sábado, novembro 29, 2008

Chegou o dia de fazer «reset» a 2008

Amanhã será dia de meter o conta-quilómetros a zero, marcando o início oficial da temporada 2009 com a importante fase da pre-época. Em simultâneo com o «reset» à máquina faço-o também a ano velocipédico que finda, classificando-o de bastante positivo, considerando a concretização dos objectivos propostos: a participação nas clássicas espanholas, em especial, a estreia no Quebrantahuesos.
O balanço global, o que correu bem e o que poderia ter corrido melhor, deixarei para futuro comentário, inclusive a temporada do nosso grupo - que ficou marcada negativamente pela não realização da Clássica de Fátima.
No meu caso pessoal, foi mais um ano de superação dos índices físicos, desde logo compensador do árduo trabalho de meses. Ligeiramente mais treino (cerca de 1000 km em relação ao ano anterior, mas com períodos de inactividade mais longos: cerca de um mês e meio no total) mas, acima de tudo, melhor treino. Ainda assim, logicamente há arestas a limar e, por isso, margem de progressão - quero crer. O próximo ano será promissor, mas cheio de interrogações sobre a disponibilidade, devido a compromissos de segunda paternidade, logo na abertura do novo ano. A ver vamos.
Por ora, o mais importante é estabelecer metas e esquematizar as primeiras semanas de treino, consciente que a superação dos desempenhos da época que agora finda é tarefa complicada - isto, se mantiver níveis físicos semelhantes ou aproximados. Logo, a palavra de ordem é continuar evoluir, optimizando o treino e o planeamento. Para concretizar os principais objectivos a que me proponho - os dos últimos anos e penso que será também do próximo -, é fundamental ter muito endurance, capacidade aeróbia alta e acima de tudo passar bem a alta montanha, subir bem, não apenas subidas curtas, mas as grandes montanhas - e não só uma: um encadeamento delas.
São assim as clássicas estrangeiras, como o Quebrantahuesos, com 205 km, três «cols» e mais de 3000 metros de desnível acumulado. Esse «pico» de forma só se consegue com muito, muito trabalho específico.
O pretendo para 2009 é aumentar a potência média em esforços prolongados, como os que são precisos para a montanha (por vezes superiores a 1 hora). Aí, a relação peso/potência dita as leis e, como tal, além do apuro do «motor» (cardio-vascular e músculo), também é imprescindível atingir o peso ideal - um compromisso delicado. Os registos recolhidos nas provas (através do Polar) demonstram que a capacidade cardio-vascular que atingir em Junho foi bastante satisfatória e a muscular foi capaz de suportar elevadas intensidades durante muito tempo (no Quebrantahuesos, num tempo total de 6h37, passei 52 min. entre as 175 e 195 pulsações/min [em regime anaeróbio] e 2h43 entre 156-176 [em aeróbio alto até ao limiar]).
Agora a meta é aumentar o débito de potência nestes regimes (os watts ou ainda mais em voga watt/kg) Simplesmente... conseguir andar mais depressa às mesmas pulsações, para tal precisando ganhar ainda mais força muscular e não ganhar peso, quiçá perdê-lo (em forma, em 2008: 69-70 kg para 1,81 m de altura).

P.S. Alô Guarda... amigo Cancellara, não te desgraces!

quarta-feira, novembro 19, 2008

Surpresa ou talvez não!

Surpresa ou talvez não! Quem mais contribuiu, na última semana, para reanimar este espaço de tertúlia ciclista, e que pelos vistos continua, e muito bem, a re-dinamizá-lo – falo do camarada Manso Cancellara, com as suas compreensíveis dúvidas sobre como se meter ao ponto na próxima temporada –, foi também o principal foco de animação na volta do último domingo: S. Pedro da Cadeira.
Digo animação, mas também não desdenharia se afirmasse... de instabilidade. Porque desde o momento que, na Venda do Pinheiro, se juntou ao grupo que saíra de Loures sob o andamento pausado do Freitas, não houve mais calmaria. Primeiro a subir para Alcainça e Abrunheira, e depois para a Murgueira, onde se deu o «corte» decisivo no pelotão – que se dividiu em dois grupos até à Malveira, quase no final, assim decorrendo toda a parte nuclear do percurso.
Na frente, cavou-se ainda mais o fosso na descida da Picanceira, local que tantas vezes é subida de fazer a diferença. Juntando-se, ao referido Cance, nas suas sete quintas, o também regressado Rocha, o Salvador, Carlos do Barro, Evaristo, André, eu, Capitão e um «outsider» com as cores da Liberty. No grupo de trás, onde o grande Abel se debatia com precoces dificuldades, ainda estavam o Freitas, Pina, Steven, o Zé Henrique... não me apercebi de mais.
Entre os que seguiam agrupados na dianteira, a subida de Encarnação causou a primeira dispersão. O Carlos do Barro meteu «passo» e o Capitão foi o primeiro a ceder (definitivamente!), e o Cance e Rocha duraram só até à vila. No alto, o André e eu na frente. logo a seguir o Carlos e o Evaristo.
Demorou até S. Pedro da Cadeira para que reentrasse toda a gente, sendo que os últimos foram o Cance e o Rocha, nesta altura já a pagar a afoiteza desajustada ao dia de regresso às lides após paragem prolongada. Eu, o André e o Carlos do Barros parecíamos os mais firmes, mas lá estava o Salvador e o Evaristo sempre abnegados.
Seguiu-se a interessante ligação pelo troço da Ventosa, com os seus dois rudes topos a voltar a desfazer a unidade do pequeno grupo. Por essas alturas, e a partir daí, apareci mais frequentemente na frente, e quando chegámos ao cruzamento com a EN8 (Serra da Vila/Turcifal) já se contavam as forças entre os mais resistentes. E ainda faltava a longa subida de Vila Franca do Rosário.
Até lá, o Cancellara e o Rocha voltaram a entrar depois de mais uma tenaz recuperação. Mantive-me a puxar. E já foi sem o Liberty (que rumou ao Gradil) e o Carlos do Barro (que deu meia volta à procura do velocímetro perdido) que se abordou as principais rampas do Rosário, aguentaram-se os que puderam. Impus o ritmo, sem forçar, agora com a ajuda do Filipe (ainda fresco, porque nos interceptou em sentido contrário pelas bandas da Caneira), mas logo voltaram a quedar-se os instáveis Cance e Rocha, enquanto o Evaristo e o Salvador demonstravam querer resistir o mais possível – mas claudicaram quando o André mudou, por instantes, o andamento.
Quando voltei às rédeas, sempre a marcar o «Tempo», no topo de Vale da Guarda, só o André permanecia comigo, e manteve-se na roda até à Malveira sem sequer esboçar um golpe da sua habitual «agressividade». Às tantas, estranhei... O «puto» estaria «justo» ou ainda melindrado pelo episódio de A-dos-Arcos. O facto de, no final da subida, ter-me felicitado pelo «bom trabalho» foi a prova cabal do seu desportivismo.
O Filipe chegou logo a seguir, e mais tarde o Evaristo e o Salvador. Só alguns minutos depois o «suicida» Cancellara e o seu fiel companheiro Rocha. O Carlos do Barro, já com o velocímetro, terminou em boa pedalada – demonstrando que se teria contado com ele na subida.

P.S. Em particular, peço desculpa aos elementos que ficaram no grupo de trás pelo eventual contributo que tenha tido para que o grupo da frente não tivesse esperado

segunda-feira, novembro 10, 2008

Espinheira aqueceu...

Na volta de ontem, destaco além de mais uma presença numerosa de elementos a reacção muito positiva da esmagadora maioria às acelerações dos mais «fortes» na Espinheira. Prova disso foi o pelotão ter chegado praticamente compacto ao topo da variante de Alenquer. Apesar de acusar os choques mais violentos – ou pelo menos foram considerando o meu rendimento de final de temporada –, o núcleo do Pina Bike recuperou sempre a distância perdida, impondo-se sempre a sua presença aos da frente. Foram eles: Pina, Steven, Salvador e Carlos do Barro. Este último chegou mesmo a tentar a sua sorte para se isolar, sem êxito, não por falta de mérito mas porque não havia permissão a quem quer que fosse para tal...

De facto, nessa altura (o último terço do percurso) quando terreno se tornou mais acidentado, o quarteto que se formou à cabeça após a Espinheira – Renato, Hugo, Freitas e eu (a espaços também o André, embora este estivesse na ponta do elástico sempre que havia movimentações fortes) – não se desfez, apesar de várias tentativas.

De qualquer modo, foi dele (do André) a derradeira tentativa, de diversas que fez para se isolar logo que chegada ao grupo da frente. Na variante de Alenquer em direcção à rotunda, lançou-se em solitário mas o pequeno grupo respondeu a preceito e manteve a unidade no final.

Até aí, o terreno plano ajudou a rodar em grupo compacto, a boa velocidade (a média esteve sempre acima de 33 km/h), quase sempre conduzido pelo Renato, ao seu estilo, com ou sem ajuda...

Notou-se que, os que têm mais quilómetros nas pernas estão, tal como eu, alguns (bons) furos abaixo da melhor forma – como é admissível.

No próximo fim-de-semana, o percurso é interessantíssimo e muito mais selectivo (S. Pedro da Cadeira). Ficarão mais evidentes, então, os estados de forma. Ainda estamos na segunda semana de Novembro. Pergunto: já alguém iniciou a preparação para a época 2009?

terça-feira, novembro 04, 2008

Sto. Estevão sem aventuras, só sprint...

Na imensa jornada de planura do último domingo, para Santo Estevão, não houve permissão a fugas e poucos foram os momentos em que o andamento foi selectivo, ao contrário do que sucedera na semana anterior por bandas de Azambuja e Arruda.
Mas não se pense que se ficou a dever apenas à maior atenção do pelotão, os aventureiros foram bem menos acutilantes e quase sempre não encontraram a companhia mais desejada. Mas houve tentativas, e várias – uma delas prestes a resultar, à passagem por Santo Estêvão, por ter dividido o grupo. Mas a resposta eficaz dos perseguidores gorou-a. Tal como contribuiu o respeito dos fugitivos pelas dificuldades que ia sentindo o «grande» Abel.
Destaque maior, mais tarde, para o sprint de Vila Franca, no regresso, com o Jony a dar um cheirinho dos seus «velhos» tempos no grupo – e que privilégio de o ver a «disparar»! Mesmo assim, teve de se aplicar perante o efeito surpresa causado por «outsiders»... como, imagine-se!
A partir daí, o pelotão partiu-se no empedrado – o «puto» André não se dava por vencido em tentar a fuga, como várias vezes o fez, sempre sem êxito, durante a tirada –, e depois de o termos alcançado até Alverca conduzi o grupo da frente, raramente baixando dos 40 km/h, e esgotando os depósitos. Foi trabalho sem pretensões que me custou verdadeiramente considerando o meu «abaixamento» de forma actual. Por isso apreciei o elogio dirigido por uma das figuras de proa do nosso grupo. Agradeci! Deveria ser sempre assim...