quarta-feira, setembro 23, 2009

Domingo: Infantado... inverso


A volta do próximo domingo vem ao encontro de algumas opiniões, no seio do nosso grupo, que reclamavam sobre o encadeamento de percursos com índice de dificuldade elevado, ou com muitas subidas, ou então com subidas difíceis.
Justifica-se que, no último terço de uma temporada especialmente exigente, como esta, se deva privilegiar o terreno plano, onde o esforço e as forças poderão ser melhor geridos em pelotão e o seu dispêndio atenuado mesmo em distâncias mais longas.
A volta do Infantado é conhecida (de resto, já foi realizada este ano) mas agora será pelo sentido inverso. O grau de dificuldade não sofre alterações.
A descrição detalhada do percurso, encontra-se acima.

terça-feira, setembro 22, 2009

Crónica de Sintra

A minha participação na volta do último domingo, de Sintra (Lagoa Azul), acresceu de um objectivo pessoal, espécie de componente motivacional suplementar que tudo fiz para que não beliscasse o interesse colectivo. Tratou-se, simplesmente, de tentar bater o tempo total realizado na edição do ano passado, excluindo neutralizações. Baixar de 2h59m para 89,1 km não era fácil de alcançar em percurso tão desnivelado e sem dúvida impossível sem colaboração.
Primeiro, porque o registo obtido no final do mês de Agosto de 2008 teve como principal impulsionador o Renato Hernandez – que, para os que não o conhecem, chama sempre a si, autoritariamente e sem vacilar, as despesas na condução do grupo durante mais de 90% dos trajectos, imprimindo velocidade de cruzeiro elevada em qualquer terreno. Do tipo que tem pilhas que duram, duram... O melhor parceiro que se pode ter quando não se quer dar o peito ao vento!
O segundo motivo tem a ver, precisamente, com a improbabilidade de contar, este ano, com tão valorosa ajuda e substituto ao seu nível (disponibilidade incluída), sem desprimor dos elementos que previa estarem presentes no passado domingo, e que tiveram contributo fundamental para a concretização desse objectivo.
À partida de Loures, dois factores influenciariam o desenrolar da contenda: um positivo, o outro negativo. O positivo: o pelotão ser numeroso; o negativo: o vento forte que fez sentir a sua oposição logo na subida para Guerreiros.
Partilhei o esforço com o Freitas na condução do grande grupo, a uma velocidade que teve de ser... moderada. Por isso, não surpreendeu que à passagem pelo ponto alto registássemos mais 2m15s (16m29s) que o tempo realizado, nesse mesmo local, em 2008.
A mesma resistência do vento prolongou-se a caminho de Santa Eulália, embora não coibisse alguns destemidos de se destacarem do pelotão – casos do Pintainho e do Capitão, o primeiro por ser raro; o segundo por estar em terreno adverso. No alto (1º ponto de neutralização), ainda assim, registava apenas mais 32 s que no ano passado. Mas a diferença total roçava já os 3 minutos. Todavia, ainda era muito cedo, e só mesmo o vento diminuía o meu optimismo.
À saída de Negrais surge o primeiro Contributo Determinante (ou CD, para abreviar): da parte do André, que surpreende na frente do pelotão, levando-o à média de 36 km/h até perto do Lourel. O grupo teve de se enfileirar para se manter unido, num trabalho em prol do colectivo que se elogia, principalmente por alguém que não tem esse hábito.
Alguns poderão considerar que foi demasiado intenso face às dificuldades que o percurso apresentava, mas contraponho: em terreno plano (que era o caso) os «menos fortes» devem aproveitar o empenho máximo dos «mais poderosos», já que aí o desgaste (nas rodas) é mais ténue. Por isso, devem aqueles também corresponder ao esforço dos seus companheiros e empenharem-se em não abrir espaços entre bicicletas que, então sim, provocam esforço acentuado na recolagem – como amiúde sucedeu na segunda metade do pelotão, onde me encontrava.
Graças ao fortíssimo CD do «puto», retirou-se 2m20s ao tempo no sector (Sta. Eulália-Lourel), baixando para menos de 2 minutos a desvantagem acumulada.
Nota: perto de Lourel integraram-se alguns elementos do grupo Passarinhos de Tires (Oeiras). Um deles, em especial, deixou bom cartel, simpático e bom praticante, conhecido entre os seus por Mata-a-Velha. Veio recomendado pelo Xico Aniceto e manifestou o desejo de voltar. Será bem recebido!
Em Lourel, o final do relevo acessível e a entrada nas vertentes da Serra de Sintra – com a subida para S. Pedro – impunham que me fizesse à vida em prol do meu objectivo, que metesse andamento vivo desde o início da ascensão. Fi-lo, mas sabia, de antemão, que teria companhia e previsivelmente ajuda! Um dos possíveis auxiliares, o Freitas, pareceu estar a par das minhas intenções («o» objectivo ou simplesmente de atacar a fundo a subida) e anunciou que ficaria atrás na ajuda ao Grande Abel.
Imprimi ritmo forte mas estive à frente menos tempo do que previa. O André substitui-me ainda antes da rotunda de empedrado (Sintra) e lá se manteve até ao alto de S. Pedro. Fez uma excelente subida, em progressão, terminando a 30 km/h antes de lançar (ainda) a aceleração final acima dos 35 km/h, sem resposta! Custou manter-me na sua roda, e o mesmo deve ter sucedido ao estreante Mata-a-Velha – que recém-chegado, não esperou muito para mostrar serviço, acompanhando os lideres.
Resultado: menos 50s (7m30s) que o tempo de 2008 naquela subida, onde mesmo assim, no final, tive de deixar abrir algumas dezenas de metros para o Renato e o Freitas. A diferença decisiva, este ano, foi de a subida ter sido «atacada» desde o início. O «crono» total (1h05m) passava a estar a distância inferior a 1 minuto!
Tempo de reagrupar e transitar rapidamente para a íngreme Lagoa Azul. Nessa transição o Freitas questiona-me sobre o meu estado físico, pretendendo lançar-me na primeira parte da subida. Disse-lhe, ainda sem saber se estava a pensar no «meu» objectivo ou em apenas ajudar-me a fazer uma boa subida, para não entrar à morte, que metesse passo rijo enquanto pudesse.
Ele correspondeu. Mas teve de zelar por mim ainda antes da subida, porque o André acelerou na descida que a antecede para eventualmente surpreender... Manobra que lhe é habitual e que, de certo modo, resultou. O Freitas não lhe perdeu a roda (contando que eu não perdesse a sua...) mas a má colocação e uma trajectória mal calculada do João do Brinco em curva fez-me distanciar alguns metros.
Mal reparou no meu atraso, o Freitas manifestou a sua frustração, que não inviabilizou o trabalho a que se propôs, pois o André, ao contrário do que se suporia, não aproveitou a vantagem, passando, tal como eu, para a retaguarda do «lançador». Este fez bom trabalho sem hipotecar demasiadas energias para o (muito) que restava percorrer, deixando-nos por nossa conta ainda nos primeiros 500 metros da complicada subida (num total de 2 km a 8,2%).
Fiquei na dianteira, sabendo do André atrás de mim. Mantive-me em regime submáximo, sempre na expectativa que ele iria acelerar a qualquer momento. Pensei sempre que fosse bem cedo, mas à medida que se subia cada vez mais, ouvindo a sua respiração ofegante, senti-me mais resguardado. Mas não tanto. Ele atacou nos últimos 200 metros, ganhando cerca de uma dezena até ao alto. O Mata-a-Velha voltou a chegar logo a seguir, mas já a cerca de 30 segundos.
Nota: em conversa posterior, o Mata-a-Velha justificou o atraso com uma abordagem mal calculada à subida, por não ter agarrado logo a minha roda, dizendo saber que eu subiria a ritmo mais constante, mais «amigável», e por não ter acreditado que o André ficasse lá por tanto tempo, sendo mais rápido e explosivo... ou simplesmente porque sobe melhor que eu. Como sabia, não nos conhecendo? Seria leitor assíduo do blog? Dicas do Xico? Questionei-o. Reconheceu que era leitor deste espaço, sim, mas garantiu que tirou os azimutes aó pela subida de S. Pedro, e que era dote da sua experiência. Surpreendeu-me!
Mais importante que as incidências foi o óptimo tempo realizado na Lagoa Azul: 6m35s (média de 18 km/h, a 183 bpm com máximo a 188); o meu recorde, retirando 13s ao anterior, realizado em 2008, atrás do Renato mas distanciado deste logo no início da subida. Pela primeira vez na volta, o tempo total era inferior: 1 minuto (1h22m).
Próxima etapa: a subida para o Cabo da Roca. Após a neutralização (na Malveira), respeitada por muito poucos, arranquei em direcção ao alto da Azóia integrado no grupo da retaguarda, com Freitas, Nuno Garcia, Rocha, Abel e o Vítor Correia e seus companheiros, que encontrámos na Malveira. O vento forte, habitual, estragava desde logo as contas. No pequeno grupo, com a presença do Grande Abel, o andamento foi necessariamente moderado. Nos primeiros metros admito que tive a tentação de aventurar-me em solitário, mas o Freitas demoveu-me, insistindo na protecção ao Abel. Agradeço-lhe, porque, como me apercebi durante a subida, em nada ganharia com a iniciativa. Não só pelo desgaste, como pela escassa vantagem que obteria, pois o andamento imposto em parceria entre Freitas e o Rocha foi mais conveniente. Por isso, classifico-o com a sigla CD!
Mas não se esgotou com a chegada ao cruzamento do Cabo da Roca, onde chegámos com mais 2 minutos que 2008. Prolongou-se, sob a batuta do Freitas, na descida para Colares e, sublinho, foi extraordinário na ligação a Galamares, onde se inicia a subida para Sintra (Várzea). Não, por ter sido andamento muito forte (30 km/h), a recuperar tempo perdido (apesar de o ter feito em 2 minutos), mas principalmente por se revelar muitíssimo adequado à condução de um grupo numa fase avançada de uma tirada montanhosa e ainda com «muita coisa» para percorrer. À entrada da subida, o autor deste desempenho «a pró» voltou a permanecer (e bem) com o Abel.
Logo, eu entraria de novo ao serviço, agora sem a presença do André e do Mata-a-Velha. Na minha roda, apenas o ZT (alcançámo-lo entretanto, levantando a questão, uma vez mais, sobre as vantagens de se sair das neutralizações «a solo»...) e o Nuno Garcia. Meti andamento forte desde o início e senti-os atrás durante larga fase da ascensão, apenas cedendo já dentro dos últimos dois quilómetros. Bom. Passei por vários elementos em posição intermédia, e ainda alcancei, muito perto do final, o grupo do Mata-a-Velha.
Fiquei surpreendido com o registo (7m08s, 26,5 km/h, 181 bpm), exactamente igual ao realizado em 2008, subindo quase sempre na roda do Renato, a «tope» e arrancando em solitário nos últimos 500 metros. O ZT chegou com o Garcia a escassos metros, neste sendo notória a progressão de forma.
No regresso a Loures, revelou-se o cansaço, bem evidente na escassa iniciativa, no derradeiro grupo que saiu de Sintra (mais uma vez, o respeito pela neutralização não foi unânime) em direcção a Loures. Por isso, tive (!!) de assumir a responsabilidade, sob pena de «matar» o objectivo... na «praia». Sem ajuda e sem forçar, na ligação a Pêro Pinheiro perdi sem surpresa cerca de 2m30s (29 km/h). E no mesmo registo, mais alguns segundos até Negrais, mesmo que os tivesse recuperado até Santa Eulália. À custa de ter ido a fundo desde o topo do campo de futebol e com direito a lançamento do sprint final, disputado, palmo a palmo, entre o Freitas e o André.
No reagrupamento (este sim, integralmente respeitado) em Sta. Eulália eram três os minutos que me separavam do tempo realizado em 2008. Missão espinhosa apenas nos quilómetros que faltavam, a maioria a descer.
Mas voltou a haver CD. Agora, novamente o André, que acelerou um pequeno grupo que se distanciou ligeiramente no final da descida do Bocal, e «obrigou» à perseguição, consumada apenas em Ponte de Lousa. O ritmo abrandou um pouco (sem sprint) no topo de Guerreiros, voltando a avivar-se na descida final para Loures e que não pude deixar amolecer até às bombas da BP – aqui, chegando somente com o João do Brinco, no encalço do Capitão. Todos os outros tinham ficado para trás ou mudado de direcção.
Olhadela ao cronómetro e... objectivo atingido! Com quase 4 minutos ganhos nesse derradeiro sector (42 km/h e alguns embaraços causados pelo trânsito em Pinheiro de Loures), estabeleci em 2h57m45 (30,1 km/h), o novo melhor tempo. Para tentar bater em 2010!

NOTA IMPORTANTE
O calendário das voltas foi alterado com o pressuposto de reduzir a dificuldades (do relevo) dos percursos, no seguimento de um ano especialmente preenchido e exigente, antecipando a chamada época do defeso. O novo quadro estará afixado na loja Pina Bike.
O final da temporada será marcado pela última volta com grau de dificuldade mais elevado (mesmo sem subidas duras...), a realizar no dia 11 de Outubro (domingo). O trajecto será apresentado com detalhe, mas divulga-se em antecipação: partirá de Loures em direcção a Torres, pelo Sobral, Dois Porto e Runa; segue para Sarge (o mesmo caminho da Ereira, realizado há uma semana) mas continua em frente para Maxial, Aldeia Grande até ao Vilar (passando a conhecida rotunda do Rodeio, de acesso a Vila Verde dos Francos). Do Vilar, sempre em frente para o traçado da volta de Montejunto para Pragança (mas sem cortar para a subida), seguindo para o Cercal e depois para a Espinheira, Ota, Alenquer, Vila Franca, Alverca e regresso a Loures (distância: 133 km).
Entretanto, na próxima semana, a volta será a rolar para o Infantado, no sentido inverso ao habitual. Ou seja, do Porto Alto, à direita para a longa recta do Campo de Tiro de Alcochete (N118), e esquerda para o Infantado (N119) . E no fim-de-semana seguinte (dia 4), será a Ota, em versão mais longa (125 km), com início por Frielas/Sacavém. Em breve, a descrição das próximas duas voltas e a de dia 11.

quinta-feira, setembro 17, 2009

Domingo: Sintra, Lagoa Azul

No próximo domingo teremos uma volta muito tradicional: Sintra, por Lagoa Azul. Se as condições meteorológicas ajudarem, já que são sempre incertas na serra, estarão reunidos todos os argumentos para mais uma interessante jornada de ciclismo, como são pródigas as incursões pela região sintrense.
O percurso, já se sabe, é acidentado desde a saída de Loures. A subida de Guerreiros «entra» de imediato e força o aquecimento, encadeando com a de Sta. Eulália, de Bocal. Mas não só, antes do principal obstáculo da tirada, Lagoa Azul (2 km a 8%) e do Lourel com passagem por Sintra (pela via pedonal e por isso com a devida precaução!) até S. Pedro.
Depois da Lagoa Azul (onde, devido à dificuldade da subida, inevitavelmente as diferenças de andamento serão mais acentuadas), desce-se para a Malveira da Serra e volta a subir-se para o Cabo da Roca (cruzamento). Em seguida, para não variar, desce-se (e bem!) do Pé da Serra para Colares, e desde Galamares, de novo a subir (Várzea) para Sintra. O regresso a Loures, muito mais suave que este sobe e desce, faz-se pelo trajecto inverso ao de ida.

Pontos de neutralização para reagrupamento
Sta. Eulália (cruzamento do chafariz, após subida do Bocal)
S. Pedro de Sintra (rotunda do Café do Preto)
Cruzamento do Cabo da RocaSintra (rotunda do empedrado)
Sta. Eulália (cruzamento do chafariz)

Notas de percurso:
Ao contrário de outros anos, não está prevista neutralização na Malveira da Serra, após a subida da Lagoa Azul. Por dois motivos:
Primeiro: são muito raros os ciclistas que a respeitam (normalmente, a maioria dos que se atrasam passa directo para a subida para o Cabo da Roca).
Segundo: tem como objectivo aumentar o interesse do encadeamento Lagoa Azul/Malveira/Cabo da Roca (então, sim, com paragem programada).
Pede-se, também, que a neutralização no cruzamento do Cabo da Roca seja escrupulosa respeitada, que habitualmente não sucede, levando a que a partir desde ponto só volte a haver pelotão... à saída de Sintra.
ATENÇÃO redobrada nas descidas da Lagoa Azul (para a Malveira) e do Pé da Serra (para Colares): são muito técnicas e, no caso da segunda, acresce o facto de ter muito trânsito.

terça-feira, setembro 15, 2009

Ereira: a crónica

A média horária, de 30 km/h, reflecte o bom andamento a que se realizou a volta da Ereira, no passado domingo, cujos 1400 metros de desnível acumulado em pouco mais de 100 km denunciam a dificuldade do percurso.
Contribuíram para a excelente velocidade, os ritmos vivos em quase todos os sectores, tanto a subir, rolar ou a descer. Mas também a regularidade, sem «picos» demasiado baixos ou elevados – a não ser, naturalmente, na subida da Ereira.
Desde logo, a longa ascensão de Bucelas para a Venda do Pinheiro marcou a toada certinha, em patamar médio ou médio-alto, de quase toda a jornada dominical. O seu principal impulsionador foi o Duarte, forçando o andamento à cabeça do numeroso pelotão, «obrigando-o» a corresponder, ainda e sempre com os seus «líderes» a gerirem as distâncias sem forçar demasiado, procurando atenuar o desgaste colectivo.
Foram diversas as ocasiões em que ele (Duarte) se destacou - impondo livremente o ritmo que melhor lhe convinha, sempre sem procurar acentuar as distâncias...-, por vezes levando companhia na sua roda. De qualquer modo, com o empenho dos perseguidores, na Venda o pelotão estava reunido (média de 26,5 km/h).
Curiosidade: à chegada ao alto do Forno do Coelho, cruzámo-nos com o grupo dos Duros do Pedal, cujo autor da crónica da volta (160 km, de treino para ida-e-volta a Peniche) no seu blog, definiu o nosso fugaz encontro da seguinte forma: «As descidas para Bucelas geram sempre ao alongar do grupo, e em sentido contrário subia a locomotiva dos homens do PINA BIKE LOURES, que eram mais cás' mães, num ritmo bem aceso que gera sempre também a um espalhar de ciclistas por esses asfaltos. Bem-haja para eles!». Retribui-se o cumprimento, camaradas!
Na parte final da rápida descida de Vila Franca do Rosário (45 km/h de média) revelou-se outros dos protagonistas da volta de domingo: o João do Brinco. Encabeçou o pelotão, conduzindo-o a muito boa velocidade quando o terreno passou a ondulado, até ao Carvalhal, no início da subida de Catefica. Entendi colaborar no seu elogiável esforço – porque não são todos (nem é para todos...) os que se dão àquele tipo de trabalho, tão eficiente e por tanto tempo! Por diversas vezes, revezámo-nos na frente – inclusive, por lá passou também o Samuel, mas só ele! – assim levando o «comboio» à media de 38 km/h (10,5 km). Grande desempenho, João!
Com a entrada na subida de Catefica, mudaram as personagens: entrou em cena o Paulo Pais (PP), que se destacou rapidamente, apenas alcançado pelo Jony já perto do alto. A curta distância, todavia, chegaram (à rotunda da A8) o Duarte, o Carlos Gomes, eu e o Rocha. Os demais, espalharam-se pela encosta, subindo ao seu ritmo e sem atrasos significativos. Média da subida (a minha): 25 km/h.
Na ligação a Torres, o Salvador entra em fuga e mantinha-se a cerca de 200/300 metros na aproximação à subida de Sarge quando o Rocha fura, «forçando» a uma neutralização. Todos param, excepto o Salvador, naturalmente por não se aperceber do incidente, e o João do Brinco, por decisão própria.
No reatamento, sobem mais atrasados o Sarge apenas eu, o Rocha, o PP e o Jony. Meto o passo, e depois o Jony, na subida (24 km/h), reunindo na descida com o pelotão que aguardava, e compacto (exceptuando os dois elementos já mencionados) entrou na Ereira.
Impus o andamento no grupo ainda antes da viragem, na Ermigeira, e mantive-me à frente durante toda a subida. Pessoalmente, não foi uma subida... óptima. Muito menos fácil. Pelo contrário. Foi apenas boa, condicionada por dores musculares (sequelas dos treinos de sexta e de sábado) que impediram que pudesse manter cadência certa, obrigando-me alterar sistematicamente entre a posição sentado e elevado na bicicleta. Ainda assim, fiz o meu melhor tempo na Ereira (10m49s), retirando 6 segundos ao anterior (2008). Média dos 3,4 km a 7%: 18,7 km/h. Pulso médio: 184. Ficou a sensação (e a convicção) que era possível fazer (bem) melhor!
O PP seguiu-se-me, ligeiramente à frente do Duarte, e este, por sua vez, distanciado do Carlos Gomes, e este idem do Jony e de todos os demais. Estranhei as posições (demasiado!) secundárias do ZT e do Steven (que demonstrou durante a volta estar realmente em bom momento de forma), mas tiveram um percalço ainda antes da subida, que os obrigou a parar. Bom, está explicado! Entre os «outsiders» que entraram muitíssimo destacados na subida, o Salvador manteve-se à frente do João do Brinco.
Os pontos quentes desta interessante volta não se esgotaram na Ereira. A subida da Merceana para o Sobral foi outro. O Duarte meteu «uma abaixo» e foi-se embora logo nas primeiras inclinações. O Rocha agarrou-lhe a roda. O Carlos Gomes e um outro elemento não foram a tempo e ficaram em posição intermédia. Cá atrás, eu metia o andamento do pelotão, procurando controlar as distâncias e gerir as energias. No início da rampa de Carmões, o figurino mantinha-se. O Duarte insistia, o Rocha tentava resistir na sua companhia, os dois perseguidores mais para trás que para a frente, e eu à cabeça do pelotão a fazer o que pudia... Que não era, de todo, suficiente!
Então, o Jony assumiu-se, substituindo-me no comando do grupo e impôs desde logo um andamento forte. Demasiado forte. Não creio que apenas para mim... como para a esmagadora maioria do pelotão, de que fui apenas o porta-voz. Por isso, ele (Jony) passou a dosear o andamento em subida, forçando nos falsos planos ascendentes que caracterizam esta ligação sempre complicada ao Sobral. Excelente prestação, de bastante qualidade e muito solidária! Tornava-se, por isso, noutra das principais figuras desta jornada.
À passagem pela Freiria (sector mais acentuado), cedia-me a liderança, a que procurei corresponder, ganhando, com grande esforço, os metros que faltavam para que o fugitivo ficasse sob controlo. Disse fugitivo, porque nessa altura os restantes que permaneceram, durante os primeiros quilómetros da subida, também adiantados ao pelotão já tinham sido absorvidos – inclusive o Rocha, o último a ceder ao andamento rijo do Duarte.
À entrada do derradeiro sector da subida, após a Freiria, o Jony voltou à frente e concluiu a perseguição. O pelotão (ou o que restava dele) voltava a estar reunido. Tempo então, para os ataques finais. Saltou o PP, sem êxito; saltou o Nuno Garcia e depois o Carlos Gomes, sem melhor sorte. Finalmente, o Duarte, a voltar à carga, quase conseguindo chegar ao alto ligeiramente destacado. Todavia, o grupo voltou a responder a preceito. E terminou compacto. Nele contava-se: além dos referidos, o ZT, o Steven e o regressado Gil (após férias) - salvo mais alguém que, por lapso, poderei estar a omitir. Média da subida (9,5 km a 29,8 km/h). Mérito a todos, porque não foi tarefa fácil manter-se lá!
No entanto, ainda não acabariam aí as elevadas intensidades. Embora a subida para o Alqueidão tivesse sido moderada, na descida para Bucelas os regimes voltaram a disparar. No início formaram-se dois grupos, cenário ideal para o jogo do «gato e do rato». À frente, o Jony, Duarte, Nuno Garcia, Rocha, Carlos Gomes; no grupo perseguidor, a cerca de 50 metros: eu, Steven, Gil, João do Brinco e Samuel.
Entre os primeiros, o Jony metia o andamento; atrás, era maioritariamente eu, com a preciosa colaboração dos restantes. Apesar dos esforços, foi-nos impossível alcançá-los antes da Bemposta, mas o importante foi ver compensado o esforço. Que permitiu, ainda, disputar o sprint com o Rocha e o Duarte – em que este levou vantagem! Média da descida: 48,2 km/h!
No final desta manhã de excelente ciclismo, quem não teve motivos para satisfação que levante o dedo...

Nota: para quem quiser viver, por dentro, uma fantástica jornada serrana de ciclismo protagonizada há tempos por quatro aventureiros. Aqui.

quinta-feira, setembro 10, 2009

Próximo domingo: Ereira

No próximo domingo, ainda com a embalagem da Serra da Estrela, subiremos a Ereira, uma das paragens da nossa região mais ao jeito de trepadores, com os seus 3,4 km a 7% de inclinação média, incluindo duras rampas a mais de 10%
De qualquer modo, para quem subiu à Torre na semana passada, a Ereira é uma subida de... bolso!
O percurso não é fácil: desde o Tojal para Bucelas, daí para a Venda do Pinheiro, em longa subida e seguida de igualmente extensa descida para Vila Franca do Rosário. Os Pontos (geralmente) Quentes de Catefica e de Sarge antecedem a Ereira. Após a subida, ainda ficam por lidar a ligação ao Sobral (da Merceana) e depois para o Forte do Alqueidão, e finalmente a descida, quase sempre pouco «descansada», para Bucelas.
A neutralizações (previstas) para reagrupamento, se necessário, são as seguintes:
Venda do Pinheiro (cruzamento EN8)
Catefica (Rotunda da A8)
Alto da Ereira
Sobral Monte Agraço (saída, rotunda Praça Touros)
Bucelas



terça-feira, setembro 08, 2009

Clássica da Serra da Estrela: a crónica


A montanha não pariu um rato... mas um pelotão fortemente empenhado em tentar «vencê-la». A maior e a mais alta de todas do nosso Portugal Continental. Conseguiu-o plenamente, ao atingir o seu cume, a 1993 metros de altitude, sem excepção entre os seus ciclistas e mesmo que tenha, como é inevitável, reclamado as suas vítimas – do esforço extremo em conquistá-la.
A Clássica da Serra da Estrela 2009, do último domingo, teve como palco de ascensão à mítica Torre a vertente da Covilhã, a mais tradicional e a mais exigente das três que se elevam desde o seu sopé. Ao todo, mais de 25 km, de 500 a quase 2000 metros acima do nível médio das águas do mar, divididos em duas porções: 21 km de subida principal, desde a Praça do Município daquela cidade; antecedidos de 4 km, logo a partir do nó da EN18, à entrada da urbe.
Esforço titânico, a maioria de duração superior a 1h30, para vencer as inclinações da estrada, a 6,5% de média e muitas passagens constantes a rondarem 10%. Sem dúvida, a subida mais difícil do nosso território continental – verdadeiro «col» de Categoria Especial.
Condições primordiais para o ataque à Torre: boas pernas, óptima «caixa»! Terá sido com a convicção de as ter, e sem falhas naquela manhã, que o nosso grupo se fez ao caminho para a serra, desde o Fundão – local de partida já habitual, junto ao Hotel Alambique. Os primeiros 12 km foram percorridos a ritmo bastante moderado, servindo de aquecimento muscular, todavia prescindível devido à amena temperatura matinal (22 ºC), a adivinhar dia de calor. E foi, mas sempre aquece muito mais quando há que escalar à Torre!
Ao traçado original, acrescentaram-se 14 km, a contar do acesso da EN18 à Covilhã, com meia-volta aos 7 km e regresso pelo trajecto inverso, antes de iniciar a grande subida, quando se totalizassem 25 km. Desta forma, pretendia-se preparar melhor e mais convenientemente o corpo para o esforço extenso e intenso da subida.
Todavia, alguns participantes decidiram não cumprir a referida extensão do percurso, cortando directamente para a Covilhã. Previsível ou nem tanto... Ainda pudessem considerar-se amplamente «preparados», é pouco compreensível que o tivessem feito a despeito do programa unanimemente pré-estabelecido e – ainda mais importante... - dos demais companheiros, que o respeitaram na íntegra e sem o calculismo de suposta poupança de energias que lhes garantisse só assim lá chegarem acima! Afinal, foram apenas 14 km ou 30 minutos, em andamento que nunca chegou sequer a impedir a amena cavaqueira!
Questiona-se a opção, nem que seja pelo facto não querer ficar «aquém» na clássica anual de maior prestígio e referência. Porque os «outros», os totalistas, mesmo os que chegaram depois (alguns muito...) foram sem dúvida mais «além»...
Enfim, a subida, a doce tortura. Nas incidências que pude presenciar ou conhecer, o destaque principal vai para o extraordinário desempenho do João Aldeano e do André, que protagonizaram uma subida fantástica e (para mim) até surpreendente. Não só pelo facto de terem «disparado» literalmente desde a entrada na Covilhã, destacando-se clara e definitivamente dos demais, mas também pelo excelente tempo de subida e respectiva média horária registados. Segundo eles, em redor de 1h07, mais de 18 km/h (contagem oficial a partir da Praça do Município).
As suas prestações posicionaram-se a um nível muito superior, não apenas à média mas ao seus mais directos «perseguidores», lote em que me incluo e ao Guedes, presença-surpresa, muito mais que o seu bom desempenho. Aos nossos tempos (o meu e o do Guedes, separados por apenas dois minutos), os dois primeiros retiraram cerca de 8 e 10 minutos, respectivamente – uma «eternidade» mesmo numa subida tão longa. Aliás, o duo da frente acrescentou ainda a particularidade, rara em alta montanha com grupos tão heterogéneos, de se ter mantido sempre junto, do início ao fim.
Atrás destes inalcançáveis, o equilíbrio de forças foi bastante menos evidente. Houve-o, em grande parte, entre mim e o Guedes, que subimos quase sempre a par ou muito próximos, separados por escassos segundos, só nos últimos quilómetros aumentando a diferença. Fomos os resistentes de um quinteto que se formou à saída Covilhã, e que incluía o Freitas, o Paulo Pais e o Mário Fernandes. Nessa altura, o Freitas impôs o andamento, e fê-lo até pouco antes do Parque de Campismo – contudo quase precisamente no momento em que entrou em perda. O Mário Fernandes terá cedido pouco antes ou pouco depois.
A partir daí, passei a assumir a condução do trio (com o Guedes e o Paulo Pais) mas a entrada nas fortes inclinações da Varanda dos Carqueijais reduziu-o a duo, após cedência do PP. Permaneceu, então, comigo apenas o Guedes, que veio a perder algumas dezenas de metros no Sanatório, para recuperá-los pouco depois da entrada no planalto das Penhas e de os revertido rapidamente em vantagem em fase em que passei mal – felizmente, momentânea.
Na passagem pelas Penhas, quando a inclinação voltou a aumentar, regressaram as boas sensações – e melhores que nunca! Após a descida de Piornos recuperei em cerca de 1 km a desvantagem de 30 segundos que acumulara para o Guedes no planalto, passando directo... rumo ao alto – onde terminei com 1h15m24s (16 km/h), pulverizando a minha melhor marca (1h20m) apenas três meses depois de ter caído num «poço» de rendimento sem precedentes («overtraining») e o sem treino específico para esta prova. Afinal, o prémio justo por 179 pulsações ao minuto, e o objectivo pessoal cumprido!
A vantagem (minha e a do Guedes), na Torre, para os restantes elementos do nosso grupo na Covilhã era praticamente a mesma que a dos dois primeiros para nós: o Freitas entretanto chegava, um minuto antes do Paulo Pais, após terem permanecido a par durante parte da subida.
A «escada» da hierarquia da Clássica da Serra da Estrela 2009 teve patamares muito espaçados! Noutro abaixo, o Nuno Garcia «entrou» com o Welder, que, em estreia nestas andanças, reconheceu no final os benefícios da vantajosa companhia de um homem de montanha como o papá-Garcia – naturalmente ainda distante dos seus tempos áureos. Bom, Nuno, para o ano é que é! Teremos um tempo ainda mais difícil para bater que 1h20m de 2005!
O Salvador, que também cumpriu o percurso na íntegra, mostrava a sua fibra, terminando em solitário, enquanto o seu conterrâneo Pina (igualmente com o trajecto completo) preferiu dividir tarefas com o duo Steven e Capitão, que alcançou durante a subida, culminando, juntos, os esforços partilhados. Os restantes, entre estes, João do Brinco, Samuel, Evaristo, Filipe, entre totalistas e os que atalharam..., todos concluíram a extensa ascensão, concretizando os seus objectivos.

Menções honrosas: para o Luís Novo e Luís Boleto, estreantes entre nós, que apesar de menos «rodados» que a maioria dos participantes deram muito boa conta do recado; e especialmente para o Zé Henriques, «the last but not least». Foi certamente o guerreiro menos forte de todos os que se apresentaram, mas não se fez rogado a enfrentar a batalha na sua versão mais dura e íntegra. Levou o «seu» tempo a travá-la, mas venceu-a tão bem ou melhor que todos os outros! É «o» exemplo que destaco.

quinta-feira, setembro 03, 2009

Perfil da Torre



Eis o perfil altimétrico da subida da Torre, a partir da Covilhã. Através da sua análise, conclui-se sobre a dificuldade dos primeiros 10 km (!!!!), sendo que os primeiros 6 são especialmente duros! Segue-se 5 km em que a inclinação média baixa progressivamente, para mais confortáveis 6-5-4%, chegando mesmo a descida (após o cruzamento de Piornos). Para logo se atacar constantes médias de 7-8%, durante 5 km, com passagens a 10%, no troço do túnel. Os últimos 1,5 km são mais suaves, e já se fazem também com a motivação suplementar de ter o final quase à vista...

No total são 21,5 km, com inclinação média de 6,4 km (e com uma descida de 1 km...). Montanha de Categoria Especial! Suprimindo a referida descida, diria que esta subida da Torre, pela Covilhã, nada deveria ao colossal Mont Ventoux. Digo-o por experiência própria...

quarta-feira, setembro 02, 2009

Serra S. Julião, escaldante!

A estreante subida da Serra de S. Julião, no Parque Eólico da Carvoeira, confirmou todas as expectativas, reunindo consenso sobre a sua dureza e espectacularidade. A inclinação média dos 2,2 km da ascensão não traduzem, nem de perto, o seu grau de dificuldade, acentuado pela passagem em rampas acima dos 15%.
Todavia, na altura em que o extenso pelotão abordou as íngremes vertentes já contabilizava 65 km de Loures, após exigente traçado através de Bucelas, Chamboeira, Milharado, Dois Portos e Runa. Aliás, os primeiros quilómetros à saída de Loures não foram, como se previa (e recomenda), de moderação.
De tal modo que, quem não se agarrou imediatamente ao pelotão principal, conduzido pelo inabalável Freitas, ficou desde logo cortado. Foi o que aconteceu ao grupo de retaguarda de que eu fazia parte, e que integrava ainda o ZT, Welder, Samuel, Zé Morais, João do Brinco, Alexandre e Carlos Gomes. Este, porém, fez a transição atempadamente. Eu preferi permanecer, uma vez que começava a gerar-se descontentamento devido ao andamento imposto no grande pelotão. Nestes casos, considero que deve haver solidariedade dos mais «disponíveis» no esforço recolagem, cabendo a estes assumir (quase) totalmente as despesas.
No entanto, entre Loures e Bucelas não chegou mais de 27 km/h de média para alcançar o pelotão; e mesmo procurando atenuar os desgastes entre os mais «curtos», só subindo a Chamboeira a 30 km/h e cumprindo a ligação Vale de S. Gião e Póvoa da Galega a 45 km/h, permitiu finalmente chegar ao grande grupo. A partir daí, rolou-se sem grandes alterações de ritmo, a não ser nos metros finais da subida do Milharado (Sapataria), possibilitando à maioria dos participantes guardar reservas para a inédita subida de São Julião.
Durante os quilómetros antecedentes à ascensão, continuou a ser o Freitas, maioritariamente, a impor o andamento no pelotão: bastante adequado, destaque-se, para «levar» o pelotão compacto e mais ou menos desafogado em terreno acidentado e na iminência de superiores dificuldades.
Enfim, a subida. À saída de Curvel, viragem à esquerda e eis as primeiras rampas complicadas. Só por elas, o grupo seleccionou-se, embora o André tivesse, ao seu jeito, acelerado logo no início para «apalpar» a reacção dos que também alimentavam ambições de «performance». Destes, teve resposta tranquila mas eficaz. E como é seu timbre, aliviou os pedais e deixou-se absorver.
Ultrapassadas as primeiras centenas de metros de subida e o rápido «descanso», enfrenta-se a sequência de duas rampas terríveis, a mais de 15%. No pequeno grupo da frente reinava a paz podre, quando, na abordagem às elevadas inclinações, o Mário Fernandes decide atacar. «Se ninguém se mexe, mexo-me eu!...», exclamou antes de desenvolver pesada desmultiplicação. A sua iniciativa determinou o desfecho da contenda: o André aproveitou o ensejo e contra-atacou ao primeiro sinal de debilidade do Mário, o Jony também respondeu com prontidão, tal como eu, mas sem a eficácia do «puto», que ganhou cerca de 20 metros decisivos.
Entretanto, a meio da segunda rampa, o Mário entrava em descompensação, e eu passava a ser o único perseguidor do André, que preservou cerca de 30/40 metros no alto, após a derradeira secção, bem mais suave, onde controlou a vantagem. É difícil resistir-lhe, para mais em subidas com tão forte inclinação!
Atrás de mim, o Freitas culminava boa recuperação, tal como o Jony, e chegavam a escassa distância. O Mário pagou os seus «quilinhos -extra» mas terminou pouco depois, tal como o Duarte e o Carlos Gomes, em pedalada descansada.
Entre os demais, o ZT voltou a demonstrar bom nível, sobressaindo, mas começa a ser o Farinha que mais surpreende nas (suas) tão mal-amadas subidas... Os mesmos elogios para o Welder (o brasileiro, que fez uma excelente subida!), o João do Brinco e todo os que atingiram o alto do Parque Eólico. Os que estarão domingo, à partida do Fundão, terão tido um teste proveitoso.
O meu registo da subida: 2,225 km a 7,3% em 7m52s, a 17 km/h e 183 de pulsação média e 192 de máxima.
Nota final, para a descida entusiasmante (e escaldante, porque a 35º C) do Alqueidão para Bucelas, do grupo que me incluía. Eu e o Duarte abrimos as hostilidades ainda na fase terminal da subida da Seramena, o Rocha deu continuidade nos primeiros quilómetros da descida, até aos ferro-velhos, e depois foi principalmente o Mário Fernandes a conduzir o «comboio» a 50 km/h de média até muito perto do final, em Bucelas – onde o sprint tradicional acabou por ser afectado por automóveis.

RECORDE-SE:
PRÓXIMO DOMINGO (dia 6), CLÁSSICA DA SERRA DA ESTRELA
PARTIDA DO FUNDÃO: 8H30
SUBIDA PELA COVILHÃ
DISTÂNCIA: 86 KM