terça-feira, novembro 28, 2006

Alcoentre... e ninguém escapou!

Muito bom percurso, este de Alcoentre. Relevo maioritariamente plano, mas com alguns pontos-chave que lhe conferem nível mínimo de selectividade, indispensável ao interesse de qualquer volta domingueira. Desde logo, a distância. Toda a que ultrapasse os 120 km pesa nas pernas, ainda mais se na fase final tiver um ou outro «pico» manhoso. Os pontos-chave desta volta são, basicamente, o carrossel entre Ota e Espinheira, cuja exigência foi acentuada pelo ritmo «castigador» aí imposto pelo Durão e e o João Santos, sempre bem coadjuvados pelo inseparável duo Fantasma e Salvador. Depois desta sucessão de topo, sempre a subir em altitude, é a entrada de Azambuja que mais mói – claro está, se o andamento for forte. E é sempre!
Só assim se explica que uma subida como a da Cervejeira, em Vialonga, curta e suave, fizesse a única capaz de fazer a selecção do pelotão que até aí, durante 110 km, se mantivera sempre compacto. Nessa altura do percurso, em que as forças já estavam mais débeis, as diferenças evidenciaram-se, embora pequenas. E só andamento forte desfez o equilíbrio que tem imperado no grupo, principalmente quando os percursos têm pouco desnível, e que estes tão bem promovem, contribuindo assim para dar às tiradas «rolantes» o interesse que as mais montanhosas, pelos motivos referidos, muitas vezes não têm…
Notas de observador
Estamos em plena pré-temporada e o nível médio do grupo continua a evoluir. Ou pelo menos, o nível do grupo que participou nesta volta é bastante satisfatório. A prova está na boa capacidade de resposta, no geral, às dificuldades do terreno (embora escassas) e às mudanças de ritmo eventualmente selectivas. Só na subida da Cervejeira se fizeram algumas diferenças, e como também já se disse, foram escassas.

A dupla Fantasma-Salvador teve mais um curioso despique. O Salvador continua a jogar as suas cartas no terreno acidentado, onde o seu parceiro/rival se defende cada vez melhor. O pior é que a forte exposição ao desgaste a que ele próprio se submete começa a virar-se contra si. O Fantasma, sempre muito protegido nas alturas de maior «calor», poupa energia preciosa para os momentos certos e está a saber aplicá-la melhor que nunca. Fantástico sprint em Vila Franca, ó Fantasma, chegar na roda do Durão não é para todos!

Quanto ao Salvador, na aproximação ao Carregado cometeu um lapso grave ao «facilitar» após uma rendição, em que terá passado por um «momento mau», perdendo o comboio do pelotão que ia a pleno vapor. Eu que ía atrás dele depois de Vila Nova da Rainha, estranhei que tivesse baixado tanto o ritmo na recta antes do topo de Casal do Ouro, e quando eu passei para a frente forcei o andamento e ele deve ter tido dificuldades em apanmhar a roda do último homem. Estes sintomas de debilidade resultaram em previsível KO, já com o peso de mais algumas dezenas de quilómetros, em Vialonga, no apertão final da Cervejeira. O Salvador passou, já na variante, a fechar o grupo. Pois é, caro ZT, como eu disse na crónica da semana passada, a energia não é inesgotável. Mesmo para quem tem para dar e vender… De qualquer modo, nada retira mérito ao poderoso Salvador, enormíssimo exemplo de gosto pela prática de ciclismo – com que me identifico bastante. E bom camarada, sempre de língua afiada!

O ZT teve mais um dia de maratona, desta vez deve ter ultrapassado os 150 km. Espero que tenha chegado bem a Alcainça. Elogio-lhe a coragem e o empenho em progredir. O seu esforço não será em vão, pois os resultados vão certamente aparecer. Desta vez, devido à elevada quilometragem da volta, não se mostrou como na semana passada. Opção sensata.

Quanto a mim: passei bem mal no carrossel da Espinheira, quando o João Santos decidiu, segundo ele, «manter o ritmo» numa das subidas. Para mais, estava a fazer a ponte entre os quatro da frente (João, Freitas e os inseparáveis Fantasma e Salvador) e quando deixava o elástico esticar para aliviar um pouco esforço, ninguém atrás de mim apareceu para dar um jeitinho. Felizmente recuperei bem na descida e na altura em que o Rui (Scott) e o Salvador meteram o comboio a 45 km/h. Há coisas que não se explicam…

Finalmente, destaque para o regresso do Samuel, que «aguentou» muito bem o ritmo até atalhar para a Ota. Fez muito bem, e na hora certa, pois foi logo a seguir que o andamento acelerou. No regresso, após Vila Franca, voltou a juntar-se ao grupo. Estás a fazer as coisas bem, rapaz!

segunda-feira, novembro 20, 2006

Azambuja e triatletas

Terá sido o nevoeiro cerradíssimo que encobriu o sol e não deixou o asfalto secar dos aguaceiros nocturnos a demover muita boa gente arriscar fazer-se à estrada quase totalmente plana, com ida e volta a Azambuja e final ligeiramente mais «picante» na subida da Granja da Azóia. Foram poucos, mas como sói dizer-se, bons… Apresentaram-se os que estão em estado de graça (ou a caminho dele) e não querem perder terreno para a concorrência directa, os que não estão prescindem de ganhar a rodagem que dá cada domingo de «esfrega» e os que ainda estão a fundar os alicerces para a próxima temporada.
Entre os primeiros, já se sabe, está a dupla de momento, ainda e sempre inseparável: Salvador-Fantasma. Desta vez, este ainda deu alguma rédea, mas soube sempre controlar, mesmo à distância, o ímpeto (que é muito!) do seu parceiro. Para isso, contou com o terreno, que não era propício para aventuras em solitário. A vantagem de o pelotão ter sido escasso (que tornaria as perseguições mais esforçadas) apenas durou até Alverca, quando a nós se juntou um grupo numeroso que incluía alguns triatletas (estavam assim identificados), que foi companhia durante quase todo o percurso.
Todavia, antes desta situação (tão inesperada quanto bem-vinda dada a poupança de energia que permitiu) foi o Zé-Tó a dar o mote, ainda o mini-pelotão procurava sair da densa bruma em que estava mergulhada a variante de Vialonga, antecipando o final do tradicional período de aquecimento (ou de tréguas) até Alverca. Com surpreendente disponibilidade física, comandou as operações, abrindo, por vezes, espaços de alguns metros para os restantes, mas que invariavelmente o Salvador tratou de fechar.
A partir de Alverca, já com o pelotão engrossado, foi este a marcar o andamento, sempre vivo, a que o Steven deu rapidamente mostras de não conseguir acompanhar. Por isso, à saída de Vila Franca preferiu continuar no seu passo.
Curiosamente, o ritmo tornou-se mais moderado até ao Carregado, só animando verdadeiramente após Vila Nova da Rainha, quando o Salvador aproveitou a embalagem de me ter rebocado alguns metros, ajudando-me a reentrar no pelotão (depois de ter ficado à espera do Steven à saída de Carregado). Passou directo pelo adormecido pelotão e levou na roda o empertigado ZT. Desta vez, agitaram-se as hostes, levando os triatletas a arregaçarem finalmente as mangas – embora me tenha parecido que só após o Fantasma ter tocado a rebate ao ficar desagradado com a situação. Então ficou a saber-se que os nossos companheiros de ocasião também não estavam para dormir na forma e empenharam-se na perseguição, terminando rapidamente a aventura dos nossos «boys» praticamente a chegar a Azambuja.
A partir daqui, o vento ficou de cara e os peitos para o enfrentar foram menos. O ZT deu por encerrada a sua (excelente) exibição, recolhendo-se no conforto do seio do grupo, deixando-me só na condução, em toada calma que os triatletas pareciam estar dispostos a interromper à segunda passagem por Vila Nova da Rainha. Todavia, o Salvador mostrou que as nossas cores estavam bem representadas. No seu estilo peculiar, por diversas vezes deixou a ideia que não enjeitaria uma possibilidade para se «mostrar» a sério, logo o permitissem, mas a marcação da maioria dos triatletas e, claro, do Fantasma tiraram-lhe as ideias. O momento de «frisson» seguinte foi o sprint disputadíssimo entre o Fantasma e o Pina à chegada a Vila Franca, que aproveitaram para brilhar na ausência do «rei» Durão. De longe, ficou a ideia que primeiro meteu meia roda à frente…
O final da tirada reservava a subida da Granja da Azóia, a partir de Sta. Iria (EN10). Então já com o grupo restringido aos nossos, a liderança foi partilhada entre Salvador e Fantasma (quem mais!?), sempre na suas lides privadas, com os restantes na expectativa. Ao longo da subida, curta mas selectiva devido aos muitos quilómetros já acumulados nas pernas, ficou bem patente o equilíbrio de forças. Os dois parceiros-rivais continuam de braço dado, sem que consigam fazer diferenças entre si. Mas para os demais, sim! Nos últimos 150 metros, o Salvador acelerou e o Fantasma respondeu sem ceder (os papéis inverteram-se em relação à semana passada, no Forte de Alqueidão), enquanto os perseguidores (eu, ZT, Pina e o Pedro) limitaram-se a atenuar o prejuízo – ainda assim escasso, pois a meio da rápida descida para o MARL o grupo voltou a ficar compacto.

Notas de observador

O ZT surgiu inesperadamente activo e desde muito cedo que não poupou forças a quebrar a tranquilidade do pelotão. Todavia, o Salvador, principalmente, nunca lhe deu muita liberdade. O ímpeto com que se apresentou neste domingo húmido continuou até Vila Franca e atingiu o auge a caminho de Azambuja, quando agarrou muito bem a roda do Salvador na única tentativa de fuga a sério em toda a volta – que todavia não durou muito mais logo que o Fantasma encontrou parceiros entre as tropas «hostis». No regresso, a sua prestação foi menos vistosa, porque as forças não são inesgotáveis. Mas com todas as limitações que diz ter em relação ao volume de treino, foi um excelente exemplo de combatividade!

Quem vende (e desbarata) energia é naturalmente o Salvador, que esteve muito «solto» e disponível, impondo muito respeitinho à legião de triatletas que nos acompanhou ao apresentar-se quase sempre nas primeiras posições e atento a todas as movimentações. Como já disse, esteve num dia daqueles em que «só se não pudesse!». Mas não pôde, pois não era percurso ideal para essas cavalgadas. O percurso era pouco selectivo e a concorrência de fora também não estava pelos ajustes. Muito menos o Fantasma, que invalidou a única tentativa do seu rival/colega de se adiantar ao pelotão – e na companhia do ZT, com quem divide os louros desta volta. Mas quem duvida que voltará a tentar na primeira oportunidade? O Fantasma que se cuide, pois não poderá ter um momento de fraqueza ou desatenção – mas também todos os outros!

O Pedro esteve irrepreensível e os efeitos foram evidentes!

Para mim, foi o amanhecer de uma nova temporada…

O Durão, o Miguel e o João Santos tiveram falta de presença... mas devidamente justificada! Juntaram-se ao Carlos da Póvoa e ao seu grupo, e foram a Fátima, por Santarém e Minde. Nas primeiras horas da manhã fez-lhes companhia o nevoeiro, mas à parte do susto que o grupo apanhou à partida de Alverca, quando viu chegar os «nossos», a jornada decorreu na perfeição. Mas não sem que, na parte final do percurso, mais acidentado, o Miguel «derretesse» o pelotão com a sua força transbordante. De qualquer modo, a coisa não deve ter sido muito bem feita, pois, segundo contam, um elemento «estranho» resistiu, na frente, à chegada a Fátima – ;)

segunda-feira, novembro 13, 2006

Sobral em pleno...

O último domingo foi «pleno» para todos ou quase todos os participantes na volta do Sobral (por Arruda, Alenquer e Merceana), que têm justificados motivos para estarem satisfeitos com o seu desempenho individual e do grupo em geral. Principalmente os que, nalguns momentos que assisti, se bateram com fantástica galhardia. Refiro-me ao Fantasma e ao Salvador, que merecem, entre os demais, os maiores elogios. Dupla muito competitiva, em especial evidência na jornada de ontem, principalmente no mano-a-mano que disputaram na parte final do percurso, onde o relevo era mais selectivo, e onde se deveriam guardar todas as forças que restavam.
Mas se algum deles tinha a pretensão de sair por cima de hipotético despique, viu-a defraudada. Em minha opinião, houve empate técnico! – embora o Fantasma tenha marcado «pontos» importantes por feito a subida do Sobral com o pelotão (o Salvador fê-lo na companhia do Pina, pois ambos saíram adiantados de Bucelas), a que há a juntar os créditos adicionais por ter integrado o grupo, muito restrito, que chegou à frente ao Forte de Alqueidão (com o Freitas, Nuno Garcia e o «Scott»), resultante de uma aceleração após os ferro-velhos, a que tanto eu, o Pedro e o Steven não conseguimos responder. E a que o Carlos e o João Santos também não resistiram nos últimos dois quilómetros. Embora à distância, que se foi acentuando bastante até ao PM do Alqueidão, mesmo com a pulsação [controlada] a 160 bpm, pareceu-me que a condução do grupo de vanguarda se dividiu entre Freitas e o Garcia.
Ao descer do Sobral para Arruda, o pelotão voltou a fraccionar-se, agora devido ao meu «forcing» em alguns topos. Mas já nesta altura o Salvador e o Fantasma já não cediam um milímetro… nem um ao outro. O reagrupamento fez-se a caminho de Cadafais, mas foi sol de pouca dura. Isolou-se rapidamente mais um grupo, então formado pelo Carlos, Nuno, Fantasma e Salvador (pois claro!), que rolou acima dos 40 km/h em direcção ao Carregado, (pareceu-me com grande mérito do Nuno), abrindo uma distância superior a toda a longa recta que antecede o cruzamento da EN1. Atrás, a uma média de 35-38 km/h vinha um quarteto formado por mim, o Steven, Pedro e o Scott, que perdera muito cedo o comboio da frente ao aguardar pelo Freitas (que tinha parado no início da descida) e o João – que só recolariam a caminho de Alenquer.
Entre Alenquer e a Aldeia Gavinha, o Freitas desenvolveu um excelente trabalho, «puxando» o pelotão durante todo este sector, dispensando colaboração… O andamento não foi fracturante, mas esteve muito longe de ser tranquilo. Todavia, na Aldeia Galega surpreendeu quando meteu um passo muito rijo nas primeiras rampas difíceis, no início da subida para o Sobral – aqui sim, causando desde logo a primeira vítima: o Pedro. Com ele ficou o Pina, também distante de estar apto a seguir ritmos tão selectivos.
Os demais cerraram fileiras e não cederam, correspondendo de forma muito positiva – principalmente o Fantasma, em terreno que não é o dele. Todavia, ao chegarmos ao ligeiro descanso do cruzamento de Ribafria, o Freitas tirou tudo e procurou que o grupo fizesse o mesmo. Não teve correspondência! O Fantasma, principalmente, não estava pelos ajustes, e a sua sombra, o Salvador, também. Mas foi o Carlos que fez a aceleração crucial, ainda que levando o duo maravilha na sua roda, logo se cavando um fosso que se foi alargando ao longo da subida. Atrás, eu, o Nuno, o João e o «Scott» oscilávamos entre a perseguição e a… manutenção. A primeira acabou por se impor naturalmente, embora já parecendo demasiado tardia…
Na Freiria, quando o terreno voltou a empinar, o Carlos libertou-se dos seus companheiros de fuga, que se mantiveram, obviamente, juntos, mas foram absorvidos pelos perseguidores a pouca distância da entrada no Sobral. Restava o Carlos, mas estava definitivamente fora de alcance. O Nuno ainda apertou a «caçada», a que eu e o «Scott» correspondemos, acabando nós os dois (eu e o Scott) por ficarmos isolados, chegando praticamente na roda do Carlos depois de um bom revezamento no derradeiro quilómetro – mas só possível porque ele não se defendeu!!!
Os restantes chegaram logo, mas enquanto o Nuno e o João aguardaram pelos retardatários, os outros seguiram em direcção ao Forte de Alqueidão. Lá, foi uma vez mais o Carlos a meter um passo respeitável, rendido pelo Scott. Os demais não desarmaram enquanto o Carlos não meteu a pedaleira grande e foi à sua vida… Apenas o Scott conseguiu fechar o espaço e chegaram a par ao alto. Não muito mais atrás, eu, o Fantasma e o Salvador procurávamos atenuar as perdas, apesar das dificuldades. Foi bom de ver este duo, que mais do que tentar chegar aos dois homens da frente, lutaram bravamente para não cederem… na sua «batalha» pessoal. E não cederam! Empate técnico!
O grupo voltou a reunir-se rapidamente, mas o Carlos voltou a animar o andamento no início da longa descida para Bucelas, que se fez a muito bom ritmo (passagem acima dos 50 km/h), e a rendermo-nos à vez a partir do cruzamento da Tesoureira, com direito a sprint final, onde o Fantasma, jogando em antecipação, parecia levar ligeira vantagem, mas acabou por ser ultrapassado pelo «Scott» - o homem mais forte naquele momento - e também pelo Salvador, embora por poucos centímetros. Para não destoarem!
O segundo grupo chegou bastante tempo depois, penalizado pelos condicionalismos do andamento do Pedro, em dificuldades desde a Aldeia Galega. Segundo fontes oficiais, a subida para o Alqueidão foi realmente penosa para este jovem bravo do nosso pelotão, que, a cada domingo, ainda sofre bem na pele as consequências da sua inexperiência!

Notas de observador

Para alguns, podem não ser consensuais estes saudáveis picanços, entre dois ou mais guerreiros, mas a verdade é que condimentam estas voltas domingueiras, em pleno «defeso». Para mais, tendo malta tão valente como protagonista, que não poupa esforços para «meter» ferro e não perder o comboio da frente, defrontando-se e enfrentando os demais de peito aberto, sem constrangimentos, desculpas, queixas ou desvios de última hora. Ontem, foi o Salvador que esteve ao seu melhor nível e o Fantasma que se superou em terreno em que habitualmente se encolhe: a montanha. Para eles, os maiores louros da jornada. Foi corajoso, de ambos, seguir o andamento do Carlos a caminho do Sobral (quando nem os «poderosos» arriscaram) e a tenacidade demonstrada a chegar ao Alqueidão, onde apesar da fadiga nenhum quis ceder um palmo ao outro. Mantenham a chama, rapazes!

Por falar em Carlos, companheiro de um treino muito profícuo na última sexta-feira, a sua boa forma nesta altura é indiscutível, apesar de ser ainda muito cedo (ou tarde, depende da perspectiva) na temporada. Com isso, reafirma o seu enorme potencial, reforçando argumentos para explodir finalmente em 2007, apto a dar água pela barba aos «internacionais» nos momentos cruciais da temporada. Por vezes, o que falta para progredir mais rapidamente são objectivos ambiciosos. Eu já sugeri… será que ele aceitará. Entretanto, o ideal é deixar rolar…

Surpreendeu o andamento extremamente «rijo» que o Freitas impôs na primeira parte da subida Merceana/Sobral, depois de ter puxado o grupo desde Alenquer, num trabalho que foi excelente. Mas ainda mais estranho foi ter «tirado» tudo no ligeiro descanso junto ao cruzamento de Ribafria e depois sugerido que os restantes fizessem o mesmo. Também espantou que perante a lógica «nega» geral se tenha deixado descair do grupo… Impressionou também o comportamento homogéneo do pelotão face ao andamento extremamente selectivo naquela zona inclinada da subida e já com muitos km a pesarem nas pernas. Apenas o Pedro e o Pina cederam imediatamente.

quinta-feira, novembro 09, 2006

Descrição da volta de domingo

Descrição da volta do próximo domingo:

Percurso: Loures-Tojal-Bucelas-Arranhó-Forte de Alqueidão-Sobral-Arruda (esq. p/ Carregado)-Cadafais-Carregado (esq. p/ Cadafais)-Alenquer (p/ Torres)-Aldeia Gavinha-Merceana (à esq. p/ Sobral)-Freiria-Sobral-Forte de Alqueidão-Bucelas-Loures
Distância: 102 km

segunda-feira, novembro 06, 2006

Ota cumpriu a tradição

Faça chuva ou sol, a curta subida do Vale do Brejo (Ota) é de todos os «pontos quentes» das voltas domingueiras, o único que, de antemão, não passa sem uma empolgante escaramuça. Voltou sê-lo, ontem, no decurso de mais uma edição da sempre espectacular volta da Ota – a segunda ou terceira realizada «extra» calendário este ano, desta vez para variar, com o asfalto seco!
De facto, não deixa de ser curioso que 2 km a pouco mais de 3% de inclinação média sejam tão «picantes», apetecíveis e que despertem tanto a gula de… tantos comilões. As respostas podem até ser óbvias. Desde logo, o facto de ser uma subida acessível, curta e pouco íngreme, embora sempre selectiva («dói» mas passa depressa), e de se encaixar bem no «miolo» de uma etapa com relevo fácil (o esforço ali dispendido não é assim tão penalizador para a fase final do percurso). A verdade é que, invariavelmente, proporciona grandes momentos de competitividade. E ontem houve mais um, e foi ponto alto da jornada, pois claro!
O pelotão, espicaçado como sempre a partir da vila da Ota, entrou na subida compacto e em andamento moderado, propenso a iniciativas madrugadoras. Foi o que o Carlos fez ao arriscar na antecipação, abrindo um fosso apreciável, pois não teve resposta convincente durante a primeira metade da ascensão (até ao ligeiro descanso intercalar).
Todavia, perante a aparente parcimónia do pelotão, o ZT tomou surpreendentemente o comando, acelerando o suficiente para abrir dois ou três metros. No entanto, apesar de voluntarioso, cometeu um erro estratégico crasso, pois gastou forças preciosas que viriam a fazer-lhe falta quando chegasse a hora das «feras» entrarem em acção. E essa hora viria concerteza… («disse-lhe isso mais tarde»).
Este momento previsível não tardou: o Durão sentiu que tinha de assumir a perseguição e depois de forçar o andamento para encurtar significativamente a distância para o fugitivo – desde logo fazendo a selecção decisiva do grupo (eu entre os ficaram fora de combate) –, seguidamente atacou em força, com o Miguel a ser o único a acompanhar o seu andamento até ao alto do Vale do Brejo.
O Carlos, em perda, acabou por ser alcançado à entrada da recta final, entrando depois dos dois primeiros, à frente do ZT e do Fantasma; o primeiro confirmando a ideia que poderia ter ido mais longe se não se tivesse precipitado; e o segundo demonstrando boa forma que evidencia há algumas semanas.
Como é hábito no Vale do Brejo, os demais não se atrasaram muito, tando assim foi que os primeiros quase não precisaram de esperar na rotunda seguinte, provando que o grupo estava bastante nivelado, por cima.
O segundo momento relevante da etapa (que eu tivesse assistido, pois no Carregado fiquei parado com o Pedro, onde celebrámos o seu terceiro furo do dia) foi a ligação entre Azambuja e o Carregado, percorrida a muito bom ritmo, contra o vento, graças a revezamento excelente à cabeça do pelotão, com fantástico contributo colectivo. Alto nível em pleno «defeso», a abrir boas perspectivas para os próximos fins-de-semana.

Notas de observador

Outro bom desempenho nesta volta teve-o o Salvador, sempre muito activo à frente do pelotão, sobressaindo na ligação entre Vale do Brejo e Azambuja. Trabalhos daqueles não são para todos, ainda mais porque continuou até ao Carregado (pelo menos até onde fui com o pelotão). Obviamente, o esforço paga-se. A energia não é inesgotável mas quando é bem aplicada, compensa sempre!

Como é tradição, não há Ota sem incidentes. Desta vez, felizmente foram insignificantes furos. O Pedro encheu o «papinho» com três, o primeiro deles em simultâneo com o Fantasma, à saída de Vila Franca, quando caíram numa cratera em pleno meio-fundo na protecção de um autocarro. Castigo! O Salvador também lá estava, mas escapou «ileso». Logo a seguir foi o Pina, ainda nem tínhamos chegado à rotunda da AE. O Pedro fechou a contagem, com dose dupla no Carregado – ida e regresso. Devido às demoras consequentes, a volta teve de ser encurtada pela Azambuja.

Há muitas semanas que o pelotão não era tão pouco numeroso à saída de Loures. No entanto, ficou mais composto com a entrada do Carlos no Tojal (atrasado, passou na «brasa e nem nos viu, frente ao Café Golo, onde esperávamos que o Pina tomasse a sua dose de cafeína), e mais tarde em Vila Franca, quando se juntaram o Barão e o seu pupilo, aproveitando outro momento da paragem, desta vez o primeiro devido à longa saga de furos.

sexta-feira, novembro 03, 2006

Clássica das Clássicas planas: Ota

No domingo, logo o tempo ajude, está programada mais uma edição da «clássica das clássicas planas»: a Ota. Para os «vets» do pelotão, o percurso é sobejamente conhecido, mas para os novatos aqui fica a descrição: Loures-Alverca-Vila Franca-Carregado-Alenquer-Ota-Vale do Brejo-Aveiras de Cima-Aveiras de Baixo-Azambuja-Carregado-Vila Franca-Alverca-Loures. Total: 113 km.
Há quem diga que a Ota não se faz sem chuva (recorde-se a que caía no dia do acidente do Miguel, em Janeiro) e sem uma boa correria! Assim, ainda à atenção dos novatos e avivando a memória aos «vets», vasculhei os arquivos deste blog e recupero a seguir algumas passagens da crónica desta volta, precisamente há um ano (6/11/2005), ilustrando bem as suas características especiais. Ora atente-se:
«Já se sabia! Ota é sinónimo de velocidade e escaramuças. E embora não seja grande apreciador deste percurso, a verdade é que desta vez (mais uma) a «corrida» foi espectacular. Não só pelo ritmo, como pelas muitas lutas que se travaram, praticamente de início a fim, confirmando também a forma muito boa de alguns elementos». (…) À entrada de Azambuja a normalidade restabeleceu-se, mas rapidamente se partiu para outra correria. O grupo voltou a dividir-se devido à passividade (ou displicência?) de alguns elementos que ficaram para trás, e depois de o mal estar feito houve que fazer nova perseguição. E que perseguição! Os que ficaram no grupo da retaguarda (entre outros, eu, o Miguel, o Freitas, o Pedro e o Steven) levaram uma valente lição, já que os homens que comandavam (destaque para o João, o Farinha, o Carlos e o Luís – perdão se algum faltar) fizeram um excelente trabalho (será que foram a render, e quem?), segurando uma vantagem de 300/400 metros que teimava em não diminuir, mesmo que atrás se rolasse sempre acima dos 40 km/h. À frente o ritmo era tal, que o grupo foi perdendo elementos. A recolagem só aconteceu em Castanheira do Ribatejo, mas a obra estava feita e teve factura elevada».
Assim se vai construindo o prestígio desta volta…

quinta-feira, novembro 02, 2006

Marginal-Sintra: a repetir!

Para o feriado de dia 1 foi desenhada uma volta muitíssimo interessante, sem dúvida, mas que deveria ter sido melhor planeada, dada a sua longa distância e índice de dificuldade. O trajecto original reunia o melhor de dois mundos: a planície, montanha e o campo, acrescentando ainda a diversidade paisagística. De Loures ao Parque das Nações e em toda a zona ribeirinha de Lisboa até Algés prevalece ambiente urbano e as estradas largas e planas, a convidar à velocidade. O terreno de roladores mantém-se na Marginal, com o seu perfil ondulado, ladeado pela lindíssima linha de costa banhada por sol radioso. E assim continua até ao Guincho. Um deleite para calmeirões, como diria o Pintainho.
A partir daqui, embrenhamo-nos na frondosa serra de Sintra, acentuando os desníveis logo à saída do extenso areal do Guincho pela longa subida de Malveira ao Cabo da Roca, seguindo-se a longa descida para Colares e a ascensão final à cidade Património da Humanidade. Aqui, dominam os «todo-o-terreno». Finalmente, a última secção, por Pêro Pinheiro e Negrais, ao género de «parte-pernas», mais ainda quando já acusam alguma fraqueza… A juntar, a distância total, que rondaria certamente os 125/130 km. Resumindo: índice de dificuldade elevado.
Assim, o pelotão, uma vez mais numeroso e motivado saiu de Loures e rolou a velocidade moderada em direcção a Lisboa e Algés, com a vantagem do vento soprar favorável. De resto, os maiores adversários foram as intermináveis tampas de esgoto, o trânsito que não desaparece mesmo em dia de folga, os semáforos quase sempre vermelhos e alguns obstáculos inesperados na via, nomeadamente… pedras! Passar por cima de uma, em Belém, custou-me um furo – rapidamente reparado com o precioso auxílio do João Santos e do Nando – grandes camaradas! De novo na estrada, mas condicionado pelo horário, não fui muito mais longe, invertendo a marcha no cruzamento do Estádio Nacional, infelizmente pouco antes de se iniciar a aguardada Marginal. Fica a próxima! O regresso a Alverca foi higiénico, em amena cavaqueira com o Duarte (treino, provas e afins…) e o Luís (com que nos cruzamos em Sta. Apolónia) – em ritmo ideal para esta altura do ano. 95 km em 3h20: um mimo!
Tal como referi, a exigência do percurso carecia de melhor planeamento desta volta, que deveria ter sido melhor programada, com maior antecedência e, porventura, com horário de saída mais madrugador, etc., etc. Por isso, o grupo teve de encurtar o trajecto, cortando no Estoril para Alcoitão, driblando assim muitos quilómetros e, acima de tudo, os arrepios da Serra de Sintra. De qualquer modo, pela beleza da etapa, penso que a sua realização, em versão integral, deveria ser equacionada – por exemplo, em jeito de Super-Clássica!