quinta-feira, janeiro 30, 2014

Carmões: a crónica


A volta de Carmões foi, para mim, a dois compassos. Primeiros 30 e poucos quilómetros de confirmação de uma toada de elevadíssimo nível, a um ritmo pautado por um dos pelotões mais fortes dos últimos tempos, digno dos que só as Clássicas tradicionalmente reúnem.

Desde as primeiras pedaladas (em atraso, apenas me juntei entre o Tojal e o MARL), uma média de respeito: 34 km/h em Alverca, para o início da primeira subida do dia, A-dos-Melros. Na memória, a última vez que lá passamos, curiosamente, com grande parte dos mesmos elementos – e também o mesmo «enorme» andamento. Sem surpresa, passo vivo desde o sopé, imposto pelo Hugo Ferro, na primeira instância, e depois o Rui Torpes, sempre com o afinadíssimo Mota em estreita cooperação. A tarefa não estava alcance de muitos! O grande pelotão estirava-se, procurando resistir ao acumular do esforço na longa ascensão de 6,8 km, ainda que beneficiando da suavidade da sua pendente média (2,4%). A fase de maior exigência foi a passagem pela frente do Tiago Silva, uma vez mais, do Torpes no troço mais árduo (até aos tanques do Calhandriz), precisamente dois dos tais repetentes da anterior cavalgada por aquelas bandas, que continua a valer KOM do Strava. Desta feita, o registo ficou-se a poucos segundos, perfazendo-se uma excelente média 30 km/h. Após a descida para Arruda, cumpriu-se uma (breve) neutralização para reagrupamento.

Após retomar-se a marcha, mais inclinações, em gradativo crescendo desde a reta da Fresca, passando do Monfalim e a partir do cruzamento de Fetais, com um relevo mais acentuado, a causar mais momentos de intensidade. Principalmente, o último quilómetro antes do Sobral, a fase mais inclinada. Desta feita, as despesas foram, quase por inteiro, do Hugo Ferro. Muito bom trabalho desde a saída de Arruda até à referida rampa final, só rendido, então, por algumas acelerações até ao topo a causar pequenos cortes e um injustificado nervosismo, a levar com perigo alguns elementos para a faixa contrária. Para quê, se a procissão ainda ia no adro?...

Ia, sim, mas não para mim... Afinal, já dera a volta ao lugar e retornado à igreja, porque a prevista (e relembrada) neutralização no Sobral não foi cumprida pelo pelotão, deixando-me para trás após aguardar pelos derradeiros retardatários. Em Dois Portos, ninguém; na estrada da Buligueira, «nicles»; na subida para Carmões, nem vê-los. E pior, não houve «espera» no topo da ascensão. Quando ainda passava pela zona do cemitério, a meio da subida, avistei o pelotão (ou o que restava) na estrada, já a caminho do Sobral. De qualquer modo, estava disposto a seguir em passo mais apressado, mas perante o chamamento do grupo em que estava o Pina, o Freitas, o Paulo Bike, o Amândio, o Salvador, entre outros – que tomavam café em Carmões -, decidi pela companhia que tinha certa.

Assim, depois de alguns minutos, subimos tranquilamente até ao Sobral e descemos a Cabeda, onde, na última parte, avistámos com surpresa o pelotão (decidiram-se pelo cafezinho no... Sobral). A distância não era grande e poderia ser recuperável, mas ninguém naquele grupo deveria estar disposto a empreender tal esforço. O Freitas encorajou-me a seguir sozinho, mas eu neguei, pois o mais provável seria que, a qualquer momento, o andamento aumentasse entre os primeiros – e foi o que sucedeu! Disse-lhe que a partir da Sapataria, então sim, mudaria de ritmo.

Assim, na abordagem a esta curta subida, o Freitas e o Paulo Bike lançaram-me e arranquei «a solo». Quase a chegar ao topo passei pelo grupo da Rita Reis, que seguia na companhia do Carlos do Barro e do Filipe. E continuei empenhado, só aliviando no alto de Montachique, após ter voltado a avistar o pelotão na aproximação ao Vale de S. Gião, quando aquele passava pelo «varandim» da subida que lhe fica sobranceiro. Na fase final da ascensão cruzei-me com o André, que descia, e no alto, com o David Inácio, que me informou que os restantes não iam longe, pela descida de Ribas... abaixo. No entanto, até Bucelas nem sombras... Soube que tinha sido mais uma louca correria.

Pela Romeira até Alverca, finalmente me juntei aos poucos que vinham do Tojal, a conta-gotas. Outros tinham rumado à Apelação, a Sacavém e seguido a EN10 para meter mais quilómetros nesta curta mas intensa jornada.          

quinta-feira, janeiro 23, 2014

Domingo: Carmões


A Volta do próximo domingo é a de Carmões, um dos regressos nesta temporada, embora em versão alterada. O percurso é desnivelado, como se poderá constatar pelo perfil, mas a distância relativamente curta para o habitual: apenas 88 km. Ou seja, quem pretender acumular quilómetros e tempo terá de fazer «extras». Como, previsivelmente, haverá mais «pontos quentes», sugerem-se correspondentes neutralizações para eventual reagrupamento. A saber:

- Arruda dos Vinhos (junto à rotunda do Pingo Doce, início da reta da Fresca)

- Sobral (no primeiro ou no segundo jardim, do centro)

- Carmões (após a subida; também poderá ser pausa para café?)

Nota: à saída do Sobral desce-se por Cabeda e não pela Feliteira (embora vá dar quase ao mesmo...)

quarta-feira, janeiro 22, 2014

Crónica da Volta da Ericeira-Assafora


A volta do último domingo, da Ericeira-Assafora, marcou uma viragem no cariz dos percursos neste início de temporada e desde logo também no nível de exigência. A ambos não foi alheia a bastante menor adesão de participantes, que as condições meteorológicas incertas só por si não justificam.

De qualquer modo, de um grupo de não mais de 10 unidades que saiu de Loures formou-se um míni-pelotão à chegada à Venda do Pinheiro, com a integração de uns quantos que saíram adiantados e do duo Carlos Cunha e Mota que demorou a arrancar, na sequência de um desencontro com os restantes, enquanto davam voltas à rotunda do Tojal, que desde já promete ser o mais insólito do ano.

Aliás, este acontecimento, que ditou a imprevista ausência daqueles ciclistas às primeiras pedaladas do grupo, esteve na origem do mote para esta tirada prometedora de subida da fasquia da intensidade.

- Perguntou-me o Capela: «E os meus parceiros, onde estão?»

- «Quem?», respondi.

- «O Cunha e o Mota. Combinámos apalpar-nos os pulsos», esclareceu.

Ou melhor, esclarecedor!

Pela oportunidade de «apalpar e ser apalpado», o «Master» do Bom Sucesso teve de aguardar por depois da Venda do Pinheiro, onde finalmente os dois «parceiros» chegaram, após uma neutralização-recorde de 17 minutos. Fui ao seu encontro até quase ao viaduto da A8, onde tive de resistir ao choque do andamento frenético que vinham a imprimir. Por isso, temi pelo meu KOM do segmento Freixial-Venda, mas felizmente o vento estava a meu favor... Os dois, apesar do excelente esforço, foram alguns segundos mais lentos do que o nosso grupo no mesmo setor, metido a mexer precisamente desde o Freixial, primeiro pelo Bruno de Alverca, o Carlos Santos e o Felizardo, mas definitivamente lançado pelo jovem Augusto Vitorino, que meteu o andamento a um nível acima a partir da Chamboeira até ao Vale de S. Gião, causando a desagregação do grupo.

Aí absorvemos os que tinham saído à frente (Pina, Nuno Mendes, Salvador, Jorge Vieira) e passei eu a meter o passo, até ao topo, onde estavam os mais fortes todos reunidos. Seguiu-se, então, longa espera...

Já com os distraídos Cunha e Mota integrados, desceu-se da Malveira para Alcainça a uma velocidade acima do recomendável para o piso molhado, e depois, novamente em subida, até à Abrunheira, com maior intensidade. Nesse ponto, primeira «baixa»: o Félix abdicou e voltou para trás (furo?).

De Mafra a Ericeira, com o jovem Vitorino, em parceria com Cunha e mais tarde com o Mendes, a 37 à hora de média, aliada ao vento lateral, promovia o «abanico» que ameaçava com cortes. Felizmente, apenas ocorreu um, no último km, à chegada à rotunda grande no alto da Ericeira, e antes de nova neutralização.

Ligação tranquila até à Foz do Lisandro, onde se atacou o topo até à saída à direita para a praia de S. Julião, que marcava o início do troço inédito desta volta. No comando das operações, o Capela com o Nuno Mendes e o Tiago Pereira (ou o Carlos Santos) na roda, eu com um espaço de alguns metros para fechar desde o início da subida. Os restantes para trás. Às tantas, o Mendes ataca, deixando todos... pregados! Mas com isso passou o cruzamento e perdeu-se o ensejo. Valeu por ter ficado na retina a prova da sua boa forma.

A secção nova da volta trouxe-me algumas surpresas. Não esperava que fosse tão «parte-pernas», com 3 ou 4 rampas bastante inclinadas. A primeira, logo à saída da praia de S. Julião, a fazer enrolar muito punho. O Cunha entrou melhor, destacou-se, mas após a reação do jovem Vitorino, ao que o Capela e o Tiago corresponderam bem, cedeu alguns metros até ao topo, já após uma fase em que a inclinação suaviza um pouco. A partir daí, só o Capela se manteve com o Vitorino, e com o Cunha só eu e o Mota, os três na perseguição ao duo. Então, na roda do Cunha, após cerca de um minuto a 45 km/h em falso plano ascendente, tive de o largar por instantes para aliviar os músculos. Demais... O próprio sentiu que o seu desempenho tinha sido «qualquer coisa» e felicitou a sua nova montada (a Matilde BH) com um... beijo! Pouco depois, os fugitivos eram alcançados.

Este foi topo mais atacado e mais fraturante. Os restantes, incluindo o último, um verdadeiro carrossel, passaram-se de forma mais branda, embora com elevado dispêndio energético. São realmente duros! Além dos cinco elementos que referi, os restantes estiveram em frequente iô-iô – o Tiago claramente condicionado por uma gripe; o Arraiolos a acusar o treino bidiário da véspera; o Bruno ao seu estilo, como sempre pleno de abnegação e classe, a fazer esquecer a diferença de idade; o Carlos Santos, sempre ativo mas, creio, ainda numa fase ainda primária da preparação; e o Nuno Mendes, muito bem, mas a começar a acusar algum desgaste com o avançar dos quilómetros. Após mais uma neutralização em Arneiro dos Marinheiros, rolou-se até Colares em grupo compacto. Aqui café.

À saída, passei a meter o andamento, primeiro em parceria com o Mota até Galamares, e a partir do início da subida da Várzea até Sintra, só por minha conta. De resto, mesmo depois de Sintra, para o Lourel e quase até Pero Pinheiro, «deixaram-me» a amargar no comando, após o que o Cunha começou a render-me...  

Em Pero Pinheiro, furo. Em cima do horário de chegada, pedi «autorização» para continuar a solo. Fui. Menção, ainda, para o encontro, entre Negrais e Sta. Eulália, com o João Aldeano (grande bem-haja!) e mais dois camaradas do Ciclismo2640. Para poupar tempo (não propriamente as «canetas») atalhei por Lousa, Montachique, Bucelas e Romeira. Quase 5h15 de pedal. Excelente treino!               

quinta-feira, janeiro 16, 2014

Volta do próximo domingo: Ericeira/Assafora: apresentação

Nota de última hora:
Sugerem-se as seguintes neutralizações para eventual reagrupamento:
- Venda do Pinheiro (rotunda da Venda do Valador)
- Abrunheira (rotunda da Abrunheira)
- Ericeira (a partir daqui, sugere-se que o pelotão role compacto - durante a fase menos conhecida - pelo menos até Azenhas do Mar/Praia das Maças). 

No próximo domingo, além de se alterar o perfil do relevo que tem caracterizado as saídas domingueiras nos últimos dois meses, a Volta reveste-se de outra particularidade: é inédita. Chama-se Ericeira/Assafora, e tem um percurso que considero interessante e algo exigente, tanto pelo desnível como pela distância: 108 km.

Todavia, importa alertar para a necessidade, quase imperativa, de se tomar conhecimento do trajeto, principalmente na parte em que, efetivamente, ainda não foi «trilhado» pelo nosso grupo nas habituais saídas calendarizadas. O troço em questão é desde o cruzamento da Carvoeira para a Praia de S. Julião (sair da N247) em plena subida da Foz do Lisandro, após a Ericeira. Logo que se sai daquela Estrada Nacional (km 49), inicia-a uma descida acentuada, logo a recomendar precaução, até à referida praia (km 51), após o que se volta a subir, por uma rampa não menos inclinada. Até aqui, nada que enganar. Nem nos próximos quilómetros: 3 km adiante (km 54) atravessa-se Assafora, e outros tantos depois, S. João das Lampas (km 58,5). Sempre em frente.

Mas logo à saída desta localidade (km 59), primeiro «ponto de risco de engano»: bifurcação! Seguir pela direita, em direção a Magoito/Várzea de Sintra (Sacário).

Aos 61 km, novo cruzamento: à direita para Magoito

Positivo: falhando quaisquer destas indicações (seguindo pela direção contrária), apenas se encurta o percurso: na primeira atalhando para Terrugem; na segunda para a Várzea de Sintra (embora para esta localidade, em subida)   

Mas o mesmo não sucederá, se 500 metros logo a seguir (km 61,5 km), no interior de Arneiro dos Marinheiros MUITA ATENÇÃO: virar à esquerda para Fontanelas/Azenhas do Mar/Praia das Maçãs e depois em frente (numa pequena rotunda), a partir daí em direção ao mar por Fontanelas (km 64,3) pela direita para Azenhas/P. Maçãs, e depois destas, sempre em frente (sem enganar!) até Colares. Aqui, então, à esquerda, para estrada da Várzea (bem mais «batida») até Sintra (rotunda em empedrado, saída norte).

Eu nunca fiz o percurso de bicicleta, e de carro apenas algumas partes. As informações, obtive-as a partir do Google Maps, com recurso o Street View, onde se podem observar todos os pontos referidos como problemáticos e, se necessário memorizá-los (como eu fiz!). E pelo que conheço (real e virtualmente), o percurso recomenda-se!

De qualquer modo, fica ainda a sugestão de fazer esta parte do percurso moderadamente e em pelotão compacto. Para evitar o contratempo de alguém se perder... Entretanto, faremos votos para que não chova.             

terça-feira, janeiro 14, 2014

Crónica da Valada e mais...


Não são «corridas», nem sequer as coisas menos positivas destas que fazem a fama, apreciada por uns, criticada por outros, das saídas domingueiras do grupo Pina Bike... Creio que é outra coisa muito simples, que está no limiar da competitividade, ou melhor, da intensidade exacerbada com que se desenrolam as voltas domingueiras, especialmente as de início de temporada, em terreno plano, como as das últimas semanas. Chamemos-lhe atração pela velocidade. E a grande «culpada» é, por estranho que pareça, a nossa amada bicicleta, essa máquina extraordinária que eleva aos píncaros a adrenalina pelo fascínio de a meter a andar o mais depressa que as nossas forças possam. Quando se reúne um grupo numeroso, em que parte dos seus elementos tem uma boa condição física e o relevo do percurso e os fatores climatéricos são favoráveis não há como deter essa atração por meter a máquina a rolar o mais depressa possível. Até que as pernas fraquejem.

Por isso, é tão evidente a ansiedade que reveste os primeiros quilómetros de cada volta (nas Clássicas compreende-se), pela expectativa de saber quando e onde começa – e preparar-se para – a cavalgada. Porque quando esta arranca, dificilmente refreia. Nos últimos tempos, só à força de um «coffee break»! Assim, explicam-se as médias horárias acima dos 35 km/h, algumas dignas de competição em segmentos longos, a rondarem os 40 km/h. Intensidade elevada a muito elevada para quem tem capacidade para imprimir andamentos e o mesmo para quem tem menos capacidade. Só os «capacitados» que se resguardam passam melhor – ou mais ou menos bem... Momentos de moderação são raros ou nenhuns, ressalvando que, por vezes, baixar 2-3 km/h permite-os. Porque, nessas alturas, a atração é mais forte, impõe-se nos mais fortes, e seduz os outros...

Em suma, a atração pela velocidade é irresistível, inevitável. Para os «responsáveis» - quem geralmente imprime esses ritmos terminais, a maioria corredores ou outros ciclistas com objetivos competitivos – junta-se aquela aos pressupostos pessoais de treino, de que as saídas de grupo são apenas uma dos seus diversos componentes (para testar o nível de forma, simular abordagem aos ritmos de competição, etc.).

Já para os que se limitam a seguir nas suas rodas, é a vertigem de atingir performances de outro modo inalcançáveis, o gosto de estar entre «os melhores, os mais poderosos» - e ainda mais gostoso quando outros da sua igualha não o conseguem. Aqui, indiscutível competitividade saudável. É por este motivo que estes últimos têm a mesma atração pela velocidade como os primeiros e não raras vezes são os seus principais instigadores. Aqui, também nada de mal.

Pior é para os outros que, por fatores vários, não aguentam a atração e mais do que o sofrimento – afinal, uma condição do desporto e ainda mais no ciclismo, ao que nenhum dos outros referidos intervenientes do grupo escapa – para tentarem aguentar-se no convívio dos demais, é o amargo de boca de, por mais que se esforcem (alguns muitas vezes além dos limites) não o conseguem.

Através da compatibilização desta diversidade muitas vezes incompatível regem-se os grupos domingueiros como o nosso. Mas que apesar das imperfeições, das situações menos simpáticas que ocorrem, geradoras de lamentos e de críticas continuam a crescer alavancados por um entusiasmo crescente ao redor da tal máquina extraordinária. Pela atração de a meter à maior velocidade que for possível, quer com contributo próprio ou de outrem. Importa é desfrutar dela e do que «fazer» ciclismo proporciona.

E o segredo para a tal atração? Não há nenhum! Não há como resisti-la, apenas enfrentá-la. Tudo depende da capacidade física de cada desportista, desenvolvida através do treino. Por isso, quanto mais atração, mais necessidade de treinar, e quanto mais se treina, maior é a atração. Após a preenchida temporada de 2013 – Voltas, Clássicas, Granfondos -, a motivação está ao rubro para a que se avizinha, creio que a um nível sem paralelo desde que este grupo é... grupo. O «calendário» de 2014 ainda agora entrou mas está prestes a entrar noutro registo, em que a atração pela velocidade, devendo ser tão ou mais intensa como até aqui, sê-lo-á, sem dúvida, a ritmos diferentes.

 

Da volta de domingo último, Valada (Muge), destaque-se o andamento tranquilo, abaixo dos 30 km/h de média, entre Loures e Alhandra, a subida a partir daqui para muito perto dos 40 km/h (39 km/h) até Muge (durante 42 km), com diversos elementos a passarem pela frente, nunca deixando o andamento cair. E estimulando-o por vezes... Só por uma única ocasião, houve quem tivesse permissão para se adiantar ao pelotão – um quarteto após Marinhais, ainda que nunca mais de 50 metros... – mas rapidamente se levantaram vozes no grande grupo para «cortar-lhe as vazas»! Nomeadamente, o Capitão, que não se coibiu de meter o peito ao vento, para iniciar a perseguição.     

No regresso, após a passagem pela ponte de ferro e a pausa para café em Valada, apenas breves minutos de moderação (até Cruz do Campo), após o que se voltou a acelerar. O Jony deu o mote, ao que correspondeu o Capela, que demonstrou porque é que chegou com cerca de 10 minutos de atraso a Valada: esteve a guardar forças para a segunda metade! O Renato Ferreira foi um dos poucos que se juntou a estes até Vila Franca, onde a média, desde Cruz do Campo, se fixava nos 40 km/h!!

No tradicional sprint, o Jony não teve concorrência no pelotão, bem lançado pelo Freitas, que depois de não ter parado em Valada, passou a integrar o grupo pouco antes do Carregado, e voltou a mostrar serviço no topo da subida da Sagres, depois de eu ter imprimido um ritmo mais forte a partir de meio daquela. Além de mim e do Freitas, presença destacada neste local, na dianteira, a do Zé-Tó, a mostrar pedal para continuar a forçar pela Variante de Vialonga.      

sexta-feira, janeiro 10, 2014

Domingo: Valada (Porto de Muge)

A Volta do próximo domingo (dia 12) é a de Valada (Porto de Muge), uma das mais pitorescas do período invernal, com a sempre especial travessia da ponte férrea de Porto de Muge/Valada. Aqui sugere-se paragem para café.
A rota segue pela lezíria pela reta da Valada/Vale da Pedra até Cruz do Campo.
De resto, o percurso é praticamente plano, porém, será um dos últimos nesta fase inicial da temporada. O perfil, ainda que ligeiramente, vai mudar nas próximas semanas...  

quinta-feira, janeiro 09, 2014

Crónica de Pontével-Aveiras


Na volta do último domingo, casa cheia e uma visita especial: Fábio Silvestre, corredor da Leopard Trek, jovem (grande) promessa do ciclismo português, que algumas vezes desce da Seramena/Sobral para se juntar ao nosso grupo. Além da sua presença honrosa, é um exemplo de discrição e humildade, qualidades próprias dos vencedores – que certamente será!

Mas não foi só o «neo pro» a engrossar o pelotão. Muita gente da competição escolheu o dia de tréguas de S. Pedro (ai, a véspera, que tempestade!) para fazer quilómetros e experimentar a assimilação de treino nesta fase madrugadora da temporada. Consequência disso, naturalmente, o aumento de nível do andamento. E desde os primeiros quilómetros, em Alverca, quando os «masters» Cunha, Duarte (principalmente estes) se juntaram ao pelotão, ao qual o Ricardo Gonçalves já vinha adiantado.

A partir de Alverca (pouco depois o Ricardo aliviou o ritmo e foi reintegrado) e até Azambuja e Cruz do Campo, a média não deixa dúvidas sobre o nível a que se rolou: quase, quase 40 km/h. Foi possível através de uma boa cooperação entre os mais disponíveis, embora, reforce-se, com contributo maior dos referidos Cunha e Duarte, que rapidamente fizeram perceber intenções de espremer um pouco do sumo da sua pré-época. E têm muito, sem dúvida, mostrando, a espaços, que já debitam muitos watts.

Mas não são os únicos. O pelotão, nesta altura, já tem muitos frutos suculentos que naturalmente elevam-lhe o nível. Resultado: os que têm a preparação mais atrasada passam por dificuldades. Mesmo num percurso maioritariamente plano, como o desta volta por Pontével-Aveiras.

De qualquer modo, foi neste troço que dá o nome à volta que o relevo se «acidenta», ainda que ligeiramente, mas o suficiente para colocar em evidência essas diferenças de preparação. E ainda mais, depois de uma primeira fase em que se acumulou desgaste, com poucos ou nenhuns momentos de relaxe. Assim, depois de Cruz do Campo até Pontével, e daqui a Aveiras, o pelotão desagregou-se formando um grupo na dianteira com cerca de 15 unidades. Nessa altura, era o Hugo Ferro a comandar as operações com boa genica e coadjuvado pelo Mota (numa forma sem paralelo há muito tempo) e alguns outros, ainda e sempre, com destaque para os «masters».

No grupo, só para dar uma ideia do seu bom recheio, alguns nomes: além dos que já referi, ainda o Fábio Silvestre (que nunca assumiu qualquer protagonismo, deixando-se literalmente ir à nossa boleia…), o André e o Hugo Arraiolos (ambos, igualmente, sem passar pela frente: o segundo certamente por estar em plena tirada de 220 km, já a preparar a enorme aventura que será o Tour de Flandres, em abril), o Bruno, o Mendes, o Felizardo, o Ricardo Afonso, o Gonçalves, o Tiago Pereira, o Carlos Santos, o Renato Ferreira, e outros… – todos com gabarito e trabalharem, o que explica a boa média apesar de a partir da Ota o vento se ter posto de frente (em Vila Franca, 36 km/h).

A toado manteve-se e em Alverca segui-se em frente para Sacavém - já com fadiga a transparecer... Desde aí, passei para a frente e lá me iam deixando – com algum revezamento do Bruno e do Félix – até nos depararmos com um acidente envolvendo um ciclista, entre S. João da Talha e Bobadela (antes do topo da Robiallac). Parámos para nos inteirarmos do estado da vítima – felizmente, pouco depois, recuperou sem mazelas e só a bicicleta estava maltratada -, mas o aparato causou muita curiosidade aos que passavam e houve mesmo quem decidisse fazer «peritagens», mesmo que a «fama» própria fizesse duvidar da bondade do «auxílio» e ainda mais de eventual… «orçamento».
 
A coisa estava para durar – o acidente ter-se-á dado por o carro estar parado na berma e o ciclista não o ter visto (?!) e batido por trás, não se sabendo se o impasse se devia a do embate ter resultado alguma mossa no veículo e o condutor quisesse que o ciclista assumisse os danos (!?) -, de tal forma que tive tempo de seguir para Sacavém, subir para até Apelação (com o Ricardo Gonçalves) e depois descer de regresso ao mesmo local, enquanto a situação parecia estar longe de ficar resolvida – então já com a polícia e bombeiros à mistura.

sexta-feira, janeiro 03, 2014

Domingo: Pontével-Aveiras

A primeira Volta de 2014 é de Pontével-Aveiras, num percurso de 126 km maioritariamente plano.
O regresso, a partir de Alverca, será em direção a Sacavém-Apelação.