quinta-feira, abril 29, 2010

Domingo: Trepadores

No próximo domingo, a volta é «daquelas» à medida de quem aprecia as subidas: é a Volta dos Trepadores, que não permite esconder fraquezas. O nível de dificuldade é elevado, apesar da distância ser inferior a 90 km.
O traçado inclui alguns dos «cumes» mais famosos da nossa região: Forte de Alqueidão, Mata, Ribas, Montemuro, Sto. Estevão das Galés e Salemas. Concluir todas as ascenções, atingindo o alto das Salemas é o corolário de um desempenho meritório, já não é invulgar haver muitas «desistências» com o acumular do desnível (que fica pouco abaixo de 2000 metros!). Uma boa gestão do esforço adquire especial importância.
E porque são prováveis (ou mesmo inevitáveis) diferenças de andamento, procede-se a neutralizações no final de cada ascensão, para reagrupamento.

A saber:
Sobral (Praça de Touros)
Alto da Mata
Alto de Ribas
Montemuro (rotunda)
Sta. Eulália
Alto das Salemas

Para ver percurso interactivo, clicar aqui

quarta-feira, abril 28, 2010

Tróia-Sagres Primaveril

Recebi esta mensagem, à atenção dos interessados em participar no Tróia-Sagres Primaveril, no próximo dia 30 de Maio, sob organização dos nossos camaradas Duros do Pedal.

«Faltam praticamente 4 fins-de-semana até ao Tróia e o pessoal tem-se esquecido da inscrição para o autocarro. Não deixem para a ultima semana senão vou ter de anular o aluguer do Bus, pois não vou pagar do meu bolso os lugares vazios...
Amigos aqui vão alguns dados: duches pagos na hora (3 €) no parque de Campismo ORBITUR, para quem quiser e não precisa de pré-inscrição. Para o almoço, convém que os interessados avisem para termos a refeição guardada depois do duche, uma vez que em Sagres não há muitos sitios por onde escolher e depois seria perder tempo arranjar um sítio da treta, como de costume.
Almoço: 7 € pagos na hora (sopa, 2 bifanas, sumo de carica) é preciso marcar para termos a refeição à chegada. Os interessados têm que me avisar!!!»

TÓ MONTEIRO (www.durosdopedal.blogspot.com)

domingo, abril 25, 2010

Cumprimentos domingueiros

Malta, espero que a volta domingueira pelas planicies ribatejanas (Infantado) tenha sido boa e concorrida. O dia soalheiro convidava...
A minha falta deveu-se a compromissos profissionais. Mesmo assim, treinei bem cedo, realizando um treino de 3 horas com algumas subidas. Estava uma temperatura óptima para a bicicleta!
Na próxima semana, conto já estar presente, na volta dos Trepadores, que aprecio bastante.

quinta-feira, abril 22, 2010

Domingo: Infantado

No próximo domingo, a volta é a do Infantado. Percurso totalmente plano e boa quilometragem.


terça-feira, abril 20, 2010

Domingo molhado com o Ciclismo2640

No passado domingo acedi a convite com vários meses para participar numa das saídas domingueiras do grupo Ciclismo2640, de Mafra, «animado» pelo nosso amigo Manso «Cancellara». Não foi, sem dúvida, a melhor ocasião, pelas condições climatéricas inclementes que se fizeram sentir durante toda a manhã, levando a que a mobilização para a volta tivesse sido reduzida e causando naturais contratempos ao desenrolar da mesma.
Mas só isso, que não chegou para colocar em causa, ou sequer ameaçar, a grande satisfação pelo encontro com camaradas como o já referido poderoso rolador mafrense, mas também com o Dario e o Xico Aniceto. Na ocasião, ainda estiveram o Sérgio (que acabei de conhecer) e em última hora, o André. Entre as ausências mais notadas, o Paulo Pais, o Rocha e o Pedrix (ambos «retidos» no vale dos lençóis), e também o Aldeano (em competição).
Para este dia, que amanheceu desde logo cinzento carregado, tinha a intenção de fazer 6 horas de bicicleta. Por isso, fui ao encontro do grupo, no Gradil, saindo de casa já montado na «burra». Passavam 10 minutos das sete da matina fiz-me à estrada tomando o caminho mais curto para as bandas do Oeste: subindo o Cabeço da Rosa. Na altura, a água apenas cobria o asfalto, aguentando-se lá por cima. Ainda! Para não entrar nas fortes inclinações a frio, fiz uma pequena volta de aquecimento pela Verdelha e passei a bom ritmo os 2 km a 8% da agreste subida sobranceira a Alverca.
No alto, neblina cerrada e os primeiros pingos de chuva. Mas caíam só aí. Na descida subsequente o tempo até se apresentava mais risonho que na vertente oposta. E a partir de Bucelas rumo ao Vale de S. Gião, Milharado e Pêro Negro, fui brindado pelo astro-rei durante as pedaladas mais agradáveis daquela manhã. Sol de pouca dura, pois então, já que na ligação ao Gradil o céu voltou a fechar para não voltar a abrir... tão cedo.
Com hora e meia decorrida, juntei-me ao pessoal, num momento que coincidiu praticamente com o início da borrasca diluviana. Em Pêro Negro, surgiu o André como que envolto na névoa e confirmou-se, via telefone, que o Rocha tinha preferido o resguardo.
Rumou-se a Dois Portos e à direita para a estrada de Carmões. A tal que se sabia estar cortada. Mas nem todos... Logo, quando passámos o cruzamento para a subida da Folgorosa, estranhei a confiança do «Cancellara», mesmo depois de ouvir o André assegurar que mais à frente ninguém passava. Um grupo de peregrinos (tão devotos como nós...) que seguir aquela direcção ainda lançou a dúvida, mas ao depararmo-nos com o cenário de obras veio a certeza. Não para o «Cancellara», que pegou na bike às costas e estava disposto a enfrentar o lamaçal. A ninguém convenceu. E a alternativa (única) foi dar meia-volta. Mas por onde atalhar? Pela Folgorosa, pois claro, no percurso que estava delineado. A empinar! Estrada má, com porções sem asfalto. E a chuva que teimava em não aliviar.
Desde logo, o Dario meteu um passo de super poupança, tal como o André, também a acusar fraqueza. Mas não era dia para cavalgadas. Adiante, de atalhos metemo-nos em trabalhos por caminhos rurais com relevo acidentado, que nunca mais desaguavam (é esse o termo) na estrada principal. Quando o fez, permitiu-nos acelerar, a descer, para a Merceana.
Aqui, decidiu-se alterar o percurso previsto. A maioria estava com pouca vontade de enfrentar a distância. Assim, metemo-nos para a Carvoeira em direcção a Torres, sempre com alterações de ritmo para manter a coesão com os mais debilitados. De Torres fez-se a ligação ao Turcifal, deixando o Dario em casa, após uma ligeira paragem para despedidas.
De novo em andamento, agora a caminho de Vila Franca do Rosário, o «Cancellara» instigou ao aumento da velocidade, numa altura em que há algum tempo que não chovia e a estrada se apresentava menos escorregadia. Contra o vento, o rolador, com a ajuda do Chico, meteu o mini-grupo a carburar como ainda não o fizera naquela manhã, e desde logo o André acusou dificuldades. Aliviou-se para que reunisse. Mas voltou-se a acelerar bastante, por iniciativa do duo Manso/Sérgio, numa toada que me chegou a ser desconfortável... mesmo na roda. As molhas e os arrefecimentos tinham-me deixado os músculos entorpecidos. Creio que a todos...
Na subida de VFR, as sensações não melhoraram. O ritmo foi puxado, primeiro pelo Sérgio, depois pelo André (numa espécie de dar tudo até partir...), mas ambos abdicaram antes do Vale da Guarda, deixando-me, na frente, na companhia do Manso – que estava com passo rijo e autoritário. Sempre «embrulhado», apenas me consegui assomar a seu lado, numa ou outra ocasião antes da rampa final. Nada mais. Por consequência, nos derradeiros metros para a rotunda da AE (Malveira) entendi não forçar uma eventual ruptura, que, convenhamos, era perfeitamente dispensável.
Após a volta à rotunda, vimos chegar o André. Mais ninguém... Por isso, segui o «Cancellara» pela descida ao encontro do Xico e do Sérgio. Nada. Parámos no falso plano após o Vale da Guarda (sentido Malveira) e esperámos, esperámos... Nada. O meu companheiro decide telefonar ao homem do Carvalhal mas o aparelho estava... afogado. Por isso, contactei-o. Do outro lado da linha, o Xico, que à minha dúvida sobre o seu paradeiro, responde: «Estou na Malveira, às voltas na rotunda. E vocês?» Como? Simples. Tinham chegado, encobertos, quando eu e o Manso dávamos a volta à rotunda. Ou seja, logo atrás. Foi o momento do dia!O encontro estava prestes a terminar, o que sucedeu na Malveira, com o Manso e o Sérgio a seguirem para Alcainça e, por último, ao André deixei-o no Cabeço de Montachique. Daí, do alto, a sós, desci por Ribas para Bucelas e Alverca, completando as 6h00 (e 2000 metros de desnível acumulado) subindo até A-dos-Melros com o termómetro marcar bem mais calorosos 24º C. Mesmo a apetecer-me... sentar à mesa do almoço.

quarta-feira, abril 14, 2010

Domingo: Nossa Sra. da Ajuda

No próximo domingo, dia 18, realiza-se a volta de Nossa Sra. da Ajuda.
Ver o percurso interactivo, aqui

Os pontos de neutralização previstos são os seguintes:
- alto da Mata (km 43,5)
- alto de Nossa Sra. Ajuda (km 51,3)
- Alto de Ribas (km 69,5)


segunda-feira, abril 12, 2010

Clássica de Santa Cruz: a crónica

A Clássica de Santa Cruz – 2010 foi uma interessante jornada de ciclismo, a que apenas faltou mais participação. Foram poucos mas bons (como alguém referiu nos primeiros quilómetros do percurso) em número não superior a onze, mas mais que suficiente para que, com classe e empenho, assegurassem o emprego de todos os condimentos indispensáveis ao bom sabor das clássicas. Foi como o treinador de futebol Quinito dizia, uma manhã «entretida».
Por este motivo, é de todo merecedor a sua apresentação: eu e Freitas (Pina Bike), Jorge (de Alverca), Carlos Gomes, Gil, Vítor Pirilo, André, Paulo Pais, Rocha, Chico e Manso (Ciclismo2640).
Esses temperos começaram a ser adicionados desde a partida de Loures. O andamento não demorou a levantar fervura e a partir do Tojal, sob a liderança do Freitas e do Jorge. Até Bucelas, a média aproximou-se dos 30 km/h e a entrada na longa subida para o Forte de Alqueidão não abrandou o lume. O Jorge assumiu definitivamente a contenda e monopolizou a condução do grupo a bom ritmo e sem dar mostras de pretender colaboração que não fosse à altura do seu desempenho.
Estranhou-se, no seio do mini-pelotão, a abnegação do alverquense numa fase tão madrugadora da tirada, expondo-se a desgaste importante num percurso longo e difícil. Mas pode encontrar-se (e encontra-se...) explicação no excelente momento de forma que o franzino trepador atravessa. O pelotão chegou compacto mas não descansado ao alto do Alqueidão (média de 26 km/h) e «picou» rapidamente para as descidas seguintes: Seramena e Sobral para Dois Portos.
Na transição, um trio ganhou algum avanço: Freitas, Rocha e Chico. Atrás, não se fez impasse, e na velocíssima perseguição houve quem arriscasse demasiado: o Vítor Pirilo esteve perto de uma queda que, segundo o próprio e testemunhas oculares (Gil), poderia ter tido consequências gravosas. Aliás, o protagonista demorou algum tempo a recompor-se do susto e o pelotão, solidário, temporizou à saída de Dois Portos, aguardando pela sua chegada.
A ligação a Torres decorreu sem mais incidentes e ao ritmo mais tranquilo (ainda assim, devido às descidas, a 36,3 km/h) desde o arranque de Loures. Foi esse aparente relaxe que o Freitas aproveitou para se isolar na rampa para rotunda da A8, na aproximação à cidade. Saiu com alguma discrição e total permissividade do pelotão, que já era controlado pelos homens da Ciclismo2640. No entanto, a todos deverá ter surpreendido a facilidade com que «o» Pina Bike ganhou avanço. De tal modo, que à saída de Torres, a caminho de A-dos-Cunhados, começaram a gerar-se dúvidas, na equipa de Mafra, sobre se o fugitivo estaria na rota certa. A confirmação veio pouco depois, na fase final da subida para a estrada para a Lourinhã, quando a tentativa de «caçada» já estava em marcha. O ritmo a que a decorria a perseguição movida pela formação 2640, com breves colaborações do André e do Carlos Gomes, e a aparente falta de contacto com o fugitivo, fazia prova cabal do andamento e do empenho deste. A tal ponto, que entre A-dos-Cunhados e Vimeiro voltaram as dúvidas sobre eventual erro de percurso do escapado. Vide a média entre Torres e o Vimeiro: 37,5 km/h!
Neste ponto, devido ao desgaste que começava ser provocar aos perseguidores, a corajosa iniciativa do Freitas já estava coroada de êxito. E forçou mesmo a equipa de Mafra a expor o seu «joker»: Paulo Pais, que teve de participar no esforço colectivo. O co-equipier de serviço foi quase sempre o Manso «Cancellara», exemplo de disponibilidade e espírito de equipa.
Finalmente, na passagem pela Praia de Sta. Rita, o fugitivo da Pina Bike estava em linha de mira e com naturalidade a perder algum fulgor. Mas também os líderes do pelotão... estavam! E o principal contributo para a precipitação do final da fuga veio do Carlos Gomes, que comandou o grupo, face ao vento, nas longas rectas onduladas junto à costa e depois na variante de Santa Cruz, para que na Silveira (mas só aí!...) se consumasse a longa e difícil perseguição. Muito mais longa e difícil do que a concorrência previa.
No entanto, a intervenção do Freitas não se ficou por aí. Bastaram alguns quilómetros para voltar meter-se noutra aventura, correspondendo ao ataque do Rocha em Casalinhos de Alfaiate. Eu próprio fiquei surpreendido... mas ainda mais agradecido!
Os dois ganharam rapidamente avanço, com o pelotão, uma vez mais, na expectativa. Só que, agora, o terreno mudava definitivamente de figurino: entravam as subidas, e estavam para ficar.
O duo manteve-se sempre à vista e deu para assistir à cedência precoce do Rocha ao passo mais forte do Freitas em S. Pedro da Cadeira. Surpreendeu a escassa resistência face a um parceiro desgastado por longo esforço em solitário. Mas este continuou a sua (segunda) cavalgada, passando, inclusive, destacado a subida da Encarnação, face a um pelotão comandado pelo incansável «Cancellara» e a, agora, a espaços pelo Jorge, que regressava às lides após interregno desde o Alqueidão.
Nas primeiras rampas da Picanceira, finalmente (!!!) o empenho do Manso resultava na segunda absorção do mesmo fugitivo. Só que o cariz da toada estava prestes a alterar-se e não havia tempo para contar cartuchos. O terreno era de selecção e urgia fazê-la o quanto antes, dando seguimento ao extraordinário trabalho do Freitas. Por isso, logo que se estabeleceu a hierarquia da montanha nos primeiros postos, acelerei. Não foi brusca a aceleração, por isso surpreendeu-me a vantagem averbada em poucos metros. O objectivo era, como disse, apalpar terreno e, de preferência, levar (boa) companhia. Mas como a distância alargava, decidi... continuar a insistir.
Às tantas, a meio da subida, verifico que era um grupo muito restrito que fazia a perseguição. Um trio: André, Jorge e Carlos Gomes. Os homens de Mafra não tinham representante. Definitivamente para trás. Alcanço o topo da Barreiralva e faço a ligação à Murgueira e depois ao Gradil sempre a alta intensidade e sem aparente sinal de recuperação efectiva dos perseguidores.
No início da subida final, de Vila Franca do Rosário, ao tentar aperceber-me da situação, fico com a ideia que a vantagem seria suficiente para geri-la até à Malveira. Ilusão de óptica ou... fenómeno! Às primeiras rampas de VFR, o André surgia no meu encalço (vinha só) e até à junção foi breve, consumada no interior da localidade, onde trocámos dois dedos de conversa antes de eu retomar o meu andamento.
Nos metros finais do topo do Vale da Guarda, ele pisa mais duro nos crenques e ganha alguns metros, sem que eu tivesse capacidade para responder à altura. Ganhou cerca de 100 metros na descida e preservou-os, com naturalidade, até ao topo da Malveira. Média final: 32 km/h para 106 km.
O Jorge foi o terceiro a chegar, em defesa das cores da mui nobre cidade de Alverca. E depois, o Carlos Gomes. Os demais acumularam um atraso muito significativo, com os mafrenses a optarem por acudir ao camarada Chico, que há muito tinha ficado em dificuldades devido à discrepância entre o intenso trabalho a que se submeteu e a sua actual condição física. O Vítor Pirilo, o Pedro Fernandes (chegou ao nosso convívio apenas em Santa Cruz) e o Freitas (merecido prémio da combatividade, com um trabalho solidário indiscutivelmente fantástico, que colocou a fasquia bem alta, não me restando alternativa que não fosse dar também o máximo no seu seguimento), ainda chegaram à Malveira antes do levantamento do... controlo de chegada.

Nota de homenagem especial: a todos os participantes, e em especial aos camaradas da Ciclismo2640 (Manso, PP, Rocha e Chico), pelo contributo nesta jornada espectacular de ciclismo – de resto, assim considerada pela esmagadora maioria dos presentes. É um prazer vê-los «em serviço» e partilhar desses momentos. São grandes!
Elogio extensível à malta da Ciclomix, que desde há muito não faltava a uma chamada para uma clássica. Pelo que sei, por motivos de força maior.

quarta-feira, abril 07, 2010

Clássica de Santa Cruz: Domingo

A Clássica de Santa Cruz - 2010 realiza-se no próximo domingo, dia 11 de Abril. O terceiro evento do género esta temporada tem partida e chegada a Loures (posto de abastecimento da BP, junto ao nó da A8) e distância de 125 km.
O percurso sofre algumas alterações em relação ao do ano passado, mais precisamente na segunda parte: o regresso, depois do sector A-dos-Cunhados/Vimeiro/Santa Cruz, não se fará por Torres Vedras/Catefica/Turcifal/Vila Franca do Rosário, mas por Ponte do Rol/Coutada/S.P. da Cadeira/Encarnação/Picanceira/Murgueira/Gradil e Vila Franca do Rosário. A distância total aumenta apenas 3 km e o desnível acumulado acentua-se em 300 metros.
Como é habitual nas Clássicas, o horário de partida é às 8h00 (em ponto!).

IMPORTANTE:
Tal como sucedeu em 2009, a prova será NEUTRALIZADA à chegada à MALVEIRA (km 103,3 - rotunda do nó da A21 Malveira-Ericeira), no final da subida de Vila Franca do Rosário, após o que se seguirá a conclusão do percurso estipulado até Loures. A neutralização tem como objectivo zelar pela segurança dos ciclistas – em especial no atravessamento sempre muito congestionado da Malveira e Venda do Pinheiro; e já perto do final, de Pinheiro de Loures e Barro - e não pressupõe, forçosamente, paragem para reagrupamento de elementos retardatários.

A morfologia do percurso desta Clássica nada tem a ver com o das anteriores já realizadas este ano (Santarém e Évora). Obviamente, é mais acidentado, com sucessão de subidas dignas de registo, como são os casos do Forte de Alqueidão (de Bucelas), Encarnação, Picanceira, Gradil (vertente Oeste) e Vila Franca do Rosário.
Deste modo, alerto para o interesse do exemplo do recente Ota-Fátima-Ota, assertivamente apontado pelo camarada Pedro Fernandes em comentário à crónica deste evento, que considero dever ser seguido à letra nas «nossas» Clássicas, desde já na de Santa Cruz. Refiro-me à formação de grupos do mesmo nível (compostos por elementos com o mesmo nível de desempenho e/ou com interesses comuns) durante a prova, que cooperem no seu decurso para atenuar as dificuldades impostas pela distância e o relevo.
Se, em Santarém e, em especial, em Évora, essa partilha de esforços tenha tido menor relevância pela menor altimetria dessas clássicas, no caso de Santa Cruz (e da maioria das que ainda se realizarão esta temporada), esse entendimento volta a fazer todo o sentido.
Ou seja, é altamente recomendável e de todo o interesse para os participantes, a observação criteriosa das suas capacidades e a sua adaptação ao desenrolar da jornada, e procurar reunir (de preferência, acordando previamente à prova) com os demais ciclistas que pratiquem o mesmo andamento.A Clássica de Santa Cruz tem um traçado muito interessante, completo e belo, e suficientemente exigente para que apenas o facto de o concluir significar a concretização de um objectivo de superação física e psicológica. De preferência, evitando situações em que se ultrapassam os limites e se atinge a fadiga extrema. Terminar com «elan», é a melhor das sensações!

segunda-feira, abril 05, 2010

Crónica do Oeste

No rescaldo do Ota-Fátima-Ota, a volta do Oeste foi... dorida. Apenas 48 horas volvidas da exigente e disputada peregrinação de Sexta-Feira Santa, as marcas do esforço ainda permaneciam no corpinho e condicionaram o desempenho nesta tirada saloia, que foi uma espécie de ensaio geral (por alguns sectores do percurso serem comuns) para a Clássica de Santa Cruz, a realizar no próximo domingo.
Pela segunda semana consecutiva, foi pouco numeroso o pelotão que arrancou de Loures, tal como para Sintra, há sete dias, enfrentando logo de início a subida de Guerreiros. Aqui, surpreendeu que um dos «peregrinos» da jornada de antevéspera e das suas principais figuras, o Jony, tivesse chamado a si a condução do grupo com tanto empenho. Em parceria com o André, meteu um «passo» de respeito, acentuando, em mim, os efeitos da insuficiente recuperação. Nem após o topo de Guerreiros o ritmo foi muito confortável, agora com o André a levar até ao alto da subida da Venda, onde, por prevenção, deixei-me descair do grupo. Deste também se atrasou o Filipe, do Infantado. Mas fomos os únicos.
Entre Venda e Malveira, entrou a malta do Ciclismo2640, com o Paulo Pais, o Rocha e o Pedro (Pedrix) a assumirem a representação na ausência do camarada Manso «Cancellara» (1), em estágio, diz-se de hipotermia, na Serra da Estrela.
No início da descida de Vila Franca do Rosário gerou-se imprevista desestabilização, provocada pela chegada, de rompante, do Nuno Garcia, que teve o condão de estimular o Jony à perseguição. Os restantes fizeram-se à vida para não perder de vista o comboio.
Em Barras, felizmente (digo-o...), a cavalgada sofreu uma providencial interrupção: o Filipe fura, inaugurando uma série de três neutralizações com motivo idêntico, que marcaram mais de metade da tirada.
Reparada a primeira roda, ganhou-se velocidade até à subida de Catefica, que não teve a intensidade que se poderia prever pela agitação até aí registada. Apenas o André e o PP se destacaram alguns metros, sob perseguição conduzida... por mim. Bom, fi-la preservando uma alguma margem para o limite imposto pela dor muscular. O fundamental era não forçar para prevenir o empeno, porque o mais difícil do percurso ainda estava para chegar. E nestas ocasiões de debilidade, o homem da marreta espreita.
Na Variante de Torres Vedras, o Rocha ganha ligeiro avanço, consentido pelo grupo. Perante a passividade, ganha vantagem com rapidez e a iniciativa ganha estatuto de fuga à entrada da estrada de Santa Cruz. E mais definitivamente, quando o irmão do André (ainda mais novo que este...) fura. Voltando a furar alguns quilómetro adiante, pouco antes da Coutada.
Após isto, fomos até ao fim sem mais interrupções... por avaria. E como se estava claramente fora do horário, convinha apertar. Mau! Mas menos-mal, porque o vento estava de feição e funcionou como analgésico... de curta duração. Na subida de S. Pedro da Cadeira experimentei para ver até onde chegava o efeito das «agulhas» nas pernas, mas, pouco depois, quando entrou a Encarnação, tive de procurar o meu andamento perante a aceleração vigorosa do grupo conduzido pelo André e o Jony (livra, a este as agulhas não picavam!), que subiam a mais de 30 à hora, com o PP, o Ruben e o Jorge nas suas rodas! De qualquer modo, eu e o Nuno Garcia não perdemos muito tempo para a frente e na descida no interior da Encarnação recolámos sem forçar.
No entanto, não se aguardava que o relaxe se prolongasse com a Picanceira tão próxima. A entrada de cordeiro da dupla de malfeitores do dia (André e Jony) estava longe de ser tranquilizadora. Felizmente, o andamento só começou a animar depois da fase mais inclinada da subida, e não foi com as ganas que temia, acabando por não sentir grandes dificuldades para seguir na retaguarda do grupo, sempre muito espicaçado por iniciativas breves de vários elementos: André, Jorge, Jony, PP... De resto, à chegada ao topo da Barreiralva (rotunda), com o grupo esfrangalhado com as múltiplas acelerações e contra-respostas, ainda tive o ensejo de fechar o espaço aberto pela explosão final do Jony.
À excepção do Pedrix, do Salvador e do irmão «casula» do André, todos se reagruparam nos primeiros metros do troço para a Murgueira, onde se juntaram ainda, vindos de sentido contrário, o Chico, o Runa, o Vasa e o... fugitivo à força: Rocha.
Na Murgueira, a paragem da ordem sem a Coca-Cola sacramental, pois o tempo urgia e convinha, em domingo pascal, continuar sem mais delongas, sob risco de se perder o repasto familiar.
O Gradil passou-se tranquilamente, com o Vasa a impor o ritmo, mas logo nas primeiras inclinações de Vila Franca do Rosário voltou-se a carregar nos crenques. Aqui, houve abordagens díspares. À frente, destacou-se um grupo comandado pelo André e o Chico reunia o Ruben, o Jorge, o Rocha e o Paulo Pais. Este foi o último resistente do andamento muito selectivo do duo e abdicou quando «apanhou» a boleia amigável do «velho» Filipe (Trek). Já antes o Jorge e o Rocha tinham cedido, empenhando-se na perseguição ao grupo da frente, reduzido ao André e ao Ruben depois do Chico ter dado meia-volta no início da rampa do Vale da Guarda.
Bem, eu assistia a isto, a cerca de 200 metros, subindo, uma vez mais, sob gestão das limitações físicas. Mas ganhava terreno para a dupla Jorge-Rocha, que por sua vez estava prestes a alcançar o duo André-Ruben. Mas fê-lo antes de mim. Por isso, quando o quarteto recém-formado abordou a última rampa para a rotunda da AE, na Malveira, ainda estava a algumas dezenas de metros e apenas consegui chegar ao Rocha, quem mais perdeu «elan» na sequência da imparável aceleração final do André.
No «grupetto» que regressou comigo a Alverca pelo eixo Venda/Bucelas/Cabeço da Rosa, e que integrava o Jony, o Salvador, Ruben e Jorge, este ainda me «irritou» ao subir a Romeira (Cabeço da Rosa) em pedaleira grande, sobre os crenques, e ainda com a afronta, face à debilidade dos demais, de forçar discretamente nos últimos 100 metros para «partir» quem lhe fez concorrência. Outro dos peregrinos, a quem as pernas não pesaram. Está em forma! E está aí a Clássica de Santa Cruz!

(1) Não posso deixar de referir a vitória de Fabian Cancellara no Tour de Flandres, por tão categórica. Só pode ter impressionado quem viu, não apenas a forma como fulminou Tom Bonen, seu respeitável companheiro de fuga, mas também pela perfeição entre estética e eficácia da sua «relação» com a bicicleta. A posição (típica de contra-relogista), com o tronco quase sempre alinhado em paralelo ao chão e a pedalada redonda e fluida. Alta velocidade a rolar e o «forcing» irresistível no «muro» de empedrado, no momento certo! Uma inspiração para a Clássica de Santa Cruz...

domingo, abril 04, 2010

Crónica do Ota-Fátima-Ota

Pelo terceiro ano consecutivo participei no Ota-Fátima-Ota, evento promovido pela R-Bikes, do Miguel da Ota. Percurso interessante (apesar da ida e o regresso serem pelo mesmo trajecto) e minimamente selectivo e longa distância (169 km), pelotão bem recheado e andamento de bom nível são argumentos que cativam para esta clássica da Sexta-feira Santa. Todos eles se repetiram na edição deste ano, que ficou marcado pela ausência da maioria dos elementos do Clube da Ota e da R-Bikes, o que não invalidou que a organização tivesse sido levada a... bom porto.
Na primeira parte do percurso, até ao início da subida de Minde, o ritmo foi moderado. A excepção foi mesmo a fase inicial, no carrossel da Espinheira, onde o João Santos (Jony) impôs um ritmo intenso madrugador que forçou o pelotão a estirar-se para se manter compacto. Quem esperava um aquecimento progressivo, enganou-se. Segundo se sabe, a única «vítima» foi o Carlos (da Quinta da Piedade), que cedo ficou para trás, com todas as consequências que, para si, daí advieram.
A aproximação à subida de Minde trouxe as primeiras alterações no figurino da jornada, depois de, até aí, se ter cumprido uma bem razoável média de 32 km/h. A cerca de 5 km no início da ascensão, o Freitas decidiu atacar aproveitando um momento de extrema acalmia no andamento do pelotão e ganhou rapidamente vantagem. Todavia, era muito perto da subida, e com a forte mudança de intensidade no ritmo do pelotão logo nas primeiras inclinações, a fuga não se pôde solidificar. E no topo de Minde (antes de descer para a localidade) estava mesmo anulada. O trabalho na subida pertenceu, a maior parte, aos elementos da Benebike, dos betetistas Marco Sousa e seu irmão, à excelente média de 26,2 km/h. Nesse local, a primeira selecção estava feita, acentuando-se com a entrada quase imediata na mais difícil subida do Covão do Coelho. Aqui, as despesas voltaram a pertencer aos Benebike, levando a que apenas um quarteto em que eu estava incluído tivesse chegado ao final da fase mais dura da subida ligeiramente destacado (subiu-se à boa média de 23 km/h). Contudo, até ao ponto mais alto, juntaram-se outros elementos vindos de trás. Entre eles: Jony, Carlos Cunha, Jorge, Duarte (Carb Boom), Marco Almeida (Carb Boom), Fábio (Carb Boom) – não sei quem (ou se) mais.... Foi este o primeiro grupo a atingir a rotunda dos Pastorinhos, em Fátima, após uma ligação do topo do Covão a 39 km/h de média.
Após uma ligeira pausa, partiu-se para a segunda fase do percurso, sem os Benebike, mas com o Ricardo (BH), novo recruta da Pina Bike (que esteve muitíssimo bem), e o Freitas, ambos provenientes de um segundo grupo.
No início deste derradeiro trajecto, cruzámo-nos com um numeroso grupo, liderado pelos «cinzas» Pina e Capitão, mas que também incluiria o Salvador e o Pacheco, e também o Edgar e o Alexandre (Ciclomoinas), o Pedro Fernandes, entre outros.
Até ao início da rampa da Espinheira, realizou-se uma média de 32,5 km/h, desta vez, ao contrário do que sucedeu na edição de 2009, sem ter beneficiado de esquema de colaboração no grupo principal, que bem cedo «perdeu» o Freitas, mantendo todas as restantes unidades. Foi uma segunda fase do percurso interessante, com muito «ciclismo», marcada por andamento vivo e exigente e várias movimentações de desgaste protagonizadas pelo duo da Carb Boom: Duarte e Marco Almeida. Na maioria, vi-me na contingência de responder e perseguir... à custa de muitas energias. Na construção desse objectivo, os Carb Boom foram perfeitos. E colheram frutos...
De resto, o Fábio (Carb Boom) e o Carlos Cunha e muito especialmente o Jorge (ambos em muito boa forma!) também participaram amiúde na liderança do mini-pelotão, contribuindo para o bom ritmo.
O Jony chegou a rolar ligeiramente destacado com o Marco Almeida, numa das diversas iniciativas deste (outra foi já perto do final, em Vale de Judeus) e do Duarte (à chegada a Rio Maior), que mesmo não resultando em fuga definitiva, foram experientes manobras de desgaste que resultaram muito bem. As forças que despendi fizeram-me muita falta no final...
A cartada decisiva da prova jogou-se no topo da Espinheira. O Jorge fez quase toda a subida à frente, a bom ritmo, depois rendi-o a cerca de 300 metros, mantendo-o, mas o Jony fez uma aceleração nos últimos 100 metros com resposta eficaz apenas do Duarte. Embalados, ambos ganharam algumas dezenas de metros logo no início da descida que, em excelente colaboração, conseguiram reforçar e assim colocarem-se à distância da perseguição, pouco cooperante, que foi movida pelo quarteto: Marco Almeida, Fábio, Carlos Cunha e eu...
Os dois fugitivos da Espinheira rolaram acima dos 40 km/h de média e chegaram destacados, com todo o mérito, ao final.
Ainda acabei «vítima» de uma manobra de eliminação do Marco, num dos revezamentos e justificada pelo espírito de feroz competitividade. Fica-me a lição, num dia em que as sensações foram boas, especialmente nas subidas e no disputado regresso, mas que fica marcado pela maior dose de fadiga da temporada. Grande parte, devo-a aos... Carb Boom.

Média final (a minha) de 32,5 km/h para 5h12m. O grupo que incluía vários elementos da Pina Bike fez apreciáveis 31,5 km/h (5h28m).

sexta-feira, abril 02, 2010

Domingo: Oeste (ensaio geral para Santa Cruz)

No próximo domingo, a volta do Oeste é uma espécie de ensaio geral para a Clássica de Santa Cruz, do fim-de-semana seguinte (dia 11). Porquê? Os percursos de ambas são semelhantes na parte nuclear, nomeadamente entre Ponte do Rol/Casalinhos de Alfaiate e Vila Franca do Rosário, com passagem por S. Pedro da Cadeira, Encarnação, Picanceira, Murgueira e Gradil. Sem dúvida, a parte mais difícil.

Todavia, as primeiras e a últimas fases são diferentes. Ao contrário da Clássica de Santa Cruz, na volta do Oeste, o trajecto inicia-se em direcção a Guerreiros/Lousa/Venda/Malveira e Torres, pela EN8; e na última fase, vai da Venda para Bucelas, regressando a Loures pelo Tojal.

Pontos de neutralização:

Venda do Pinheiro (alto da Freixeira)

Catefica (rotunda da A8)

Murgueira (no café do lado direito da estrada, para a Coca-Cola da praxe)

Malveira (rotunda da auto-estrada de Mafra/Ericeira)

P.S. Em breve, a crónica do exigente Ota-Fátima-Ota de hoje (sexta-feira). Foi de alto nível, com média final de 32,5 km/h, para 170 km e 1900 metros de desnível acumulado