sábado, junho 30, 2007

Montejunto x 4


Magnífica manhã de sol na Varanda da Estremadura, excepto o vento forte.
Excelente treino de montanha na companhia do Jony.
Objectivo: «afinar a máquina» para Etapa do Tour.
Montejunto, por Vila Verde dos Francos: 4 subidas.
104 km, quase 4h30 e 2575 metros de ascendente acumulado.
Percurso: Olhalvo-Vila Verde-Montejunto-Pragança-Vilar-Vila Verde-Montejunto-Vila Verde-Montejunto-Avenal-Vilar-Vila Verde-Montejunto-Olhalvo.
Obs: desci uma vez pela vertente do Avenal. Para ver... Conclusão: garanto que nunca me irão ver em sentido inverso!

quarta-feira, junho 27, 2007

Trepadores no domingo

No próximo domingo há volta «grande». O mesmo será dizer... a subir bastante. Trata-se da famigerada Clássica dos Trepadores, que inclui algumas das subidas mais prestigiadas da nossa região – pelo menos, na zona mais «batida» durante a temporada.
Sobral, Mata, Ribas e Montemuro no cardápio, por esta ordem, que, por si só, revela bem das dificuldades do percurso, embora sem exceder 85 km. O final, por paragens pouco habituais, como Sto. Estevão das Galés e Sta-Eulália, não será mais acessível.
Recomenda-se, portanto, moderação e abordagem criteriosa, da parte de todos, à tirada, tanto mais que, nesta altura, os que visam a participação na Etapa do Tour encontram-se em fase terminal da preparação e, consequentemente, muito perto no pico da forma. Logo, é natural que a disponibilidade física seja maior, tal como a motivação, ora experimentando as forças, ora aproveitando o acidentado do traçado para limar as últimas arestas para a prova francesa, o que poderá o andamento tornar mais selectivo. Neste caso, aconselha-se aos demais que prescindam de embarcar nessas eventuais «aventuras», procurando fazer a sua própria gestão do esforço, com o objectivo de cumprir, da melhor maneira, uma etapa que, sem dúvida, é muitíssimo estimulante para todos os que gostam de praticar ciclismo.
Para mim, vai ser a estreia nesta Clássica muito apetecível, depois não ter podido participar na animada edição de 2006, onde os trepadores, pelo que soube, estiveram como peixe na água. Entre eles, o saudoso Pintainho.
A propósito, ninguém imagina como as vertentes de Ribas estavam povoadas neste final de tarde! Quanto ciclista por metro quadrado!

segunda-feira, junho 25, 2007

Apenas percalços, quero crer

A recta final da preparação para a Etapa do Tour não está a ser favorável. Muito pelo contrário. A cerca de três semanas do grande dia, a situação está longe de estar... «controlada». Os contratempos não têm parado.
Após o interregno de quatro dias nos treinos, para gozo de férias, ainda no decurso destas, o regresso à estrada trouxe uma dor aguda na região lombar, agravada com o esforço em subida. Logo em subida, o que vinha mesmo a calhar!
Foi assim, com queixas, que passei toda a última semana, embora sem desviar-me do esquema de preparação delineado, e mesmo correndo o risco de agravar uma eventual lesão muscular (distensão, rotura, etc) e com limitações nas subidas (e houve tantas para explorar na magnífica serra algarvia de Monchique).
Até pode ser que tenha sido melhor assim! A dor tem vindo a diminuir mas ainda incomoda, e nem quero pensar que não recupero totalmente até dia 16.

Mas não parou por aqui. Na manhã de domingo, após o regresso de férias na véspera, voltei a pesar-me. Choque! Mais 4,5 kg que há uma semana! Na balança: 78,5 kg! Perguntei-me como terá sido possível ganhar tanto peso em tão pouco tempo? Principalmente, sem comer doces ou fritos, apenas alguns excessos (em quantidade) às refeições. Para mais, em plena actividade. Os únicos indicadores do aumento da massa corporal foram os elogios para minha mulher na praia. Sempre pensei que fosse do bronzeado e do... calor das férias!
Sinceramente, jamais pensei que estivesse a ganhar tanto peso. Curioso é o facto de a massa gorda ter inclusive diminuído, para muito bons 5% - o que deveria pressupor o peso de forma ou muito próximo deste – que apontei para 73 kg, contra 72 kg dos últimos anos, uma vez esta época ganhei massa muscular nas pernas, compensando com acréscimo de força esse ligeiro aumento de peso.
Aliás, tudo estava a correr dentro do estipulado – até há última semana, quando restava perder apenas 1 kg! Assim, agora estou a mais de 5 kg desse objectivo. Pouca coisa!
Resta-me, portanto, procurar «queimar» o mais possível no pouco tempo que resta, correndo o risco de perder também o que não devo. Todavia, perder o quê? Que gordura, se não a tenho! Por isso, ainda estou intrigado com este súbito aumento de peso...

Para terminar em beleza a semana, no domingo, de regresso às voltas com o grupo, caí algures entre a Feliteira e Dois Portos, quando a rosca da biela cedeu soltando o pedal. Felizmente, ia devagar, a não mais de 25 km/h, instantes depois de ter descido a mais de 60 km/h. Resultado: além do treino interrompido, a avaria na bicicleta sem reparação previsível (ainda que o insuperável Pina já me tenha desenrascado) e alguns arranhões nos «cromados». Apenas percalços, quero crer!

Mas nem tudo vai menos bem, felizmente. Referência muito positiva para a participação do Miguel Marcelino e do Nuno Garcia em mais uma edição da Quebrantahuesos. Mais uma vez em posições meritórias. Além da fantástica experiência, terá sido, acima de tudo, óptimo teste para a Etapa do Tour.

quinta-feira, junho 07, 2007

Feriado, trabalho forçado!

Feriado nacional. Treino com o grupo do Paulo Pais, sinónimo de trabalhos forçados! Mais uma vez, o ritmo foi para homens de barba rija. Percurso entre Caneira Nova, Torres Vedras, Vilar, Cadaval, Bombarral, Torres e regresso ao local de partida. Ondulado suave, a favorecer ciclistas com músculos fortes e pedalada vigorosa. Verdadeiramente selectivo, só o andamento...
Ponto prévio para lançar a empolgante tirada: o campeonato nacional de Master's (veteranos) foi há menos de uma semana e entre os seis participantes (exceptuando eu e o Jony) quatro estiveram nessa competição. A saber: Paulo Pais, Luís Runa, João Aldeano e Mário. Escusado dizer que todos no «pico» de forma. Mas, de outra maneira, não seria tão espectacular como foi...
Nos quilómetros iniciais, em direcção a Torres, ritmo moderado imposto por mim e pelo Jony.
Mas logo chegaram as primeiras hostilidades. Na subida de Catefica, o Runa salta. O Paulo alertou para «deixar ir», que «era muito cedo». Porém, o Aldeano não esteve pelos ajustes e rapidamente recuperou e agarrou a roda. Cedo ficava demonstrado que estava em «jogo» algo mais... Estavam duas equipas representadas: Paulo Pais e Runa (Amiciclo/Grândola); Aldeano e Mário (Viveiros S. Lourenço). Perdão, três: Ricardo e Jony (Pina Bike), Assim, sim!
Ou seja, a marcação era impiedosa e estava visto que os topos mais picantes serviriam de «pontos quentes». O próximo, logo à saída de Torres: Sarge. Aqui, deu para perceber que o próprio Paulo Pais não estaria com a mesma contenção de Catefica e deu «ordem» para os restantes estarem atento às movimentações de Aldeano e Mário (por sinal, seu cunhado). Entra-se na subida e o ritmo aumenta progressivamente, estabilizando nos 30 km/h. O meu coração, upa, upa! O Aldeano comanda, secundado pelo seu companheiro de equipa. Passo certo na fase mais dura, ninguém se mexe. Pudera! Após ligeiro descanso, ataca-se a ultima parte da subida, e eis que o Jony surpreende (pela direita), saindo muito bem e despoletando a primeira resposta desenfreada. No entanto, logo às primeiras pedaladas mais pesadas, parte-se a corrente da bicicleta do Mário, forçando a uma neutralização para reparar a avaria.

Retomada a marcha sem perder demasiado tempo (milagrosas ferramentas e pessoal precavido: são muitos anos!), desceu-se para Ermegeira e em seguida o falso plano ascendente do Maxial para a rotunda do Rodeio. Oito quilómetros, novamente em ritmo progressivo, com dois patamares: o primeiro (4 km) entre os 32 e 34 km/h e os últimos sempre acima dos 35 km/h! Nesta altura, o principal obreiro foi o Aldeano. Muito forte! Alguma colaboração do Paulo Pais e do Mário, mas pouca... Aliás, foi o Jony, à chegada à rotunda do Vilar, que acabou por «mexer» o andamento. Tomou a liderança e «picou» para a descida a 60 km/h. Lá atrás, o meu 50x12 começava a ficar curto. Felizmente, a estrada endireitou.
Mas para logo empinar, em Martim Joanes. Um topo a sério. E de novo, o suspeito do costume: Aldeano. Agora, não forte, fortíssimo! 30 à hora por ali acima. Não havia lugar a distracções ou momentos de fraqueza. Eis o primeiro grande teste à minha condição física. Veredicto: pernas boas, mas coração... nos 186! Fiquei preocupado com as consequências, contudo até ao alto não havia lugar a cedências. E todos passaram! Não sei se bem, ou como eu?
Após o cruzamento para o Cadaval relaxou-se um pouco. Finalmente. Mas logo aos primeiros declives, voltou o ritmo de cruzeiro acima dos 30 km/h, e um encadeamento de dois topos voltou a promover a picardia. Desta vez – ou mais uma vez! – o Jony. Picou os poderosos e eles saíram endiabrados. O Aldeano sempre a dominar, dando mostras de muito boa forma.
Desceu-se rapidamente para Cadaval e depois para o Bombarral, em tréguas. E parou-se para um cafezinho retemperador. Mais de metade do percurso já estava feito. A 34 km/h de média! Mas não havia perspectivas que o restante fosse mais fácil.

Saída do Bombarral a caminho de Torres. Até Outeiro da Cabeça, sempre em falso plano ascendente, vento contra, a média ressentiu-se: 28/30 km/h. Então era o Mário que «metia passo», lado a lado com Aldeano. Viveiros a controlar as operações, está claro! Recuperou-se o andamento na descida a seguir. A preparar mais escaramuças. E logo no primeiro topo. O Amiciclo/Grândola aparecia, com o Paulo Pais a quebrar a ordem. Mas resposta pronta dos dois Viveiros, que, voltaram a destacar-se. No grupo, acusava-se o «toque». O Jony e o Runa demoraram a reentrar, principalmente o segundo. O Aldeano voltava a demonstrar... poder de fogo!
E não havia muito tempo para recuperar. Após nova descida, a passagem, em subida, no Ramalhal/Ameal. O Mário, a forçar, parecia querer lançar o Aldeano, e o grupo estirou-se nas rodas até ao ataque previsível e a resposta. Desta vez, o grupo partiu mesmo! Após o alto, fico eu e o Aldeano, reentrando depois o Mário, que passou imediatamente ao comando. Antes do cruzamento de Torres, estava feito o corte, mas Aldeano apercebeu-se da distância e sugeriu ao companheiro que abrandasse. Em Torres estávamos todos juntos novamente.
A passagem pelo interior da cidade foi atribulada. Um casamento e uma procissão dividiu o grupo. Eu e o Runa escolhemos o percurso mais directo e ganhámos imenso avanço, que deu para gerir até ao alto da entrada da auto-estrada A8 (Catefica). O Runa deu a entender que estava muito curto e deixou-me ir.
Parecendo que não, o desencontro do grupo trocou-me as voltas. A volta aproxima-se do final e já muitos «cartuchos» tinham sido gastos pelos homens-fortes. E eu passara mais ou menos incólume. Chegava, pois, a vez de mostrar algum serviço, pois até aí limitara-me a passar o melhor possível os «pontos quentes».
Como vinha com ideias feitas para a subida de Catefica, restava-me o encadeamento de dois topos Turcifal-Freiria. No Carvalhal, passou para a frente o Aldeano, mas logo a seguir do cruzamento da Serra da Vila acelerei - da frente do grupo, o que não foi bom., embora, sinceramente, não tenha pensado em surpreender, pois quase todos os «picanços» anteriores tinham sido muito leais, iniciados, digamos, à descarada de todos. Por isso, abordei o topo para fazer desgaste e não para causar cortes decisivos. Tanto mais, que não acreditei que fosse capaz de o fazer naquele local. A verdade é que as forças de alguns já vinham justas e fez-se selecção. O Aldeano e o Paulo seguiam na minha roda e, logo que abrando, saltam em sprint até ao alto, ganham pouco avanço.
Os restantes reentram na curta descida e, nessa altura, fico na roda do Aldeano e sinto o Jony ao meu lado, do lado da berma, muito atento (já estaria à espera de alguma coisa!!!). Voltou a atacar, e agora até ao fim. Detrás do Aldeano. Passo o topo e na descida reparo imediatamente que o Paulo tinha passado, e havia outro! Quem? O mais provável, o Aldeano! Não, o Jony! Os Viveiros tinham ficado! Dou imediatamente a dianteira ao Paulo, mas sinto rapidamente que o vigor não era muito. Peço ao Jony, que me diz que... «não dá». Quase que o obrigo a meter-se à frente. Tenho de voltar a puxar.
Na passagem por Freixofeira, olho para trás e avisto os dois Viveiros no nosso encalço. Restava menos de um quilómetro, mas forças começavam a escassear. Rodávamos a mais de 40 km/h, quando, na penúltima recta, os dois perseguidores, com o Aldeano na liderança, passaram directo. SIM, DIRECTO! A 45-50 à hora! Ainda gritei para o Jony agarrar a roda, mas também ele não resistiu. Os Viveiros voltaram para esmagar! Mas que pena a volta ter terminado! Agora é que estava toda a gente sensível... ao mínimo toque.

Antes de concluir, devo render homenagem ao João Aldeano, ex-campeão nacional de Veteranos A, pelo seu excelente desempenho neste treino altamente competitivo. Numa volta de 92 km, a mais de 33 km/h de média, foi um incansável trabalhador, dominou todos os «pontos quentes» e rematou com uma impressionante demonstração de força. Bravo! Os Viveiros levaram a melhor... mas para a próxima há mais. Atenção aos Pina Bike! Ehe!
Venham mais manhãs como esta!