segunda-feira, novembro 30, 2009

Amanhã, feriado, Alcochete-2

Amanhã, como é hábito aos feriados, haverá volta de grupo. No calendário, nestas datas, não existe marcação prévia do percurso, apenas um sugestivo: «a definir». Assim, após consulta das mais altas instâncias organizativas e de muito matutar, decidiu-se continuar... a rolar. Nem uma excepção, em dia de folga! Que volta? E que volta! Logo a do Infantado, no sentido inverso, como na derradeira ocasião em que foi realizada. Se não houver chuva (não está mesmo prevista), abriguem-se do vento, porque, há duas semanas, por aquelas bandas, fazia um vendaval que fazia bolinar. Pode ser que não...
Contemos, pois, com esses factores, e também com o factor-Capela, que, para quem não se intimidou com a chuvinha de ontem, ficou a saber que o alverquense também acelera no molhado. Mas é mais «soft»... nas curvas! E não está só, os meus conterrâneos (além do Capela, o Carlos Cunha e o homem que só pedala, nunca fala...) estão em forma e a dar cartas. Fora eu! Eles são grande presença nesta pré-temporada, a marcar a toada das voltas.


quarta-feira, novembro 25, 2009

Domingo: Reguengo

No domingo continuarão as voltas em relevo plano, que desde o final de temporada 2009 têm decorrido invariavelmente em versão «hard core». As características são as habituais: só planura, e nem uma subida para amostra... - que até seriam recomendáveis (as características) para esta altura do ano se não servissem, como até aqui, para meter o «comboio» em velocidade de cruzeiro superior a 40 km/h! E para pôr quase toda a gente em alta carburação. Pode ser que... não!
Bom, devido ao tipo de traçado, com um troço pitoresco em plena lezíria ribatejana (Valada-Reguengo-Azambuja), não estão previstas neutralizações, embora possam vir a justificar-se devido a algum contratempo. A propósito destas, mais uma vez se alerta para que as respeitem, quando impostas por furo, queda ou qualquer outro incidente ou motivo de força maior, e não se promova a debandada geral (do género, a «malta vai andando devagar»...), situação causadora de desestabilizações e penalizações a quem tem de parar e aos que decidem prestar auxílio.

segunda-feira, novembro 23, 2009

Crónica de Alcoentre

Sobre previsões que se confirmam, houve um diálogo entre mim e o Carlos Cunha, bem cedo na volta de ontem para Alcoentre, enquanto neutralizávamos devido a furo do Jony, em Alverca. Ele (o Carlos) acabara de chegar, em atraso, e não perdeu tempo a questionar, com alguma desconfiança, se o andamento seria tão elevado como na volta da semana transacta (apesar de não ter participado, lera aqui a crónica). Respondi-lhe, com uma frase inserida, então, no contexto dessa prosa:
- É sempre imprevisível... Mas rectifiquei:
- Hoje será menos, com as figuras que se apresentam...
Mesmo sem saber a quem me referia (a maioria do grupo tinha-se adiantado), disparou:
- Bom, se é assim, vou só até à Ota!
Teria certamente outras ideias para aquela manhã, que não a altas intensidades (não falta de capacidade de acompanhar os ritmos mais fortes), mas acabou por completar o percurso.
De facto, pelo tamanho e o recheio do pelotão de ontem sobrava de onde pudesse vir estímulo ao andamento forte. Sobre este, há uma referência esclarecedora: 34,5 km/h de média! Bem acima da velocidade a que decorreu a tirada do último fim-de-semana, para Santo Estevão, com agravante de a dificuldade do percurso lhe ser igualmente proporcional. Ou seja, não só se repetiu como, em geral, aumentou o nível médio do ritmo da volta, tornando-a em mais uma saída imprópria para o defeso.
De qualquer modo, o grau de exigência – baseio-me na minha percepção – acabou por ser inferior, principalmente, em relação à «dantesca» fase final (do troço da recta do cabo para Vila Franca, com vento contra) da volta de Santo Estevão. E também aos efeitos sobre o corpo: igualmente massacrantes, mas ainda assim menos!
Como na semana passada, a façanha teve protagonista principal: o Capela, que voltou a monopolizar a condução do grande grupo com igual empenho e resistência, mas ontem com mais e diferentes «auxiliares». Refiro-me aos substitutos do Carlos Gomes, que esteve, finalmente, mais reservado. Não faltou quem continuasse às deixas do inesgotável Capela, ainda que de forma menos profícua e duradoura. Foram todos roladores em boa forma, aproveitando o baixo desnível acumulado do percurso.
De qualquer modo, o desenrolar da volta ficou marcado pela paragem devido ao referido furo do Jony, em Alverca, que motivou, a alguns, indispensável paragem, mas à maioria a tentação de continuar a uma velocidade acima da que proporcionaria a uma rápida e acessível recolagem (como deve ser sempre!). Por isso, apesar do empenho do grupo perseguidor, algumas vezes refreado em prol da fundamental preservação do estado físico mais «curto» de alguns dos seus elementos (eu incluído), a reintegração só ocorreu depois da Abrigada, no início do carrossel da Espinheira. E só porque houve paragem (completa!) do pelotão da frente.
Na Espinheira, passagem que se afigurava mais complicada do trajecto, o andamento não foi selectivo, permitindo ao pelotão chegar praticamente compacto à rotunda de Alcoentre... e lançado a 50 km/h! E apenas houve necessidade de neutralização no local previsto (por ordem muito oportuna do Jony!) por atraso do Freitas, que até aí vinha a forçar-se a um andamento comedido. De pouco lhe valeu, pois foi a partir daí que a carga foi realmente pesada.
Refira-se que voltou a faltar «coordenação» do pelotão na hora do arranque, levando a que só a meio caminho para Aveiras estivesse, novamente, totalmente concentrado. E foi na aproximação a Aveiras que o comboio aumentou de velocidade e não desacelerou mais, só chegando a Alverca ainda quase lotado à custa de bastante esforço da maioria dos seus passageiros, ainda assim com alguns apeados em Vila Franca.

Eis as médias a partir de Alcoentre: Alcoentre-Azambuja (38,2 km/h); Azambuja-Carregado (36,8 km/h); Carregado-Alverca (38,3 km/h).

Nota: no próximo dia 6 de Dezembro (domingo, às 8h30 no Livramento), o camarada Paulo Pais vai reunir as tropas para uma saída de bicicleta em convívio de pré-temporada, entre Livramento, o Bombarral e regresso ao Livramento (por Sarge), na distância de 85 km. Pode aceder-se ao percurso detalhado através do comentário (da autoria do Dario) ao «post» de antecipação da volta de ontem: «Domingo: Alenquer».

quinta-feira, novembro 19, 2009

Domingo: Alcoentre


A volta do próximo domingo é a de Alcoentre. O percurso é relativamente acessível e só a distância, a rondar os 130 km, poderá – além do nível do andamento, obviamente – impor mais dificuldades. O troço mais complicado do trajecto é o bem conhecido carrossel da Espinheira: 13 km em relevo parte-pernas, sempre em ascensão. Cumprida a fase inicial quase sempre plana até à Ota (43,5 km), o mais acidentado começa após esta localidade. Uma vez ultrapassado o alto da Espinheira (56,5 km), o que resta cumprir estará ao alcance das limitações de pré-temporada. Porque, até lá, a estrada é bastante plana.
Está prevista a seguinte neutralização em caso de necessidade de reagrupamento:- Alcoentre (rotunda de entrada).


segunda-feira, novembro 16, 2009

Santo Estevão: a crónica

Na sequência de discussões, nos últimos tempos, com diversos interlocutores sobre as problemáticas do funcionamento dos grupos, a volta de ontem foi prova cabal da convicção que defendo sobre a imprevisibilidade e a quase impossibilidade de controlo dos factores que influenciam o decurso das tiradas. Tantas vezes causa de acesa polémica, a cada concentração semanal em Loures. Nesta volta de Santo Estevão, em pleno mês de Novembro, ficou demonstrado quão expostas estão as voltas ao (forte...) contributo de «outsiders» no pleno das suas capacidades e cheios de ímpeto.
Sobre este tema, faço ponto prévio: como membro do grupo Pina Bike considero muito positiva a sua abertura ao exterior, que se tem traduzido em inequívoca e crescente «atracção» a novos participantes, menos assíduos e oriundos de vários «quadrantes». Apesar de todas as críticas e má fama que o grupo é alvo. Essa abertura a não residentes deveria ser factor de satisfação, motivação adicional para os «insiders» do grupo (para mim é...), nem que seja pela simples «preferência» que merecemos desses visitantes, alguns, com o tempo, a tornarem-se mais frequentes e até membros de «pleno direito». Em minha opinião, a afluência deve-se a uma razão: a popularidade do nosso grupo, que contra ventos e tempestades não pára de aumentar. E os «insiders» deverão ter como privilégio e dele procurar beneficiar. Tal como os ditos forasteiros, sem dúvida.
Tudo isto, a propósito de ontem ter tido as visitas ilustres do Rui Torpes e do Capela e «sus muchaxos» (camaradas). Creio que ambos dispensam apresentações. O primeiro é um velho conhecido que aparece esporadicamente durante a temporada, marcando sempre a sua presença com simpatia e elevado nível de desempenho. Afinal, é uma «figura» da competição. O segundo, mais recente entre nós, talvez para muitos ainda desconhecido, deixou cartel no início da temporada, com marca preponderante no Roteiro dos Muros, na Super-Trepadores e na Clássica de Évora.
Ambos são excelentes atletas, com estilos diferentes e, pelos vistos, momentos de forma igualmente díspares. O Torpes é mais discreto, sobressai no «momento certo» e actualmente está em início de preparação. Por isso, a sua participação na volta de ontem limitou-se a ser... simpaticamente discreta. Ao invés, o Capela é uma locomotiva, gosta de mandar no pelotão, impor o ritmo (geralmente elevado) e é extremamente duradouro – ao estilo do Renato Hernandez. As suas exibições naquelas três jornadas ficaram na retina de todos, principalmente, em Évora. É assim que se revela quando está em forma (como agora) – ou muito perto dela. Apareceu no domingo a evidenciá-la, marcando indelevelmente o desenrolar da volta para Santo Estevão, num percurso, como se sabe, praticamente plano. Sem picardias ou esticões que pudessem ser hostis, impôs um ritmo elevado (o seu) nas longas rectas da lezírias, elevando a intensidade do esforço de um pelotão que não se surpreendeu. Apenas sofreu...
Ou seja, voltou a haver o tal factor exterior, imprevisível, a influenciar o desenrolar de uma tirada que deveria ter tido intensidade muito mais moderada, em consonância com a época. Repito: não é uma crítica, apenas a constatação de como é dificílimo harmonizar pretensões individuais e colectivas. Ou como ninguém ousará querer que os domingos em grupo sejam treinos «à sua maneira»... Ontem, quem pensaria ou pretendia ter sessão de endurance saiu defraudado. Quem está em fase inicial de preparação com as limitações inerentes, não teve a manhã mais proveitosa. E sofreu...
Principalmente, na fase final do trajecto, desde o Infantado, na Recta do Cabo até Vila Franca, com a agravante do vento forte soprar «de cara», quando o andamento extravasou os limites do recomendável, atingindo os do... suportável. Mas não foi por influência exclusiva do Capela (que fez as despesas da condução do pelotão, a ritmo vivo, durante mais de 80% da volta!), mas também do Carlos Gomes, que continua em excelente momento de forma e não se sabe onde (o patamar) irá parar...
Felizmente (para mim), que a intensidade não foi sempre elevada. De início e até Benavente foi pouco mais que moderada, e só passou a regimes proibitivos a partir dos topos de Santo Estevão, ganhando especial dinâmica, como referido, nos quilómetros que antecederam a recta do Cabo. Aí rolou-se quase sempre acima dos 40 km/h, com auxílio do vento, contudo, quando mudámos de direcção (e de posição face ao vento) rolar a 35 km/h não significou menos dificuldade. Pelo contrário.
Na aproximação a Vila Franca, perante a persistência dos líderes (ainda e quase sempre o Capela e o Gomes) as dificuldades para a maioria dos restantes eram evidentes. Eu rolei durante muito tempo em total desconforto na roda do Capela e quando chegaram as primeiras inclinações, na ponte Marechal Carmona, acentuaram-se as diferenças que já se percebiam em grupo compacto. Depois de tudo, o Capela ainda teve forças para disputar o topo com o Jony – logo com ele, sempre fortíssimo em aceleração, e então mais resguardado.
A partir de Vila Franca, o ritmo foi mais brando e acessível, mas os empenos estavam lá... E havia gente maltratada que ficara para trás. Em final de manhã esforçada, uma calórica Coca-Cola acompanhada de amena cavaqueira com o Jony, numa esplanada de Alverca, foram retemperadores quanto baste. No curto e tranquilo regresso a casa, já quase tinha esquecido as agruras da manhã. Mas hoje, ao levantar-me da cama, as dores de pernas e costas relembraram-me.

P.S. Um abraço ao Capela (muito visado nesta crónica mas sem sombra de crítica, esclareça-se) e ao seu camarada Mota, que há muito não revejo. Os dois (e todos os «muchaxos» da minha terra, que, como se vê, gostam à brava do ferro) são sempre bem-vindos nas iniciativas do nosso grupo e estão desde já convidados para as edições de 2010 do Roteiro dos Muros, Super-Trepadores e das Clássicas (datas a marcar).

sexta-feira, novembro 13, 2009

Domingo: Sto. Estevão

A volta de domingo é a de Santo Estevão, a rainha das lezírias. O percurso é bem conhecido da maioria dos ciclistas que costumam participar nas jornadas semanais do nosso grupo.
Devido às características do traçado, longo, sempre a rolar sem dificuldades de relevo (o que de mais inclinado existe é a... ponte de Vila Franca), não se estabelecem neutralizações para reagrupamento. Só se alguma incidência assim o recomendar.


quarta-feira, novembro 11, 2009

Chuva, furo na roda e... nas pernas

O último fim-de-semana, tinha decidido que marcaria o regresso paulatino à actividade física, uma espécie de preparação para melhor entrar na pré-temporada. Na verdade, não era mais que o reconhecimento que não poderia continuar a fazer corpo mole durante mais tempo, sob pena de amargurar todos os domingos para aguentar os andamentos dos resistentes que nunca param - ou não caem tanto como eu.
Como não tenho disponibilidade para uma abordagem do tipo profissional à dita pré-temporada (caminhadas, ginásio, corrida, natação...), o meu único recurso é voltar à bicicleta quanto antes, uma horinha na estrada ou em cima dos rolos, intercalando-a com sessões de electro-estimulação muscular (Compex). Suficiente!
Mas este regime era para arrancar depois do fim-de-semana. Porque durante, cumpri dupla jornada de treino (sábado e domingo) com a fadiga que daí se adivinha ter resultado. No sábado, com o grupo habitual da rotunda dos Caniços, rolámos na lezíria – eu menos porque tinha limitações horárias, mas os restantes cumpriram a volta de St. Estevão. Andou-se bem, em regimes adequados à época, mas, no regresso, a sós, desde Benavente, sob efeito do vento, os cerca de 90 km que contabilizava em Alverca já pesavam a quem está no início... do início.
De qualquer modo, foi uma bela manhã e um treino produtivo, que permitiu voltar à célebre estrada da lezíria (Benavente-Estalagem do Gabo Bravo, na recta do Cabo), cenário a fazer lembrar as clássicas do Norte da Europa. Infelizmente, um troço de 200 metros permanece, há anos, em muito mau estado, passando ao lado da última campanha eleitoral para as autárquicas. Não deve interessar a muitos, digo eu!
As marcas de sábado – já sabia – perdurariam no domingo na volta de grupo. Para mais, ao realizar-se sob intempérie de aguaceiros e vento. Por isso, arranquei a caminho de Loures consciente que havia limites que não poderia/deveria ultrapassar durante a tirada, sob risco de acabar em fortíssimo «empeno». Quando fosse hora de deixar-me «descair», fá-lo-ia sem reservas. Nada de ímpeto!
O percurso não era o mais amigável. Embora – diz-me a experiência – que os mais amargos «no papel» muitas vezes se tornam os mais doces. Este não era muito, nem pouco: mas sim em sobe e desce longo e suave, que certamente não permitiria chegar a casa descansado.
A subida para o Forte do Alqueidão confirmou as expectativas. O andamento não foi alto, apenas moderado face ao vento.... forte. Os elementos mais em forma nesta altura do ano tomaram as rédeas, porque, por vontade da maioria em que me incluía, teria sido muito mais demorada a ascensão. Entre aqueles, o Carlos Gomes (ainda...), o Carlos Cunha (até agora Bianchi Pantani ou Azul, e que descobrimos ter sido vizinhos até há cerca de um ano), o Freitas (na fase inicial, depois mais resguardado, por certo também a acusar os 130 km da véspera), o Evaristo e o Nuno Garcia (cada vez mais activos) e o Manso «Cancellara», que felicitei pelo regresso ao nosso convívio, no prelúdio de uma amena cavaqueira que durou até Arranhó. Aí, também ele foi dar o seu contributo à frente.
Atingi o Alqueidão poupando, ao máximo, as energias e os músculos. Ainda assim, a economia teria sido mais profícua com «un pontito menos» (como diria «Perico» Delgado) no andamento. Muito faltava a percorrer e convinha alimentar-me desde já, porque nesta fase os «timings» chegam mais cedo e menos intervalados.
Na descida para Arruda, furei, obrigando a uma paragem sob chuva e algum frio. Mais, para quem tinha arriscado o calçonito num dia destes, como o papá Garcia, cheio de hormonas maternais do leite que pirateia à filha. E para o trabalho que deu o meu pneu de 11 anos, que fez a vida negra aos desmontas e a chacota do «Cancellara», que fez as honras de chamar a si a tarefa de reparação. A propósito: interrogo-me sobre o motivo de serem raras as ocasiões, quando furo em grupo, ser eu a fazer a operação – como é normal e lógico. Será que os meus camaradas percebem, no meu semblante de desconsolo, que a última coisa para que tenho algum jeito é para trocar rodas? E que nesta situação, o Manso ficou sensível ao risco de a filha do Garcia ficar órfã de pai, e meteu mãos à obra ao vê-lo a não aguentar o bater dos dentes? Mas também será por um pouco de meu comodismo, confesso.
Sobre esta e outras incidências da volta, reporto para a crónica do Manso no Voltas ao Oeste.
Em Arruda, houve abandonos encorajados pela incontinência das nuvens. Menos mas mais molhados, até Carregado/Alenquer, o perfil da estrada ajudou, no meu caso, a disfarçar o cansaço. Todavia, a caminho da Merceana, quando os mais duradouros nesta longa temporada decidiram carregar (um pouco) mais nos crenques, fiquei imediatamente descompensado. Ainda assim, muito aquém do que esperaria, uma vez que, definitivamente, não era dia de correrias para ninguém.
Curiosamente, o Freitas comungou das minhas (más) sensações e deu voz aos seus condicionalismos físicos, oferecendo-me a sua tenra roda na longa subida de regresso ao Sobral. Aí destacou-se, com naturalidade, um pequeno grupo (Manso, Garcia, Evaristo, Salvador), que terá contemporizado quando nos sentiu em dificuldades. Estavam por sua conta, à vontade para seguir no ritmo que mais lhes convinha, mas foram amigos... De qualquer modo, não vi ninguém com inequívoca disponibilidade para continuar forçar o ritmo.
No meu caso, mais do que dificuldades, foi a necessária adequação da velocidade às limitações. Assim, não foi duro chegar, integrado no grupo, ao Sobral e depois ao Alqueidão, claro está, beneficiando sempre a parcimónia/compreensão deste. Pela qual agradeci!
No final, foram 116 km e mais de 4h00 de pedal. Num daqueles treinos esforçados, em má forma, sob chuva e vento que, como disse o «Cancellara», valem por dois!

sexta-feira, novembro 06, 2009

Domingo: Sobral-Arruda-Alenquer-Sobral

A volta do próximo domingo deixa as planícies das últimas semanas. O percurso é em sobe-e-desce sempre suave, pelo eixo Sobral-Arruda-Alenquer-Sobral, bem conhecido.
Sugere-se os seguintes pontos de neutralização:
Sobral (rotunda da Praça de Touros)
Alenquer (rotunda grande)
Sobral (centro)




terça-feira, novembro 03, 2009

Crónica da Marginal

A volta da Marginal-Alcoitão foi pouco... clássica. Desenhada em percurso atractivo pelo facto de passar ao longo da zona ribeirinha de Lisboa e Marginal até ao Estoril, a tirada acabou por ficar marcada por alguns contratempos causadores de fracções várias no numeroso pelotão que arrancou de Loures.
O primeiro sucedeu logo à saída de Sacavém, a provocar atraso irremediável a mim e mais uns quantos. Motivo: paragem devido à quebra de um cabo de mudanças da bicicleta do Freitas, cuja reparação (ou melhor, o desenrasque possível) demorou alguns minutos, os suficientes para o grosso da coluna se colocar a longa distância sem o devido compasso de espera – que poderá ter explicação no facto de alguns elementos terem começado a ficar impacientes perante uma situação de fuga protagonizada pelo Jony. No local (da avaria) permaneceram, além do Freitas, eu, o Carlos Gomes, o Steven e o mecânico de serviço: o Pina.
Com o Freitas «limitado» à pedaleira grande e a sua bicicleta sem o agora inútil desviador, metemo-nos à velocidade de perseguição, e em boa colaboração fez-se uma média de 36 km/h entre Parques das Nações e Cais do Sodré. Até que, junto à Praça da Ribeira, deparámos com o Jony a trocar um pneu furado. Do pelotão, nem sombra...
Parámos, obviamente, criando novo impasse que tornava o reagrupamento (que já era muito difícil) totalmente impossível.
E como a paragem demorou! O homem não atinava com a câmara de ar – entre várias novas igualmente furadas, gastou várias até alguma servir. Deu para arrefecer e pensar como abordar o restante trajecto. No reatamento sobravam, além de mim e do Jony, também o Carlos Gomes, o Gil e o João Lopes. Estes dois últimos, entretanto, tinham preferido largar o grupo da frente.
Mais uma vez, não demorou para fixar a velocidade cruzeiro em torno dos 35 km/h... até nova paragem. Agora num posto de abastecimento mais próximo para reforçar a pressão do pneu. Mas mais uma vez, só uma não chegou. Há falta de agulheta abandonou-se a bomba de Belém sem ar e só se concretizou a tarefa em Algés, após uma pouco ortodoxa transposição de jardim. Não havia meio de manter o ritmo.
De qualquer modo, sem o aparato e as cavalgadas em pelotão (aliás, nesta altura é bem mais conveniente a moderação) estava longe de deixar de acreditar que ao longo da Marginal a pulsação não subisse. Não quando se está em poderosa companhia. Refiro-me ao Carlos Gomes e ao Jony - que monopolizaram as despesas (algo exageradas...) na ligação entre Cruz Quebrada e o Estoril. Tiveram o estímulo da presença de dois forasteiros (jovens triatletas seleccionáveis) desde o cruzamento do Estádio Nacional, que não se fizeram rogados a intrometer-se no andamento do comboio, colaborando amiúde para não deixar cair o andamento. O Gomes e o Jony «deram-lhe» bem, mas naquele terreno não era previsível que quaisquer «rodistas» sentissem significativas dificuldades. No Estoril, os forasteiros despediram-se simpaticamente. Nesta correria desenfreada, fez-se uma média de 40 km/h. Redondos!
Era hora de o piso inclinar, mesmo que suavemente. O Gomes continuou a meter ferro, com um passo muito certo que não deixou ninguém à vontade. No meu caso, era o prolongamento dos regimes (demasiado) elevados desde Sacavém, fruto da paragem total de defeso. Em Alcoitão, soou o alarme: o Jony atrasara-se (não sei por que motivo: dificuldades, trânsito ou outro...) e aliviou-se os crenques para permitir a sua recolagem. A partir daí, até S. Pedro de Sintra – pelo emaranhado de rotundas criado pela nova auto-estrada – o ritmo foi mais brando. Ou melhor, pelo menos garantiu que todos permanecessem na roda amarga do Gomes.
Junto ao autódromo encontrámos o Pedro, de Mafra – que, sem surpresas, esclareceu sobre o enorme atraso para o pelotão principal – ou que sobrava dele, já que antes de S. Pedro alcançámos um grupo que incluía o Steven, o ZT, o seu pai, o Samuel e o Morais «Morales».
Em Sintra, parou-se, agora voluntariamente, para abastecer. Até Loures, o andamento foi tranquilo, propiciador de bate-bocas, só interrompido, no troço Negrais-Sta. Eulália, para não destoar da tradição. Depois, na longa descida, efectuada a alta velocidade, o topo de Guerreiros serviu-me para mimar as pernas, abusadas durante longos quilómetros. O Steven fez-me companhia, solidário com as minhas dificuldades (ou para gozar da ocasião, como gracejou) mas quase no final da descida voltávamos a reunir com os restantes.
De Loures a Alverca, com o Jony e o Salvador (único representante visível do pelotão da frente, mas desdobrando-se em críticas ao andamento deste) continuei a higienização dos músculos, embora os «maganos» tenham insistido, demasiado, na pedaleira grande. O vento estava a favor. Eu é que não! Já não me lembrava (bem...) de como são aziagos os efeitos dos maus tratos em fase de inactividade.

Agora questiono? Serei eu que baixo clamorosamente de forma em duas semanas de paragem (intercaladas do fim-de-semana de 24 e 25) ou a inactividade proclamada por muitos é pura ficção. Mais relevante foi a afirmação do Steven acerca desta matéria. Dizia ele, que as minhas dificuldades eram uma pequena amostra das que, quase semanalmente, sentem os que treinam menos (que assumia ser porta-voz) para tentar acompanhar os mais fortes no auge da sua forma. Concordei. Mas não encontro remédio. É a «lei» dos pelotões!