quinta-feira, outubro 28, 2010

Domingo e Feriado há voltas...

A volta do próximo domingo é a Mini-Volta dos Campeões. Como se percebe, trata-se de uma versão encurtada da volta dos Campeões que, na primeira edição, em finais de temporada de 2009, teve interesse extraordinário, em número de participantes e competitividade, acabando por ganhar estatuto de Clássica para o ano seguinte.
Todavia, pelos motivos que levaram a que a época de clássicas terminasse mais cedo, impõe-se não só que a volta perca esse estatuto (apenas este ano!), como o percurso seja reduzido em cerca de 15 km - passando, lá está, a ser... mini. De qualquer modo, sempre são 115 km em terreno que é acidentado nos primeiros dois terços dessa distância.
A saída das bombas da BP é às 8h30.

Nota: no dia seguinte, segunda-feira, dia 1, feriado nacional, o grupo volta a reunir-se no local habitual e à mesma hora. A volta não está definida. Ou seja, será decidida no momento!

terça-feira, outubro 26, 2010

Crónica do Livramento-Óbidos

À partida, era justificado e honesto o receio de que os poucos mais de 100 km de ida e volta, do Livramento a Óbidos, fossem demais para as minhas capacidades, no rescaldo de cerca de um mês sem bicicleta. Nada fazia querer que, no momento mais intenso da jornada ciclista que o camarada Paulo Pais organiza anualmente, acabasse por apanhar o TGV, como alcunhou uma das principais locomotivas da restrita composição de sete carruagens que cumpriu a ligação final, desde o Bombarral, a uma média superior a 37 km/h. Por ter feito parte desse grupo, em total contraponto com o meu actual estado de forma, (re)afirmo o meu enormíssimo espanto.
De qualquer modo, a minha presença nessa elite revestiu-se de casualidade, de oportunismo. Estava no sítio certo, no momento certo para apanhar a extraordinária boleia – ainda que sujeito a grande esforço e pesada dose de sofrimento. Além disso, viajei sempre na qualidade de passageiro, com título de transporte limitado à zona, deitado borda fora, à saída de Torres Vedras, quando às dificuldades do andamento profissional se juntou o relevo mais acidentado.
Daí, até final, à minha conta e risco, acumulei cerca de 4 minutos para o grupo principal, segundo contas dos seus elementos. E muito longe de ter relaxado...
Tudo isto se passou, como referi, no regresso, após o Bombarral, onde diz a tradição, as hostilidades deste evento se abrem e raramente voltam a encerrar. Na primeira parte, para Óbidos, o ritmo do pelotão foi moderado, a rondar a média de 30 km/h, com o trio Freitas, Zé Henrique e Jonas isolado desde muito cedo, ainda antes de Torres, a manter-se assim até ao derradeiro quilómetro antes de Óbidos. E a junção só se deu porque os três, que até ai andaram muito bem, levantaram totalmente o pé.
Às primeiras pedaladas de regresso notou-se a avidez (de alguns) em carregar nos pedais – de fazer a coisa andar. Não imaginava que tanto! Aguardou-se pela saída do Bombarral, e logo que o asfalto melhorou passou-se de nível... Os dois elementos da Carb Boom, Marco Silva e Paulo Lopes, impuseram andamento elevado e o pelotão não demorou a seleccionar-se.
Com o acumular da ascensão para Outeiro da Cabeça sobrava cada vez menos nata. Ao contrário do que se disse, as mudanças de ritmo não foram bruscas, mas sim progressivas, passando do muito alto ao... demasiado alto – e insuportável para grande parte do pelotão. Afinal, a ruptura definitiva estava eminente e poderia prever-se onde ocorreria. Certamente, atrás dos seguintes: os dois Carb Boom, o André e os seus dois vizinhos (com idades bem distintas, do tipo pai e filho) e o Dario. Para precaver a separação dos grupos havia que estar logo atrás destes, muito perto, e aguentar o «tranco».
Assim, quando a coisa apertou, o Freitas saiu para o lado, o Paulo Pais deu passagem, o Runa começou a debater-se com dificuldade e o Jonas quebrou no último momento, na hora H, no derradeiro golpe de pedal, mesmo ao meu lado. Quando chegou a minha vez, mordi-me para agarrar a roda do Dario, porque atrás não restava ninguém...
Bom, a partir daí, foi a correria a alta velocidade, o tal TGV que o Dario baptizou. Restava-me guardar a melhor roda, evitar passar pela frente (que não consegui evitar apenas por uma ocasião, felizmente breve), resistir a eventuais mudanças de ritmo (não sucederam) e aguentar até ao mais perto possível da chegada. Como disse, estava ali deslocado e certamente a prazo.
O último topo da variante de Torres ditou-me a sentença. Nada mais havia a fazer que meter o meu passo e... chegar ao fim. Lá, à frente, continuou-se a andar fortíssimo, mesmo em subidas. Como se a época estivesse ao rubro. Fora de tempo, claro está!
Para a maioria, deu-me a parecer que o aconselhável defeso está às portas. Outros, provavelmente, nem querem ouvir falar disso. Eu, depois da paragem antecipada, enfrento a pré-temporada mais cedo que o habitual. Pois, com muita tranquilidade. O «engano» da cavalgada de domingo foi apenas isso...

quinta-feira, outubro 21, 2010

Volta(s) do próximo domingo

No próximo domingo, a volta é a de Alenquer (Alto de Perrotes). Partida de Loures (BP) às 8h30. Eis o percurso.
No mesmo dia e à mesma hora, o camarada Paulo Pais reúne as tropas no Livramento, para a anual romaria a Óbidos, com regresso ao local de partida. A distância é de 103 km. O arranque está previsto para as 9h00.

sexta-feira, outubro 01, 2010

Domingo: Carvalhal

Desde o final da Clássica da Serra da Estrela, no meu caso com a paragem subsequente, que o rescaldo das voltas dos últimas fins-de-semana se assemelha ao efeito de pisar uma ferida: quanto mais tempo passa sem sarar, mais a dor e o desconforto se prolongam.
Para mim e outros, a temporada anual dedicada ao ciclismo já vai longa. Iniciei-a, como habitualmente, em meados de Novembro do ano passado, ou seja, há quase 11 meses que ando sempre a bombar, principalmente aos domingos. Esses domingos, que são tão difíceis de prescindir mesmo em prol de um programa de preparação adequado e porventura bem mais eficaz! E quem resiste à atracção pelas sensações do ciclismo em grupo? Rolar, subir, descer, velocidade, esforço, adrenalina, estratégia, sofrimento, mais sofrimento – e a compensadora satisfação!
Só que este ano, a «coisa» ficou mais curta que o habitual. Não está e não vai durar tanto como em outros, pelo menos ao nível de exigência actuais (e de sempre) das voltas domingueiras. É tempo de aliviar (principalmente aos domingos) e deixar de gastar e gastar... o pouco que resta. Começar a recarregar baterias para entrar na próxima época com frescura física e, acima de tudo, com motivação – vontade de andar de bicicleta e desfrutá-la, o que actualmente já rareia.
A volta do passado domingo foi exemplo de enorme exigência. Não exagero ao dizer que esta fase, precisamente o último mês, se tem revelado a um dos níveis mais elevados do presente ano, e que, faltamente, agrava a acumulação de saturação e fadiga em final de longa e competitiva temporada.
As últimas voltas tiveram exigência acrescida por um factor «único»: o «factor Renato Hernandez». Não há pingo de exagero! A sua disponibilidade e capacidade físicas que se lhe reconhecem impõem-se, marcando o «compasso» das tiradas, estabelendo o andamento durante praticamente a totalidade do percurso e... durando até final, até nas fases mais árduas. Foi assim, a passada semana, em S. Romão, após quase 90 km em que colocou todo o grupo ao abrigo da sua roda. Tornando desnecessário e até suicidário (tentar) fazer igual!
Durante essa volta, constatei que, tal como eu, houve cansaço e saturação estampados no rosto de alguns elementos, dos quais destaco o Jorge, Contador de Alverca, que «pagou» na subida final uma factura pouco vista este ano, em que tem sido, sem dúvida, um dos elementos mais regulares e duradouros do grupo. Esperemos que não tenha sido o efeito de alguma carne contaminada... (ehe)
Por isso, no final da tirada, quando regressavamos a casa, eramos unânimes a clamar pela chegada defeso, pela hora de descontrair, de poupar o físico tão massacrado nos finais de (quase) todos os domingos, em que adrenalina, a competitividade e o prazer pela prática do ciclismo tolhem a razão, impondo a emoção e levando ao empenho total. Por vezes, a cabeça quer e o corpo não! Agora, a primeira rendeu-se.
De qualquer modo, os domingos existem, continuam, estarão sempre previstos para que todos beneficiem de andar de bicicleta em grupo.

Este domingo, a volta é a do Carvalhal