segunda-feira, fevereiro 28, 2011

Clássica de Santarém (faltam 6 dias)

Algumas informações importantes sobre a Clássica de Santarém, do próximo domingo

Características fundamentais: de acordo com o formato das Clássicas, o andamento é livre, de início ao fim, e não estão previstas neutralizações para reagrupamento (que normalmente ocorrem nas voltas domingueiras normais).
De qualquer modo, não quererá dizer que não se proceda a paragens imprevistas, por motivos vários: por exemplo, urinar, reparar um furo ou avaria, ou por outro incidente ou percalço do género. Estas paragens, sem excepção, deverão ser decididas e sempre aceites em colectivo (pelo pelotão) e por todos respeitadas, tal como o «timing» do reatamento da marcha.
Os participantes devem respeitar a ORDEM DE PARTIDA, saindo em pelotão compacto e preferencialmente andamento moderado até à entrada na Variante de Vialonga (Tojal).
Relembre-se que este evento não tens fins competitivos – deve ser apenas uma prova de superação individual, que pretende ter um grau de exigência mais elevado pelo conjunto de factores: distância-relevo-andamento livre.
O desportivismo e o zelo pela segurança na estrada devem prevalecer!

domingo, fevereiro 27, 2011

Clássica de Santarém (faltam 7 dias)

Antes da habitual crónica da volta domingueira, de hoje, para S. Pedro da Cadeira, importa recordar que estamos na recta final para a primeira grande Clássica de 2011, de Santarém (domingo, 6 de Março). Principalmente porque, como já foi adiantado num dos últimos «post», o percurso foi alterado devido ao corte de circulação na ponte D. Luís I, em Santarém, na ligação de Almeirim à subida das Portas do Sol.
Por este motivo, o novo trajecto será diferente do original (dos últimos anos), principalmente na primeira parte, suprimindo a rota da lezíria, por Porto Alto, Samora Correia, Benavente, Salvaterra de Magos e Almeirim. No seu lugar, o novo traçado segue, a partir de Vila Franca, em frente para Carregado, Alenquer, Ota e Abrigada (sempre por fora, pela estrada nacional 1), depois pela Espinheira até à rotunda de Alcoentre. Desde aqui, continuará sem desvios por 2,3 km em direcção a Rio Maior, pelo caminho da Clássica de Fátima, fazendo a passagem (direita/esquerda) sobre o viaduto, seguindo a indicação Quebradas (ainda pela estrada para Fátima) e sem mais desvios durante mais 4,7 km.
Então, derivará à direita (cruzamento) para Arrouquelas (atenção: placa pequena e pouco visível, de cor castanha com símbolo de monumento), iniciando um troço «ondulado» e bem asfaltado, sem grandes dificuldades, que se dirige a esta localidade (+3,2 km), e depois a Assentiz (+2,8 km), onde coincide com a única subida mais exigente do novo sector (1,5 km, iniciando-se à entrada da povoação e continuando pelo seu interior).
Daqui, ruma-se a Almoster (+9 km), sempres sem desvios. De Almoster, para Cartaxo (pela direita, no cruzamento à entrada da localidade), passando-se, alguns quilómetros mais adiante, pela rotunda de acesso à A1 (+5 km). Nas imediações do Cartaxo, segue-se sempre pela variante exterior, tomando-se a direita na primeira rotunda, seguindo as indicações Cartaxo (+4 km) e novamente a direita na última rotunda, à saída da cidade (+2 km), onde se retoma o percurso original (neste ponto proveniente de Santarém) em direcção a Azambuja, Carregado, Vila Franca, Alverca, Vialonga, Tojal e finalmente Loures.
Recorda-se que, como é tradicional nesta Clássica, na parte final, a passagem por S. Julião do Tojal/S. Antão do Tojal, seja realizada seguindo em frente pela Variante (na rotunda do Costa e Baleia) em viaduto sobre o Rio Trancão e nó da CREL, culminando, depois, na rotunda das oliveiras, à saída de S. Antão do Tojal.
No total, são pouco menos de 145 km, cerca de 10 km menos que o traçado original, mas compensando com maior desnível acumulado, principalmente pela introdução de troços em relevo ondulado (a partir de Alenquer), mas repito, sem grandes dificuldades. E parece ser muito mais interessante!

Local de partida: posto de abastecimento da BP, em Loures (nó da A8). Sugere-se o estacionamento das viaturas em zona de parqueamento, no Infantado (a cerca de 200 metros), no local onde foi a partida da Clássica de Évora de 2010.
Hora da concentração (BP): 7h45
Hora de partida (sem atraso): 8h00
Mais informações nos próximos dias

quinta-feira, fevereiro 24, 2011

Domingo: S. Pedro da Cadeira

No próximo domingo, a volta é interessante. É um percurso já conhecido, para S. Pedro da Cadeira, entre Mafra e Torres Vedras, que por ter um pouco de tudo, em termos de relevo, dá-lhe um carácter... eclético. A distância total é de 97,2 km e o desnível acumulado de 1330 metros.
A volta agradará menos a roladores ou aos que preferiam rolar, dada a quase inexistência de longas secções planas. O trajecto é completo e pela distância e desnível torna-se exigente, destacando-se as seguinte subidas: Venda do Pinheiro (da Freixeira); Encarnação (da Picanceira) e Vila Franca do Rosário (para Malveira). No entanto, o sobe e desce é constante, incluindo o troço entre S. Pedro da Cadeira e a Ventosa (até à estrada EN8 junto ao Turcifal) que tem uma sequência de topo curtos e inclinados.
Definem-se os seguintes pontos de neutralização para reagrupamento:
Venda do Pinheiro (final da subida) – km 13,8
Carapinheira (rotunda) – km 24,3
S. Pedro da Cadeira (junto ao cruzamento p/ Ventosa... local propício a enganos) – km 45
Malveira (rotunda da AE, após a subida de VF Rosário) – km 71

quarta-feira, fevereiro 23, 2011

Crónica de Santiago dos Velhos

O terreno passou de planície para as primeiras subidas selectivas pela primeira vez esta temporada, e o desenrolar das voltas mudou claramente. Os períodos de intensidade são mais fortes e curtos, coincidindo com as subidas (pontos quentes preferenciais) e são intercalados por fases de transição bastante moderadas ou mesmo tranquilas, quando se fazem em descida. Por via deste «modus operandi», característico das jornadas acidentadas, os períodos intensos são muito selectivos, evidenciando os mais fortes ou, no caso de se efectuarem em subida, os que têm melhores atributos de trepador. Como tal, as diferenças «cavam-se» e impõem neutralizações a cada final de dito «ponto quente».

A volta de Santiago dos Velhos, no passado domingo, teve vários, todos obrigando a paragem para reagrupamento. Porque, como se adivinha, foram arduamente percorridos. Até ao primeiro, a subida da Freixeira para a Venda do Pinheiro, a toada não foi propriamente um progressivo aquecimento. A entrada, cedo, em subida, por Guerreiros, colocou o pelotão em ritmo de «corta fôlego», com a média a fixar-se em apreciáveis 28 km/h antes de iniciar a descida para Ponte de Lousa, com o principal contributo do Freitas, a entrar em força numa tirada em que se demonstrou especialmente activo.

A sua liderança manteve-se até à entrada na subida da Freixeira (29 km/h), e foi o seu ímpeto que permitiu que o André e o Luís (Carb Boom/Ota) ganhassem alguns metros sobre o grupo, dando o mote a uma ascensão velocíssima, compacta mas árdua, de que resultou, como prova disso, o meu melhor registo de tempo (3.29 m, a 21,4 km/h, menos 10 segundos que o recorde datado de 2008).

O Luís fez uma subida esplêndida, mantendo a vantagem, com o André a descair para o reduzido grupo perseguidor, que conduzi até à aceleração final nos últimos 300 metros. Aí, o Jorge adiantou-se ao André e ao Filipe Arriolos, em cuja roda me mantive.

A ligação em descida para Bucelas foi, como se referiu, de recuperação para o grande pitéu da jornada: a subida de Santiago dos Velhos. Nas primeiras rampas, o Freitas voltou a impor ritmo forte, desta feita em parceria com o Jony e... dinamitaram o pelotão até ao final do primeiro 1 km, que, como se sabe, é rude. Nessa altura, já estava destacado o grupo que liderou a longa ascensão: André, Jorge, Luís, Filipe, eu e o Pedro (Kuota), embora este último não viesse a resistir muito mais, vítima de uma abordagem demasiado optimista às dificuldades que se anteviam, em parte devido ao desconhecimento da subida.

O andamento, muito bom, foi imprimido, à vez, entre o André e o Jorge. Quando um aliviava, o outro substituía-o. Os demais limitavam-se a resistir. E conseguiram-no, pelo menos até à passagem por Adoseiros, quando o André partiu, a solo, sem esticão, e também provocando a dispersão dos perseguidores, pelo esforço agravado com o desgaste de estarmos em fase avançada da subida, que é uma das mais complicadas. Nesta, ganhei ligeiríssima vantagem sobre os restantes, que chegaram ao alto separados por cerca de 50 metros, distância idêntica à que o André conquistou.

O tempo de subida correspondeu ao elevado nível: 20m39s, a 26,2 km/h, menos 1m18s do que o meu anterior melhor!

A cerca de 1m30s chegava o Freitas com o Pedro «castigado» a debater-se com dificuldades para se manter na sua roda. O pelotão subiu mais tranquilamente.

Seguiu-se a ligação de N. Sra. da Ajuda ao Forte de Alqueidão, que esteve longe de ter sido um descanso, como afere a minha pulsação média (166) e, depois, bem mais tranquila descida para o Sobral, Arruda e Cadafais, onde nos aguardava mais uma importante dificuldade: a subida de Santana da Carnota.

A abordagem foi condizente com a ascensão progressiva na cota, com andamento de desgaste imposto, à vez, pelo Alex, Freitas e Lopes (Carb Boom), que se juntara ao grupo algures no Sobral. O grande trabalho pertenceu-lhe, impondo o ritmo (27 km/h) até à entrada nas pendentes mais acentuadas da subida (últimos 3 km), quando o Freitas voltou a chamar a si o comando, acelerando com vigor que seleccionou o grupo. Em apenas um quilómetro, deixou-me somente na companhia do Luís e do abnegado Pedro, que impressionou pela tenacidade e espírito de sacrifício, e a sua grande capacidade, claro!, que são a sua imagem de marca, apenas sucumbindo na aceleração final.

Todavia, o mesmo já não lhe sucedeu na derradeira dificuldade do dia, para o Forte de Alqueidão, batida a vento, onde se manteve incólume no trio.

Finalmente, na descida para Bucelas, realce-se o trabalho maioritário do Jorge; o esforço e disponibilidade do Alex para o primeiro lançamento do sprint, ao que dei seguimento acelerando até aos 55 km/h e abrindo para o Freitas abrir a estrada para a explosão final, sem oposição, do Jony. A sua velocidade, upa, upa! Só mesmo para alguns!

quinta-feira, fevereiro 17, 2011

Domingo: Santiago dos Velhos

No próximo domingo, os desníveis vão impor-se! Serão 1600 metros de desnível acumulado em 109 km! Portanto, conte-se com dificuldades.
O percurso é para trepadores, embora as subidas não sejam «duras», em distância/inclinação. Senão vejamos: logo à saída de Loures, subida de Guerreiros, seguida de falso plano ascendente para a Freixeira, onde se inicia a curta mas exigente subida da Venda do Pinheiro (1,2 km a 7%).
Após esta, descida longa para Bucelas e... eis o pitéu da jornada: a subida de Santiago dos Velhos (Lameiro das Antas), com mais de 6 km. E aí estaremos apenas no km 35!
Segue-se a descida para N. Sra. da Ajuda e o encadeamento rápido com o derradeiro trecho da subida do Forte de Alqueidão (a partir de Arranhó, junto às bombas da BP).
As dificuldades do relevo só regressam a seguir aos Cadafais (km 62) para Santana da Carnota, em mais uma longa ascensão (11 km), suave e rápida durante a maior parte, mas terminando com 3 km bem mais exigentes (km 73).
Mas não é só: resta a segunda passagem pelo Alqueidão (km 84), agora na vertente norte, a partir de Seramena, com piso rugoso e habitualmente com vento desfavorável. Faltará descer (muiiito...) para Bucelas (km 96) e regressar a Loures.
Estão previstas as seguintes neutralizações (se necessárias) para reagrupamento:
-Venda do Pinheiro (cruzamento com estrada para Bucelas, km 13,7)
-Lameiro das Antas (alto de Santiago dos Velhos, km 34,7)
-Sobral (rotunda da Praça de Touros, km 46)
-Alto da Carnota/Casais da Cruz do Vento (km 73)
-Forte de Alqueidão (facultativa, km 84)

quarta-feira, fevereiro 16, 2011

Clássica de Santarém: novo percurso

O percurso da edição de 2011 da Clássica de Santarém (dia 6 de Março) foi alterado devido ao corte de circulação na ponte D. Luís I, em Santarém, na ligação de Almeirim à subida das Portas do Sol.

Por este motivo, o novo trajecto será totalmente diferente do original (dos últimos anos), principalmente na primeira parte, suprimindo a rota da lezíria, por Porto Alto, Samora Correia, Benavente, Salvaterra de Magos e Almeirim. No seu lugar, o novo traçado segue, a partir de Vila Franca, em frente para Carregado, Alenquer, Ota e Abrigada (sempre por fora, pela estrada nacional 1), depois pela Espinheira até à rotunda de Alcoentre. Desde aqui, continuará sem desvios por 2,3 km em direcção a Rio Maior, pelo caminho da Clássica de Fátima, fazendo a passagem (direita/esquerda) sobre o viaduto, seguindo a indicação Quebradas (ainda pela estrada para Fátima) e durante mais 4,7 km. Então, aí, derivará para a direita (cruzamento) para Arrouquelas (atenção: placa pequena e pouco visível, de cor castanha com símbolo de monumento), iniciando um troço interessante, «ondulado» e bem asfaltado, sem grandes dificuldades, que se dirige a esta localidade (+3,2 km), e depois para Assentiz (+2,8 km), onde coincide a única subida mais exigente (1,5 km, à entrada e pelo anterior da aldeia) e para Almoster (+9 km). Não tem nada que enganar: sempre em frente, sem desvios.

De Almoster, ruma-se ao Cartaxo (pela direita, no cruzamento), passando depois pela rotunda de acesso à A1 (+5 km) e uma vez nas imediações desta cidade, sempre pela variante exterior, toma-se a direita na primeira rotunda, sempre seguindo as indicações Cartaxo (+4 km) e novamente a direita na última, à saída da cidade (+2 km), retomando neste ponto o percurso original, em direcção a Azambuja, Carregado, Vila Franca, Alverca, Vialonga, Tojal e finalmente Loures.

No total, são 145 km, ou seja, cerca de 10 km menos que o traçado original, mas compensando com maior desnível acumulado, principalmente pela introdução de troços em relevo ondulado (a partir de Alenquer), mas repito, sem grandes dificuldades. E parece ser muito mais interessante! Que chegue, então, o próximo dia 6!

terça-feira, fevereiro 15, 2011

Crónica (diluviana) da Ericeira

Já não tinha memória de ter enfrentado tão grande intempérie em cima de uma bicicleta! Um dilúvio incessante, vendaval sem dó e temperatura baixa (10º C) a arrefecer o corpo molhado até às entranhas. Resumindo, o apocalipse abateu-se na volta deste domingo, lá para as bandas de Mafra e Ericeira. A borrasca foi tal, que muito poucos resistiram ao cumprimento do percurso na íntegra, abandonando em debandada entre Mafra e Ericeira, em pleno olho do furacão - como definiu o Rocha, um dos estóicos (ou loucos...) que persistiram face à inclemência de S. Pedro.
E a volta até prometia muito, mas que as más condições climatéricas não permitiram - embora, em minha opinião, tenha acabado por ser bem positiva, longe de arrepender. O grupo (mais reduzido que nas últimas semanas: talvez a adivinhar chuva... ou então outra «chuva») arrancou de Loures apinhado de figuras «respeitáveis», a nivelá-lo bem por cima. (nota: à partida, a agradável surpresa da presença do casal Torpes. O Rui, a recuperar da operação ao joelho, e a Maria, a exibir orgulhosa barriguinha, onde ainda não se vislumbra a presença do rebento em gestação).
Alguns visitantes esporádicos, como o Renato Hernandez e o Hugo (Carb Boom), a juntarem-se aos habituais, em crescendo de forma evidenciado nas últimas voltas. No entanto, lamenta-se que, entre estes, se tivessem registado algumas «baixas» relevantes no grupo, cuja presença na estrada se confirmava, embora em paradeiro... incerto.
Logo a partir do Tojal, andamento de respeito, imposto, sem surpresas, pelo Renato. Até Bucelas foram poucos os momentos em que foi possível aliviar os crenques, e a média comprova-o 31 km/h. Confirmava-se que o nível de exigência desta jornada ia ser elevado, bastante selectivo. No meu caso, admito: servia-me os interesses após uma semana de recuperação.
A subida do Freixial ao Vale de S. Gião foi ainda mais intensa, com dificuldade agravada pelo aumento da chuva e do vento. Ainda e sempre o Hernandez, ao seu estilo, a desencorajar todas as intenções dos restantes de, sequer, se assomarem ao seu lado. Como é seu apanágio... Havia quem abanasse a cabeça em sinal reconhecimento da força do ciclista do Infantado.
A selecção foi inevitável e rápida, e após a rampa do Vale de S. Gião já só restavam no primeiro grupo, além do Renato, o Pedro (Kuota), Capela, «Alentejano» (Carb Boom), eu e o Jorge. Quando nos encontrámos com os camaradas do Ciclismo 2640, onde o Rocha, o Sérgio e o Pedrix se destacavam entre um grupo de seis ou sete elementos, o semblante que apresentávamos, denunciava as agruras da subida que estava prestes a terminar.
Na Venda do Pinheiro, a média fixa-se em impressionantes 30 km/h. Mas logo aí, o grupo começou a perder elementos: Hugo e Capela (com este a queixar-se do frio). Também aí se aguardou pelos retardatários, com o Mário em mais dificuldades, a acusar falta de quilómetros.
A passagem pela Malveira e a ligação a Alcainça foi sob chuva intensa, e a partir desta localidade... também o ritmo com a entrada em mais inclinações. Novamente o Renato, agora apenas comigo, com o Jorge, o Pedro (em rápida subida de forma) e o Sérgio (2640) a agarrar-lhe a roda, mas na aceleração final para a rotunda da Carapinheira, colocou a fasquia ainda mais alta, como se não houvesse amanhã. E só o Sérgio o acompanhou.
Todavia, neste ponto, também a locomotiva abdicou, e igualmente devido a sentir frio. Não terá sido alheio o facto de a sua percentagem de massa gorda corporal já dever ser baixíssima nesta altura do ano (que se nota), e a agravar, o facto de não estar devidamente agasalhado (estranha opção por calções). Outros seguiram-no, dando meia-volta de regresso à Malveira.
A partir de Mafra, as condições climatéricas pioraram (como se ainda fosse possível...), chegando ao grau de... tempestade. O Jorge, também ele a tentar prevenir a hipotermia, passou para a frente a caminho da Ericeira, e carregou até poder, mesmo em terreno que lhe é adverso, em falso plano descendente e contra o vento, conduzindo o pelotão que, na passagem pela vila piscatória, ficou reduzido apenas cinco unidades: Jorge, eu, Rocha, Pedro e o Vieira (Trek). Média Mafra-Ericeira: 36 km/h.
Na subida para o Pobral, o Jorge insistiu na liderança, mesmo após tão intenso trabalho, e por isso não espantou que, quando o Pedro mudou de velocidade, tivesse dificuldade em responder. Apenas eu segui a roda deste abnegado batalhador, que certamente voltará em breve ao melhor nível do ano passado; e nos últimos 500 metros, quando baixou o ritmo, rendiu-o na frente, destacando-me algumas dezenas de metros até ao alto. O Jorge, entretanto, recuperar e fazia-lhe companhia. Após o Pobral, tempo para aguardarmos pelo Rocha e o Vieira.
A sempre complicada ligação a Odrinhas e a Terrugem tornou-se ainda mais face à intempérie: vento e chuva sem sinais de alívio. E o Jorge continuava a sacrificar o corpo para lutar com a descida da temperatura corporal. Uma vez em Terrugem, na mudança de direcção para Pêro Pinheiro, finalmente o vento de feição. Com isso, a velocidade média até Negrais subiu (33 km/h), deixando-me, a espaços, com algum receio devido ao piso escorregadio.
Até Sta. Eulália, foi ainda o Jorge quem mais trabalhou, não cedendo a dianteira (um fiel substituto do Renato), mas na descida para Ponte de Lousa (sem o Rocha) faltou-lhe os quilos e força nas pernas já entorpecidas para seguir ao meu ritmo. Reencontrámo-nos, mais tarde, à chegada às bombas de Loures, partilhando depois as incidências da duríssima jornada no regresso à «nossa» Alverca.
Nessa altura, a média da volta fixava-se em apreciáveis 31 km/h. De respeito!!

sexta-feira, fevereiro 11, 2011

Domingo: Ericeira-Terrugem

No próximo domingo, começa o sobe e desce: Ericeira-Terrugem. O percurso tem menos de 90 km, mas é acidentado q.b., e pode, só por isso, causar choque devido à longa habituação às planícies neste início de ano.

Também com estas voltas mais exigentes se impõem novas directrizes para ajudar ao seu bom desenrolar, como medida de atenuação das diferenças que, certamente, se produzirão com o acumular dos desníveis e dos quilómetros. E para tentar levar maior número possível de elementos até final, minorizando o esforço, principalmente aos que estão em condição física mais débil. Estes «mandamentos» deverão reger todas as voltas, ditas normais, daqui em diante.

Assim, estão previstos vários pontos de neutralização que serão cumpridos, escrupulosamente e na íntegra, por mim (como exemplo, e por quem me quiser acompanhar). Nestes interregnos deve aguardar-se por TODOS os retardatários (mas atenção: apenas aos que demonstrem intenção de continuar a acompanhar o pelotão, e com o empenho condizente).

É uma «história» que se eterniza: tem de haver respeito mútuo. O andamento neste grupo é livre, mas os mais fortes usar de máxima ponderação, principalmente nos quilómetros iniciais, e saber escolher os locais para exibir a sua força (os chamados pontos quentes são preferenciais) e aguardar pelos restantes nos locais estipulados, para reagrupamento.

Volto a frisar o interesse de se estabelecer um andamento (médio) para o pelotão, de referência para os seus integrantes, mas também para os que pretendam adiantar-se e os que se atrasam. Repito: o espírito de iniciativa não deve ser constrangido: tentativas de fuga, mudanças de ritmo, ataques e contra-ataques são salutares e constituem o condimento destas voltas domingueiras.

Por outro lado, aos menos fortes cabe não desrespeitar as neutralizações, evitando, por exemplo, passar «directo» sem aguardar por quem vem ainda mais atrás, e principalmente, quem pára! As diferenças de nível existem e devem ser aceites e compatibilizadas por todos os participantes. Quem não as compreender ou aceitar, não entende a dinâmica destes grupos. Todos, sem excepção, fortes e menos fortes, esforçam-se na mesma medida e é, de bom carácter, respeitar esse esforço.

Pontos de neutralização:

1º - Rotunda da Malveira (depois da Venda do Valador)

2º- Mafra (de preferência, na rotunda da Abrunheira)

3º - Alto do Pobral (reduzindo a velocidade após a subida em direcção a Odrinhas)

4º - Sta. Eulália (junto ao cruzamento/chafariz)

quinta-feira, fevereiro 10, 2011

Crónica de Sto. Estevão

Santo Estevão marcou ponto de viragem na temporada 2011: concluiu o primeiro ciclo (de dois) da pré-época, com a duração de cinco semanas (desde o início do ano) e abre nova fase, praticamente com a mesma longevidade, que culminará na abertura das Clássicas, Santarém (6 de Março). A partir desta viragem de página, a tipologia das voltas altera-se, embora gradualmente, da planície para relevos mais acidentados, com o surgimento das primeiras subidas dignas desse nome. De qualquer modo, a transição afigura-se moderada, como prova o percurso do próximo domingo, para Ericeira e Terrugem.
No final das longas maratonas «rolantes», repetiu-se o figurino das anteriores: grande e musculado pelotão, resulta em elevadas velocidades de cruzeiro. Os mais poderosos, no seu terreno predilecto, passaram mais tempo na liderança das operações; e a maioria dos demais satisfeitos por se manter em tão veloz carruagem.
No meu caso particular, como «dizia o outro», a volta teve duas partes distintas: a primeira e a segunda. A primeira, sofrida, vergado a sensações de desconforto péssimo logo que a velocidade aumentou, remetendo-me à cauda do grupo, sem de lá conseguir sair. Foi, assim, principalmente depois de Vila Franca, até depois de Samora Correia, com a recta do Cabo, para Porto Alto, a parecer longa, interminável... Motivo: fadiga muscular, em fim de ciclo de trabalho.
De qualquer modo, a meio caminho de Samora a Benavente, uma paragem forçada deu-me renovado alento: furo do Jony (que estoiro!, parecia o rodado de um camião, que ninguém pode dizer não ter ouvido...). Após o reatamento, cerca de meia dúzia a tentar recuperar para o pelotão. Boa pedalada, melhor ritmo, coordenado revezamento. Velocímetro nos 40 km/h até à junção... já bem depois de Benavente, em plena ligação a Sto. Estevão. Ao que pareceu, às tantas houve quem tivesse dado pela nossa falta. E para evitar mais delongas, fez-se, inclusive, inversão de marcha pouco antes de nós chegarmos. Para os que recuperavam (em que me incluia) serviu para limpar o carburador. Deu-me jeito...
O pelotão reagrupou-se e meteu-se a locomotiva em cruzeiro (35-40 km/h) a caminho de Sto. Estevão, cujos topos foram transpostos com a tranquilidade possível, tornando-se evidente que havia alguns ímpetos espartilhados, a querer aumentar a pressão. De qualquer modo, neste tipo de terreno, e frente a tão forte pelotão, as iniciativas individuais ou a procura de andamentos de ruptura são desnecessários. Mais: são inconsequentes, mesmo para os que se apresentam mais poderosos.
A diferença de atitudes e pontos de vista sobre determinado momento, à saída de Sto. Estevão para a estrada nacional, provocou ligeiro desaguisado. E a melhor maneira de os terminar, invariavelmente, é tirar o fôlego à discussão. Foi o que fiz, nos «carolos» para a rotunda do Infantado, com a ajuda do Ricky (BH) após a viragem à direita em direcção (de regresso) ao Porto Alto. A passagem nos topo terá sido boa, pois chegámos a abrir algumas dezenas de metros, obrigando os «principais» do pelotão a fechar (rapidamente) o espaço. Desde aí, não mais se abrandou, e desde o cruzamento de Sto. Estevão (com a nacional) até ao Porto Alto, a média foi de 41 km/h, com o contributo de... muita gente – o que é sempre salutar.
Depois do Porto Alto, as fasquia baixou para 35 km/h, com igual mérito pois agora o avanço fazia-se sob exposição ao vento e com contributo de menos elementos. Já havia cansaço, compreensível, entre a elite que mais trabalhara nos intensos 20 quilómetros anteriores.
De tal modo, que o «ataque» à ponte de Vila Franca não fez jorrar testosterona. O Gonçalo estava com ideias e colocou-as em prática. Saiu com «ganas» e passou à frente no topo, ligeiramente destacado de um pequeno grupo. Os restantes reentraram, aos poucos, no empedrado de Vila Franca – que interrompeu, e bem, a longa duração de ritmos cardíacos médio-altos.
Mais mudanças de velocidade só na irresistível subida da Sagres, dividindo o pelotão (já encurtado com deserções em Alverca) em pequenos grupo, que se lançaram, em perseguição, a grande velocidade na variante de Vialonga. Mas alguns incidentes sucederam-se: primeiro, um furo no primeiro grupo, a deixar pelo caminho uns tantos em auxílio; segundo, logo a seguir, com o Paulo Pais, em resultado do rebentamento (literal) de um pneu novo da Vredestein que quase o atirava ao chão. Àquela velocidade, as consequências não seriam ligeiras.

Amanhã, o percurso e informações sobre a volta do próximo domingo (Ericeira-Terrugem)

sexta-feira, fevereiro 04, 2011

Domingo: Santo Estevão

Domingo, a volta é a de Santo Estevão, a última da série de «planas» que marcam o início de temporada. Longo percurso sem dificuldades de relevo. Para meter a velocidade de cruzeiro e acumular horas e regimes de endurance...

terça-feira, fevereiro 01, 2011

Crónica de Pontével

Tal como eu, haverá quem começa a fartar-se rolar tanto, tantas semanas seguidas? Pois é, sou dos que já estão a transbordar de planícies sem fim, longas rectas e de topos que se passam só com a embalagem. Mas também sei bem que aquilo que menos apreciamos, por vezes é o que nos faz melhor!
São benéficas as voltas planas que contribuem para a criação da base, o endurance, em que deverá assentar todo o trabalho específico para a optimização da forma. Onde melhor se controlam as oscilações de pulso, as desmultiplicações e a cadência de pedalada. E não menos importante: onde se permite atenuar as diferenças entre os participantes, nivelando mais as capacidades inatas de cada um e os momentos de forma díspares, fomentando o colectivismo. Promove-se a noção (real) de que estamos todos a fazer a mesma coisa e a (menos verdadeira) de que somos todos capazes de fazer a mesma coisa...
Esses dois conceitos devem ser tidos em conta, neles residindo o fundamento do progresso, da subida de nível que a maioria dos elementos que compõe o pelotão a cada domingo ambiciona. Há que aproveitar tudo o que de bom as voltas domingueiras poderão dar e tentar reduzir, ao mínimo possível, os inevitáveis malefícios das mesmas.
Por vezes, ir na roda é, só por si, proveitoso; noutras, é uma oportunidade perdida. Por vezes, esforçar-se por impor, ou ajudar a impor, um determinado andamento é um excelente exercício, com frutos óptimos a colher; noutras não passa de um desgaste desnecessário e negativo. As voltas, actualmente, são grandes e demoradas, com tempo e locais para fazer opções. O terreno plano é mais versátil, permite-se a todo o tipo de abordagem. Devemos aproveitá-lo, porque, em breve, a chegada dos traçados em sobe e desce irá colocar condicionantes.
Considerando, como exemplo, as clássicas como objectivos, esclareça-se, desde já, que as primeiras, Santarém e Évora, embora quase totalmente planas, serão suficientemente selectivas para se pensar que a resistência ao andamento do pelotão é o suficiente para cumpri-los. Por isso, a exposição ao desgaste nas voltas domingueiras, desde que realizado com «cabeça», depara-se, daqui em diante, uma condição primordial para se poder estar ao nível de exigência que, certamente, imporá a participação nessas jornadas ditas especiais.
A volta do último domingo ofereceu todas essas possibilidades, apesar do seu normal decurso ter sido afectado por sucessão de furos – anormal, mesmos em época em que as estradas estão sujas de detritos arrastados pelas chuvadas incessantes. Foi assim, principalmente na primeira fase: demorarão os pneus, tal como os músculos, a atingir a temperatura ideal de «funcionamento»?
Mas houve longas fases em andamento de endurance e outras em que a intensidade subiu (ou pode ter subido para muitos) a patamares anaeróbios, naturalmente mais curtas. Sectores interessantes foram as ligações entre Azambuja, Pontével, Aveiras, Vale do Brejo e Ota, e daqui até Vila Franca de Xira, noutro tipo de relevo.
No primeiro, tive oportunidade de integrar o trio (com o Jony e o Jorge) que conduziu a bom ritmo o segundo grupo a recolar, em Pontével, ao que se adiantara na sequência de uma paragem devido a (mais) um furo, na Azambuja. Revezamento impecável, empenhamento, elevado desempenho. E que continuou mesmo depois da reintegração, de novo em pelotão, já a caminho de Aveiras, num traçado com relevo mais rendilhado, e só parando quando se acenderam as primeiras luzes vermelhas nalguns elementos mais fragilizados.
Mais tarde, à saída de Aveiras para o Vale do Brejo, o pelotão partiu-se, à força de um grupo de elite que se formou à frente: André, Jony, Carlos Cunha, Capela, Eurico, Pina. Em toada de perseguição, condicionada pelas limitações do estreante Edgar (saudação muito especial pela presença, esforço e espírito de sacrifício), outro grupo liderado pelos «Pinas»: eu, Freitas, Alex e Gonçalo (que absorveu o trio Capitão, Pacheco e Salvador a meio caminho) conseguiu não perder muito tempo para o primeiro, cumprindo o desígnio de não «largar» o camarada Edgar. À saída da Ota, os homens da frente abrandaram e o pelotão voltou a rolar compacto.
Mas não se descansou demasiado. O andamento estava lançado... e da Ota a Vila Franca estabeleceu-se média superior a 40 km/h. A partir do Carregado, o contributo do André foi... super (raramente baixou dos 43-45) e a cavalgada vertiginosa até ao sprint final, onde o Jony impôs a sua lei!
Lá está, ambos a provar, na prática, a tal diferença entre o que todos estamos a fazer e o que só alguns são capazes de fazer...