quarta-feira, abril 29, 2009

Sexta-feira: treino com três subidas a Montejunto

Na próxima sexta-feira, feriado, dia 1, vai realizar-se um treino em Montejunto. A ideia é fazer três subidas, com partida e regresso a Alenquer. Trata-se de mais uma etapa incluída na preparação dos elementos que têm objectivos em provas internacionais, já no próximo mês de Junho – em que me incluo -, e de outros com planos diversos. No entanto, também poderá ser, para os demais, um interessante desafio de superação pessoal.
O percurso sugerido é o seguinte: partida de Alenquer em direcção a Olhalvo (passagem em empedrado), Atalaia e Vila Verde dos Francos (com 18 km), onde se iniciará a 1ª subida até às antenas (tocar no portão da base militar e dar meia-volta). Desce-se, depois, para Pragança e circunda-se a serra em direcção a Chão de Sapo, Martins Joanes e Vilar, de novo, para Vila Verde (pela subida desde a rotunda do Rodeio).
Segunda subida, novamente até ao alto de Montejunto e descida direito a Vila Verde e à direita para descer à rotunda do Rodeio, subindo novamente para Vila Verde. Terceira, e última, subida. Após esta, regresso por Vila Verde, Atalaia e Olhalvo, e depois para Alenquer, pelo trajecto inverso da ida.
A distância do treino ronda os 105-110 km e logo as 4h00 de duração. Portanto, bastante exigente. E mais: pelas características de subida (de montanha), será mais exigente que, por exemplo, a volta do passado fim-de-semana, dos Trepadores.

A hora de partida de Alenquer é às 8h30. Por isso, a concentração deverá ser entre as 8h00 e as 8h15, para, antes arrancarmos, bebermos o cafezinho da ordem.

segunda-feira, abril 27, 2009

Trepadores foi excelente treino!

A volta dos Trepadores demonstrou a dureza que se sabe. Logo na abertura, a longa subida para o Forte de Alqueidão, espécie de aquecimento para os «exercícios» mais exigentes que se seguiam. Estive maioritariamente na frente, peito ao vento, conduzindo em andamento moderado o pequeno pelotão que saiu de Loures... com justificadas reservas em relação ao percurso desnivelado que se apresentava. Este grupo, com menos de 10 unidades, veio a «engrossar» com as entradas do Rocha, na parte final da subida, e do Pina, Salvador, Chico e Vaza depois do alto.
Após a ligação do Sobral a Arruda, começou o verdadeiro carrossel da tirada, com a abordagem à Mata. Depois de ter acumulado, no Alqueidão, mais desgaste do que perspectivara para esta volta-treino, para mim, a partir da Mata acabava-se a economia de esforço. O objectivo era «meter» intensidade alta desde as primeiras rampas e levá-la mais longe possível, de preferência, até lá cima. Só as pernas e as sensações comandariam.
Ao fazê-lo, fiquei imediatamente apenas na companhia do Runa (na véspera participara no Grande Prémio do Torrão, de Masters), mas este viria a abdicar ainda antes do primeiro «cotovelo». No entanto, integrou-se em quarteto, com o Vaza, Freitas e o Chico, que, por acção deste último, fechou a distância para mim num ápice. Talvez demasiado depressa, custando forças que vieram a faltar na derradeira fase da subida, depois da passagem pelas casas. Muito pouco adiante, mantendo o mesmo ritmo, voltei a ficar apenas com um único companheiro: agora, o Freitas – que me seguiu até ao alto. Não foi uma subida, ao máximo, porque o «treino» não acabava aí...
Por isso, o tempo realizado (11m51s) foi bastante bom, 13 segundos mais que o meu melhor registo... e sem qualquer ajuda de outrem. Pulsação média: 176 bpm.
Os perseguidores (Chico e Vaza) acabaram por perder mais tempo do que seria expectável após a recolagem inicial. Logo a seguir a estes chegavam o Evaristo, o Rocha e o Runa, e só mais tarde do Pina e Salvador.
Uma vez reagrupado, o minipelotão fez-se à descida para Bucelas, e aí, ao contrário do que seria de esperar nas transições entre as subidas, considerando a dificuldade da volta recuperou-se muito pouco. Motivo: o Freitas viu-se com alguma vantagem no início da descida e forçou o andamento para a aumentar, visando entrar em Ribas destacado. Ainda chegou a ter vários elementos consigo durante a subida, casos do Pina, do Salvador e do Evaristo, mas apenas este se manteve na frente até ao Freixial – à custa de um esforço que desde logo o «descarregou». O Freitas pediu-lhe que o levasse até ao início da subida e ele gentilmente acedeu... e kaput! Pelo inquestionável desequilíbrio de capacidade entre ambos a situação deveria ter sido a inversa, penso eu...
Quanto a mim, não seria por estas contingências que alteraria o que tinha programado. Ou seja, não forcei, mantendo-me entre o grupo perseguidor, liderado depois de Bucelas pelo Chico – que tal como na Mata teve excelente desempenho. Entrámos com cerca de 25 segundos de atraso do duo de fugitivos – rapidamente reduzido a apenas a um, já que o Evaristo ficou pregado à dura rampa de entrada na subida de Ribas. No encalço do Freitas, também não demorou a ficarmos apenas eu e o Chico. Meti o meu passo, recuperando progressivamente até o alcançar junto ao cruzamento do café, na abordagem à fase mais complicada da ascensão. Esse momento coincidiu com a cedência do Chico, seguindo o Freitas na minha roda, que, tal como na Mata, demonstrou encontrar-se bem – a juntar o facto de no sábado ter realizado esta volta.
Excelente tempo de subida: 10m02s, e pulsação média perto do limite: 180 bpm.
De Ribas para Montemuro, agora face ao vento. O figurino manteve-se, embora o Chico, às tantas, tenha acelerado, seleccionando o grupo mais rapidamente do que parecia vir a suceder. Com ele, restaram apenas eu e o Freitas. Desta vez, o trio não se desfez até ao alto. O Vaza chegou muito pouco depois, seguido do inseparável duo Pina/Salvador, esperando-se bem mais por outra dupla Rocha/Evaristo.
Tempo: 10m40s, apenas dois segundos mais que na Super-Trepadores. Pulsação média: 172 bpm (+2 bpm que nessa volta)
Rapidamente se transpôs a vertente de Santo Estêvão das Galés, a partir daí sem o Chico e o Vaza. Na ligação Rogel-Sto. Estêvão das Galés-Sta. Eulália, o Evaristo deu as últimas, arrastando-se até ao cruzamento, onde atalhou para o conforto do lar.
Para as Salemas só restaram eu, o Freitas, o Rocha, além do Salvador e do Pina, que se mantinham destacados depois de não pararem em Montemuro. O Rocha ainda enfrentou as íngremes inclinações da fase inicial da subida, mas logo a seguir deu a volta ao cavalo. Segui com o Freitas, ambos gerindo o esforço nas duras rampas, que, no meu caso, faziam acusar nos músculos o intenso «trabalho» realizado até então.
A pulsação média (165 bpm) prova que foi só... passar. Compensou o sabor da conquista do topo e o culminar da volta com relaxante descida para Loures, mas nem tanto, depois, até Alverca.

«Pecúlio» pessoal final: 5h10 de treino, 140 km e 1700 metros de ascendente acumulado.

quinta-feira, abril 23, 2009

Domingo há Trepadores!

No próximo domingo, a volta é «daquelas» à medida de quem aprecia a montanha, sempre a subir e a descer: é a Volta dos Trepadores, que não permite esconder fraquezas. O nível de dificuldade é elevado, mesmo para quem pretenda apenas passar pelas subidas.
No entanto, em 2008, ainda sobrou força a alguns para fazer um acrescento ao percurso, subindo as Salemas!! O gráfico da altimetria e a descrição do percurso contemplam essa passagem, facultativa.
Chegar ao alto de Sta-Eulália já é suficientemente meritório, já que não é invulgar haver muitas «desistências» com o acumular das subidas. Porque são inevitáveis grandes diferenças de andamento, também é habitual (e recomenda-se...) proceder-se a neutralizações no final de cada ascensão, para reagrupamento.





terça-feira, abril 21, 2009

Santa Cruz: Ciclomix's a facturar!

Os Ciclomix’s estão a coleccionar Clássicas! Depois da Classíssima de Évora, e que a par de Fátima é a que «todos querem facturar», agora foi a vez da primeira edição da Clássica de Santa Cruz, a terceira da temporada, disputada no último domingo. No Alentejo, foi o Hugo Lopes «Maçã»; no Oeste, outro Hugo, o Silveira «Garfield».
Sucesso conquistado com muitíssimo mérito, culminando uma fuga iniciada cerca dos 70 km, em Casalinhos de Alfaiata, a 35 km do final, na Malveira. No início da escapada ainda teve a companhia do Rocha, fundamental para consolidar vantagem decisiva para um grupo intermédio (Filipe, Evaristo e o Pedro) que se formou alguns quilómetros adiante, na perspectiva de conseguir chegar-se à frente. Sem êxito. Aliás, tal como não teve a intensa recuperação realizada pelo Freitas, desde Torres Vedras, que acabou por se revelar tardia... para alcançar o líder. Chegou logo a seguir, a escassas centenas de metros.
A história da tirada até ao momento da fuga resumiu-se a algumas acelerações do André, sempre com resposta eficaz do pelotão. Apesar da sua insistência, aproveitando o relevo acidentado do percurso, o grande grupo não iria permitir-lhe grande liberdade, sempre com os Pina’s (eu e o Freitas) no comando das perseguições.
O magnífico cenário do troço entre A-dos-Cunhados, Vimeiro, Maceira, Praia Santa Rita e Sta. Cruz, que caracteriza esta prova, apenas trouxe andamento certo, que se tornou mais elevado a partir da passagem pela marginal à praia, então quando o vento se pôs a favor. As maiores acções partiram do Freitas e do Hugo Silveira – já ele, em terreno que lhe é muito favorável!
O Freitas fez, sem dúvida, excelente sector Santa Cruz-Silveira à frente do pelotão, e que, de certa forma, terá aberto a porta às iniciativas de fuga que se seguiram – e que se revelaram decisivas poucos quilómetros mais tarde.
Cerca de Casalinhos de Alfaiata, o «Garfield» e o Rocha adiantaram-se sem que houvesse qualquer reacção do grupo. Excelentes roladores, os dois fugitivos ganharam rapidamente vantagem, e quando um segundo grupo, de três elementos, acelerou para tentar ir no seu encalço, já a tarefa de se juntarem mais adiante implicaria esforço redobrado. Cá atrás, no que restava do pelotão, apenas eu, o Freitas, o André e o Salvador. Apenas este último não tinha como único motivo da sua presença... a marcação.
Este quarteto rolou calmamente até Torres Vedras, acumulando enorme desvantagem para os homens da frente, mas que não seria irrecuperável mediante esforço partilhado – e tal viria a provar-se pela curta distância que o Freitas ficou do Hugo. No entanto, essa parceria, face aos intervenientes no grupo, seria mera utopia... Por isso, o Freitas decidiu atacar à entrada da Variante de Torres, e fê-lo bem! À primeira, o André ainda reagiu; mas à segunda teve de o deixar ir na perspectiva de que estaria a desgastar-se, levando-me na sua roda. Ou seja, decidiu ficar... à espera de melhor oportunidade: livrar-se rapidamente de mim e partir atrás do Freitas. Quanto a este, estava por sua conta e lançou-se numa louca recuperação do tempo perdido. Desde logo, a sua missão implicaria muita, muita energia. E não teria êxito garantido, como se viu.
Cá atrás, resumia-se a variadíssimas tentativas do André em libertar-se de mim – todas em vão. Logo, aos repelões, a esperança de ainda entrar(mos) na discussão esfumava-se rápida e totalmente. Ainda assim, reconheço que me diverti, e que os diversos picos de intensidade a que ele me submeteu, seguidos de recuperação quase completa, constituíram treino produtivo. Desde Vila Franca do Rosário, com a situação controlada, inflamei ainda mais o despique, mas acabou por não haver separação que se visse...
À frente, o Hugo libertou-se do Rocha e partiu isolado, não sendo alcançado apesar da esforçada recuperação do Freitas, que chegou à rotunda da Malveira a escassas centenas de metros. Todos os elementos em posição intermédia (Rocha, Filipe, Pedro e Evaristo) chegaram antes de mim e do André. A seguir a nós, entre os que completaram o percurso, apenas o Salvador.

Próxima Clássica: Fátima, dia 10 de Maio.

Mas já no próximo domingo haverá... Trepadores. Não a Super-Trepadores realizada num dos sábados de Março, mas apenas a tradicional e já bastante exigente, com passagens no Alqueidão, Mata, Ribas, Montemuro, Sto. Estevão das Galés, Sta. Eulália e final nas Salemas (esta subida integrada na edição de 2008). À atenção da malta do Quebraossos e do Cubino! Trata-se de um treino a não desperdiçar. A pouco mais de um mês (decisivo) do primeiro objectivo pode representar, desde já, um importante teste. Por experiência própria.

quarta-feira, abril 15, 2009

Domingo: Clássica de Santa Cruz

ATENÇÃO: HORÁRIO DE PARTIDA MANTÉM-SE O HABITUAL: 8H30

No próximo domingo, realiza-se a 3ª Clássica da temporada 2009: SANTA CRUZ. O percurso é inédito, embora grande parte seja comum à da volta de A-do-Cunhados, que se disputou nos últimos dois anos. A distância: 118 km.
Os pontos de passagem estão referidos no quadro abaixo, e devem merecer atenção de todos os participantes, pois, no terreno, é fácil falhar alguma indicação. A parte do percurso que talvez possa suscitar mais dúvidas é a do troço entre A-dos-Cunhados e Sta. Cruz. Assim, no interior de A-dos-Cunhados deve sair-se da estrada nacional, seguindo indicação CAMPO DE GOLF, à direita, em direcção ao Vimeiro. Aqui, na pequena rotunda no centro da vila, vira-se à esquerda para Maceira/Sta. Rita/Porto Novo/Sta. Cruz. Uma vez chegando à Praia de Sta. Rita continua-se em frente até à 1ª rotunda de Sta. Cruz, saíndo à esquerda para a Variante, em direcção à Silveira.
Relembra-se, ainda, para o conceito de Clássica, que implica «andamento livre» e não haver paragens para reagrupamento estipuladas – isso não querendo dizer que não aconteçam por motivos vários. Logo, é recomendável que se procure, ao máximo, adequar os andamentos e entrar em grupos.
Por motivos de segurança na passagem pela Malveira (devido ao trânsito muito congestionado aos domingos na zona das Trouxas e o piso em obras na ligação à Venda do Pinheiro), haverá NEUTRALIZAÇÃO após a subida de Vila Franca do Rosário (107 km), como tradicionalmente na rotunda da auto-estrada, onde, digamos, se devem acalmar os ímpetos... e reagrupar antes de completar o trajecto até Loures (118 km).
Outra razão para esta interrupção (especial) antes do final da tirada é a perigosidade da passagem por Pinheiro de Loures... principalmente a alta velocidade.


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segunda-feira, abril 13, 2009

Ota-Fátima-Ota: a crónica

A edição de 2009 do Ota-Fátima-Ota, realizada na passada sexta-feira, confirmou os prognósticos que fiz, neste blog, a meio da última semana. Esteve longe de ser mero passeio de peregrinação para a maioria dos participantes, consistindo em excelente treino, de tipo competitivo, para os que se empenharam em (tentar) permanecer entre os mais rápidos.
Repetiu-se também a boa organização do RBikes, liderado pelo Miguel e os seus fiéis do clube da Ota, que souberam conduzir em segurança e sã convivência o enorme pelotão que, de manhã cedo, se fez à estrada em direcção a Fátima. Devido a essa competência, a grande adesão e a popularidade do evento prometem continuar a crescer nos anos vindouros. Com mérito!
Este ano, ao esforço dos 170 km em terreno complicado juntou-se vento, frio e aguaceiros, factores meteorológicos que implicaram fortemente no decurso da tirada, contribuindo para uma ou outra queda de onde resultaram pequenas mazelas – entre as quais, a que envolveu o Filipe pouco antes de Alcanena, infelizmente a forçá-lo a abandonar. A intempérie não teve menos influência, igualmente, na média realizada: 1 km/h inferior (32 km/h) à de 2008, correspondente a mais 9 minutos que na edição do ano passado.
A maior penalização veio da acção do vento noroeste, prejudicial principalmente na primeira fase da prova. E que teve dois efeitos... contraditórios: por um lado causou mais desgaste, principalmente aos que estiveram mais tempo na frente do pelotão; mas, por outro, tornou o andamento, no trajecto de ida, muito mais acessível à generalidade dos participantes – se comparado com o ano passado, a chegada a Rio Maior, a média rondava os 35 km/h! Desta vez, esteve pouco acima dos 30 km/h.
Até Alcanena, onde se iniciou a dupla subida (Moitas Vendas/Covão do Coelho), o Marco Almeida (GNP) foi um dos ciclistas mais activos, procurando, diversas vezes, adiantar-se ao pelotão, algumas vezes levando companhia. Todavia, devido às dificuldades impostas pelo vento ou pela reacção eficaz do grande grupo, acabaria, invariavelmente, por ser reabsorvido. Os demais em fuga, idem.
Na abordagem a Moitas Vendas fez-se a primeira selecção, devido andamento imprimido por um de sete unidades, que já desceu isolado para Minde. A junção com o pelotão principal, em perseguição, ainda sucedeu mas coincidiu praticamente com o início da dura ascensão do Covão do Coelho, e foi apenas fugaz... O mesmo septeto voltou a destacar-se logo aos primeiros metros das duras rampas, então parecendo que definitivamente. No final da subida, entre o grupo destacado, também houve diferenças. À frente, o trio Duarte (Salvaterra), André e o elemento «Y», que lançou o ataque; seguido por dois duos: o primeiro, com o Hugo, de Loures, que surgiu com as cores do GNP, e o Marco Almeida (GNP); e o segundo, comigo (Pina Bike) e o Jony (Almodôvar). As diferenças eram escassas, até para o pelotão, que depois de excelente recuperação no falso plano ascendente (11 km) até Fátima, liderado pelo Freitas (Pina Bike) recuperou praticamente da desvantagem acumulada no Covão do Coelho.
Todavia, no preciso momento em que se cruzavam os grupos, deu-se o «desencontro» decisivo: o septeto, já refeito, optou por não fazer a tradicional paragem na rotunda dos Pastorinhos; ao contrário do pelotão, que parou para retemperar forças. Resultado: a divisão foi definitiva e a história que passo a contar remete-se à do grupo da frente que, de resto, já mais se tinha destacado nas partes mais selectivas do percurso.
O regresso não se antevia fácil. Tanto mais, que o vento não era totalmente favorável, soprando, amiúde, em rajadas laterais. E porque, à partida, se a tarefa limitada a seis (o tal elemento «Y» abdicara algures) já suficientemente desgastante considerando os quilómetros (85) em relevo «parte-pernas» que restavam, pior ainda quando se verificou (para mim, sem surpresa!) que o trabalho ficaria restringido apenas a cinco elementos, por omissão voluntária do André, que sem justificação plausível prescindiu de colaborar... num grupo pequeno e restrito que se revezou, solidário e em empenho total, durante, pelo menos, 55 km, de Fátima a Rio Maior.
Contudo, após a passagem por Rio Maior, a 30 km do final, a toada de cooperação alterou-se radicalmente. O Duarte atacou logo na primeira rampa à saída da cidade e quebrou o entendimento. A partir daí, após resposta eficaz dos restantes, os ataques sucederam-se, com protagonistas diferenciados, mas sempre com o mesmo desfecho: o insucesso. Ou seja, o grupo, que se manteve unido até Rio Maior, teimava em não se separar depois, apesar de momentos de dificuldade que todos os seus elementos passaram.
Os golpes mais fortes vieram, quase sempre, do Duarte, que, confirmou os bons indicadores de forma revelados no fim-de-semana anterior, em «acesa» saída domingueira À Volta da Serra. Mas também eu e o Jony procurámos a sorte, sempre sem êxito. Os demais mostraram-se mais interessados em responder, e fizeram-no a preceito.
A unidade continuava não querer quebrar-se na iminência da passagem pela rampa da Espinheira (160 km), a derradeira passagem mais selectiva do percurso, onde haveria a possibilidade de surgir as diferenças. Nesta altura, ajudadas pelo peso dos quilómetros. Após um período de acalmia que se seguiu a Vale de Judeus, o Hugo deixou-se «enganar» ao ficar na frente no início da curta e rápida subida (1 km que se faz em pedaleira grande), principalmente depois de já vir a trabalhar há algum tempo. Por isso, acusou naturalmente o desgaste na primeira metade da rampa, quando acelerei o andamento. E mais ainda quando o Duarte – sempre ele! – fez o movimento decisivo, a pouco mais de 100 metros do alto. Aí, o Jony também passou menos bem, embora este tivesse recuperado muito melhor que o Hugo.
À frente, o Duarte ganhou mais de 50 metros e parecia decidido a levar o esforço, isolado, até à Ota. Mas o Marco Almeida e, mais tarde, o «regressado» Jony, retiraram-lhe, para já, essa hipótese. Depois de reintegrado, o Duarte voltou à carga, mais uma e outra vez, mas sempre sem êxito. O sexteto – entretanto, o Hugo, muito bem, reentrara – durou até à recta final, onde só as «embalagens» na descida, em frente à loja de bicicletas, marcaram distâncias... insignificantes, demonstrando o equilíbrio entre cinco dos seus abnegados elementos – Duarte, Jony, Marco, Hugo e eu – os únicos cujo esforço foi igualmente repartido e só assim possível de avaliar.
O «segundo» grupo – mas não secundário... – também se empenhou verdadeiramente e traçou o seu próprio destino durante o sector complementar do percurso, com árduo envolvimento do Freitas, do César (Salvaterra), do Hugo (Ciclomix), João Rodrigues (GNP), entre outros. Para eles, e todos os que participaram neste evento, contribuindo para a repetição do seu sucesso, e em especial para os seus organizadores, uma grande homenagem. Para o ano há mais!

P.S. No domingo realizou-se volta totalmente plana, com «epicentro» no Infantado, em plena lezíria E naturalmente, pouco teve de higiénica – principalmente na primeira metade. E tão mais produtiva (para mim) seria, se tivesse sido apenas de limpeza.
De qualquer modo, não poderei deixar de destacar a extraordinária média realizada entre Vila Franca e o cruzamento do Infantado, em 25 km. Acredite-se: 40,5 km/h – mais de 10 km/h acima dos meus desejos! Para tal contribuíram, quase em exclusivo, o Freitas e o Hugo Silveira (Ciclomix) – sinceramente, impressionantes!!! -, mas também o Carlos Coelho (Salvaterra).
Fica o registo deste desempenho, porque, repito!, teve tanto de «severo» como de excelente.

No próximo domingo, realiza-se a 3ª Clássica da temporada: Santa Cruz. Em breve, a apresentação da prova e as informações adicionais.

quarta-feira, abril 08, 2009

Ota-Fátima-Ota

Na próxima sexta-feira, feriado, realiza-se mais uma edição do Ota-Fátima-Ota, organizada pela RBikes, da Ota, na distância de 170 km.
Será a minha segunda participação, depois da boa experiência no ano passado. Boa experiência em todos os aspectos, e não apenas do ponto de vista individual, mas principalmente pela competente organização do evento, que foi exemplar. De resto, a boa liderança confirmou-se, no início desta temporada, numa concentração do género que passou por Montejunto.
A ver pelo exemplo de 2008, não se pense que será um mero passeio... mas sim, um passeio exigente, a uma média respeitável – que no ano passado foi superior a 33 km/h, em terreno difícil, com um total de 2000 metros de desnível acumulado. Os homens da RBikes procuram liderar o pelotão durante a primeira fase do percurso (partilham essa liderança com quem queira contribuir apenas para manter andamento certo e dificilmente «autorizam» esticões). Fazem esse «trabalho» porque têm elementos de muito bom nível (em 2008, chegou-se a Rio Maior com 35 km/h de média!) e com disponibilidade para assumir as despesas, mesmo custando-lhes, com naturalidade, muitas forças para o regresso.
No entanto, ainda na primeira parte do trajecto, a partir de Minde, com a chegada das subidas mais duras (principalmente Covão do Coelho) é óbvio que não se lhes pode esperar a mesma capacidade de controlo. E no regresso muito menos... já que rapidamente a distância e o relevo do tipo parte-pernas farão a selecção, destacando os mais fortes, que não se coibirão de meter o seu próprio andamento.
Tudo isto é lógico e razoável e não belisca o enorme interesse deste evento, que muito recomendo... a quem garantidamente reúna condições físicas para cumprir, na íntegra, o exigente percurso.

Eis a altimetria: (clicar em cima da imagem para aumentar)



Também na sexta-feira, a volta que está calendarizada é a de Belas. Eis o percurso e a altimetria:




No próximo domingo, de Páscoa, a saída é para o Infantado. Também aqui ficam as informações detalhadas do trajecto:






segunda-feira, abril 06, 2009

À Volta da Serra... agora ao contrário!

No domingo, a Volta à Serra (de Montejunto) foi percorrida no sentido inverso à de sábado. E se no dia anterior as dificuldades já não foram poucas, ontem, sem dúvida, foram muito maiores. Não somente porque as principais subidas estavam reservadas para a segunda parte do percurso (a volta da véspera terminou como iniciou, na planura da EN10), mas porque o cartel de participantes se apresentou tão ou mais forte e... claramente mais activo.
Desse empertigamento resultou vários adiantamentos ao pelotão, mas só a partir de Vila Franca. Alguns aparentemente sem intenção clara em «cavar» fugas; outros, todavia, a evidenciar esse objectivo: dos quais surgiu a grande fuga do dia. Protagonistas: Paulo Pais e Freitas, que, por iniciativa do primeiro, antes da Ota, vieram a juntar-se mais tarde e a colaborar, com eficiência, durante muitos quilómetros em que se mantiveram isolados do grande grupo.
Quando a «aventura» pegou, à entrada dos topos da Espinheira, o pelotão não se incomodou... demasiado, limitando-se a controlar – sob liderança quase exclusiva do Duarte, partilhada apenas a espaços pelo Runa. Durante aquele «carrossel», enquanto a fuga se consolidava, o grupo principal absorvia duo Pina e Farinha, que se mantinha em posição intermédia praticamente desde o ataque original do Paulo Pais. Motivo: ao contrário do Freitas, perderam o «timing» para se juntar ao duo da frente.
Depois de o pelotão ter transposto a Espinheira com cautelas para não sacrificar desde logo a resistência do Grande Abel, no final da descida, altura que o pelotão perdeu contacto visual os fugitivos, a sua vantagem rondava 1m40s. Distância que já impunha melhor colaboração na perseguição. Mas só o Duarte e o Runa continuaram a trabalhar bem no topo do Cercal, mas na iminência da subida de Rocha Forte, mais longa e exigente, o andamento forçosamente teria de aumentar para controlar a fuga. Por isso, passei pela primeira vez na dianteira, e rapidamente suou o alarme na retaguarda: o Abel já necessitava de ajuda – que o Runa muito bem prestava. «Parou-se» praticamente (houve mesmo quem o fizesse... por necessidade fisiológica), enquanto eu auxiliava a nossa «eterna referência» a chegar ao topo. Definitivamente «tocado» pela fadiga, com tanto ainda por percorrer, só a sua exemplar coragem lhe poderia valer para atenuar o sacrifício certo. Enfim, fica mais uma homenagem, que nada lhe valerá nestes momentos de afogo.
Os quilómetros que se seguiram decorreram em andamento moderado, até perto de Chão do Sapo, permitindo aos fugitivos dilatarem significativamente a vantagem. Então, o Runa deu o toque a rebate e arregimentou as tropas para a perseguição definitiva. O grupo correspondeu e ficou rapidamente em fila indiana, em revezamento quase perfeito. O comboio andou a todo o vapor até à saída do Vilar, mas logo que o terreno voltou a inclinar, em direcção a Vila Verde dos Francos, fez-se a selecção... e os que ficaram atrás, certamente terão sido preciosa ajuda ao Abel. À frente, apenas eu, o Duarte, o Runa e o André.
A partir daqui, a perseguição resumia-se a um trio: eu, Duarte e Runa. Mas, logicamente, ainda nem sombras dos fugitivos. O regresso do contacto visual só aconteceu na aproximação à subida para a Merceana. E com surpresa! Os dois homens em fuga tinham companhia... ou seja, ajuda imprevista (mais tarde veio a saber-se que do Chico e do Vaza), que lhes terá valido imenso. A essa constatação – que colocava ainda mais dificuldades à perseguição (a vantagem rondava 1m45s) – seguiu-se outra tão importante: o Runa deixava de poder contribuir, principalmente se a estrada empinava.
A proximidade da longa subida para o Sobral não era bom augúrio. Mas nem por isso a «caçada» abrandou, agora entregue apenas a mim e ao Duarte (está em grande forma, o «Master» da equipa de Salvaterra!, e revelou enorme solidariedade e tenacidade inquebrável durante a dura perseguição, à semelhança do Runa). O André foi menos que mero desestabilizador – e chegou mesmo a irritar os meus companheiros, homens da competição incrédulos com tal comportamento!
Apesar dos contratempos, em Carmões a distância descia para 45 s. E na Freiria pouco passava dos 30 segundos, mesmo com o quarteto da frente em (observável) colaboração.
No final da ascensão, no Sobral, os fugitivos estavam a menos de 20 segundos – e a ainda faltava a subida ao Forte de Alqueidão. Todavia, o grupo da dianteira escolheu atalhar por sentido proibido (Farinha, estás perdoado!). E o Runa e o André fizeram o mesmo. Eu e o Duarte preferimos cumprir as regras... de trânsito, e voltámos a perder tempo.
Na Seramena, à entrada da subida final, (quando, enfim, nos cruzamos com o Chico e o Vaza, já em sentido contrário), já com o Runa e o André integrados com Freitas e Paulo Pais, ainda nos mantínhamos em atraso, mas rapidamente encostámos. Terminava, finalmente, a longa perseguição. Numa altura em que o Paulo Pais descaía e o Freitas aumentava o passo à frente, liderando quase até ao alto, onde chegou o quinteto compacto.
Mas o ritmo não abrandou. E na descida até Bucelas «puxei» a 46 km/h (média), agora apenas seguido pelo Runa, o Duarte e o Freitas, com estes dois a disputarem arduamente o sprint final.

Na próxima sexta-feira há (muito!) mais: 170 km de Ota-Fátima-Ota.

sexta-feira, abril 03, 2009

Contra-relógio por Equipas - Póvoa Sta. Iria

O Grupo BTT Todos no Trilho – CPCD, da Póvoa de Santa Iria, vai organizar no próximo dia 24 de Maio (domingo), um contra-relógio por equipas, com partida e chegada à Póvoa de Santa Iria, na distância de 136 km.
O itinerário do percurso é exibido abaixo, e tem como principais pontos de passagem, Vila Franca, Salvaterra, Coruche, Infantado e regresso a Vila Franca pelo Porto Alto.
As equipas devem ser compostas, no mínimo, por cinco elementos e no máximo, por oito. Para que se classifiquem, as equipas NÃO poderão apresentar em falta, à chegada, MAIS DE DOIS elementos dos que partiram.
A concentração para o evento será às 7h30 e as formações partirão para a estrada com intervalos de 5 minutos. O arranque da primeira equipa está previsto para as 8h00. Os tempos serão cronometrados.
As inscrição para a prova são gratuitas e devem ser efectuadas através dos seguintes contactos: 96.6502077 – 916276615 – 932826611 ou pelo endereço electrónico: tntbtt@gmail.com. Mais informações em tntbtt.50webs.com e http://www.tntbtt.blogspot.com/.


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quinta-feira, abril 02, 2009

Próximo domingo: À Volta da Serra


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Loures 0 km
S. Antão do Tojal: 4
Vialonga:11
Alverca do Ribatejo: 16
Vila Franca de Xira:24
Carregado: 33,5
Alenquer: 36,5
Ota: 41,5
Espinheira:52,3
Cercal: 55,3
Pragança (cruz.): 60,3
Vilar (rot. p/ V.V. Francos): 71,3
Vila Verde dos Francos: 73,8
Atalaia: 80
Merceana: 83
Aldeia Gavinha (cruz.): 84,4
Carmões: 89,2
Sobral: 95,2
Forte de Alqueidão: 102,7
Bucelas: 115,4
Tojal: 120
Loures (BP): 123,6