estão em forma: a média horária aumenta vertiginosamente e com ela as dificuldades. Desta vez, até faltou um dos elementos em melhor forma do grupo e fortíssimo rolador, o Jony, mas convenhamos que o Freitas, sozinho, chegou e sobrou para as encomendas. Pode não ter sido o único a demonstrar qualidades de rolador, mas poucos mais conseguiram fazê-lo com a mesma «eloquência».
O Rui Scott foi um deles, a espaços muito mais reduzidos. Acima de tudo, é um trepador que demonstrou ser ciclista completo, ao acelerar paulatinamente o pelotão até aos 45 km/h (sob acção contrária do vento) em plena recta do Cabo, só parando quando os «elásticos» começaram a esticar demasiado para muito boa gente, que se a correria durasse mais algumas centenas de metros certamente partiriam...
A partir daí, impôs-se uma barreira «psicológica»: os 50 km/h. Restava saber quem teria capacidade para batê-la. Naquele dia, quem melhor que o Freitas? Fez um trabalho de se tirar o chapéu, de Samora Correia a Benavente, onde, à chegada, «tocou» os 50 km/h. Mais uma vez, houve elásticos a esticar, mas o vento favorável atenuou o desgaste.
De resto, apesar de a velocidade não ter atingido mais essa marca, a verdade é que o ritmo de cruzeiro elevado, com primazia para a acção do Freitas, não permitiu que alguém ousasse escapar do pelotão. Aliás, penso que foi (ou é!) a única pecha destas voltas sempre a rolar – que até aprecio, apesar de não me serem favoráveis: uma boa perseguição dá sempre outro «gosto». Mas com velocidades de cruzeiro de 35 km/h (a média final foi superior a 32 km/h) e ímpeto para rapidamente ultrapassar os 40 km/h, não pode haver espaço à aventura.
A única perseguição fi-la eu (por iniciativa em solitário) ao quarteto (Fantasma, Salvador, Pina e João do brinco) quando este se isolou na recta do Cabo, no regresso, na sequência de um compasso de espera, após o Freitas ter parado para reabastecer em Porto Alto. Foram 10 minutos de alta intensidade, a solo, e com boas sensações tendo em conta os 100 km a rolar já percorridos (o que para mim é positivo!), mas não chegou para «encostar» nos ditos fugitivos até Vila Franca. Depois foi rolar até final, onde nos aguardava uma chuvada de Agosto.

Infelizmente, há a lamentar as quedas do Carlos do Barro (em Sto. Estevão) e do Salvador (em Vila Franca), a primeira com consequências bem mais graves – fractura da omoplata e de um dedo, e que só não foi ainda mais grave, graças ao (indispensável) capacete. Para ambos, o nosso encorajamento e os votos de rápida recuperação das mazelas.

Próximo domingo: inédita subida ao Santuário de S. Romão

Na senda do êxito das recentes tiradas Marginal-Sintra e Nossa Sra. da Ajuda, anuncia-se que, no próximo domingo (dia 19), está prevista a realização de outra super-volta, que, tal como aquela, promete ser extremamente interessante.
Pensou-se num percurso que correspondesse às características fundamentais da apreciada volta do passado fim-de-semana, um misto de planície com montanha, privilegiando muito mais a primeira, mas concentrando as principais dificuldades do relevo no final, e mantendo a distância (selectiva) superior a 100 km, aconselhando, a sensatez, que a abordagem à maior parte do trajecto seja «suficientemente» moderada.
Anuncia-se, então, o Loures-Santuário de S. Romão, na distância de 110 km (aprox.), cuja atracção é a chegada ao alto de S. Romão (santuário), inédita em voltas do nosso grupo. Trata-se de uma subida de 9 km no total, com cerca de 4% de inclinação média, dividida em duas partes, praticamente com os mesmos kms: a primeira inicia-se em Alhandra, para S. João dos Montes até ao alto de A-do-Barriga (4 km a 4,5%), no cruzamento da Estrada Nacional 248-3 com EN 10-6, de Alverca para A-dos-Melros e Adanaia; seguindo-se um falso plano de cerca de 1,5 km, antes da segunda fase da subida, para o santuário de S. Romão (3,4 km a 5,5%, até aos 350 m de altitude) – a 2 km de Lameiro das Antas, o cume da tradicional subida de S. Tiago dos Velhos, onde está prevista a concentração final da etapa.
Sobre as características da subida, apesar da inclinação média relativamente acessível (os referidos 4%), devemos considerar que está dividida pelo referido troço de cerca de 1 km em falso plano descendente, que, como facilmente faz deduzir que a percentagem média dos restantes 8 km é bem mais elevada, atribuindo-lhe dureza necessária para ser selectiva, principalmente após 110 km. Mas nada melhor, para quem ainda não a conhece, que fazer recomendável reconhecimento...
Quanto aos restantes 110 km, não têm outra dificuldade montanhosa que se compare. De resto, não oferecem grandes novidades à clássica volta da Ota. O traçado é conhecido (Loures-Tojal-Vialonga-Alverca-Vila Franca-Carregado-Alenquer-Cheganças-Ota) e a tradicional subida do Vale do Brejo está igualmente contemplada no percurso.
Todavia, em Aveiras de Cima, o percurso original faz uma variação, tomando o cruzamento à esquerda, logo a seguir à saída da povoação, para Pontével (por Casais Penedos). Logo após o cruzamento, há um topo de cerca de 800 metros bem inclinado e a ligação a Pontével faz-se em terreno «parte-pernas», embora descendente. O contrário acontece de Pontével para Cruz do Campo (cruz. EN 3), onde se sobe suave mas progressivamente. A partir de Cruz, à direita para Azambuja, retoma-se mais adiante o percurso da volta da Ota (no cruz de Aveiras) e ruma-se em direcção ao Carregado e Vila Franca, onde o «factor-empedrado» não poderá ser descurado, pois logo a seguir está Alhandra e imediatamente ao início da subida final para o santuário de S. Romão. Recorde-se que a concentração final está marcada para o cruzamento do Lameiro das Antas – a partir daí, a ideia é descer tranquilamente para Bucelas e para Loures (total 125 km).

quarta-feira, agosto 15, 2007

Há coisas engraçadas, não há!!


Eis a altimetria e o meu registo cardíaco na interessante volta da Sra. da Ajuda (dia 12)
Tentem adivinhar os locais...

terça-feira, agosto 14, 2007

Domingos empolgantes!

De manhã cedo, o parque velocípede nas bombas da BP de Loures além de caro era imenso. Mas não só. Os seus felizes proprietários eram bons e apresentavam-se uma vez mais motivados para a exigente tirada domingueira. O Renato Hernandez, a estrear a sua negríssima Six13, definiu o estado geral do nosso pelotão: «A malta nem vai de férias só para vir aos domingos!»
Quem o diz faz parte de uma nova geração de sangue na guelra, que tem contribuído decisivamente para que o nível do grupo tivesse atingido nível nunca antes alcançado. Mau augúrio, podem afirmar os críticos do costume. Para mim, pelo contrário, é sinal de vitalidade. A demonstrá-lo está o desempenho e a atitude global fantásticos durante a tormentosa Nossa Sra. da Ajuda. Ambos resumem-se em apenas um aspecto fundamental: sinto-me lisonjeado por TODOS terem correspondido ao meu repto de concluírem o percurso – friso todos, mesmo sem saber se algum não o terá feito. Tanto mais, que as dificuldades do percurso, montanhoso (+ de 1200 metros de desnível acumulado), foram ainda agravadas pelo andamento altamente selectivo. As expectativas foram largamente superadas, acima de tudo, porque ao compromisso (pessoal, esclareça-se) em concluir o traçado juntou-se empenho fora-de-série!
Mas vamos à crónica. Como aconselhava o facto das grandes dificuldades estarem reservadas para a segunda parte do percurso, a primeira decorreu sem excessos, por isso sem grande história. O pelotão rolou, contra o vento, de Sacavém a Alverca, «puxado» maioritariamente pela dupla Jony e Rui Scott, (embora também lá tenha passado o Steven, e poucos mais). À chegada à minha cidade-residência (Alverca), o Rui protagonizou a primeira mudança de figurino da tirada. Na avenida central, acelerou o ritmo e o pelotão permitiu que se isolasse, levando o Fantasma (regresso após algumas semanas de ausência) na roda. À chegada à rotunda do Brejo já levavam cerca de 200 metros de vantagem, mas o pelotão preparava-se para se reorganizar na perseguição. O Rui é uma das figuras a quem não está autorizadas liberdades excessivas... O João do brinco relembrou-o, mas nem precisava.
Todavia, alguns metros depois, ao iniciar-se a subida de A-dos-Melros, a ausência de contacto visual na primeira longa recta exaltou os líderes do pelotão. Por isso, o que poderia ser uma perseguição através de controlo à distância, passou rapidamente a corrida desenfreada. Toda a parte mais dura da subida foi «a mata-cavalos», contra o vento, a meter muita gente – eu incluído – no «red line» tanto nos períodos em que assumi a condução do grupo, como naqueles em que o Nuno Garcia, o Jony e o Freitas também se revezaram.
Contudo, apesar do andamento altíssimo, nem sinal dos fugitivos. A explicação veio pouco depois – mesmo assim, já quase no final da subida, já os desgastes tinham sido feitos: um telefonema do Rui esclareceu sobre esta corrida do gato e do rato, em que o rato parecia correr mais que a conta! Os dois «fugitivos» tinham-se enganado no caminho e seguiram em frente, para Vila Franca, nem sequer iniciando a subida. Ai a falta de cuidado em saber o percurso!!!
Enfim, o pelotão descomprimiu. E bem! Aguardou-se muito pela reintegração de todos os elementos que foram adequando o ritmo às suas capacidade e ainda mais para o Rui (que teve de realizar toda a subida sozinho, em recuperação (rapidamente o Fantasma não consegui seguir-lhe a roda – e de resto, acabou por tomar outro rumo), sem dúvida em condições não mais favoráveis que as dos seus supostos perseguidores.
A Mata era o prato seguinte. Após entrada moderada, «meti» o ritmo, embora não demorasse muito a ser rendido pelo Jony, que fez as despesas durante o «miolo» da subida impondo um ritmo muito bom. No último km, o Rui rende-o e levou o restrito grupo da frente quase até à meta do Prémio da Montanha, onde o Freitas quis passar à frente, não lhe permitindo o Jony. Depois disso, foi com especial prazer que assisti à chegada dos demais, ao ritmo que mais lhes convinha. No alto, respeitou-se escrupulosamente a neutralização, após o que se rumou a S. Tiago dos Velhos e ao segundo «prato» do dia: o «muro» da Ajuda.
Na descida, o Salvador acelerou e ganhou distância. Muito boa iniciativa, que lhe permitiu entrar nas elevadas pendentes com bom avanço. Voltei a endurecer o ritmo à frente do pelotão e ainda mais na abordagem à duríssima rampa, ainda mais porque fortemente batida a vento. Entretanto, o Rui Scott ultrapassa-me e força. Apanho-lhe a roda. Mas não é fácil. Para mais que o Nuno Garcia surpreende pela esquerda. A roda a seguir era, agora, a dele. Mas o Rui volta a mudar de ritmo e o Garcia tem uma «quebra» acentuada e quase pára à minha frente, obrigando-me a ficar pendurado nos pedais. Impossível alcançar o Rui. Mas as diferenças foram mínimas. O esforço, ao invés, foi máximo!
Lá em cima, nova paragem para reagrupamento. Ninguém quebrou o protocolo. Cinco estrelas! E depois de subida, outra descida. Agora para Quinta do Paço e Tesoureira. Surpreendentemente, o Freitas acelera à frente do pelotão tentando aproveitar o relaxe geral e minha posição e do Jony na causa do grupo. O Rui estava por perto e juntou-se à iniciativa, que, porém, foi neutralizada com a eficaz reacção do pelotão (e não foram precisas ajudas dos mais fortes; a união e o espírito de responsabilidade fizeram a força. Super!).
Mas a contenda estava definitivamente espicaçada, e por acção do Jony (não terá apreciado muito o movimento sorrateiro do Freitas?!) e de outros, como o Carlos do Barro e o Salvador, fez a ligação ao início da subida para Casais da Serra em bom ritmo. Assim se mantendo, quando o Jony voltou a «pegar» no ritmo. Outra vez, como na Mata, de muito bom nível. Os restantes procuraram abrigo nas rodas, embora o vento, nesta fase, não fosse tão castigador. No último km, o Rui voltou acelerar e obrigou a perseguição esforçada, dada a aproximação da derradeira e decisiva subida: Ribas. No cruzamento de Casais da Serra estavam o pelotão (ou o que restava dele) de novo reagrupado e foi conduzido pelo Salvador e o Carlos do Barro que chegou ao Freixial para atacar o derradeiro pitéu...
A rampa de entrada na subida de Ribas mostrou o Renato ao ataque. Fortíssimo, impossível de acompanhar. Mas demasiado também para quem tinha de lidar com os três complicados quilómetros que restavam. A quebra foi rápida e antes de iniciar o troço da escola primária (Ribas de Baixo) encarreguei-me de fechar o espaço. Quando o fiz, passei logo ao ataque, fazendo a primeira mudança de ritmo, procurando aferir a resposta dos seus parceiros. E depois uma segunda logo após a aldeia. Ainda sem me aperceber se teria causado «estragos», o Rui ultrapassou-me e tomou as rédeas, forçando. À chegada ao «descanso» intermédio da subida, finalmente inteirei-me da situação: o Freitas tinha descolado. Primeiro pela minha acção e depois pela consolidação motivada pelo Rui. No descanso, encarreguei-me deste não haver...
Restava um trio à frente: eu, o Rui Scott e o Jony. Não demorou muito a que o Rui me rendesse e conduzisse o trio a partir da entrada nos últimos 1,5 km, a fase mais dura da subida, principalmente a partir do cruzamento para o Vale S. Gião. Então, veio o momento decisivo da subida: à passagem pela entrada do Parque de Montachique, o Rui (que não conhecia o local) exterioriza algum desconforto com a visão da forte pendente que se deparava. Informámo-lo sobre a distância que restava para o alto (300/400 metros), mas à passagem pelo interior da curva larga à direita (onde a inclinação atinge acentuação máxima), deixa cair o andamento significativamente (de 18/19 km/h para 16 km/h) e eu decidi lançar a minha cartada. Acelerei para descolá-lo - naquela fase já não pensava que o fizesse em relação ao Jony, mas acabou por ele a ceder. Quanto ao Rui, reagiu muito bem e teve ainda força para «passar» directo, ganhando-me cerca de 10 metros no Alto do Andrade.
O Jony começou às voltas com ameaças de caímbras e consentiu muito tempo em poucos metros. Ao invés, o Freitas recuperara do mau momento no início da subida e depois de numa primeira fase ter sido alcançado pelo Carlos do Barro (que chegou ao alto com a máscara de esforço pelo empenho que deveria ter sempre nestes momentos) e o Renato (promissor), deixou-os para trás e chegou já muito perto do Jony. O Carlos e o Renato também terminaram logo a seguir, e depois o Salvador à frente do João do brinco (subida de forma indiscutível, que o já coloca quase ao nível do Salvador!). Estes foram o que fizeram a subida mais rápido, mas todos os restantes estão de parabéns.

Amanhã (dia 15): Sto. Estevão (8h30)

ÚLTIMA HORA: No próximo domingo, está em preparação mais uma super-volta, com final inédito e empolgante. Amanhã à tarde, a apresentação!

sexta-feira, agosto 10, 2007

N. Sra. Ajuda: «muro» para transpor no domingo

Info para a volta do próximo domingo: Sra. da Ajuda

Percurso: Loures-Frielas-Unhos-Sacavém-Alverca-A-dos-Melros-Adanaia-A-do-Barriga-Arruda-Mata-S. Tiago dos Velhos-Contradinha-N. Sra. Ajuda-Quinta do Paço-Tesoureira-Casais da Serra-Freixial-Ribas-Fanhões-Tojal-Loures

Distância: 80 km

Horário de saída: 8h30 (Loures)

Sugere-se que sejam respeitados (rigorosamente) três pontos de neutralização para reagrupamento de todos os elementos:
1º alto da Mata
2º alto de N. Sra. Ajuda
3º Ribas (alto do Andrade)

O motivo de os dois primeiros pontos de «espera» estarem tão próximos deve-se ao facto de a passagem pelo conhecido «muro» da N. Sra. Ajuda provocar, naturalmente, diferenças acentuadas que dificilmente serão recuperáveis durante os quilómetros que restam, uma vez que a entrada na subida da Tesoureira e Casais da Serra é logo a seguir, tal como daí à subida final para Ribas.
A neutralização no alto do «muro» da Sra. da Ajuda permite com que o grupo possa iniciar compacto a subida de Tesoureira - o que raramente sucedeu em anteriores ocasiões.

Notas de rodapé:
Tal como na edição de 2006, faço desde já um desafio a todos os participantes que coloquem como objectivo principal cumprir o percurso na totalidade. Para tal, escusado será dizer que é fundamental cada um adaptar o seu andamento às suas capacidades. A volta, apesar de curta, é muito exigente, constituindo, acima de tudo, um desafio de superação individual. Terminá-la deveria ser, para todos, a motivação maior! Embarcar em esforços excessivos durante a primeira fase do trajecto (até à Mata) é meio caminho para não encontrar força física e anímica para conclui-lo, nomeadamente, fazer a última subida de Ribas.
Também se sugere que ninguém se adiante aquando das neutralizações, o que além de não ter qualquer justificação plausível, acaba por provoca desestabilização e desnorte no grupo, além de riscos inerentes ao desconhecimento do paradeiro da(s) pessoa(s).

quinta-feira, agosto 09, 2007

Feriado em Montejunto: a crónica que faltava

A pedido de várias família e como não gosto falhar a compromissos, eis a crónica de Montejunto, no passado dia 26, ferido municipal em Loures. A possível, dada a distância que já está...

Feriado em Loures, gazeta para a maioria dos trabalhadores por conta de outrem do pelotão Pina Bike a labutar no município. Por tradição, essa malta gosta de se sacrificar mesmo em folga e todos os anos não prescinde de uma esticadinha a Montejunto. Não fazem por menos!
No último dia 26, lá estavam eles, preparados para o castigo, e contando com a adesão por solidariedade, imagina-se, de mais uns quantos de outras paragens com disponibilidade matinal. O dia amanheceu farrusco, a ameaçar chuva e desgraçadamente batido a vento. O grupo reuniu-se em Bucelas (para variar, das bombas de Loures) e bem composto, mas partiu esfrangalhado e pachorrento em direcção ao Forte de Alqueidão. O Carlos do Barro e o Evaristo com avanço (no primeiro já não espanta!), e os restantes concentrando-se aos poucos até formarem, finalmente, pelotão digno desse nome após os primeiros quilómetros da subida ao Alqueidão.
Apenas ficou a faltar o Hélder, à espera dos colegas que tinham, segundo ele, adormecido (Enfim, alguém que parecia saber aproveitar o feriado!). Resultado: Saíram com relativo atraso, e desde logo ficou esclarecido que só muito mais tarde o veríamos. Pois não havia dúvidas que o voltaríamos a ver, esmo que, como se esperava, o obrigasse a desenfreada perseguição. Mas também ficou imediatamente confirmado que não teria condições de estar «efectivamente» na subida. Mas lá iremos...
A subida para o Forte de Alqueidão não teve história, embora o andamento forte do possante Renato Hernandez, contra o vento, causasse a fracção no pelotão. Adiantou-se quem considerava que o esforço não iria «pesar» em Montejunto: além do Renato, só eu e o Jony.
A partir do Sobral, o cariz da tirada mudou radicalmente. O ZT isolou-se e o Evaristo foi o único que não estava disposto a deixá-lo ganhar avanço. Durante a descida para a Merceana, os dois fugitivos rapidamente ganharam distância... pouco habitual! Como se esperava, o pelotão entrou estado de alerta e «meteu uma abaixo». E então quando tinha a fuga controlada, teve, por fim, atitude habitual: anulou-a assim que pôde – ainda antes da Merceana. O principal obreiro foi o Jony, que manteve o ímpeto da descida na complicada ligação a Freixial ao Meio e Atalaia, causando, naturalmente, a selecção.
A partir daí, o andamento não voltou a descer. Ou parecia que ninguém queria vê-lo descer. Inclusive o Hernandez e o Evaristo. Sem surpresa, depois de Atalaia já só sobrava um pequeno grupo - Jony, Ricardo, Hernandez, Carlos do Barro, Evaristo e João do brinco –, que entrou isolado a Vila Verde dos Francos.
A subida a Montejunto voltou a não trazer grande história, apenas o desenlace previsível do atraso do Hélder à saída de Bucelas, embora reconhecendo já não esperar naquela altura voltar a vê-lo. Após as primeiras rampas, em que impus andamento que só o Jony conseguiu seguir, na pequena descida, enquanto aproveitávamos para aliviar um pouco as pernas, somos sobressaltados pela passagem de rompante do Hélder! O Jony ainda «engatilhou» mas nem chegou a ser preciso «disparar». O homem esclareceu imediatamente que tinha vindo «a abrir» desde Bucelas, «a 30 à hora contra o vento no Alqueidão», segundo ele, e que «não estava em condições de acompanhar o ritmo na subida». Ou seja, veio dar um ar da sua graça. E foi precisamente o que fez. Quando o terreno voltou a empinar, meti novamente a «marcheta» e só o Jony conseguiu acompanhar-me.
A partir daí, foi uma subida muito interessante, realizada «a dois», em entendimento perfeito, permitindo igualar o tempo realizado (por mim) na última vez que o grupo tinha ali subido, numa terrível manhã de frio e nevoeiro. O «crono» agora efectuado (27.18) e o facto de termos chegado a par ao alto, demonstra, antes de mais, a grande evolução do Jony em subidas longas.
Os restantes chegaram a conta-gotas, com o Carlos do Barro a realizar um boa subida (mais uma vez prescindiu de tentar seguir-nos, quando tem condições para o fazer... E já o provou em mais que uma ocasião). Depois de uma abordagem demasiado cautelosa à subida, foi progredindo e deixou para trás o grupo do Hélder (que trouxe os tais dois colegas), o Evaristo (faz sempre boa figura em Montejunto, mesmo depois de grande actividade durante o percurso), o João do brinco (já a demonstrar apreciável subida de forma, que, de resto, tem vindo cimentar, como no último domingo, em Sintra) e o Renato Hernandez (a carimbar uma estreia auspiciosa em Montejunto).

Resta uma nota de realce no regresso: os que não tiveram a sorte de gozar feriado viram-se obrigados a regressar mais... rapidamente. Não esperava que fosso tanto. Decidimos fazê-lo por Abrigada... felizmente a favor do vento. Formou-se então um trio: eu, Jony e o Hernandez. O ritmo começou a «animar» no falso plano descendente do aviário, para Abrigada, onde o Jony meteu o ponteiro nos 70 km/h! Eu lutei por não perder a sua roda com todas as limitações do meu 50x12, a uma cadência de 130 rotações p/ minuto e os tendões a querer «saltar»! Entre o alto de Montejunto e Vila Franca realizámos a excelente média de 39 km/h! E com alguns momentos de relaxe... forçado, pois a facilidade com que o Jony acelerava nos topos deixava-nos imediatamente em dificuldades. O Renato tirou bilhete duas ou três vezes, mas, como é bravo, à chegada a em Alverca (quando me despedi) lá permanecia!

quarta-feira, agosto 08, 2007

A minha «caixa negra» da volta da Marginal-Sintra

A caixa negra (Polar) não mente! Mostra explicitamente as principais alterações de intensidade durante a volta do último domingo: Marginal-Sintra. A primeira mudança de patamar de esforço aconteceu entre os 20 e os 35 km, durante a fuga de Cabo Ruivo a Algés. Como se pode ver, a intensidade foi de endurante alto (zona amarela), sem entrar em «sobre-regime».
O que se segue, até ao Guincho, mostra bem como se pode conduzir um pelotão a mais de 30 km/h sem quase ultrapassar as 140 bpm. O que quebra alguns «mitos», ehe!
O «pico seguinte já foi na subida para a Malveira da Serra, devido ao excelente trabalho do Paulo Franzino à frente do grupo, também sem sair da zona amarela, ao que se seguiu um ligeiro descanso (quando ele deixou a dianteira e o terreno ficou menos inclinado).
A seguir vieram as verdadeiras agruras: a subida para a Peninha sempre em regime anaeróbio (9 minutos na zona vermelha, acima das 172 pulsações - embora neste caso tenha sido acima das 180).
Finalmente, o último «pico» foi à passagem por Negrais, também a alta intensidade (zona vermelha), mas sem capacidade para seguir no grupo da frente na aceleração final para Sta. Eulália.
Ainda houve mais um «piquinho» final, no topo de Guerreiros, mas foi apenas um esboço de reacção ao sprint entre o Jony, Freitas, Rui Rodrigues e o Paulo Pais. Mas como se pode ver, foi apenas um esboço...

P.S. A volta do próximo fim-de-semana é a não menos «picante» da Nossa Sra. da Ajuda, com subida a A-dos-Melros (por Alverca), Mata, o muro da Sra. da Ajuda, Casais da Serra e Ribas no cardápio. Salvam-se os 80 km... apenas!

segunda-feira, agosto 06, 2007

Marginal-Sintra: a crónica

A volta deste domingo teve o melhor e o pior. Comecemos pelo pior. A queda do Polícia e do Renato Hernandez na descida da Peninha, que deixou o primeiro bem marcado e em sofrimento no regresso a Loures. Alertara com veemência, neste blog, para a perigosidade da descida (muito íngreme, estreita, sinuosa e com mau piso), mas, ao que se sabe, o motivo da queda foi desconcentração do Renato devido à perda de um bidão. Um incidente lamentável que ensombrou uma tirada que tudo teve de espectacular: pelotão enorme, andamento vivo, fugas, perseguições, terreno de predilecção para roladores e trepadores e alguns sprints fortíssimos.
O impacto causado pela projecção desta super-volta, a atracção do belíssimo percurso pela Marginal e Sintra ficou, desde logo, comprovado pelo extraordinário número de elementos à partida de Loures, para a partida justificadamente antecipada em relação à hora habitual, devido à distância e dificuldades da tirada, que muito cedo conheceu animação: fuga inesperada protagonizada por quem não devia ter muito espaço de manobra. Conta-se assim:
À passagem por Cabo Ruivo, adiantei-me algumas dezenas de metros ao pelotão sem que nada tivesse feito por isso, e surpreendido vejo o Freitas passar «directo». A reacção do pelotão tardou e após alguns instantes em posição intermédia, acelerei para me juntar, formando o duo, que passou de imediato ao esforço conjunto de consolidar a fuga, principalmente depois de também o Henrique e o Salvador terem chegado.
Durante os primeiros quilómetros, a escapada foi-se cimentando, já com o pelotão na perseguição, sempre com os fugitivos à vista. O trânsito e os semáforos junto ao Terreiro do Paço e Cais do Sodré jogaram a favor do quarteto, mas à passagem por Alcântara era visível a aproximação de um duo – situação que surpreendeu. Quem teria saído do pelotão, procurando juntar-se à fuga? A resposta surgiu entre Belém e Algés, quando o quarteto passou a sexteto, com a integração do Jony e do Hélder. A entrada dos perseguidores no mini-grupo ainda causou alguma agitação, mas só serviu para condenar a fuga ao malogro, pois junto ao Aquário Vasco da Gama, o pelotão, conduzido pelo Paulo Pais, estava de novo compacto.
A partir daí, rolou-se sem mais novidades até ao Cascais e em toda a ventosa estrada do Guincho – a não ser as «entradas» do Rui Scott e do Miguel Marcelino e o seu amigo de Montejunto. Prestes a deixar a planície da Marginal, entrando nas vertentes da Serra de Sintra, eis um furo a forçar a uma paragem de alguns minutos, que teve o condão de arrefecer os ânimos.
Ao retomar-se a marcha, já só sobrava o grupo dos que queriam «disputar» a longa subida até ao alto da Peninha. A este juntaram mais alguns elementos, entre eles dois «federados» da equipa Janota & Simões, Henrique Janota e Vítor Faria, engrossando a lista de candidatos.
A abordagem à subida foi cautelosa, mas com andamento muito bom, imposto pelo Paulo (Franzino), que soube conduzir o pelotão (ou o que restava dele) até depois da Malveira da Serra, realizando um trabalho muito meritório, de voluntarismo elogiável. Ao surgir as primeiras vertentes expostas ao vento, a caminho da Azóia, o Paulo cedeu a sua posição e o grupo, agora sem «condutor», começou a desgarrar-se, tendo o Vítor Faria tomado as rédeas. Mas acabou por ser o Freitas, logo a seguir (cerca de 1 km do alto), que fez a verdadeira mudança de ritmo, obrigando o grupo a cerrar fileiras.
Na aproximação do Prémio da Montanha (Azóia), surgiu mais um «reforço»: nada menos que o Rui Rodrigues, que veio ao nosso encontro, e passou imediatamente... ao ataque! A tirada estava mais aberta que nunca, e ainda não se tinha entrado na fase decisiva.
A ligação ao cruzamento do Cabo da Roca foi rápida e ainda mais frenética foi a entrada na subida final, para a Peninha. O primeiro a acelerar foi o Hélder, ao seu estilo, mas o Freitas não fez por menos. As respostas não se fizeram esperar, principalmente dos Janotas, do Rui Rodrigues e do Paulo Pais. O ritmo das primeiras centenas de metros foi vivíssimo!
Refira-se que a subida tem 3,2 km e inclinação média superior a 6%, incluindo um curto descanso e uma breve descida (acentuada) lá mais para cima. Ou seja, atacavam-se «como se não houvesse amanhã» as primeiras rampas, certamente a mais de 8%. A selecção fez-se sem surpresas: Rui Rodrigues, os dois Janotas, Paulo Pais, Freitas, Jony, Hélder, eu e o rui Scott.
Mas não se pense que ficou por esta ordem! Começaram a «sair» as primeiras facturas: o Freitas e o Hélder pagaram a ousadia da entrada e à passagem do km inicial já estavam fora de combate. Lá à frente, o Rui Rodrigues parecia ganhar vantagem, mas os Janotas lutavam por se manter em jogo. O Paulo Pais começava a acusar o esforço e o Jony também teve de encontrar o seu ritmo. Em nítido ascendente estava o Rui Scott, que rapidamente fechou o espaço de 20/30 metros para os homens da frente, onde Vítor Faria também fraquejava e o Rui Rodrigues não tinha capacidade de seguir o ritmo do Henrique Janota e do Scott. Nesta altura, depois de também ter encontrado o meu ritmo, começava a recuperar, ultrapassando o Paulo Pais e o Vítor Faria ao último descanso da subida, antes da pequena descida e da duríssima rampa final (200 metros). Lá à frente, o Rui Scott fazia o Henrique Janota «sofrer», enquanto o Rui Rodrigues tentava atenuar o «prejuízo» para aquele duo, mas via-me chegar praticamente à sua roda, tal como o segundo Janota, que, num lampejo final, chegou connosco.
Mais atrás, o Paulo Pais, o Jony, o Freitas e o Hélder. Mas não só. Os restantes, com destaque para o Paulo (Franzino), o João (do brinco) e o Salvador, autores de excelente subida, mas também o Polícia e o Renato (que viriam a sofrer quedas na descida que se seguiu), o Steven, Carlos do Barro, ZT, etc... sem esquecer o insuperável Abel.
O regresso a Loures ainda teve outro momento de grande intensidade. Uma fortíssima chegada a Sta. Eulália e um sprint de «prós» no topo de Guerreiros, demasiado musculados para mim...

Notas de observador

Ponto prévio, muito importante: qualquer dos novos «inquilinos» – nomeadamente, o Rui Rodrigues, os dois Janotas e o próprio Rui Scott, sem desprimor do excelente desempenho nesta parte decisiva da subida, encontravam-se em posição de indiscutível vantagem sobre os demais, que arrancaram de Loures em plano de igualdade e, naquela altura, já contabilizavam 70 km e considerável dose de ácido láctico nas pernas.

Elogio à forte mobilização para esta volta, correspondendo aos fortes aliciantes do percurso, mas também prova que o nosso grupo está bem e recomenda-se!

Elogio à presença do Paulo Pais, que além do seu inquestionável companheirismo, demonstrou estar em muito boa forma. Amigão, estiveste bem na subida da Peninha, e creio sinceramente que se tivesses optado por não tentar ir com os primeiros logo no início, chegarias ao alto com eles!

Elogio ao excelente momento do Jony. Na minha opinião, actualmente é o mais forte do nosso grupo. Pode não sê-lo ainda nas subidas mais selectivas (como a de ontem, mas não pela inclinação, mas devido ao andamento), mas demonstra-o, sem dúvida, na enorme disponibilidade física em todo o tipo de terreno. Impressiona só de ver! Só o passo que meteu à frente do pelotão na perseguição à fuga fez com que saísse dele – só o Hélder o acompanhou! E depois, praticamente sem a ajuda deste, recuperou para se juntarem aos fugitivos. E ao sprint ainda está para vir quem... lhe dê luta.

O Freitas também exibe grande forma, mas que leva-o a cometer alguns excessos (ou talvez, precipitações), como a de ontem, à entrada da subida final, que o impedem de retirar o melhor proveito desse bom nível. Ou seja, ao atacar ou meter andamentos demasiado altos em subida, contraria as suas próprias características, o que acaba por jogar contra si. O que ontem fez à entrada da subida da Peninha não é para um ciclista com o seu peso, é para trepadores franzinos. Mas não só, os efeitos colaterais ainda foram mais graves. Com aquilo, espicaçou a forte concorrência e assim colocou logo em xeque o seu desempenho na subida.

Aliás, ontem, o próprio Jony acabou por ser «vítima» desse erro estratégico do Freitas. É-lhes favorável que, em subida, o ritmo não seja tão intenso, para, mais acima, poderem aplicar a sua capacidade de mudar de velocidade. Aliás, isso já vai acontecendo durante o ano, em subidas como Mata e Ribas, inclusive em situações em que (neste caso, o Freitas) já tem tirado vantagem de ser ele próprio a meter o passo que mais lhe convém (rijo, mas não demasiado). Assim, impede que outros giram a subida à maneira que mais lhe convém ou sucedam mudanças de velocidade desfavoráveis, aplicando no final a sua explosão muscular para tentar fazer a diferença. Mas, como ele habitualmente diz, outras ocasiões para rectificar não faltarão!

Outro elogio, para o Rui Scott. Pela presença e pela exibição em Sintra. Depois de ter surpreendido em Fátima, em finais de Abril, voltou a brilhar, com grande classe, desta vez frente a concorrência (ainda mais) competitiva. Eu fui observador privilegiado da sua excelente subida. Em progressão, foi galgando terreno com facilidade até alcançar que se adiantaram nas primeiras rampas, «vergando», no final, a sua derradeira companhia. Apesar de, como referi na crónica, estar com alguma vantagem em relação aos que fizeram a volta completa. Porém, em igualdade com os seus principais «adversários» na subida, os Janotas e o Rui Rodrigues! E contra estes foi nitidamente superior. Além disso, é pessoa humilde, o que joga ainda mais a seu favor! Pena que a sua presença seja apenas em... ocasiões especiais, onde deixa sempre a sua marca!

Não tenho memória de ter empenhado tanto esforço, como ontem na subida da Peninha. Desde a base até ao alto, sempre acima das 180 bpm – o que quer dizer que, com «aquelas» penas, não poderia ir mais depressa. A entrada foi vertiginosa, o que me deixou «aos papéis», mas rapidamente entre no «meu» ritmo e não posso deixar de ficar satisfeito com a minha prestação. Apesar do sofrimento, as sensações foi sempre positivas e a melhorarem com desenrolar da subida. O Rui Scott e o Henrique Janota estavam fora do alcance (chegaram ao alto com aprox. 20 segundos de vantagem) numa ascensão tão curta, mas fica o consolo ter chegado na roda do Rui Rodrigues.

Também gostei muito da entrega às dificuldades e a boa forma do João do brinco e do Salvador.