sexta-feira, janeiro 30, 2009

Menos 900 km!

Hoje voltei a pegar na bicicleta. Não o fazia desde o último sábado. Compromissos de fraldas, pois claro!, e este tempo de cão que fez durante toda a semana e que não há meio de melhorar. Arrisquei pôr-me à estrada mesmo perante a ameaça de intempérie.
Alverca-Vila Franca-Carregado-Cadafais-Santana da Carnota... seco! Mas a chegar ao alto, a chuva começou a cair, primeiro a «molinha», depois cada vez mais forte, tal como o vento, até pegar e não mais largar. Uma borrasca das grandes... que, apesar do mau jeito, não me impediu de cumprir o que tinha programado.

Com o primeiro mês do ano a terminar, confirmam-se as (piores) expectativas em relação aos condicionalismo da paternidade. Mas não só: também as condições climatéricas desencorajadoras que têm feito nas últimas semanas não têm ajudado. Resultado: menos 900 km (!) que em igual período da época passada. Não é preciso dizer mais nada.
De qualquer modo, - estranhamente ou não - as sensações são boas (ou parecem...) e, claro está, os músculos muito menos saturados. Além do descanso (mesmo forçado) também não é alheio o facto de cumprir «algo» de específico sempre que treino. O certo é que, nesta altura do ano, em 2008, já andava a consumir alcatrão às doses de 4 e 5 horas, sozinho! Na verdade, não sei bem porquê, em relação a todo este atraso sinto uma estranha... despreocupação.

quinta-feira, janeiro 29, 2009

Domingo: Santiago dos Velhos

A volta do próximo domingo (dia 1) é de Santiago dos Velhos. Refira-se, desde já, que é primeira abordagem ao relevo montanhoso - ou muito acidentado - nesta temporada 2009. Além do sobre-e-desce que marcará a tirada, há a longa distância (108 km) a acrescentar dificuldade. Recomenda-se, assim, uma toada cautelosa desde o início do percurso - que não é fácil, em direcção à Venda do Pinheiro - e não menos a partir de Bucelas para a extensa subida de Santiago dos Velhos até ao Lameiro das Antas.
Até final, ainda há mais alguns desníveis para «lidar», como a ligação Arranhó-Forte de Alqueidão; Santana da Carnota desde Cadafais; e finalmente, do Sobral (Seramena) para o Forte de Alqueidão. Não será propriamente fácil.
No final do primeiro mês da época, e de uma série de incursões na planície, eis a primeira oportunidade para avaliar o «ponto» de forma em subida. Os homens possantes, roladores, que até agora estiveram no seu «habitat», têm de gerir bem as insuficiências; e os todo-o-terreno e, acima de tudo os trepadores, terão a primeira oportunidade exprimirem as suas capacidades e para afinar baterias, embora com a temporada ainda em fase inicial. A ver vamos se o tempo ajuda.

Clicar em cima do gráfico do percurso para aumentar


quinta-feira, janeiro 22, 2009

Sto. Estevão «fora de norma»

A volta de Sto. Estevão, no passado domingo, foi mais agitada que o habitual nesta clássica com longo percurso plano, quase sempre realizada em grupo compacto, a velocidade de cruzeiro elevada que invalida tentativas de fuga e escaramuças. Desta vez a tirada ribatejana foi mais entusiasmante que o costume, mas, enfim, menos boa para os pressupostos do treino nesta altura do ano. Já se sabe: domingo é sempre domingo!
Para esta mudança de figurino contribuíram dois factores fundamentais: o andamento moderado principalmente entre Alverca e Vila Franca (o pavé molhado poderá ter desencorajado os especialistas) e a predisposição de razoável número de elementos para iniciativas que pudessem ser fracturantes. O Salvador, de regresso apenas uma semana após o acidente da Ota, mostrou-se, a partir de Vila Franca, logo o mais empertigado. Saltou na recta do Cabo e levou companhia, ganhando, ambos, rapidamente vantagem ante a aparente parcimónia do grande grupo. A fuga era corajosa e parecia consolidar-se, mas ficou condenada ao malogro quando o Jony decide «saltar» do pelotão, desencadeando uma reacção conjunta - ainda que sem nenhum dos seus «marcadores» directos (recordando o sagaz comentário do Cancellara na semana passada neste blog), que se mantiveram impávidos.
Bem, impávidos mas não por muito tempo. Eu (sim, um deles!) não perdi tempo em alertar para o risco, e perante a passividade geral dei o mote para a perseguição, inquieto com o galopante aumento da distância entre os dois grupos. O Rocha, muito acusado de ser rodista (diga-se injustamente...), colaborou bem e a perseguição entrou em marcha, mesmo que se afigurasse complicada continuando limitada a dois!
Todavia, à passagem por Porto Alto o Hugo e os seus comparsas Trek e Scott juntaram-se ao trabalho e fizeram-no com muito empenho, tendo sido os principais responsáveis por pouco depois Samora Correia o pelotão voltar a rolar compacto. Foram 6 km a 38 km/h de média! Aquando da junção houve algum espanto lá à frente, que eu bem vi!!!
A partir daí, com Benavente à vista e o longo troço pela mata de Sto. Estevão exposto ao vento frontal (e já sem a presença do sempre ameaçador Hugo), a toada foi quase de passeio, cumprindo-se 31 km/h de média até à vila. Contudo, aí, voltou a animação!, com uma série de esticões nos topos que rodeiam a localidade. Os malfeitores: Jony, eu, Freitas e o Ruben. O resto do pessoal reagiu sempre muito bem, não fosse, na maioria, fortíssimos roladores que dificilmente poderiam ser surpreendidos no seu terreno.
Depois do afogadilho, voltou a calmaria... aparente. À entrada da ligação de regresso a Porto Alto, enquanto o Salvador e o Scott davam sinais de fadiga, enquanto o Manso não se cansava de ameaçar o Rocha... realizou! Zarpou decidido a escapar e -lo rápido e bem nas barbas do grupo, que se conteve tempo suficiente para a fuga consolidar-se. Muito mérito para o autor, porque, por tradição, é improvável que uma fuga resulte naquela fase do percurso, para mais em solitário.
E foi uma verdadeira fuga, a obrigar a uma perseguição relativamente longa, organizada e... esforçada. Mesmo sabendo-se que, mais cedo ou mais tarde, seria anulada antes de Vila Franca.
De qualquer modo, os quilómetros passavam e ninguém pegava nas rédeas do pelotão. Às tantas, parecia ser o único a aperceber-me da desvantagem perigosa e dei o toque a rebate. Só verbalizei... pois as pernas saíram maçadas das «brincadeiras» de Sto. Estevão. Foi o Pina o primeiro a corresponder, metendo andamento de «manutenção». Já era qualquer coisa! Seguiu-se o Manso, que não se coibiu de pôr desde logo ritmo de «caçada», correspondido pelo Jony. Os dois, principalmente, acabaram com a aventura do Rocha à entrada do Porto Alto, ao fim de 15 km de fuga, a uma média que rondou os 35 km/h. Com vento desfavorável e naquele terreno, repito, foi muito boa a sua prestação!
Apanhado o fugitivo, pensou-se em relaxar. Mal! Na recta do Cabo, o Cancellara meteu o turbo e foi à sua vida, ele que há muito se mostrava impaciente por dar um ar da sua graça. Mas só uma parte do grupo perseguiu-o; a outra (que me incluía, além do Jony, do Freitas e do Scott) ficou face às dificuldades do ainda recentemente acidentado Salvador.
Desde essa altura, a história conta-se em separado, sendo que a nossa parte deixou de ter mais factos relevantes a assinalar. Bem, a não ser um «forcing» - penso que apenas ligeiro... - do Freitas na recta da Sagres, a culminar com sprint a três, no alto: ele, eu e o Jony. Mas é dos homens da frente que reza a história! Mesmo que a desconheça de todo...

Próximo domingo: Manique do Intendente


(Clicar em cima do gráfico para abrir)

quarta-feira, janeiro 14, 2009

Próximo domingo: Sto. Estevão

A volta do próximo domingo é Sto. Estevão, uma clássica das etapas planas da temporada que pelas características (ausência de dificuldades de relevo e quilometragem já elevada) realiza-se habitualmente várias vezes durante o ano, constituindo bom treino de apuramento do ritmo nesta importante fase da época.
Eis o perfil (clicar em cima) e o percurso:



segunda-feira, janeiro 12, 2009

Salvador, nova «vítima» da volta da Ota

A volta da Ota é, sem dúvida, uma das jornadas com mais tradição do nosso calendário. Tradição criada por histórias de duras batalhas e infelizmente também de acidentes, alguns graves. No passado domingo, a tradição voltou a cumprir-se na íntegra.
Comecemos pelo pior: os acidentes, que quando são graves ganham maior relevância que as guerras de bicicletas. A data de ontem, 11 de Janeiro, remete para quase coincidência com a manhã chuvosa de 15 de Janeiro de 2006, em que o Miguel Marcelino, também no decurso da mesma volta, colidiu com um automóvel que se atravessou à frente, custando-lhe uma fractura óssea. Já lá vão 3 anos!
Desta vez, não havia chuva, o piso estava sequíssimo mas o acidente voltou a dar-se com outros intervenientes e consequências felizmente não tão graves. Em vez de uma condutora imprudente, foi um cão irrequieto que se soltara. Algures, entre as duas Aveiras, o animal saltou da berma para a estrada, enfrentando o pelotão que seguia a bom ritmo (cerca de 35 km/h). Daí resultou aparatosa queda do Salvador, do Samuel e de um terceiro elemento, estreante (triatlo). O primeiro foi o que mais sofreu: ombro direito muito maltratado (felizmente, após passagem pelo hospital, afastou-se a possibilidade de fracturas) e o quadro da System Six partido – para a sucata! O Samuel ficou com pequenas escoriações, a mais importante junto ao olho esquerdo; enquanto a sua bicicleta saiu da carambola apenas com uma manete entortada. O terceiro, o estreante, escapou ileso.
Responsabilidades? Em princípio serão assumidas pelo dono do cão, que se aprestou rapidamente a dirigir-se ao local do acidente e garantiu ter seguro do animal, um pastor alemão de porte invejável. Tudo isto perante a relutância da GNR em elaborar o fundamental registo da ocorrência em auto. A ver vamos quando a conta do prejuízo chegar...

Descrita a parte da história acidentada, vamos à do ciclismo! E houve muito, antes e depois do que se passou. Primeiro, ainda muito antes da passagem sempre aguerrida pelo Vale do Brejo, com a divisão do pelotão em dois grupos perseguidores ao par de fugitivos, ligeiramente destacados: Salvador e Capitão. Então, o grupo da frente, liderado pelo Jony, obrigou o que seguia atrás (que incluía eu, o Freitas e o Manso, entre outros) a esforços redobrados para o alcançar; o que só sucedeu após Vila Franca.
Fugitivos apanhados e pelotão novamente compacto até ao inevitável Vale do Brejo. Antes, o Hugo já tinha mexido o andamento a partir de Cheganças e voltou a fazê-lo após a Ota, ganhando alguma vantagem levando na roda o Freitas e o Jony – situação perigosa! No pelotão, tive de reagir para fechar rapidamente o espaço antes que pudesse haver colaboração à frente.
Parecia estar lançada a correria na aproximação à subida, mas não havia quem assumisse... Até que o Salvador o fez! E muitíssimo bem. Conduziu em boa parte da subida antes de ser rendido, também de forma excelente, pelo Samuel - curiosamente os dois infortunados do dia!
Mas depois de o Samuel «esgotar», voltou-se à toada de expectativa. Perante isso, decidi acelerar nos últimos 400 metros, desencadeando muito boa reacção do Jony, Freitas e Hugo, todos com explosividade superior à minha.
Pouco depois dava-se o acidente. Mas depois do aparato, quem esperava moderação enganou-se. Tudo devido a uma saída espaçada em grupos do local fatídico. Naquele em que me incluía (com o Steven, o estreante, o Samuel e o Filipe) pensou-se que liderávamos a caravana. Mas não, já havia um grupo bem composto a rolar à frente! Por isso, sem saber deslizámos até a Azambuja, a aguardar pelos que pensávamos ser todos os restantes. Mas eram só a última parte deles (Freitas, Hugo, Manso, Rocha, entre outros).
Quando passaram por nós, vinham afogueados. De tal maneira, que abriram desde logo uma distância que nos fez suar as estopinhas para a eliminar – só em Casal Pinheiro. E mesmo quando, no grupo, deram pela nossa presença, o andamento não caiu. Aliás, pareciam estar com outras preocupações, que não a perspectiva (que eu tinha erradamente) de querer continuar a fugir de grupos mais atrasados. Cumpriram-se 40 km/h de média entre Azambuja e o Carregado; e 39 km/h até Vila Franca! Grande trabalho, principalmente do Hugo, que está a andar muitíssimo!
Para mim estava assumido que quem tivesse ficado para trás, não recuperaria. Mas a verdade é que os únicos que estavam (ou ficavam realmente), eram os que iam pigando do nosso grupo...
Depois de Vila Franca - estranhamente sem que o Freitas se fizesse ao sprint! -, o andamento baixou... Por isso, estava decidido a terminar (o treino) com algumas acelerações nos topos: os dois de Alhandra e o do Sobralinho. Quando me fiz ao primeiro, o Freitas parecia preferir tranquilidade: «Onde é que vais, pá? Tá sossegado...», disse-me. Mas após o segundo, junto à Secil, gritou-me aos ouvidos para manter o andamento alto. Contei-lhe as minhas intenções e que não tinha força para continuar àquela velocidade. Mas ele insistiu: «Vá lá, os outros estão mesmo aí à frente!». Surpreendido com a novidade, até tive dificuldade em compreendê-la. Mas rapidamente me apercebi de que, enfim, os que faltavam estavam para a frente e não para trás, entre eles, o Jony, o Pina, o Capitão e o André, que não tinha feito a primeira parte da volta.
Então, entreguei-me ao esforço e mantive-me, a todo o custo, a 40 km/h para fechar o espaço já na rotunda da Pifertubos, antes de Alverca. Fazia-se luz! Mas não paz... Restava a subida da Central de Cervejas, que, com o Vale do Brejo, constituem os dois únicos pontos de selecção, por relevo, desta volta quase sempre plana. Assumi o comando e fi-la em progressão, carregando cada vez mais nos pedais à medida em que ascendia. Rebentei à chegada ao pequeno descanso, quando senti uma mão nas costas, a auxiliar-me: a do Jony. Apenas ele e um elemento da equipa de Negrais seguiram o ritmo, e os dois disputaram o sprint na rotunda do Cabo de Vialonga.

Rápidas melhoras do Salvador

sexta-feira, janeiro 09, 2009

O frio, o Duarte e o «puto»

Hoje de manhã, entre duas fraldas, resolvi desafiar a temperatura polar para fazer duas horinhas a rolar. Como deve ser para ir regressando ao ritmo perdido com a paragem. Boas sensações, apesar do frio intenso (4 graus, embora o sol atenuasse o efeito térmico) e alguns sprints com desmultiplicações leves para «desenrolar» as pernas fizeram bem ao corpo e à alma.
Perto de Azambuja cruzei-me com o Duarte, que passeava com um companheiro de equipa (do Salvaterra). Juntei-me ao duo em amena cavaqueira e às tantas ouvi-o tecer rasgados elogios ao «puto» André, às suas capacidades físicas, ao espírito combativo e disponibilidade para a luta. Como dizia o outro, «daqueles que deixa a pele em campo». Neste caso, na estrada...
Digo eu, que não podia estar mais de acordo. O nosso puto-maravilha é um animal de competição e desde que chegou ao grupo rara é a saída que não deixa a sua marca.
Naturalmente que não deve substimar - creio que nunca o fez ou fará - os seus novos companheiros de pelotão, que serão sempre ferozes «oponentes» e também desse modo continuará a crescer como desportista de corpo inteiro. Com a sua idade não lhe faltará margem de progressão!
Todavia, mesmo bem-vindo ao seio do grupo Pina Bike, para o qual constitui uma mais-valia, não restarão dúvidas que é a competição que lhe corre nas veias.

segunda-feira, janeiro 05, 2009

Paragem forçada por motivo fantástico

Eis um período de forçada inactividade desportiva por motivo fantástico: o nascimento de um filho. Neste caso, uma filha, a segunda. Por isso, as faltas aos treinos e às voltas domingueiras dão em falta de «novas» para alimentar as crónicas neste blog.
No entanto, por estar também em falta, não poderia deixar de fazer menção honrosa ao evento organizado no último domingo do ano, na Ota, cuja organização foi elogiável a todos os níveis: desde o percurso, que terminou no Alto de Montejunto, passando pela referida organização, que assegurou abastecimento para todos os participantes a meio do trajecto, desdobrou-se em esforços para garantir a segurança e a boa orientação dos ciclistas, além de promover ambiente de saudável companheirismo. Super! Um enormíssimo exemplo!
Pessoalmente, em termos «desportivos» foi a primeira prova de avaliação de forma da temporada, principalmente pela subida a Montejunto (por Vila Verde dos Francos), e perante a forte concorrência que se apresentava. Conclui, pois, que – há uma semana! – tinha atingido um patamar de forma razoavelmente sólido, que me permitira gerir o percurso (ajudou muito o facto de ter estado sempre resguardado no pelotão, cujo andamento foi moderado, só se tornando mais intenso à chegada ao abastecimento, também em subida) e já com 90 km nas pernas fazer Montejunto a bom nível, tendo em conta a fase ainda muito prematura da época.
Saldo positivo, principalmente por estar a fazer a minha primeira subida «a sério», sem sequer ter iniciado o treino específico de limiar. Desde a entrada, tive boas sensações, que permitiram meter o «meu» passo e isolar-me rapidamente do mini-grupo. Mesmo quebrando (naturalmente!) após a zona dos pinheiros, face ao vento e ao cansaço, acabei por ser alcançado apenas pelo Duarte (Salvaterra), que está com a preparação mais adiantada. Desempenho bastante satisfatório, portanto!

Nota ainda para as presenças do camarada Paulo Pais (sempre activo e presente em Montejunto), do Freitas (trabalhador na frente do pelotão e óptima prestação na subida do Rodeio para Vila Verde, seleccionando o pelotão antes da ascensão a Montejunto) e do sempre simpático Carlos da Quinta da Piedade.

Entretanto, no passado domingo realizou-se a volta de abertura do calendário ciclista Pina Bike, como tradicionalmente com a tirada da Valada (Muge). Bom ano!