terça-feira, janeiro 31, 2006

Fevereiro - mês importante!

Como é? Ninguém vai dizer se houve volta no domingo? Se alguém se estreou… na neve?
Eu por cá, conclui os primeiros dois meses de preparação para a nova temporada com quase uma semana de total inactividade – mais ou menos voluntária, mais ou menos forçada. Amanhã, regresso (finalmente) à estrada para iniciar o primeiro treino de um novo ciclo, em que aumentarei substancialmente o volume e alguma coisa a intensidade – em particular, o trabalho específico de força.
O balanço da pré-temporada é bastante positivo. A antecipação do início da preparação para a última semana de Novembro – em vez de Janeiro como nos anos anteriores –, permitiu-me atingir nesta fase um endurance já muito satisfatório e construir uma base muito mais sólida que noutras épocas por esta altura, e sobre a qual, partir de agora, começarei a trabalhar mais especificamente.
Fevereiro vai ser último mês de prevalência do endurance baixo, fazendo a transição para um novo ciclo, a partir de Março, em que as sessões terão períodos de maior intensidade e mais extensos, e também as primeiras abordagens à montanha.

Enquanto isso, recordem-se que no próximo domingo arranca o 1º Circuito Pina Bike, com a Clássica da Valada. Todas informações ao dispor na loja do Pina e nos próximos dias também aqui neste blog. Ate lá, bons treinos!

segunda-feira, janeiro 23, 2006

A Oeste do Paraíso

Antes de mais, gostaria de fazer uma menção especial ao principal ausente, entre outros igualmente notados, na volta de domingo. Por razões conhecidas de todos, o Miguel, a convalescer do estúpido acidente que o vai deixar «inoperacional» durante algum tempo. Continuação de rápidas melhoras.

A volta deste domingo foi, sem dúvida, a mais difícil dos últimos meses – se exceptuarmos a de Sintra, em Dezembro – pois é sabido que os traçados que percorrem a região Oeste são exigentes e invariavelmente causam grande «mossa» ao pelotão. Aquela que será a nova Clássica do Oeste não foi excepção, justificando plenamente o índice de dificuldade «Muito Elevada» com que estará classificada no Circuito.
De qualquer maneira, o grupo que saiu de Loures parecia suficientemente homogéneo para se colocar a salvo de diferenças acentuadas nos primeiros dois terços da etapa. No entanto, tal não veio a acontecer, mas não por uma razão que nada teve a ver com questões físicas: uma irreparável avaria na bicicleta do ZT.
Parece que os problemas mecânicos na sua novíssima montada começaram logo na subida para a Venda do Pinheiro. A forte percentage fez o grupo desagregar-se, como seria de esperar, mas alguns insuspeitos retardatários (entre eles o ZT, o Nando e o João) estranhamente demoraram demasiado a recuperar. A razão soube-se mais tarde, via telefone, já o grupo da frente tinha descido Vila Franca do Rosário. Foi a primeira de várias esperas, que acabaram por resultar na divisão definitiva do pelotão já depois de Ponte do Rol, a caminho de S. Pedro da Cadeira. Perdendo-se aí muito «sumo» da volta.
Tanto assim foi, que entre Torres e… a avaria final, o grupo rolou compacto (coisa rara!) a muito boa velocidade, com diversas acelerações, prenúncio de uma interessante segunda metade de tirada. Puro engano.
Após a última «paragem», antes de S. Pedro da Cadeira, o grupo separou-se em definitivo, e a partir daí, foi na frente que a história se desenrolou. Ficou um grupo de sete elementos: Nuno Garcia, Freitas, Luís (que habitualmente tem BTT, mas que ontem fez a estreia com uma «rodas finas»), Vidigueira, Daniel, Carlos e o «Benfica». Eu vinha em recuperação depois de um «pit stop» para necessidades fisiológicas e de ficado a «mastigado» um pouco aguardando por alguns elementos que (pensava eu) se aproximavam no grupo atrasado à saída de Coutada. O Nando ainda chegou à minha roda, mas quando acelerei, não sei bem por que razão deixou-se ficar, e foi quase a «tope» que subi para a Encarnação, juntando-me ao grupo da frente no início da subida para a Picanceira – a principal dificuldade do dia.
Quando os alcancei, passei directo! Tinha chegado o momento, pela primeira vez esta época, de sentir as primeiras… sensações numa subida mais a sério. Por isso, fui a fundo desde as primeiras rampas. Mas já estava à espera de resposta imediata e ela surgiu, de quem eu previa. Após as primeiras centenas de metros, senti alguém na minha roda – e um espelho num cruzamento ajudou-me a confirmar quem se travava: o Freitas, obviamente! Estive sempre ao máximo (para esta altura) e o registo da telemetria revela-o: 3,5 km a 4,1%, à média de 22,7 km/h e 182 bpm. O Freitas esteve muito bem, seguindo na roda.
A seguir, mais 4,8 km em falso plano ascendente (1%), até à Murgueira: 29,1 km/h, a 169 bpm, com direito a sprint final, perdido mas renhido! Os perseguidores chegaram 2 minutos depois, com o Luís à cabeça (mais tarde disse-me que estivera muito perto de nós, mas abdicara ao não conseguir fechar a distância), o Nuno, o Carlos e o Vidigueira. O Daniel, melhor rolador que trepador, cedeu naturalmente.
O quarteto passou sem parar rumo a Mafra, e eu decidiu segui-los (começava a estar em cima da hora), mas o Freitas não se apercebeu e… ficou. Pensei eu que definitivamente, pois quando estávamos a subir para Paz, não o vislumbrei ao longo de toda a descida da Murgueira – um atraso, no mínimo, de 3 minutos.
A rampa da via rápida à saída de Mafra fez, como é habitual, a diferença, numa altura em que os quilómetros já pesam. Na frente, eu, o Luís e o Carlos, mas na subida para a Malveira só restava eu e o Luís.
Mas a surpresa estava reservada para o final: entre a Malveira e a Venda, já em descompressão, eis que surge esbaforido… Quem, quem? O valente Freitas! Tinha recuperado desde a Murgueira. E nós não vínhamos devagar… Por isso, rendo-lhe homenagem: é o homem do momento!

Notas de observador:

1. Como pensava, o traçado selectivo desta volta tornará certamente a próxima Clássica do Oeste muitíssimo interessante, logo não se repitam avarias ou ocorram outros incidentes. Naturalmente, será muito difícil o pelotão chegar à Malveira… Sempre são 100 km e 4 contagens de montanha!

2. Como seria de esperar, o Nuno Garcia começa a recuperar o tempo perdido nas Arábias, com vista ao cumprimento dos seus objectivos na temporada. Embora com a preparação atrasada em relação aos restantes «internacionais», excluindo agora o Miguel, que está no «estaleiro», não demorará muito a chegar a um bom nível. Mas só mais tarde no ano se saberá que consequências terá o facto de ter iniciado a pré-época mais tarde… que os outros. E para estes, as de terem começado mais cedo…

3. Mas há quem esteja a treinar a fundo nesta altura da temporada. Por exemplo, o Nando, que no sábado tinha feito uma incursão higiénica a Montejunto! Na volta esteve quase sempre discreto, talvez um pouco «queimado» do esforço da véspera. Depois de Torres, ainda chegou a meter o passo do pelotão, mas ficou sempre para trás nas avarias do ZT. Estou ansioso para vê-lo em acção!
4.O desafortunado ZT que tem andado arredado das lides. Desta vez, foram problemas mecânicos. Mas certamente irá surgir em pleno em Fevereiro, nas rápidas Clássicas de Inverno.

5. Outros que estiveram em muito bom plano: o Carlos, o Vidigueira e o Luís (ex-BTT). São elementos destes que ajudam a formar o núcleo duro de um grupo de grande nível. A sua abnegação é um exemplo para os demais.

6. Finalmente, por falar-se em abnegação, não poderia faltar o Freitas. Muito se tem dito sobre a sua subida de forma nos últimos meses e as provas disso sucedem-se. O que começa agora a colocar-se é saber até onde vai os seus limites… ou os limites a que «poderá» ou a sua disponibilidade o «deixará» chegar. Porque força de vontade, o homem tem para dar e vender. Neste momento, é o meu barómetro. E em Março logo se vê…

quarta-feira, janeiro 18, 2006

Clássica do Oeste em antecipação

A volta do próximo domingo será realizada sobre o percurso da futura Clássica do Oeste (96,4 km), que fará parte do 1º Circuito Ciclodesportivo Pina Bike.

Percurso:
0 km - Loures
6,2 km - Alto de Guerreiros (4,2 km a 2,7%)
10 km – Lousa
13,7 km – Venda do Pinheiro (1,2 km a 7%)
17 km – Malveira (p/ Torres Vedras)
22,5 km – Vila Franca do Rosário
32,8 km – Turcifal
35,6 km - Nó da A8 (2,8 km a 3,3%)
37,6 km - Torres Vedras
44 km - Ponte do Rol
49 km – Coutada (em frente para S. P. da Cadeira)
51,3 km – S. Pedro da Cadeira
54,8 km – Encarnação
62 km – Piçandeira (3,7 a 4,1%)
66,6 km – Murgueira
70,7 km – Mafra
72,7 km – Carapinheira (rotunda)
76,1 km – Alcainça
79,1 km – Malveira
82,7 km – Venda
86,5 km – Lousa
90,2 km – Guerreiros
96,4 km – Loures

Concentração: 8h30 (Bombas da BP em Loures)
Partida: 8h45
Tempo previsto: (aprox. 3h40 à média de 27 km/h)

Principais dificuldades:
6,2 km - Alto de Guerreiros (4,2 km a 2,7%)
13,7 km – Venda do Pinheiro (1,2 km a 7%)
62 km – Piçandeira (3,7 a 4,1%)

domingo, janeiro 15, 2006

Miguel, venha a bela baixa!

Diz-se que as quedas e os acidentes acontecem, que fazem parte dos «ossos do ofício» de um ciclista, mas é sempre motivo de consternação e de forte abalo anímico quando vitimam um companheiro nosso. Durante a volta domingueira de hoje de manhã, disputada debaixo de condições climatéricas péssimas, o Miguel sofreu um acidente com um automóvel que lhe causou a fractura da clavícula direita. Apesar da violência do embate, este poderia ter tido consequências bem mais graves.
Tudo ocorreu junto ao posto de abastecimento, logo a seguir ao cruzamento para a base aérea da Ota, quando um veículo, que saia desse local, se atravessou na via à nossa passagem. Eu e o Steven conseguimos evitar a colisão, contornando o carro pela frente, mas o Miguel não teve a mesma sorte, com o piso encharcado e à velocidade que seguíamos, chocou violentamente com a lateral do carro, atrás da porta do condutor, felizmente numa zona mais deformável e no vidro, que estilhaçou. O embate foi tal, que o veículo, um furgão ligeiro, ficou bastante amolgado.
O Freitas, que se adiantara, e o Abel e o Capitão, que seguiam mais atrás puderam escapar ao sucedido. Ao assistir ao acidente, receei por pior, mas o nosso amigo esteve sempre consciente (preocupado apenas com o estado da bicicleta e com o… Quebraossos), tendo sido transportado rapidamente ao Hospital de Vila Franca, de onde saiu ao início da tarde. De braço ao peito, mas bem disposto. Venha a bela baixa!
Para ti, louco imprevisível, o desejo de rápida recuperação, pois 2006 ainda terá muito para conquistares.

terça-feira, janeiro 10, 2006

Runa a abrir o ano...

Nota introdutória: Homenageio desde já todo o painel habitual e demais visitantes deste blog pela afluência verdadeiramente extraordinária durante o dia de segunda-feira, decerto, com o objectivo de encontrar o habitual comentário sobre a volta domingueira. Este forte interesse sobre as incidências destas cavalgadas no asfalto, narradas na primeira pessoa, revela acima de tudo, o forte entusiasmo que o «nosso» ciclismo está a suscitar entre os elementos do grupo Pina Bike, e que será extensível a outros que têm contribuído para fazer crescer a popularidade deste «sítio». Assim, pelo atraso pouco habitual, justificado por compromissos profissionais, pedimos a compreensão do dedicado painel. Agora, adiante... para Runa!

A primeira volta oficial de 2006 iniciou-se sob uma espessa neblina e baixíssima temperatura matinais, que arrefeceu os ímpetos do numeroso pelotão (14 elementos na reentré é obra!), durante os primeiros quilómetros. Mas não só. Também terá sido o espectro do novo ano desportivo, que se antevê mais preenchido e motivador mas, por isso, também mais exigente e competitivo, que contribuiu para a contenção de esforços nas pedaladas iniciais. E mais: o que se falou durante a semana sobre a alegada dificuldade (que não se confirmou!) do percurso desta volta (que será semelhante ao da Clássica de Runa, uma das provas do 1º Circuito Pina Bike, aprazada para meados de Março), também poderá ter ajudado ao comedimento do pelotão.
Tanto assim foi, que, entre Loures e já depois de Alverca, fez-se uma média muito baixa, tendo eu decidido tomar a iniciativa de acelerar o pelotão, de resto, rapidamente correspondida pelo Daniel e o ciclista da Look preta (não é o Freitas!), que levaram o grupo, a bom ritmo, até Vila Franca, onde o Abel «furou», forçando a uma paragem de alguns minutos.
Retomada a marcha, caiu-se na mesma madorna, obrigando a medidas semelhantes às anteriores. A velocidade aumentou e já perto do Carregado o regressado Nuno Garcia adiantou-se ligeiramente, ajudando a espicaçar o grupo. Começava a animação.
Depois de Alenquer, acabava o terreno totalmente plano e começava o segundo capítulo da volta. Agora sim, a «corrida» ficou definitivamente lançada, com o grupo empenhado em não deixar cair o ritmo, para o qual contribui, durante vários quilómetros, o Nando, confirmando o seu crescendo de forma.
Chegados à Merceana, eis o terceiro capítulo. O sobe-e-desce que se seguia antevia as primeiras movimentações a sério. E confirmaram-se. O primeiro a tomar a iniciativa foi o Freitas, que acelerou logo à saída da Merceana, ganhando algumas centenas de metros, ao que responderam, à vez, o Pina, o Vidigueira, o João e o Capitão, entre outros. Nesta altura, desvendaram-se imediatamente as insuficiências do Abel, do Daniel e mais surpreendentemente, do Zé-Tó.
Atrás a resposta fazia-se essencialmente através de controlo à distância, mercê do bom trabalho do Nando, que, no topo da Carvoeira lançou a perseguição definitiva que levou um grupo muito restrito (Nando, Ricardo e Miguel) a anular a fuga do Freitas. Foi este quarteto que chegou isolado ao cruzamento de Runa, embora não se esperasse muito pelos restantes.
Com o grupo de novo compacto, «atacou-se» umas das maiores dificuldades do dia: a subida (1 km a 9%) à saída de Runa. O ritmo, porém, foi bastante baixo, passando-se pela dura rampa sem grande desgaste, com o combativo Freitas a romper mais uma vez a calmaria já muito perto do alto, levando consigo o Vidigueira e o Nando. A perseguição do pelotão a este trio de respeito não foi muito decidida, embora sem grandes sobressaltos, e antes da Feliteira já estava feita a junção. Definitivamente para trás ficaram o Abel, o Daniel e o Zé-Tó.
A partir daqui, sob piso bastante degradado (que certamente levará à alteração do traçado da Clássica), o grupo rolou mais descansadamente, subindo a Sapataria sem que se verificassem quaisquer movimentações. Já depois de eu ter acelerado à cabeça após a Póvoa da Galega, preparando a subida final, para o Alto de Montachique, houve nova «paragem», deixando evidente a falta de «interesse colectivo» que os últimos 2 km fossem para «estragar». Fez-se então a subida a ritmo muito baixo e terminou-se em sprint vigoroso nos últimos 200 metros, a 8% de inclinação. A passividade era tanta que tive tempo de experimentar aguentar o 52, mas fui demasiado optimista, pois a 100 metros do alto acabou-se a energia para o movimentar. Então o Freitas e o Miguel aproveitaram a minha quebra para se adiantarem alguns metros, acabando por medir forças lado-a-lado, como é apanágio de dois «co-equipiers», que viram o seu trabalho conjunto durante toda a volta coroado de êxito.

Notas de observador:

1- A reentré demonstrou que, ao nível em que o grupo está, não se pode facilitar nos treinos semanais, e que, em especial, o interregno da quadra natalícia deixou marcas bem profundas, por exemplo, no Zé-Tó e no Daniel, que tão bem tinham terminado o ano. O Daniel, sempre voluntarioso, ainda passou pela frente em terreno plano, mas o Zé-Tó esteve sempre retraído e acabou por não aguentar o ritmo (terá sido isso!?) do pelotão depois de Runa.

2- Ao invés, o empenho e a assiduidade estão a resultar em pleno, contribuindo para a subida de forma de outros, entre eles, o Nando, o João, o Capitão e mesmo o Pina. O Nando há muito que não se mostrava tanto, principalmente no trabalho de perseguição, deixando no ar a ideia que, em breve, será capaz de aumentar a intensidade das suas iniciativas. O João esteve sempre na «corrida», gerindo muito bem (até melhor que o habitual) o desgaste, chegando ao final em bom plano, a prometer bastante... Destaque também para o Capitão «Fantasma», que parece estar muito «fino», atenuando melhor as tradicionais limitações em terreno empinado, tal como o Pina, também muito activo, embora tivesse pecado por não subir para Montachique – recordo que nestes momentos em que o corpo e a razão desencorajam a continuar, é a coragem e a determinação que nos fazem evoluir. Outra agradável surpresa foi a prestação do Vidigueira – irrequieto durante quase toda a volta e... o quarto a chegar ao Alto de Montachique. Muito bem!

3- Finalmente, a menção honrosa para o Freitas, no início do seu longo e difícil caminho que o levará até aos Lagos de Covadonga. No final de uma semana em que acumulou centenas de quilómetros, demonstrou, em terreno selectivo (quando começou o parte-pernas que se seguiu à Merceana), que estava determinado a fazer diferenças, contando sempre com a excelente colaboração do Miguel (que nunca perseguiu quando o seu «companheiro» estava em fuga). O nosso candidato a «internacional» poderá ter beneficiado da parcimónia geral na subida da Sapataria e de Montachique, mas deu sempre mostras de grande combatividade e que estaria preparado para responder a qualquer ataque. E no final sacou dos seus galões, mesmo numa inclinação acentuada, para terminar na companhia do seu fiel «co-equipier». Confirma-se que este tipo de voltas, que será o grosso do Circuito de Clássica, é ao jeito das suas características. Em plena forma, o nosso amigo Freitas dificilmente será batido, mas, volto a frisar, haverá alturas, a partir de Março, em que terá de estar ao seu mais alto nível.

4- Ah! E a volta acabou por não ser o tal bicho papão que se falava. Como eu esperava, revelou-se de dificuldade média, equilibrada e selectiva, como devem ser todas... ou quase todas as Clássicas que se disputarão a partir de Fevereiro. Alguém discorda?

segunda-feira, janeiro 02, 2006

I Circuito Pina Pike: apresentação

O Ano Novo será de vida nova para o grupo Pina Bike. Ou pelo menos, vida diferente. Para melhor, espera-se. Mais exigente, mas também mais entusiasmante e motivadora será certamente.
O ano de 2006 será o primeiro do Circuito Ciclista Pina Bike, constituído por um calendário de Clássicas a realizar, a partir do início de Fevereiro até ao final de Outubro, nos mesmos moldes das habituais voltas domingueiras, mas devidamente inscritas no tempo, com percurso detalhado e anunciado com alguma antecedência, algo semelhante (mas com muito mais antecedência e rigor) ao que já vem acontecendo nas últimas semanas.
Com isto pretende-se dar um carácter mais «profissional» às nossas saídas de grupo, embora a sua filosofia não sofra quaisquer alterações, em salvaguarda do espírito de camaradagem e sã convivência. Privilegia-se a coesão e o andamento em pelotão compacto, sem, obviamente, afectar a vertente desportiva-competitiva, que tão bem tem evoluído nos últimos tempos.
De resto, o Circuito deverá trazer ainda mais «ciclismo» às voltas domingueiras, não apenas no sentido colectivo, fomentando a competitividade que já existe – que é exemplar e deve ser preservada –, mas também no âmbito individual, contribuindo para que cada participante se empenhe cada vez mais no planeamento do seu treino para atingir um nível físico capaz de corresponder às novas exigências, que serão mais elevadas – embora não demasiado.
O cariz das Clássicas não difere significativamente do das tradicionais voltas domingueiras, tanto em distância como em ascendente, embora haja uma distinção clara do que são Clássicas planas, intermédias e de montanha, de acordo com o relevo. As primeiras serão disputadas nas lezírias ribatejanas, por locais já bem conhecidos, e por serem teoricamente mais suaves, serão também mais longas. Por isso, surgirão mais cedo no calendário, ao género das Clássicas da Taça do Mundo, como a Milão-San Remo, Liége-Bastogne-Liége ou Tour de Flandres, disputadas no Inverno e no início da Primavera. Aqui, os roladores ditarão as suas regras.
O grosso do calendário será preenchido por Clássicas de dificuldade média ou média-alta, que cobrirão as estradas de toda a nossa região, da Ericeira a Torres, de Alenquer ao Sobral. Estas são caracterizadas por relevo do tipo «parte-pernas», sem evitar as subidas, o que lhes dará forçosamente um carácter de apreciável exigência. Todavia, não serão muito diferentes da maioria das que já se disputam, ou mais precisamente das que têm sido realizadas ultimamente, como Ericeira, Carmões ou a Carnota. Privilegiam-se os percursos ondulados, para onde certamente estarão reservados grandes momentos de ciclismo e os homens fortes todo-o-terreno comandarão as operações.
As Clássicas de Montanha chegarão mais tarde no ano, lá para o miolo, altura em que pernas já terão muitos quilómetros e a intensidade está no auge. Estas incluirão no seu percurso algumas das principais subidas da nossa região, como a Mata, Ribas, Fanhões (Casaínhos), Sintra, Montejunto, etc., e serão, naturalmente, bastante mais selectivas, exigindo aos participantes um nível de preparação mais apurado e uma atitude mais consciente e responsável.
Para aguçar o apetite, pode dizer-se que a Clássica dos Trepadores incluirá Sobral, Mata, Ribas e Montemuro. Haverá também uma reedição do «muro» da Nossa Senhora da Ajuda, com passagem por À-do-Barriga, Mata, Tesoureira e Ribas, e um autêntico carrossel até Igreja Nova com final apoteótico na subida de Fanhões/Casaínhos e no terrível Monte Esperança. Já para não falar em duas chegadas ao alto de Montejunto, por Pragança e Abrigada. Aqui sobressairão os que estiverem melhor preparados e os «trepadores» por excelência.
Finalmente, também haverá Clássicas de longa distância, as já tradicionais tiradas a Fátima e a Évora ou a estreante e muito comentada dupla jornada Loures-Serra da Estrela. Escusado é dizer que, também nestas, o nível de exigência será bastante elevado, pelo que não seja, devido à sua grande extensão.
O calendário provisório do I Circuito Pina Bike, bem como a descrição da maioria das Clássicas, estarão disponíveis, em breve, na loja Pina Bike, em Loures.

domingo, janeiro 01, 2006

Bom dia, 2006!


Esta imagem simboliza o meu grande objectivo para a temporada de 2006: a Etapa do Tour, que terá o final na mítica subida do Alpe d'Huez, no próximo dia 10 de Julho, e que inclui ainda o Col d'Izoard e o Col du Lautaret, num total de 187 km.
Separa-me deste difícil desafio seis longos meses de um aturado programa de preparação, de resto já iniciado há cerca de 40 dias, esta época mais cedo do que o habitual. Como referência para o que há a enfrentar em 2006, não é demais recordar o número de km que fiz no último ano: 14.473
Neste primeiro dia de 2006, apraz-me desejar a todos os participantes neste blog e restantes companheiros de estrada Bom Ano e a concretização das ambições pessoais.