sexta-feira, março 28, 2014

Domingo: Volta de Santiago dos Velhos


A volta do próximo domingo é de Santiago dos Velhos, é mais do que ter um percurso sem dúvida exigente e interessante, destaca-se especialmente por estrear o conceito de «andamento de referência» na primeira fase do trajeto. Sobre este, explicação mais pormenorizada num «post» anterior, intitulado «Aperfeiçoar nunca é demais».

Assim, sugere-se que o «andamento de referência» seja mantido até à Venda do Pinheiro (alto da Freixeira), ao km 14, onde se procederá a neutralização para reagrupamento, se necessária.
No mais, trata-se de uma volta com 110 km e muito desnível acumulado. Por isso, ainda mais se recomenda moderação e rigorosa gestão do esforço, não só nesse setor...

 Os pontos nevrálgicos do percurso são os seguintes:
- Andamento de referência: Loures-Venda do Pinheiro (Alto da Freixeira)
- 1.ª Neutralização: Venda do Pinheiro (Alto da Freixeira, cruzamento, km 14)
- 2ª Neutralização: Lameiro das Antas (no final da subida de Santiago dos Velhos, km 35)  

quinta-feira, março 27, 2014

Crónica da Clássica de Santa Cruz


Comecemos por um episódio que não define a Clássica de Santa Cruz, nem de longe, mas caracteriza bem o expoente máximo da competitividade que, quer queiramos ou não, está subjacente a este tipo de eventos que há alguns anos faz parte da «nossa» temporada, com indiscutível sucesso.

Instantes após o final da fase competitiva do percurso, depois do alto de Guerreiros, quando descíamos tranquilamente para Loures, o simpático e sempre «competitivo» Vítor Mata-a-Velha exteriorizava, numa espécie de crítica e frustração: «Vim sempre a puxar a fundo desde a Malveira e o André sempre na roda; no fim atacou deixando-nos pregados [nota: com os dois, chegaram ali também o Serafim Vieira e o João Silva]». E eu respondi com redundância, considerando a pessoa visada: «Com o André, só se surpreende quem não o conhece. Não vale a pena lamentar, mas sim lidar com a realidade». O que eu queria dizer é: aguente-se! Na minha opinião, goste-se ou não, o André é um acrescento especial para a competitividade inerente às Clássicas - arrisco, o seu expoente máximo. Também por isso, alimento a curiosidade de um dia, nestas circunstâncias, alguém conseguir contrariá-lo! Não será fácil, convenhamos.        

Segunda Clássica, segundo sucesso de participação e «realização». Em Santa Cruz, tal como em Santarém, empenho e entusiasmo generalizado, e um andamento excecional, refletido na média quase profissional de 35 km/h. Homenagem e um agradecimento a todos os participantes, desde os mais rápidos – que completaram os 118,5 km (Loures-Alto de Guerreiros) em menos de 3h25minutos (34,7 km/h) –, aos que demoraram o «seu tempo». Um especial e rasgado elogio aos elementos do grupo Pina Bike, que revelaram o «tal» espírito de equipa – afinal é possível! –, e um nível de qualidade em crescendo.

O início foi moderado, com os Roda28 a assumirem o comando do pelotão. É um grupo que já nos habituou a ser um exemplo de coletivismo, e sempre com a lição bem estudada, com elementos disponíveis e solidários para contribuir para uma estratégia predefinida, quase sempre em prol do seu elemento mais «completo», André Madureira.

Até Bucelas mandaram eles, mas com a entrada na subida para o Alqueidão assumiram-se os Pinas, com o Nuno Mendes, o Ricardo Afonso, o Felizardo a meterem um «tempo» de respeito. No entanto, a subida não estava fácil, devido ao vento (embora não fosse forte), como eu próprio constatei uns minutos mais tarde, quando, após várias movimentações despoletadas por um ataque do Serafim Vieira, se isolaram três elementos importantes: ele, o Vítor Mata-a-Velha e o André Madureira. Ou seja, ali estavam representadas quase todas as «forças» em jogo, ficando de fora apenas os Pinas e a eventual dupla André-Hugo Arraiolos. Por isso, decidi assumir a perseguição, mesmo que, rapidamente, tenha sentido, como referi, que a subida não estava convidativa a esforços isolados. No entanto, persisti na ação, pela sua utilidade e o exemplo aos meus companheiros (há que dar para receber, como mais tarde se verificou), mesmo com a consciência de estaria a desgastar-me. E mais: valeu a pena, porque os fugitivos, apesar de irem bem, nunca deixaram de estar à vista. Só não tendo sido melhor recompensado, porque não tive ajuda e, principalmente, porque à passagem pelos ferro-velhos de Arranhó, o André e o Arraiolos ensaiaram uma espécie de ataque que logo abortaram, mas que após a pronta reação do pelotão teve o condão de causar uma «paragem» quase até ao Alqueidão que beneficiou o trio em fuga (tempo abaixo dos 25 minutos na subida diz bem que esta foi ligeirinha...). De qualquer modo, após uma descida veloz para o Sobral, o topo para o jardim central muito atacado e nova descida, para Dois Portos, a fundo (KOM à média de 53,5 km/h), fim de fuga: o pelotão ficou, de novo, compacto.

A partir daí, até Torres, com a entrada do Paulo Pais, do João Rodrigues e do João Aldeano (Ciclismo2640), estes dois assumiram, sem pedir licença, as despesas na frente do grande grupo, dando um excelente exemplo. Ritmo sempre «sem descanso» (Sobral-Torres, KOM do Gonçalo, a 39 km/h de média!).

A toada manteve-se na subida à saída de Torres, por A-dos-Cunhados até aos topos da Maceira-Porto Novo-Sra. Rita, agora com a presença hegemónica do João Silva (Efapel) à cabeça do pelotão (Torres-Maceira, 34 km/h). Então, aqui, tudo mudou... para mim! Após a rampa mais dura, apesar de muitíssimo atacada à frente (pico de pulso do dia, aos 182), parecia que tudo estava a correr bem ao deparar-me na roda do tranquilo Aldeano. Só que, na descida para a praia, a minha bicicleta lança um grunhido aterrador! Corrente enfolada, avaria grave, pensei logo. Olho para baixo para ver o que se passava e com isto perco 20-30 metros quando a estrada endireitou. Forço, mas à frente o João Silva também... Entro rapidamente em perda com a entrada nas retas desabrigadas junto às dunas, em falso plano ascendente. 100 metros e a perder... Temi: «vou ficar já aqui, acabou!». Na minha roda, o Guedes, bravo trepador, mas longe de ser o rolador possante que necessitava(mos) para fechar o espaço para o pelotão, já reduzido nesta altura. Felizmente, na aproximação a Santa Cruz, o ritmo aliviou à frente e cortámos cerca de metade da desvantagem: mas ainda 50 metros na rotunda antes do «retão» do parque de campismo. Então, o momento-chave: os meus companheiros apercebem-se que eu estava descaído e numa manobra solidária e tão simples, recuaram em bloco para me «apanhar» e, em menos de 500 metros, levaram-me ao pelotão. Valeu rapazes!

De qualquer modo, receei desde logo que as mazelas daquele esforço (9 minutos a 168 de pulso médio) surgiram mais tarde, quando o percurso entrasse nas... subidas. Contudo, surpreendentemente (ou não), as sensações melhoram com elas, começando logo na ascensão de S. Pedro da Cadeira e consolidando-se na seguinte, da Encarnação, esta com a motivação extra de ver o Jorge a meter o andamento. Está de volta, o meu camarada! Tudo isso, com a bicicleta a fazer um ruído de elefante... – é do cepo, garantiram os entendidos. Foi assim até ao final.

No entanto, faltava o primeiro grande teste às pernas: Picanceira. Abordagem moderada, aumento do ritmo na fase mais íngreme e aquela aceleração manhosa na fase aparentemente mais acessível até ao falso plano que leva até à descida. Aí, o Nuno Mendes vacila à minha frente, descai e abre um espaço que eu fecho com «delicadeza» para que conseguisse manter a minha roda. Digo-lhe: «mais 100 metros, coragem!» Mas foram demais, e ficou. Agora o grupo da frente não desligava, nem por nada. Entrava-se na fase crucial, era agarrar ou... largar. Já antes o Felizardo tinha largado.

Após o alto, ligação à Murgueira sempre a abrir (40 km/h) com o João Silva ainda na frente (é pró!), 1.ª descida do Gradil e nova subida. Esta teve início controlado e final musculado, com o David Inácio a mostrar-se pela primeira vez, ao estilo que começa a ser a sua imagem de marca e ainda há bem pouco tempo alinha assiduamente nas andanças no nosso grupo. O Jorge, o Ricardo Afonso e Bruno de Alverca perdem o comboio mas reentram já depois da descida, em plena EN8, antes de iniciar a ascensão de Vila Franca do Rosário. Aqui, muita «tática», muito controlo entre as figuras do já reduzidíssimo (10-15 unidades) grupo da frente. Perante isso, quem assume? O Jorge «Contador» de Arcena! Leva sozinho até à entrada do topo do Vale da Guarda, quando surgem os primeiros ataques. Mais vítimas. Creio que o Afonso e o Bruno definitivamente. E, por fim, na rampa final para a Malveira, com o David Inácio a acelerar com respostas mais ou menos eficazes de 4-5 elementos. O Arraiolos tinha tudo para se adiantar, mas creio que não estava nos seus dias.

Assim, com o Inácio e o Aldeano a ficarem por ali, formaram-se dois grupos: à frente o André, Mata-a-Velha, João Silva e Serafim Vieira; na perseguição, três Roda28 (um deles o Madureira), o irmão do André e eu. Já a caminho da Venda – e depois de algumas atrocidades a lamentar no trânsito da Malveira!! - alcançámos o Luís Martinho (Saxo azul), que seguia intermédio. Graças a um trabalho louvável de colaboração entre os Roda28, fizemos uma média de 44 km/h da Malveira ao topo de Guerreiros, o final, a escassos 100-200 metros do quarteto da dianteira (e apesar de um ou dois «atrasos» devido ao veículos lentos...). No meu grupo, o Madureira acelerou forte no fim e eu fiquei agrado por ter conseguido segui-lo.

Venha a próxima, Évora, já no dia 6 de abril!

Amanhã, lançamento da volta do próximo domingo, Santiago dos Velhos.  

sábado, março 22, 2014

Aperfeiçoar nunca é demais...


Há vários anos que o grupo Pina Bike é uma referência para outros que foram surgindo, como prova da dinamização do ciclismo de estrada amador na nossa região e no país. Exemplo que deve ser motivo de satisfação e até de um certo brio para todos os que nele participam com assiduidade e se sentem envolvidos no espírito de sã camaradagem/competitividade, e que tanto beneficiam da sua organização, através de um modelo cujo mérito é comprovado pela sua reprodução por outros grupos, como do nível de andamento, geralmente exigente, para desfrutar dos «prazeres» do ciclismo, que mobiliza inúmeros praticantes de diversas proveniências que todos os domingos se juntam a um núcleo de «infalíveis (habitués)» que têm mobilizado novos recrutas e estimulados os «veteranos» que partilham do mesmo espírito, de camaradagem, desafio e, porque não, sofrimento, ao integrarem um grupo «de nível» e que nos últimos tempos têm ajudado a engrossá-lo em número e, assim, contribuído para assegurar a sua atividade e longevidade.

No entanto, para garantir, efetivamente, estas duas premissas últimas, há momentos da vida de uma organização/coletividade (de um grupo como o nosso) em que é preciso proceder a correções e remodelações para o aperfeiçoar – como no setor automóvel, um «restyling». Reforça-se: o objetivo é o de melhorar! Por isso, como em tudo o que não depende de uma autoridade... autoritária, as alterações ao figurino são suscetíveis de serem colocadas em dúvida, ou mesmo em causa, e as suas virtudes questionadas e submetidas a aprovação dos demais envolvidos – e de envolvidos entenda-se TODOS os que sentirem como tal e não apenas os mais assíduos.

De qualquer modo, sinto-me no dever de fazer um ponto prévio para justificar a iniciativa, que assumo como pessoal. Para fazê-lo, «puxarei dos galões» para, embora sem presunções, assumir a responsabilidade da minha condição de principal responsável pelo atual método organizativo deste grupo – com defeitos e virtudes inerentes -, e como amante e praticante inveterado da modalidade, querer estar ao melhor nível de forma física/competitividade, para tal consumindo muito do meu tempo disponível para as atividades da bicicleta. O resultado do treino permite-me alinhar no denominado grupo principal (que nos últimos tempos foi nomeado, com a propósito, de Equipa A ou Pro Tour...) com a motivação e o empenho máximos: e que me leve a afirmar que não haverá ninguém que aprecie mais as incidências próprias do ciclismo (competitivo), a velocidade, as médias elevadas, os ataques, as fugas, as perseguições.

Por isso, não faço as seguintes sugestões/recomendações para satisfazer pretensões pessoais – aliás, admito que o chamado andamento livre é o que mais me agrada. Sempre apreciei o convívio dos melhores (e dos melhores que eu!) – tenha a convicção que evoluo muito mais com eles do que sem eles. E sofrer (o bom sofrer) para acompanhá-los e/ou não consegui-lo não me reduz. Pelo contrário, faz empenhar-me ainda mais em (tentar) progredir. Assim, feito o exaustivo mas necessário ponto prévio, passemos ao que interessa.

Deverá proceder-se a algumas alterações no figurino das voltas com o objetivo primordial de congregar, o mais e melhor possível, maior número de participantes de diversos níveis no grupo principal – refiramo-lo, sem pudor, tão-somente como o ÚNICO grupo PINA BIKE, independentemente da sua letra de classificação. Aliás, sublinhe-se que não se trata de uma cedência aos que intitulam de grupos secundários que divergem sistematicamente na hora de partida e frequentemente no percurso, mas em benefício dos que – FELIZMENTE MUITOS E CADA VEZ MAIS - sem «receios» infundados e muitas vezes com sacrifício físico e psicológico, se apresentam à saída com o grupo PINA BIKE.

- Na primeira fase da volta deverá ser mantido um «ANDAMENTO DE REFERÊNCIA» do pelotão - não se deve pressupor como baixo, moderado, alto ou outro... mas sim compatível com o «nível» do grupo. Para não haver dúvidas, EU ASSUMIREI ESSE ANDAMENTO DE REFERÊNCIA, quer conte ou não com a «solidariedade» dos demais, embora a solicite desde já, fazendo um apelo DIRETO aos que compõe atualmente o núcleo do grupo. Tanto mais que deverão ser eles a assumir essa tarefa/responsabilidade na minha ausência (sobre ausência pressupõe-se também as ocasiões em que eu não tiver «pernas»...) De resto, essa tarefa não me impõe, e aos outros que comigo alinharem, a obrigatoriedade de ter de «meter o andamento», de ter de puxar sempre, nessa referida fase inicial. Outros poderão fazê-lo – e TODOS ESTÃO LIVRES DE NÃO QUERER SEGUI-LO OU RESPEITÁ-LO – no grupo Pina Bike não há leis! Reforce-se: será apenas ANDAMENTO DE REFERÊNCIA.

 - A fase de ANDAMENTO DE REFERÊNCIA será no início das voltas e depende, na sua intensidade e duração, da tipologia de cada percurso. Em particular, da sua altimetria na fase inicial. Aponta-se para uma EXTENSÃO ESTIMADA DE MAIS OU MENOS 20 KM e NÃO ANULA as tradicionais NEUTRALIZAÇÕES PARA REAGRUPAMENTO, se as houver.

- A partir desta fase, o andamento será livre, como sempre. E também NÃO ANULARÁ EVENTUAIS NEUTRALIZAÇÕES PARA REAGRUPAMENTO, se as houver.

-Em suma, pede-se apenas uma maior contenção aos mais fortes e/ou empertigados na fase inicial das voltas, em benefício de uma cultura de pelotão, que, creio, é uma das lacunas do grupo Pina Bike – principalmente nas voltas que não são maioritariamente planas.

- Finalmente, uma segunda remodelação, que tem a ver com o ligeiro aumento da distância nalgumas voltas, para um padrão a rondar os 100-120 km (atualmente 90/100 km) para corresponder ao indiscutível aumento da média horária (padrão de 33 km/h no plano e de 30 km/h no «acidentado») e apontando para um tempo de duração médio entre 3h30 e 4h00.
 
- SUGESTÕES E OPINIÕES, AGRADECEM-SE!
 

quinta-feira, março 20, 2014

Clássica de Santa Cruz: domingo


A Clássica de Santa Cruz realiza-se no próximo domingo, dia 23. A segunda do calendário Pina Bike, após a Clássica da Santarém, tem partida e chegada a Loures (posto de abastecimento da BP, junto ao nó da A8), e a distância total de 124,7 km. A partida é às 8h00.

A Clássica de Santa Cruz tem um percurso interessante e exigente, atravessando paragens pouco ou nada frequentadas pelo nosso grupo nas voltas tradicionais ao longo do ano, nomeadamente o setor a partir de Torres Vedras, por A-dos-Cunhados, Vimeiro, Porto Novo, STA. CRUZ, Silveira e Casalinhos de Alfaiate. A morfologia do relevo não tem nada a ver com o da Clássica de Santarém, é bem mais acidentado, com maior desnível acumulado e sucessão de subidas que, com a quilometragem, se tornam seletivas, como são Encarnação, Picanceira, Gradil (vertente Oeste) e finalmente Vila Franca do Rosário; sem esquecer na fase inicial, a longa ascensão de Bucelas para o Forte do Alqueidão.

IMPORTANTE: recomenda-se que todos os «momentos mais competitivos» decorram até ao topo de Guerreiros (km 118), ao que se seguirá a conclusão do percurso estipulado até Loures (recorde-se que nas edições anteriores este final antecipado estava colocado à chegada à Malveira, no final da subida de Vila Franca do Rosário, e este prolongamento pretende estender um pouco mais a Clássica). Esta decisão/sugestão como objetivo salvaguardar a segurança dos participantes, em especial no atravessamento do troço sempre muito congestionado de trânsito de Guerreiros, Pinheiro de Loures e do Barro.

quarta-feira, março 19, 2014

Crónica da Carvoeira Sra. do Ó


Na volta da semana anterior, a ligação Bucelas-Venda do Pinheiro já tinha sido de altíssimo nível, mas neste último domingo foi... estratosférica! A caminho da Ereira, no dia 9, a subida Freixial-Venda «fizera-se» à média de 30 km/h, elevando a fasquia ao um ponto que se não se antevia que viesse a ser superado... Pelo menos, da maneira que foi! Naqueles 7,7 km, menos 1m30s e 33,3 km/h! Surpreendente? Não para um dos grupos mais fortes dos últimos tempos em voltas domingueiras ou até em clássicas. Um punhado de grandes atletas em ótima forma e claramente empenhados em meter a «lenha toda», incluindo o Rui Torpes, o Tiago Silva, o Renato Ferreira, o Ricardo Gonçalves e ainda com colaboração do Duarte Salvaterra e até do André, estabeleceram um novo recorde (KOM) no Strava para o referido «segmento», com 13m48s (Hugo Arraiolos, o primeiro a passar no alto, adiantando-se ao sprint).

Para os restantes, em que me incluo, alguns momentos de sufoco, o maior na Chamboeira. O pelotão partiu-se, naturalmente, mas já na segunda fase da subida, para Forno do Coelho, e um segundo grupo acumulou um atraso já significativo de 1m30s à chegada ao alto. Na Venda do Valador, neutralização. Pulso médio: 168. Nível de esforço: 8,5 com alguns «picos» a deixarem as pernas a latejar! E a volta não acabava ali. Longe disso.  

Sem dúvida, foi um estímulo madrugador fortíssimo (sim, demasiado forte, demasiado cedo!) que poderia ter aberto as hostilidades para uma volta a ritmo infernal. Pelo menos, poderá ter criado essa expectativa (ou mais o receio...), de resto reforçada pela presença dos supracitados elementos de «topo». Mas não só estes. Justiça a outros com muito pedal: Nuno Mendes, Felizardo, Bruno de Alverca, Jony, Ricardo Afonso, Tiago Martins, Luís Veloso, David Inácio, etc. Contudo, não se confirmou. Apesar do andamento ter sido sempre de muito bom nível desde logo a descer da Malveira para Alcainça e daqui para a Abrunheira, em nova subida, a fazer nova seleção que foi dissipada até Mafra com a benevolência dos primeiros.

De Mafra a Ericeira, um corte no pelotão foi providencial. Deixou os mais fortes atrás, forçados a desgaste na perseguição a um pequeno grupo em que me incluía (com o Jony, o Bruno, David Inácio e mais um elemento que não me recordo: Mendes?; Félix?). O David Inácio trabalhou bem, tendo sido bem rendido pelo Jony na última fase, antes de chegar àquela vila costeira. Só pouco antes é que o pelotão anulou a iniciativa. Média de 45 km/h!!

Da Ericeira à Foz do Lisandro, assumi a liderança, impondo depois o andamento na subida para a Carvoeira, na subsequente descida e nos primeiros metros da longa ascensão da Sra. do Ó para Mafra. Algumas centenas de metros de fama, até o grupo dos «principais» se assumir, com o Renato Ferreira a comandar. Fê-lo sem grande aceleração, progressivamente, mas naquela fase ainda inicial da subida, a mais íngreme, não demorou a deixar-me em dificuldades (as pernas ainda não estavam à altura da exigência...) para manter entre os da frente, que incluíam, além do Renato: Torpes, Tiago Silva, André, Ricardo Gonçalves, Luís Veloso, Arraiolos e David Inácio. Então, este último decidiu atacar. Numa primeira fase, ninguém respondeu de imediato (apenas um pequeno aumento do ritmo), talvez surpreendidos ou somente expectantes. A verdade é que para mim foi o golpe decisivo. Larguei! Logo a seguir também o Veloso, com quem fiz a restante parte da subida em excelente parceria. No alto, em Mafra, 40 segundos de atraso para os homens da frente que, pelos vistos, mantiveram-se juntos. Junto ao convento, prestes a alcançá-los, decidi(mos) esperar por que viria atrás de nós. Em recuperação, um grupo bem composto: Ricardo Afonso, Bruno, Nuno Mendes, Duarte, Tiago, o Jony, o Jorge... No alto, passaram a apenas 15-20 segundos de mim e do Veloso. Excelente subida também.

Em frente ao convento juntámo-nos e passámos a colaborar bem, no regresso pela Abrunheira, no carrossel de Igreja-a-Nova até alcançarmos o grupo da frente no início da subida para a Malveira. Entre estes, houve quem ficasse surpreendido pela boa (e rápida) recuperação. Mas não foi tanto pelo esforço na perseguição a partir de Mafra, mas por as diferenças não terem sido assim tão significativas na própria subida.

Na Malveira o pelotão separou-se: metade foi para a Avessada, metade seguiu para Loures, ainda e sempre em bom andamento (quase 40 km/h de média até lá), a culminar uma excelente volta.

Próximo domingo, Clássica de Santa Cruz. Todas as informações amanhã.          

quinta-feira, março 13, 2014

Domingo: Carvoeira, Sra. do Ó

A volta do próximo domingo é a da Carvoeira, Sr. do Ó.
O percurso é o seguinte e sugerem-se os seguintes pontos de neutralização para eventual reagrupamento:

-Venda do Pinheiro (até à rotunda da Venda do Valador)
-Abrunheira (rotunda)
-Mafra (centro, após a subida da Sra. do Ó)

quarta-feira, março 12, 2014

Crónica da Ereira


A volta do passado domingo, da Ereira, foi uma das mais agressivas dos últimos tempos. Agressiva, porque disputada em permanente sobressalto, por um grupo pouco numeroso, triado pela forma física, e em – e aqui a justificação daquela característica – em constantes ataques e contra-ataques, sem quaisquer comedimento pela exigência do percurso. Afinal, havia a Ereira e não «só»...

A saída de Loures em direção a Bucelas foi moderada (não refastelada), por ter estado na liderança do grupo que não tinha mais de 10 unidades. Com as pendentes a não se fazerem esperar, 29 km/h de média à passagem por aquela vila demonstrava que... equipa A é equipa A! Todavia, embora se prevendo que a longa subida para a Venda do Pinheiro traria mais intensidade, surpreendeu que, logo na subida das Murgas, o Nuno Mendes tenha posto um passo rijíssimo. Como se não houvesse... mais nada. Secundado pelo Arraiolos, mandaram abaixo o KOM e levaram grande parte dos restantes ao vermelho.

Foi o mote para o andamento na subida que se seguiu, impulsionado ainda pelo vento favorável. Com as feras a posicionarem-se à dianteira desde o Freixial, estava quase garantido que novo KOM (meu, chuif!) seria estabelecido. Ficou para o COME KOMs, Tiago Pereira, tão interessado e precavido quanto eu, mas muito mais explosivo nos metros finais, distanciando-me em 4 segundos. Média de 30 km/h entre Freixial e o topo da Venda.

Aqui, uma má ação: desrespeito pela neutralização para reagrupamento, deixou o Jorginho e o Pedro Fernandes (sorry, sorry!) para trás. Não havia nada a fazer. No local estipulado, uma correria em vez da espera: entre o cruzamento da EN8 à entrada da Venda e a rotunda da A8 (à saída da Malveira), média de quase 50 km/h. Fomos trouxas!

E que dizer na descida de Vila Franca do Rosário?! Velocidade furiosa, alguns cortes e pouco plausíveis acelerações e consequentes cortes... Até ao Carvalhal, onde acusávamos, desde início, 35 km/h médios. Aqui paragem de alguns minutos devido a uma queda num grupo que seguia à nossa frente. Um camarada prostrado, com o rosto muito maltratado, bastante ensanguentado.

Retomámos a marcha, fazendo-nos à subida de Catefica – e de repente, quem é que abrira a janela! Com vento frontal, e já na companhia do Paulo Pais, comandei o grupo até ao cimo. Embora parecendo não conseguir avançar perante a resistência do sr. Bento, foi o período de maior intensidade (constante) do meu esforço até então na volta. Na rotunda da A8, nova paragem: furo do Felizardo. Durante 40 km, sempre a abrir. Em menos de 5, pára-arranca, vento... Durante a operação, passaram o Jorge e o Pedro. Com cara (e palavras) de poucos amigos. Com razão!

A partir daí, Torres tranquilamente e no Sarge voltei para a liderança, impondo um ritmo agora com outro élan (menos vento). Depois da fase mais rude da subida, o Augusto Vitorino rendeu-me com ímpeto. Tomei-lhe a roda. Mas não tardou que, de trás, começassem a surgir esticões. A toada transfigurou-se, tornou-se, então súper agressiva. A descer, mais intensidade do que a subir! Às tantas, trio na dianteira. De respeito. Vitorino, André e Arraiolos. Perseguição frenética mas sem resultados até à entrada na subida. Assim, a maioria com afogo. O Tiago foi o único a conseguir-se juntar aos da frente, mas rapidamente descaiu para o seu passo. O trio destacou-se paulatinamente, com um andamento acima dos demais. O Tiago não deverá ter perdido a esperança de uma quebra, que não sucedeu. Atrás, eu, no meu passo (justo, justo...) a comandar a (pseudo) perseguição. Mas só se perdia terreno. Na fase mais dura, vento mais forte de cara. Ainda por cima. Para mim chegou a roçar o penoso (talvez seja exagero meu, mas digo-o pelas más sensações e incapacidade de sair daquele ritmo... penoso). Comigo (apresento finalmente os que ainda faltavam), os Brunos, o Ricardo Afonso, o Nuno Mendes, o António «Rodinhas» e o Jorge (apanhámo-lo na subida, tal como ao Pedro, mas este mais atrás, como ficou o Félix e o Paulo Pais, este último ainda bastante curto nesta fase da época). Na rampa final, o Bruno de Alverca e o Afonso ganharam alguns metros. No topo, o trio da frente passou com 1m30s de vantagem sobre mim (registo Strava), o que é muito, demasiado, mesmo para quem era... O Tiago transpôs em posição intermédia, com mais 1 minuto do que os líderes.

Todos passaram e sem parar... sem esperar pelos retardatários. Como o fiz, nova recuperação, agora na subida da Merceana-Sobral, a «mielas» com o Félix (deixando para trás o PP e o PF). Os perseguidores da Ereira, afinal, esperavam (juntámo-nos em Carmões) mas os perseguidos foram até ao fim. No Sobral, estes voltaram ao nosso encontro – para um final feliz, com o Nuno Mendes a impor, uma vez mais, a sua boa forma (ficou na retina!) para o Forte de Alqueidão e após isso, uma descida musculada para Bucelas a deixar em dificuldades (creio que não apeados) os que vinham mais desgastados.                        

quinta-feira, março 06, 2014

Domingo: Ereira

A volta do próximo domingo é a da Ereira. O percurso é ESTE e sugerem-se os seguintes pontos de neutralização para reagrupamento

- Venda do Pinheiro (até à rotunda da Venda do Valador)
- Catefica (rotunda da AE8)
- Alto da Ereira