sexta-feira, maio 29, 2009

Ciclo específico concluído!

Hoje, concluí o ciclo de treinos específicos de preparação para a «Lale Cubino», do próximo dia 7. Fiz algumas subidas mais longas, com inclinações irregulares, procurando adoptar um ritmo intenso, mas controlado. Também pretendi que as recuperações não fossem completas, ou seja, depois de cada subida, não aliviar muito os pedais nas transições, simulando assim «andamento de prova». Deste modo, a média horária e a pulsação média final passam a ser, também, indicadores a ter em conta.
A manhã foi escaldante. Às 9h00 já faziam 25 ºC e a meio do treino ultrapassavam os 30 ºC. As pernas também não estavam a 100%, algo doridas, por isso não foi uma sessão fácil. Limitações, desde logo, na subida de Alverca para S. Romão (10 km) e ainda mais evidentes na Mata, a seguinte.
Depois de descer para Alhandra e voltar a subir para S. Romão, as sensações melhoraram, embora mais por melhor adequação do andamento do que por terem diminuído as «alfinetadas» musculares. Para completar as 3h30 ainda subi a Louriceira (desde Pontes de Monfalim) e o Cabeço da Rosa (da Romeira), depois de descer S. Tiago dos Velhos.
No domingo, heverá o último treino desgastante, neste caso privilegiando o volume horário. De qualquer modo, subir Montejunto... também fará subir o pulso. Mais o mais importante dessa saída de grupo é não «empenar»! Para que a recuperação seja rápida e eficaz.

Tempo de treino: 3h30
Distância: 94 km
Média pulsação: 141
Pulsação máxima: 177
Média horária: 27 km/h


quarta-feira, maio 27, 2009

A favor do vento...

Esta manhã voltei aos treino após um dia de repouso. Programa: 2h30 com uma série com várias repetições (à partida não tinha estipulado quantas, ia ver o que dava...) de cerca de 5 minutos, em subida, em redor do limiar anaeróbio. Como estava vento forte, foi indispensável escolher uma vertente que estivesse favorável: a serra de Sta. Iria foi a eleita.
Após 25 minutos de aquecimento, iniciei o sobe e desce, realizando oito subidas naquele patamar cardíaco (todas muito iguais até no tempo realizado; apenas na última forcei mais), terminando com 35 minutos de regresso à calma, até Alverca – mas que não foi totalmente de relaxe, devido ao vento contrário.

Duração do treino: 2h30m
Distância: 64 km
Pulsação média: 132
Pulsação em repouso: 36
Peso: 70,5 kg

terça-feira, maio 26, 2009

Clássica de Montejunto: domingo

No próximo domingo (dia 31), realiza-se a Clássica de Montejunto. O percurso é o tradicional: Loures, Bucelas, Forte do Alqueidão, Sobral, Merceana, Atalaia, Vila Verde dos Francos e subida ao Montejunto (por esta vertente), com o regresso pelo traçado inverso. A distância é de 110 km.
Como é habitual, após a subida ao alto de Montejunto e da consequente descida, deverá proceder-se a reagrupamento em Vila Verde dos Francos, junto à fonte, para se iniciar o trajecto de regresso, que terminará em Loures (bombas da BP).

segunda-feira, maio 25, 2009

Parabéns Pina Bike!

Antes de mais, reitero os elogios que já ontem fiz à prestação da equipa Pina Bike no contra-relógio da Póvoa– e não só, estendo-os a todas as que participaram na prova, em especial a Ciclomoinas, e também à organização do evento, que deu bom exemplo de como a nossa modalidade (amadora) deveria ser mais e melhor promovida no nosso país.
Tive muita pena de não poder dar o meu contributo – embora voluntariamente por motivos que se sabem – porque considero o contra-relógio por equipas um exercício excepcional de colectivismo (quando bem executado...) e de interajuda que tem efeitos muitíssimo favoráveis para fortalecer os laços de confiança e de camaradagem. Ou seja, o que a malta estava mesmo a precisar. Por isso, lamento ainda mais não ter estado presente...
Concordo plenamente com o destaque das virtudes que apontaram – além da média alta (37 km/h), a classificação (3º) e terem terminado todos juntos (os 8 elementos que partiram). Principalmente esta última, que o episódio do auxílio ao Morales elucida bem. Parabéns!

Eu realizei esta manhã um treino ligeiro de recuperação da jornada de montanha de ontem. Plano, curto e muitíssimo leve, para tentar limpar os músculos. À entrada para a penúltima semana antes da prova, em que realizarei os últimos esforços importantes (quarta e sexta-feira), sinto-me perfeitamente – e só espero não... estragar! Desde já agradeço os vossos incentivos.
No domingo, há volta de grupo para Montejunto, no percurso clássico pelo Sobral, subida por Vila Verde dos Francos e regresso. Conto alinhar e subir a serra. Espero também que a adesão seja elevada, no rescaldo da boa experiência do contra-relógio, sendo que, para mim, será acima de tudo um treino de volume – o último antes da partida para Espanha. E a subida, fazê-la moderadamente. Por isso, fico à espera de convites para formarmos um «grupetto»... de respeito!

Duração do treino: 1h10m
Distância: 27 km
Pulsação média: 99

Pulsação em repouso: 36
Peso: 70,6 kg

domingo, maio 24, 2009

Montejunto vezes três... 2º acto!



O treino desta manhã, com ascensão tripla a Montejunto, cumpriu mais uma etapa da derradeira fase de preparação para a «Lale Cubino». Na companhia do Jony e do Freitas (este apenas na primeira subida), a sessão revelou-se altamente produtiva e reveladora de indicações importantes – neste último caso, por comparação directa com treino exactamente igual realizado no passado dia 1 de Maio. Felizmente, a evolução é notória em todos os parâmetros (tempos efectuados nas subidas, pulsações médias, sensações, capacidade de adaptação à acumulação de esforço, etc.).
A primeira passagem foi ligeiramente mais tranquila até ao quartel que a do início do mês – em que subi sempre na roda (do Freitas) – mas depois daquele local forcei um pouco mais, atingindo o alto em menos 17 segundos (28m46s) e mais uma pulsação em média (167) que nesse dia.
Na segunda ascensão (depois de circundarmos a serra por Pragança e Vilar, começando a subir desde a rotunda do Rodeio) tentei impor-me um ritmo constante mais elevado desde o início. As pernas reagiram bem ao longo da subida e os números também corresponderam: menos 2 minutos (26m50s) que a primeira subida; menos 46 segundos do que no treino anterior. E melhor: menos 4 de pulso (167) que nesse dia.
Curiosidade: creio que o facto de ter feito a mesma pulsação média nas duas subidas para uma diferença significativa de 2 minutos (!) se deve à ambientação ao decurso dos quilómetros (a subida faz-se com pouco mais de 20 km; a segunda com cerca de 50 km). Também foi bom indicador.
A terceira passagem (após descida directa para o Rodeio) foi ainda mais positiva em relação à do dia 1. Procurei adoptar o mesmo andamento da segunda subida, esperando para ver com as pernas respondiam à acumulação de fadiga (bem...). Fiz apenas mais 15 segundos (27m05s) e mais 1 de pulsação média (168). Todavia, as melhorias comparativamente ao treino passado foram mais evidentes: menos 1m16s e menos 3 de pulso.

Referência para a companhia excepcional do Jony durante a longa jornada de montanha, ele que está a apurar a forma para o Campeonato Nacional de Masters (no próximo domingo, em Grândola) e motivado pelo excelente 5º lugar conquistado, no sábado, no G.P. da Vidigueira. No fim-de-semana seguinte, será mais um (de nós) a enfrentar a Covatilla.

Duração do treino: 4h16m
Distância: 109 km
Pulsação média: 140
Pulsação máxima: 181

Pulsação em repouso: 36
Peso: 71,2 kg (+0,7 kg que na véspera)

Nota de última hora: muito bom desempenho da equipa Pina Bike no contra-relógio de Sta. Iria (Coruche-Infantado). Segundo informações, o colectivo manteve-se unido até final (com 8 elementos), realizando óptima média de 36,5 km/h... em quase 140 km!

sábado, maio 23, 2009

Leve... e molhado


Esta manhã, treino leve para recuperar do de ontem e para o de amanhã. Saí de Alverca calmamente, com o céu a ameaçar chuva, mas confiando que iria aguentar-se. Enganei-me... ou melhor, deixei-me enganar ao rolar em direcção a Loures, pela Variante de Vialonga, onde o cinzento estava mais carregado. A água começou a cair bem perto do Tojal. Por isso, dei meia volta à procura de «abertas» lá para as minhas bandas. E acabei o treino com piso seco, e mais importante, a roupa.

Km: 42
Duração: 1h45
Pulsação média: 104
Pulsação máxima: 139
Pulsação em repouso: 36
Peso: 70,5 kg (-0,3 kg que na véspera)

sexta-feira, maio 22, 2009

Na recta final para a «Cubino»



Estamos a duas semanas da ciclodesportiva espanhola «Lale Cubino», a realizar na região da Serra de Béjar, província de Salamanca, no próximo dia 7 de Junho. No meu caso, será o culminar de seis meses de preparação para um objectivo único. Para os nossos bem conhecidos Freitas, Filipe e Hugos Maçã e Garfield, fortíssimo aperitivo para o célebre Quebrantahuesos, duas semanas depois. Na primeira, também irão estar o Jony e o Salvador. Forte armada portuguesa, concerteza!
A «Lale» pouco ou nada fica nada a dever ao «Quebra», a rainha das clássicas amadoras do país vizinho. Embora com menos 50 km, tem praticamente o mesmo desnível acumulado (+3300 metros) e algumas singularidades que a podem tornar tão ou mais difícil. Desde já, aponto duas: o facto de terminar em alto (na estância de ski da Covatilla, a 2000 metros de altitude) e de ser possível sair com o pelotão da frente, integrando-o durante praticamente metade do percurso – até ao início do Portillopuerto» de 1ª categoria), quando as águas realmente se separaram.
A saída de Béjar (onde está instalada a partida e a base organizativa da prova) é logo muito rápida (mas em subida: um topo manhoso) e implica boa colocação e esforço acrescido para não perder o «comboio», que não pára mais, encadeando logo uma secção em descida suave, que se faz a mais de 45 km/h, com o primeiro «puerto» da jornada (3ª categoria, 4 km a 4%). Aqui, o andamento à cabeça continua a ser quase «pro» (25 km/h) e na descida de 10 km subsequente... ainda mais: 50 km/h.
A partir do km 27 entra-se num rendilhado constante que leva à subida de 1ª categoria, a primeira das duas grandes dificuldades da prova: o Portillo (10 km a 7%). Nessa ligação de quase 40 km pode deixar-se a pele, devido a duas ou três subidas de 1 a 3 km, a percentagens suaves (3-4%), que ao ritmo do pelotão (+25 km/h) obrigam a manter intensidade elevada. Segue-se uma fase longa em descida constante e depois plana, de 20 km, que se volta a fazer a 40 km/h.
Antes de entrar no Portillo há uma antecâmara de... 5 km a 3%!! Quem acusar desgaste da primeira fase, fica lá! Como eu fiquei! Depois entra-se na subida propriamente dita, sempre com inclinações muito constantes, entre 6 a 8%, sem rampas íngremes mas também poucos ou nenhuns descansos. «Coisa» para demorar mais de 35 minutos! No meu caso: 37m a 173 de pulso.
No alto estaremos com 75 km, exactamente metade do total, seguindo-se 18 km em descida a 45 km/h, a exigir precaução. Para, em seguida, voltar-se ao sobe e desce que caracteriza a prova. Desde logo, nova subida (2,5 km a 5%) e descida (7 km), antes de chegar a subida de 2ª categoria (8 km a 5%). Após esta (110 km), resta o sector de regresso a Béjar, que ainda nos impõe mais(!!) uma subida (4 km a 4%).
Na passagem por Béjar (131 km) é possível optar por concluir desde logo a prova ou continuar para a subida final, da Covatilla, uma «espécie» muito parecida à da Serra da Estrela – até mesmo na altitude a roçar os 2000 metros.
É uma montanha de categoria especial, palco de diversas chegadas de etapa da Vuelta, e é... muitíssimo dura! Tem cerca de 17,5 km e desnível de 1025 metros. Os primeiros 10 km podem considerar-se suaves, de aquecimento (4%), com alguns bons descansos pelo meio.
Até que... se depara um «muro» de 4 km a 11% (média!!!), sem alívios. Para quem conhece a zona do Sanatório da Serra da Estrela – é como se a multiplicássemos por 4. E a parte final da ascensão (4 km) é apenas menos íngreme, passando para constantes 8%, com o penúltimo km a 10%. E há que contar com o factor altitude a partir dos 1500-1600 metros (em plena fase mais dura da subida), em que a rarefacção do oxigénio se torna mais uma forte contrariedade.
Em suma, a «Lale Cubino» é um desafio aliciante, que vivamente recomendo. Entretanto, por cá, tudo a aprontar-se para dia 7!

Até lá, tentarei fazer, aqui, uma espécie de diário da recta final da preparação:
Hoje, de manhã, treino de subida – não de séries propriamente ditas (com tempos precisos de esforço e recuperação), mas com diversas solicitações ligeiramente abaixo ou sobre o meu limiar anaeróbio (165-174) intercaladas por recuperações tranquilas em descida e nas ligações. Ritmo em subida privilegiando a velocidade à força, esta apenas em curtas acelerações no final das mesmas.
Abaixo está o gráfico com a altimetria do treino e a frequência cardíaca.
Percurso: Alverca-Loures-subida de Montemor-descida para Loures-Sete Casas (Malha Pão)-descida para Ribas-duas subidas de Ribas-descida para Vale de S. Gião-subida Cabeço Montachique-descida Fanhões-subida Estação Eléctrica-descida-subida Monte Esperança-descida Ribas-Bucelas-Cabeço da Rosa (Romeira)-Alverca
Total: 85,3 km
Duração: 3h22m
Desnível acumulado: 1575 metros
Pulsação média: 139
Pulsação máxima: 181
Pulsação em repouso: 36
Peso: 70,8 kg (objectivo: ainda perder 0,5-0,8 kg)

quarta-feira, maio 20, 2009

Peninha: a crónica

Os percursos de Cascais e Sintra têm enquadramento de excepção para o ciclismo: magnífica planície costeira exposta às contrariedades de elementos naturais como o vento, encadeada com duros troços de montanha em florestas luxuriantes.
A Clássica da Peninha trilha estes cenários e por isso quaisquer que sejam as incidências desportivas, boas ou nem tanto..., no seu desfecho perdura sempre a sensação de um tempo bem passado. Desta vez, a este juntou-se a certeza de que a jornada serrana serviu (quase) na perfeição para os objectivos diversos dos seus participantes. No meu caso, para ultimar a preparação para a alta montanha.
A tirada contou com razoável participação, mas poucos foram os que partiram juntos de Loures, à hora prevista. Ainda assim, foram os mesmos que lá regressaram, após mais de 4 horas de pedalada.
Com a alteração ao trajecto original – pela zona ribeirinha de Lisboa e Marginal – o nível de exigência do percurso aumentou exponencialmente. Começou desde logo a subir, para Guerreiros e de Ponte de Lousa para Sta. Eulália. Como tal, entrava cedo em acção também o meu plano (de treino) delineado: andamento moderado e certo nas subidas. Para tal, «puxei» pelo grupo – composto pelo Filipe Arraiolos, o Paulo Pais e o André naquelas paragens, com ligeira desvantagem sobre o duo Pina e Salvador, que saíram antecipados, tendo sido absorvidos em Sta. Eulália.
Aí juntaram-se dois GNP e só muito mais tarde, na recta que liga ao nó do Lourel, o grupo passou a ter corpo de pelotão com a integração, entre outros, do João Aldeano, do João (GNP), do Gil e do Carlos Gomes (irmão do ex-corredor profissional Joaquim Gomes) e de cinco Pinas mais madrugadores: Steven, Samuel, João do Brinco, Zé-Tó e Zé Morais.
Na subida do Lourel para Sintra e S. Pedro mantive a toada na liderança do agora numeroso grupo, em parceria com o Filipe – curiosamente o único Ciclomix face à presença massiva da GNP... O cinza do Pina Bike também foi minoritário: o Freitas, a convalescer, foi a principal ausência.
Após imparável sobe e desce desde Loures, seguiu-se a fase mais rápida do percurso: a longa descida do Autódromo em ligação a Cascais e a Estrada do Guincho.
E foi logo aos primeiros quilómetros desta secção, como sempre, batida a vento, que o figurino da tirada se alterou. Abruptamente! Pouco depois de uma paragem colectiva, na Guia, para «retirar peso» e quando estava em amena cavaqueira com o Gil – que, nem de propósito, me dizia estar a volta muito mais tranquila que a da sua estreia, há duas semanas, no Barril -, eis que, enquanto mastigava calmamente uma goma «milagrosa» que o Zé Morais me oferecera, gerou-se a correria à cabeça do pelotão.
Por ter sido tão desenfreada, estranhei a movimentação, deixando-me ficar com o grupo dos Pinas... calmos. Mas face à larga distância rapidamente «cavada» para os homens da frente, passei sem mais demora à perseguição. Junto ao Farol do Guincho, observo o Paulo Pais em compasso de espera, a aguardar-me. Nada de espantar, pelo seu inquebrável companheirismo. Rebocou-me até ao que sobrava do grupo principal, de onde tinham escapado o Aldeano, o André e o João – à boleia de um triciclo! Não havia indícios do seu paradeiro. Mas já se sabia: haveria perseguição, da forte, pelas encostas da serra.
Depois do trabalho inicial do PP, meti o passo nos primeiros 1-2 km da subida para a Malveira, conduzindo o grupo, sendo rendido, de forma decidida e autoritária, pelo PP – que se entregou ao desgaste, ainda e sempre com maneira totalmente disponível. Fez um grande trabalho, a obrigar todos os que o seguiam a cerrar fileiras.
Quando a vista da encosta ficou aberta, após a Malveira, pudemos controlar a distância para o trio da frente, sem surpresa com o Aldeano a impor o andamento: 1ª contagem: 1m05s; 2 km depois, 2ª contagem: 55 s. A última antes de deixar novamente de os ver...
No último km da subida, o PP teve necessidade de aliviar o ritmo e eu assumi-o, levando até ao alto. Na ligação ao cruzamento do Cabo da Roca, o Filipe também passou pela frente e aí foi possível fazer uma derradeira contagem: 1m10s. Conclusão: depois do PP ter deixado o comando, a nossa desvantagem tinha aumentado. Sentira-se isso, e os números comprovaram-no.
Assim, seria quase impossível alcançar fugitivos daquele calibre na subida da Peninha, mesmo sendo esta mais selectiva. No seguimento de um esticão sem consequências do «Russo» da GNP antes do início da subida, tomei a liderança e meti o meu ritmo logo desde as primeiras rampas... até à última. Na maior parte da ascensão, as sensações não foram famosas. As pernas teimavam em não corresponder à cadência e desmultiplicação que pretendia e tive de subir muitas vezes aos crenques para manter a velocidade. Na minha roda, sobraram apenas o PP, o Carlos Gomes, o Filipe e o Ruben. No último km, então, senti-me muito melhor e terminei como pretendia ter começado: solto.
Creio que terá pesado a factura do excelente passo do PP, que me fez passar alguns momentos de desconforto, principalmente à entrada e saída da Malveira – onde sofri na sua roda! Os dados do Polar ajudaram a esclarecer: na subida Guincho-Cabo da Roca fizemos menos 1m20s (26,7 km/h) que o meu tempo no ano passado, mesmo que tivesse sido sozinho, e desde o Estoril, passando o Guincho contra vento ainda mais forte. A pulsação média foi precisamente igual: 175. Do alto até ao início da Peninha, apenas 4 segundos melhor (em 3m03, 31 km/h), comprovando o abrandamento que fez aumentar o tempo para os homens da frente. Finalmente, na subida da Peninha fiz menos 13 segundos que em 2008 (10m16s, 19 km/h) e novamente as mesmas batidas cardíacas médias (177). Bom, mas não brilhante... como as sensações indiciaram.
No cruzamento dos Capuchos, o trio esperava-nos. Tenho de afirmar o meu lamento que o sector nevrálgico da tirada tenha decorrido desta forma, apenas por questões de aferição de indicadores de desempenho (para consumo interno). Fazê-lo na companhia que tive já foi muitíssimo proveitoso, mas seria ainda mais – penso que não estarei a cometer qualquer injustiça – se contasse também com a presença dos restantes três, principalmente do João Aldeano. Repito, pelo «azimute» que poderia ter retirado da minha prestação face à dele, em especial na Peninha – já que ele está, de facto, em excelente momento de forma!
A demonstrá-lo, a oportunidade que não desaproveitei, no regresso. Quando (o Aldeano), a partir do Lourel meteu «aquele» passo, eliminando, um a um, os parceiros de grupo até Negrais. Felizmente, restei eu, nessa altura, para esclarecer a dúvida que, de repente, o assolou sobre a ausência dos demais... É que depois de ter acelerado na rampa de Pêro Pinheiro desfez a unidade do grupo, e daí em diante, a 40 à hora, seria tarefa hercúlea qualquer recuperação – mesmo para o PP, que esteve muito bem. que se manteve na companhia do Ruben, também em nível elevado.
Iam resistindo três elementos: o «Russo» da GNP, que às tantas morava ali perto e estava atrasado, e Carlos Gomes, o último a abrir para o lado, oferecendo-me a azeda roda do líder, no início do sempre selectivo topo do campo de futebol. Não muito tempo depois, em descompressão entre Negrais e Sta. Eulália, o «fustigador» concluía a tirada, definindo-a de acordo com a minha opinião: «excelente treino», reconheceu!
À chegada a Alverca contabilizei 5 horas, 145 km: este mesmo valor de pulso médio em 1665 metros de desnível acumulado. E ainda com pernas... comestíveis. Logo, não poderia estar mais de acordo.

No domingo, novamente para a serra: desta vez Montejunto...

sexta-feira, maio 15, 2009

Programa das festas para a «Lale Cubino»

Faltam apenas três semanas para o meu grande objectivo da temporada: a «Lale Cubino», dia 7 de Junho. Até lá, e a propósito do recente comentário do «team» Ciclomix, é fundamental apurar a forma ao máximo, sem cometer erros. A tal «cabecinha» que é preciso ter... Cometer erros não é difícil nesta fase, devido à ânsia de tentar, a todo o custo e em tempo limitado, atingir a condição física mais desejável. A «emoção» (por assim dizer...) mistura-se com a razão, e todos os cuidados são poucos na gestão do esforço e no descanso que é fundamental - principalmente quando a temporada já vai longa e tem sido mais exigente que nunca - refiro o meu caso pessoal, e embora tendo mais de 1000 km a menos, nesta altura, que em anos transactos.
O importante é cumprir, o melhor possível, um programa de treinos principais (de grande qualidade, com vista às características de alta montanha da prova) delineado até à data do evento. Se tudo correr conforme o planeado, o meu é o seguinte:

Domingo (dia 17 Maio): Clássica de Sintra-Peninha (treino com o grupo: duração aprox. 5h00; aplicação nas subidas, principalmente na longa Guincho-Penhinha (11 km), mas sem atingir o limite)
Sexta-feira (dia 22 maio): treino de séries em subida (4 ou 5 vezes Mata ou Ribas: duração aprox. 3h30)
Domingo (dia 24 Maio): Montejunto (a repetição do treino realizado há algumas semanas, com três subidas) Eis o gráfico da altimetria.



Dia 30 (Sábado): o treino mais importante, uma espécie de ensaio geral, a última grande solicitação física antes da prova. No ano passado, dediquei-me, a solo, a este verdadeiro pitéu: A-dos-Melros; Mata 4x; Capelã (a famosa...); Carvalha (logo ali ao lado, também com passagens a 15%); Nossa Sra. da Ajuda; Serra da Alrota; S. Tiago dos Velhos e... Calhandriz. Ou seja, é uma conjugação de subidas mais suaves com outras com inclinações muito fortes, como as que iremos apanhar no Portillo (10 km a 7%, 1ª categoria) Covatillha (a subida final da «Cubino», com 17 km, 4 dos quais a mais de 11%, sem descanso...) Duração do treino: aprox. 5h30; Desnível acumulado +2500 metros. Eis o gráfico.

quarta-feira, maio 13, 2009

Domingo: Sintra-Peninha

No próximo domingo realiza-se mais uma Clássica, a de Sintra-Peninha, na distância de 110 km, com duas etapas.
Por motivos de corte de estrada na zona ribeirinha de Lisboa, o percurso original foi alterado, passando a ser o habitual nas voltas para a zona de Sintra. Ou seja, de Loures segue-se em direcção a Ponte de Lousa, Negrais, Pêro Pinheiro, Lourel e Sintra. Uma vez nesta cidade, atravessa-se a zona pedonal (atenção!!!) em direcção a São Pedro de Sintra e à rotunda de Ranholas, virando à direita para a estrada do autódromo. Depois deste, segue-se em frente pela via que passa à frente do Cascais Shopping até à rotunda, onde se toma a 2ª saída em direcção a Cascais (descer até à Marginal junto ao hipermercado). Aqui entra-se no trajecto original, seguindo em direcção ao Guincho, Malveira da Serra, Cabo da Roca e subida da Peninha – no alto deve terminar a primeira fase da etapa (67 km), havendo lugar a neutralização (como habitualmente acontece). Deve-se descer em ritmo moderado (a descida é perigosa, com historial de quedas!), e com precaução, em direcção aos Capuchos e depois para nova descida, a do Castelo dos Mouros (igualmente bastante perigosa). Já em Sintra, segue-se para S. Pedro (centro) e para a rotunda de Ranholas regressando a Sintra (rotunda de saída, do jardim), passando novamente pela zona pedonal. Nesta rotunda deve proceder-se à concentração, antes de iniciar a segunda fase da tirada, de apenas 16 km, precisamente pelo percurso inverso, terminando em Sta. Eulália (98,4 km), junto à fonte. A parte final para Loures é também neutralizada.
Em suma, a secção determinante desta Clássica é a primeira, que culmina com o alto de Sintra (Peninha), devendo a curta ligação final, de Sintra a Sta. Eulália, ser apenas para «carimbar» presenças.
Trata-se de um percurso para quem gosta de subir, mas onde os roladores também terão os seus «momentos», Desde logo, a primeira fase, de Loures a Sta. Eulália (12 km), já é bastante acidentada, e depois, de Lourel a S. Pedro sobe novamente, seguindo-se uma fase muito rápida até Cascais e daqui para a Praia do Guincho (56 km). Precisamente, onde se inicia longa subida (11 km) que passa pela Malveira da Serra em direcção ao Cabo da Roca e depois para a fase mais dura, a subida para a Peninha (a partir do cruzamento do Cabo da Roca são 3,2 km a 6% de inclinação média).
Trata-se, acima de tudo, de uma excelente oportunidade para treinar em qualidade e em grupo, com vista à «Lale Cubino», do próximo dia 7 de Junho. Será isso que tentarei fazer, certamente.

segunda-feira, maio 11, 2009

Fátima: a crónica

A Ciclomix dominou a Clássica de Fátima 2009, conquistando as primeiras quatro posições à chegada àquela cidade. Como dizem os brasileiros, foi «barba, cabelo e unhas...»
Numa jornada marcada pela chuva, na ausência da GNP, do camarada Paulo Pais, a hegemonia do esquadrão amarelo pouca oposição teve, principalmente da Pina Bike, que se vergou perante a sua superioridade, acima de tudo colectiva. No seguimento do controlo quase absoluto das operações ao longo do percurso, o quarteto composto pelo Hugo Maçã, André («contratação» de última hora, surpreendente!), Filipe Arraiolos e Rui impôs-se, por autêntico KO técnico, a todos os demais, permitindo que celebrassem, de mãos dadas, no final, à chegada à rotunda dos Peregrinos, um triunfo bem preparado e inteiramente merecido.
A história desta edição da clássica-rainha do nosso calendário escreveu-se, pois, em tons de amarelo, as cores da Ciclomix. Esta equipa apresentou-se mais reforçada que nunca – além do André, o Rui – e com a maioria dos seus elementos em grande forma. De tal modo, que entregou quase exclusivamente ao Hugo «Garfield» todas as despesas do controlo do pelotão – e foi o que bastou! Justificando dotes de excelente rolador e o seu êxito recente na Clássica de Santa Cruz, impôs andamento forte à frente do pelotão, desde a partida de Loures ao início subida final, na Batalha, entregando a contenda em bandeja dourada aos seus companheiros. Entenda-se «andamento forte», o contributo quase exclusivo para a média final pouco abaixo dos 33 km/h.
A inesgotável disponibilidade do Hugo permitiu aos seus companheiros mais apontados para discussão final passarem descansados todo o trajecto até à Batalha. E a ele próprio (Hugo), a dupla satisfação de realizado um desempenho extraordinário, ao alcance de poucos os que participaram e de ter contribuído decisivamente (sublinho, decisivamente!) para o êxito individual e colectivo da sua equipa. Parabéns!
Mas não foi apenas físico, mas também estratégico, o mérito da Ciclomix. Eis um exemplo: ainda da autoria do Hugo Garfield, autêntico «patrão» desta Clássica: na aproximação à subida do Alto da Serra (Rio Maior, km 81) teve o ensejo de forçar o ritmo para se destacar do grupo principal e assim passar aquela dificuldade intermédia com avanço suficiente para gerir, em vantagem, o aumento do «passo» pelos favoritos do Pina Bike, e assim não fazer perigar a sua presença à frente – logo, a continuação do seu trabalho.. Fê-lo, então, com a ajuda do colega Salu (muito bem visto...) e mesmo levando a «má companhia» do Farinha, do Salvador e do Evaristo – três Pinas.
Deste modo, quando eu, durante quase toda a subida, e o Freitas, na parte final, impusemos ritmo de corte no pelotão, só o Farinha, o Salu e o Salvador foram ultrapassados, ainda assim reentrando pouco tempo depois do final da subida – já que não houve continuidade no ritmo do sexteto que se destacou (eu e o Freitas e já os quatro Ciclomix que se consagraram no final). De resto, não demorou muito mais para também o pelotão se reagrupar.
O Hugo e o Evaristo ainda rolaram alguns quilómetros isolados, mas foram reabsorvidos. E o primeiro não demorou a regressar ao seu trabalho. Nas grandes rectas do IC2 beneficiou de o vento estar (nada habitualmente) a favor, para «meter» andamento desencorajador de quaisquer iniciativas desestabilizadoras. Ou seja, Sem fraquejar sequer nos topos impediu que houvesse reacções hostis.
Nesta fase, com cerca de 90 km percorridos, deu-se o único incidente: queda do Pina, aparatosa e a fazer temer piores consequências, porque se rodava a mais de 45 km/h!... Causa: o embate numa pinha caída, felizmente sem provocar mais mazelas do que algumas escoriações. No entanto, combalido, o nosso «relojoeiro» teve de abandonar.
Depois da paragem, a ligação à Batalha fez-se ainda a bom ritmo e com o mesmo figurino: Ciclomix a controlar as operações, sempre com o inevitável Hugo a liderar. Na chegada à Batalha havia que tentar alterar o estado das coisas. Face ao «descanso» se tinha verificado até aí, não havia tempo a perder em jogar as cartadas que a nós, Pina Bike, restavam: atacar nas subidas. Forte e o mais cedo possível.
Logo que a estrada empinou, para a primeira ascensão, a mais suave (2,3 km a 5%), passei a impor o ritmo. Elevado, mas não máximo, por ser ainda... cedo! Por azar, pela primeira vez durante toda a tirada o vento soprava frontal. Estava tudo... contra! Do pelotão seleccionou-se de imediato o sexteto que se formara no Alto da Serra, com o Freitas, tal como aí, a passar na frente nos metros finais para me ajudar e não deixar cair o ritmo. Os Ciclomix mantiveram-se incólumes. Nenhuma baixa a registar. Mas sem surpresa, nesta altura...
A descida, ao contrário do que deveria a bem das nossas pretensões (ou das minhas, como se verificou rapidamente...) foi tranquila, permitindo recuperar, aliviar as pernas e baixar o ritmo cardíaco bastante. Com tanta concorrência, eu não poderia arriscar continuar a forçar na descida, logo entrando a fase dura e decisiva, a segunda subida. O Freitas também o fez, e tinhas razões ainda mais fortes...
Perante isto, em maior número, os Ciclomix não tardaram a passar o ataque. Ainda na descida, o Filipe acelerou e entrou ligeiramente destacado na subida final (2,5 km a 6,5%), obrigando-me a perseguir. O Freitas aconselhou-me a controlar. Mas tal não seria a melhor opção, pois a cada metro que passava esgotavam-se as possibilidades de tentar obter alguma vantagem em subida. Fechei o espaço, e astutamente o André passou logo ao ataque, abrindo alguns metros e voltando a obrigar-me a perseguir. Desta feita, a movimentação causou estragos, não só nos restantes Ciclomix, mas também, e ainda mais profundos, no meu companheiro, Freitas – que ficou definitivamente fora da discussão.
Perante este cenário, ficava quase sentenciada a contenda. Restava-me forçar ao máximo. Depois de me juntar ao André, procurei manter o andamento elevado para aumentar a distância para os outros Ciclomix, mas tive de lidar ainda com constantes ataques do meu parceiro de fuga, cujo único sucesso foi (afinal, como pretendia!) desgastar-me. Por isso, no final da subida, a 7,5 km de Fátima, não deveríamos ter mais de 20 segundos de vantagem sobre o trio perseguidor, sabendo, de antemão, que não teria cooperação – pelo menos, efectiva para tentarmos chegar isolados. Ele ainda passou pela frente, quando instigado, mas limitou-se a cumprir «dever moral», não se empenhando a fundo. Neste caso, compreensível.
Assim, a cerca de 3 km de Fátima fomos alcançados... e imediatamente ficou gorado o meu objectivo. A partir daí, os Ciclomix atacaram à vez, ao que tentei responder sempre com a possível prontidão – e sem nunca abdicar, rejeitando limitar-me a gerir o desgaste e a tentar... o segundo lugar. Ao terceiro ou quarto ataque, o Filipe saiu melhor que antes, abrindo mais espaço do que seria conveniente para mim. Como demorei mais tempo a fechar, inviabilizou-me a derradeira hipótese: contra-atacar. Foi isso mesmo que constatei quando estava novamente a escassos metros de o alcançar, ao sentir as pernas bambas metendo-me em crenques. O local até era bom: a ligeira lomba do viaduto da auto-estrada, a menos de 500 metros do final. Mas a nem isso teria veleidades, pois imediatamente antes de encostar na roda do Filipe, os Ciclomix passaram de esticão em bloco. O Rui e o André à frente, celebrando de mãos dadas; o Hugo Maçã logo a seguir, depois o Filipe e eu a fechar o quinteto. Fui a KO – mas sem atirar a toalha ao chão!

Menção honrosa também ao nosso grupo, Pina Bike, que esteve muitíssimo bem, demonstrando estar ao nível de uma tirada exigente como a de Fátima. Não temos a capacidade colectiva para num percurso com estas características contrariar (no bom sentido competitivo...) formações mais homogéneas e bem organizadas, como a que a Ciclomix apresentou, mas a ideia com que fiquei após o final da tirada, em confraternização, era a de missão cumprida (principalmente, de cada um dos Pina Bikes, pelo seu bom desempenho individual). Já é um bom princípio. Penso, inclusive, que se exorcizaram alguns fantasmas, ajudando a criar alicerces para, no futuro próximo, ultrapassar o clima de desconfiança (será o termo mais condizente, mesmo entre os mais brandos) que impera no seio do grupo. Não para «ganharmos» as ditas clássicas, mas acima de tudo, e mais importante que isso, para recuperarmos a sã convivência e a satisfação de nos reunirmos em torno do ciclismo, a todos os domingos.

quinta-feira, maio 07, 2009

Clássica de Fátima: antevisão


(clicar na imagem para aumentar)

A Super-Clássica de Fátima, no próximo domingo, já fervilha. Se a meteorologia ajudar estarão reunidas todas as condições para mais uma grande jornada de ciclismo, justificando a fama de «clássica rainha» da temporada.
O percurso, à medida de ciclistas todo-o-terreno, tem ponto de maior selectividade apenas nos últimos 15 quilómetros, depois de 115 km que, todavia, não são de pedalada fácil. Até lá, o relevo é do tipo parte-pernas - mais precisamente desde Alenquer à subida para o Alto da Serra (à saída de Rio Maior). Antes, de Loures a Alenquer (37 km) é quase sempre plano; tal como do Alto da Serra à Batalha (80-115 km).
Será, precisamente, a seguir à Batalha que se deverão jogar os trunfos principais, mas certamente só alguns chegarão com forças suficientes para (tentar) fazerem a diferença. A subida da Batalha para Fátima não é fácil, mas também não tem dureza claramente selectiva. Quem conseguir fazer diferença (decisiva, entenda-se) estará, de facto, mais forte que os demais.
No fundo, após a Batalha «entram» duas subidas… numa só: a primeira com 2,4 km e inclinação média de 5% – ou seja, suave, mas capaz de deixar em dificuldades os mais fatigados... ou distraídos. E depois de uma descida curta e acentuada, depara-se a ascensão mais complicada (Reguengo do Fetal), com 2,3 km a mais de 6,5% de média, incluindo cerca de 1 km acima dos 7% (média) e algumas passagens a percentagens mais elevadas.
Aqui sim, em luta acesa, poderão «cavar-se» diferenças mesmo entre os mais fortes. No entanto, no final da subida ainda restam 7,5 km exigentes. Nos 3,5 km subsequentes à subida do Reguengo do Fetal surge um encadeamento de topos, alguns complicados, seguidos de falso plano descendente, nos derradeiros 4 km, até à rotunda dos Pastorinhos, a chegada a Fátima (final).

Data: próximo domingo, dia 10
Distância: 130 km
Hora de partida: 8h00
Importante: os interessados em garantir transporte para o regresso, devem contactar o Pina (loja Pina Bike, em Loures)

quarta-feira, maio 06, 2009

Crónica do Barril

Intensa, muito intensa, será a melhor definição da volta do último domingo. É o que inevitavelmente sucede quando se juntam muitas «trutas» no mesmo charco. Depois, as condições meteorológicas favoráveis e o terreno «parte-pernas» fazem o resto. Basta acender o rastilho... e a correria está lançada. Desta vez, bastante competitiva durante... bastante tempo.
Por isso, a exigência desta edição da Volta do Barril esteve ao nível das principais clássicas disputadas este ano. E atingiu patamares superiores a partir de Alcainça, quando ao bem recheado pelotão (até de algumas caras novas, como o camarada Gil) que arrancara em ritmo moderado de Loures (a subida de Freixeira foi excepção, para quebrar a monotonia), se juntaram «valores» como o de João Aldeano, Paulo Pais, Runa, Chico e Vaza.
Logo, não tardou a que o velocímetro se fixasse em números de competição, como no falso plano descendente da rotunda da Paz (Mafra) para a Ericeira. O Paulo Pais deu o mote, «metendo» o comboio a 50 por hora, após o que foi rendido pelo Filipe (a estrear a sua novíssima montada Cervélo) e definitivamente lançado, a velocidade de cruzeiro de respeito, pelo Aldeano.
O pelotão estirou-se e num ápice chegou ao cruzamento de Achada/Sto. Isidoro. Quem pensou que a descida traria calmaria, nem que fosse por precaução, enganou-se! A adrenalina estava em alta e já não havia maneira de a baixar. Quando se entrou, a matar, no acidentado sector de ligação entre Sto. Isidoro e Ribamar desde logo ficou garantido que começaria a «cavar-se» as primeiras diferenças. O Freitas fez o trabalho principal, carregando nos crenques no contínuo sobe-e-desce, e só saindo da frente quando os mais espigados (Aldeano, Jony, André e Runa) se fizeram ao sprint até ao último topo, no interior da localidade.
Aí, o primeiro percalço: com a correria, alguém perdeu... peças. Pareceu-me ver saltar uma bolsa de câmara-de-ar, impondo compasso de espera e o consequente alívio dos pedais. Ficou, então, por saber dos estragos que aconteceriam na rampa de S. Lourenço... se a coisa não parasse. Aliás, também foram as paragens – entre previstas e forçadas – que marcaram a tirada, cortando algum ritmo. Logo a seguir, quando já se voltava a embalar, eis outra: o Chico parte a corrente.
Assim, até S. Pedro da Cadeira a toada foi morna, uma espécie de recuperação activa. Mas aqui voltou a aquecer. O Freitas parecia ter intenções de meter o pelotão em sentido e forçou o andamento à frente, em parceria com o Aldeano. Se o ritmo na subida de S. Pedro emudeceu o grande grupo, na ascensão para a Encarnação foram as respirações ofegantes que passaram a ouvir-se. Não sei se terá sido esse o objectivo, mas seria excelente andamento/trabalho para preparar a Picanceira.
E parecia confirmar-se (esse objectivo) na abordagem à Picanceira, com o Freitas a assumir as despesas, dizendo-me para me «esconder» na sua roda. No entanto, não retirando mérito às suas boas intenções e esforço, o andamento foi muito baixo naquela fase, a mais dura da subida, para me beneficiar. De qualquer modo, decidi temporizar ao seu lado. Mas logo que passámos as casas da Picanceira, e a pendente suavizou, o André atacou e eu respondi. Quando se apercebeu que vinha na sua roda, fez o habitual: tirou! Nesse preciso momento, o Aldeano decidiu acelerar de trás, passando directo, a todo o gás. O André agarrou-lhe bem a roda, mas eu fiquei a patinar! Tive-os durante algum tempo a cerca de 5 metros, sem conseguir fechar. Ainda esperei que o Aldeano pudesse aliviar (mesmo ligeiramente, chegava lá... pois o André certamente não o renderia), mas ele estava muito forte. Por isso, remeti-me a limitar os prejuízos, reparando que mais elementos estavam a chegar de trás. Primeiro o Filipe e o Runa; pouco mais tarde, o Paulo Pais. Atitude curiosa, a do Runa, que ao chegar à minha roda, tentou deixar-me... lá. Mais estranha, uma vez que o objectivo prioritário deveria ser o de alcançar os dois fugitivos – que não estavam a mais de 100 metros. E quando a sua intenção (a do Runa) fracassou, não foi tão colaborante como se exigiria. Aliás, como o próprio Filipe. Talvez ainda estivessem a recuperar o fôlego. Tentei puxar por eles, pois deveríamos ser mais ambiciosos...
Atitude distinta (e correcta!) teve o Paulo Pais, que logo que pôde passou a conduzir a perseguição, aumentando o ritmo na descida, que tentei não deixar cair quando entrámos na rampa para a rotunda nova da Barreiralva (final da subida, não o final do sector). Nos últimos 200 metros, o Filipe saiu de esticão, bastante forte, sem dúvida pensando que terminaria ali, na rotunda. Como é de tradição, só se pára na Murgueira, para a merecida Coca-Cola. Os dois homens da frente fizeram o mesmo, e assim a perseguição terminou abruptamente.
Resta dizer que, naquele ponto, a vantagem era equivalente a meia volta à rotunda, pouco mais de 10 segundos. Todavia, isso não significaria... fim de fuga! Pelo contrário, mesmo sem ajuda do André, o Aldeano demonstrava ser capaz de levar aquele esforço mais muito longe, quiçá até à Murgueira. E demonstrou-o bem, depois, ao liderar a elevado ritmo o sexteto nos últimos quilómetros, depois de eu ter feito os primeiros após a rotunda. Mas um pouco mais... devagarinho.
Muito boa conta de si deram dois dos estreantes – equipados à Maia e Comunidade Valenciana, um deles, creio, o Gil – que não demoraram mais de 30 segundos. A maioria dos demais, chegou com mais atraso.
A segunda parte (a final) da jornada travou-se nas rampas de Vila Franca do Rosário para a Malveira, após nova passagem de (re)aquecimento no Gradil. No início da subida meti o andamento, mas o Aldeano não estava para concessões e endureceu o ritmo ainda antes do gancho, onde começam as maiores inclinações. O grupo da frente, composto por não mais de dez elementos, cerrou fileiras na roda. O André foi o único a arriscar e voltou a mexer, mas a reacção dos restantes foi pronta e eficaz. Logo a seguir, foi o Chico, mesmo sem um elo da corrente (!), que não se intimidou e também passou pela frente. Mas com o encadeamento rápido do Vale da Guarda ficou sem... combustível. O Aldeano voltou à frente e forçou até ao topo, mas sem que se perdessem mais elementos do grupo.
Logo que se «picou» para a curta descida do Vale da Guarda, o Paulo Pais fez uma movimentação ao seu estilo, tentando surpreender. Saltei para a sua roda e quando mais tarde ele saiu para o lado, tentei não deixar cair muito o ritmo. Todavia, quando foi a minha vez de (dever!) ser rendido, ninguém o fez... Só na aproximação da rampa final para a rotunda da Malveira, o Aldeano (sempre ele...) voltou a assumir o comando até ao sprint final, em que o Jony se superiorizou com facilidade, fazendo valer a sua capacidade de explosão. Foi seguido pelo Aldeano, que demonstrou estar em boa forma; e depois o André, eu, o Freitas, o Filipe e o Paulo Pais – a composição do pequeno grupo que restou...

No próximo domingo, Clássica de Fátima
Distância: 130 km
Hora de partida: 8h00
Importante: os interessados em garantir transporte de regresso (autocarro) devem contactar o Pina (loja Pina Bike, em Loures)

domingo, maio 03, 2009

Montejunto em dose tripla

Sexta-feira, dia 1, excelente treino em Montejunto. Três subidas, 113 km, 4h30 e 2300 metros de desnível acumulado. Grupo: eu, Freitas, Ruben e Vaza. Na última ascensão, juntou-se o Gustavo, da Bicigal.
Saída de Alenquer, na companhia apenas do Freitas e do Ruben, com estranheza pela ausência dos restantes que vão às provas espanholas. Perderam, sem dúvida. Passo moderado até Vila Verde dos Francos, entretanto já em quarteto com a integração do Vaza à saída do Olhalvo.
Aquecimento dos motores na passagem por Atalaia (entrada e saída) e... não deixar arrefecer até ao início da primeira subida. Pouco antes, o Freitas dá-me sinal para ser ele a meter o ritmo de início a fim, conforme tínhamos combinado numa das subidas (originalmente seria a segunda, mas ele decidiu antecipar). Objectivo: subir ao seu ritmo e retirar ilações sobre sensações, também através do feed-back do andamento dos restantes.
Conclusão: boa subida, em 29 minutos (à moderação que se recomendava para a tripla ascensão tem de se juntar o favor vento, que soprou fraco, mas de frente). De qualquer modo, em minha opinião, o ritmo foi ligeiramente mais elevado que o ideal, como depois se veio a verificar. Considero assim, devido às minhas sensações na roda, que nunca foi de «descanso». Pulsação média: 166 bpm.
Nesta primeira subida, o Ruben esteve perfeitamente à vontade, mantendo-se no grupo, creio, apenas por mera precaução. Fez bem... mas deveria tê-la mantido na segunda passagem. Já lá iremos. O Vaza pareceu, às tantas, o mais irregular, ora acelerando, ora demonstrando algumas dificuldades. Os poucos metros que acabou por perder após o quartel, recuperou-os entre a linha de meta e o portão da base (fim da estrada).
Na descida para Pragança, ficámos a conhecer as gravíssimas limitações do Ruben em descidas longas e acentuadas. Um calvário, que deve merecer deste trepador nato devida correcção através do treino.
Após troço de ligação de 20 km, a segunda subida a Montejunto (sempre por Vila Verde) encadeava com a do Rodeio. No total, quase 11 km. Nesta, meteria o meu ritmo. Fi-lo desde o início e fim, apenas com o Ruben a acompanhar-me a partir de cerca de metade da subida. Pareceu quase sempre ir bem, mas, amiúde respirando muito ofegadamente. Conversámos sobre isso na altura: tem de controlar melhor a respiração. Mas também foi sintoma de exagero. Pagou-o fortemente na terceira subida. Tempo da segunda passagem: 27.36, a 171 bpm. O Vaza chegou cerca de 2 minutos depois. O Freitas, o dobro.
Terceira e última subida. Agora, após decida directa para Vila Verde e Rodeio, de onde se repetiu a dose da ascensão anterior. Agora eramos quatro, com a entrada do Gustavo, da Bicigal. À entrada para Montejunto, voltei a meter o meu ritmo e desta feita foi o Vaza e o Gustavo a acompanhar-me durante mais tempo. O Freitas voltou a meter o seu passo logo de início e o Ruben não durou muito mais, mas este em clara perda. No alto, o Gustavo estava a menos de um minuto e o Vaza precisamente com essa desvantagem. Tempo: 28.21, para 171 bpm (mais 45 segundos que a subida anterior e a mesma pulsação). Ou seja, o Vaza realizara as três subidas em tempos muito iguais, sempre no minuto 29 – uma prova de enorme regularidade, que, em sucessão de subidas de montanha, é muito importante. Disse-lhe da sua boa prestação. Teve-a, de facto.
O Freitas demorava os mesmos 4 minutos da subida anterior, tal como eu piorando em cerca de um minuto. Os seus «cronos» foram sensivelmente: 29 – 31,5 – 32,5. Reflectem a acumulação de desgaste em montanha, mas estou em crer que se na primeira subida tivesse aliviado mais (como já referi, fê-la propositadamente sempre à frente) poderia reequilibrar melhor os seus desempenhos nas seguintes. A roda é sempre um «elemento» importante para os menos trepadores – e ontem, infelizmente para ele, as rodas revelaram andamentos desfazados. De qualquer modo, nota-se evolução e no que resta para os seus objectivos ainda há tempo para melhorar. De resto, o mesmo se aplica a mim!
O Ruben, entretanto, desfalecera, pagando com isso mais de 8 minutos. O seu registo foi: 29 – 27,5 – 36,5. Fica o ensinamento do treino em montanha: ela reclama sempre a factura a quem dela abusa... Mas o «puto» (tem apenas 18 anos) é um trepador genuíno. Estampa finíssima, verdadeiro peso-pluma. Falta-lhe o traquejo que a experiência naturalmente lhe trará. O elogio à sessão apesar do reconhecimento do empenho é prova disso. Dose tripla de Montejunto é algo que nem todos se podem orgulhar.

sexta-feira, maio 01, 2009