terça-feira, junho 30, 2009

Regresso à estrada

Depois de uma semana de total inactividade, no rescaldo de um mês inteirinho de merecida licença de parentalidade, regressei hoje aos treinos, com 1h30 a ritmo moderado.
Com este período de paragem encerra-se (e enterra-se...) definitivamente o ciclo principal da temporada, que culminou na participação, de má memória, na clássica espanhola Lale Cubino. Mas aquela fase não poderá ficar apenas marcada pela negativa, houve momentos altos, principalmente nas novas clássicas do calendário, que valeram para compensar – ou pelo menos, atenuar... – a amargura da prova internacional.
Ainda restam alguns meses na temporada e também muito ciclismo para praticar. Certamente surgirão novos desafios que impliquem motivação para treinar com o objectivo de atingir índices físicos tão bons ou melhores que os alcançados algures esta época – infelizmente não na altura que mais precisaria...
Na próxima semana, a volta que está agendada é a da Carnota, interessante e exigente. Em breve, apresentarei o percurso detalhado.

P.S. Ainda não tinha tido oportunidade de referir, neste blog, a participação do Freitas e do Filipe Arraiolos no Quabrantahuesos: muito boa! O Filipe esteve, indiscutivelmente, excepcional naquela exigente jornada pirenaica– e como o próprio reconheceu, acima das suas expectativas. Realizou um extraordinário tempo (6h21) e classificou-se entre os 200 primeiros (189), tendo protagonizado um desempenho de grande categoria.

sábado, junho 27, 2009

sexta-feira, junho 19, 2009

Domingo: N. Sra. da Ajuda


Nota: no mesmo dia realiza-se o contra-relógio por equipas de Almeirim.

terça-feira, junho 16, 2009

Clássica do Bombarral: futura «grande»

A estreante Clássica do Bombarral confirmou as virtudes que lhe foram prognosticadas. Acima de tudo, o excelente percurso – qualidade e segurança das estradas e envolvimento paisagístico incluídos –, que pode colocar esta passagem velocipédica por algumas das localidades e/ou cidades baluartes da região oeste entre as tiradas mais interessantes e concorridas do nosso calendário anual.
O estatuto de clássica fez-se respeitar, desde logo, no horário (mais que) escrupuloso de partida. Estaria a bater as 8h00 quando os presentes – não mais de quatro - se fizeram à estrada, obrigando-me (por um minuto de atraso) a ter de correr atrás do grupo até ao Alto de Guerreiros.
De qualquer modo, o «aquecimento» forçado não provocou contratempos ao meu objectivo para esta jornada: avaliar a dimensão do «efeito» Cubino, ou como poderia, entretanto, ter recuperado dele. Por isso, logo que alcancei o grupo – reduzido, na altura, onde pontificavam o Freitas, o Filipe Arraiolos, o Carlos Gomes e o Gil – passei a assumir as despesas, impondo o andamento, amiúde com a parceria do nosso melhor posicionado na Covatilla: o Filipe.
De Guerreiros ao início da subida para a Venda cumprimos média de 27 km/h e nos 1,7 km a 6% da Freixeira 18 km/h, com o coração a 174 por minuto. Nessa altura, juntou-se o Rocha, um dos quatro heróis da ciclo-maratona Torres-Fátima-Torres, do passado dia 10. Naturalmente queixoso das maleitas dos quase 300 km da tirada. De loucos!
Depois da Malveira, na descida de Vila Franca do Rosário, o Freitas passou para a frente, demonstrando estar «solto», bom pronúncio para o exigente Quebraossos, no próximo sábado. A 37 km/h de média e com ajuda partilhada (o Carlos Gomes viu-se pela primeira vez na frente) alcançámos os restantes elementos que «se fizeram» a esta clássica (entre madrugadores e «atalhadores») e que seguiam na companhia do Vaza e do Xico nos topos do Turcifal. A subida de Catefica fez-se, então, em verdadeiro pelotão, a bom ritmo, sob a batuta do Vaza que não perdeu tempo em criar engodo ao destacar-se ligeiramente. No alto não houve diferenças mas muita transpiração.
A ligação a Torres Vedras e à estrada do Bombarral foi tranquila, excepção às aproximações aos topos do Ameal e do Outeiro da Cabeça, onde o Vaza e o Xico, respectivamente, forçaram o ritmo, obrigando o pelotão a reagir. O segundo chegou mesmo a rolar com ligeiro avanço durante alguns quilómetros, sendo alcançado já depois do alto do Outeiro quando... aliviou os pedais. Até aí eu e o Freitas dividimos as despesas na condução do pelotão; tendo ele rendido o lugar ao Filipe até ao Bombarral. Quanto a mim, a ideia era mesmo expor-me ao desgaste.
E ainda mais o fiz, após o Bombarral, na subida do Sanguinhal, então a forçar mais intensamente. Os mais poderosos cerraram fileiras mas o pelotão seleccionou-se. Nos metros finais, o Vaza ultrapassou-me, em aceleração brusca, mostrando que está a atravessar uma boa fase. Depois, a passagem pelo interior do Cadaval foi repousante – tal como a paragem, em Martim Joanes, para satisfação das necessidades fisiológicas.
A chegada ao Vilar dava continuidade ao terreno irregular, desde logo com a subida para Vila Verde dos Francos. Mais uma vez, forcei o andamento depois de o Vaza ter metido o passo nas primeiras centenas de metros. Desta vez, a aceleração foi progressiva e pretendia atingir regimes mais elevados. Como tal, destaquei-me durante uma boa parte da subida, sendo absorvido já no final, por um grupo restrito conduzido pelo Vaza e o Carlos Gomes (pelo que me apercebi, salvo erro, foram eles que fizeram o trabalho da recuperação). O pelotão voltou a fraccionar-se.
O ritmo tranquilo imprimido no troço Vila Verde-Atalaia foi novamente a promover a reunião de todo o grupo, mas no topo de Freixial do Meio para a Merceana voltei a «carregar» no acelerador. Sempre eu a desestabilizar, peço desculpa aos demais!!! Os homens fortes voltaram a não vacilar e mostraram estar presentes nos derradeiros metros da curta ascensão.
Bem mais longa e empenhativa é a subida que liga Merceana ao Sobral. E o andamento não foi menos exigente. Voltei a impo-lo na primeira fase, sendo rendido pelo Carlos Gomes até ao descanso do cruzamento de Ribafria. Até que na rampa de Carmões o Vaza decidiu fazer das dele... Lançou um ataque surpreendente, de trás, curto e intenso, a que apenas os mais capazes conseguiram corresponder. Neste caso, corresponder é o termo correcto, uma vez que a movimentação teve precisamente esse objectivo: causar a ruptura, mesmo entre os mais fortes! Quando o autor deu por concluída a obra, consigo estavam apenas o seu amigo Xico, o Freitas, o Filipe e o Carlos Gomes - este mais tarde a agradecer o facto de o Vaza o ter prevenido do ataque com um... toque.
Já a acusar fadiga das sevícias que me vinha impondo e sem capacidade para reagir a preceito a tão brusca mudança de velocidade, fiquei para trás, procurando recuperar caso não houvesse (como temia...) interajuda entre o quarteto. Houve e deu para perceber que foi o Xico que tocou a rebate. Assim, os quatro começaram a render-se – e muito bem.
Por isso, teria de ter muito melhores pernas para alimentar a pretensão de os alcançar. E muito valeu a colaboração do Gil, que vindo de trás e depois de ganhar fôlego durante alguns quilómetros na minha roda passou várias vezes pela frente com grande eficiência. tendo sido fundamental para atingirmos o topo, no Sobral, com apenas 10 a 15 segundos de desvantagem. Logo que os homens da frente aliviaram a marcha, juntámo-nos rapidamente no jardim central. Média da subida: 29,5 km/h!
A partir daqui, houve uma separação no grupo, agora por opções diversas. Eu, o Carlos Gomes e o Gil continuámos, a bom ritmo, em direcção à Seramena e Forte do Alqueidão, enquanto os restantes decidiram relaxar, aguardando pelos retardatários.
A participação na subida para o Alqueidão foi, deste modo, bastante restrita. Após as primeiros rampas feitas pela «minha mão», o Carlos Gomes passou para a frente, imprimindo andamento que me colocou imediatamente em dificuldades. Resisti o mais que pude – até ao limite... que não foi muito além da passagem para o piso rugoso, já perto do alto, quando lhe larguei a roda. O cansaço e a forma deficiente não deram para mais... Mesmo assim, o tempo que registei foi apenas 20 segundos superior ao realizado há duas semanas, na volta de Montejunto. Nesse dia, a subida tinha sido muito mais atacada de início e as diferenças para o primeiro (o André) maiores.
O Gil, que ficara para trás praticamente no início da subida, acabou por não se juntar na descida para Bucelas, gerida com muita precaução devido ao piso escorregadio. Daí a Loures foi passo moderado, ainda assim a 32 km/h de média, e em amena cavaqueira.
Às tantas, o muito simpático irmão do grande ciclista Joaquim Gomes, que dele partilha os genes de bom desportista (além do timbre de voz inconfundível...), falava-me de como o mano lhe incutiu o gosto pelas bicicletas e de como, por sua vez, ele (o Carlos) o transmitira ao Gil, que está nítido crescendo de forma e motivação, no seguimento de muito bem conseguida integração no nosso grupo. Também abordámos o tema do meu «poço» de forma actual, as eventuais causas e implicações, tendo sido, com atenção e apreço, que retive as suas opiniões experientes. Grande aquisição, este Gomes!

Dados da clássica:
Distância: 132 km
Tempo: 4h18m
Média: 31 km/h

P.S. Faço, desde já, votos de boa sorte para os «nossos» participantes no fantástico Quebraossos, a rainha das clássicas ciclodesportivas espanholas.

sexta-feira, junho 12, 2009

Clássica do Bombarral: Nova hora de partida: 8h00

Por motivos da distância longa e temperatura prevista para domingo, a partida para a Clássica do Bombarral será antecipada para as 8h00, das bombas da BP de Loures.

quarta-feira, junho 10, 2009

Domingo: Clássica do Bombarral

No próximo domingo realiza-se a Clássica do Bombarral, na distância de 135 km. Trata-se uma estreia no nosso calendário, que reúne todos os condimentos para constituir excelente jornada de ciclismo: percurso multifacetado com muito sobe e desce e quilometragem «respeitável».
A partida é, como habitual, em Loures (8h30, nas bombas da BP) e tal como a chegada (rotunda, tal como na Clássica de Santarém). Segundo o formato de Clássica, não estão previstas paragens de neutralização para reagrupamento (deve, sim, em caso de incidente, como furos, quedas ou satisfazer necessidades fisiológicas, decidas colectivamente. Logo, é imprescindível aos participantes o conhecimento rigoroso do percurso (acima descrito).

terça-feira, junho 09, 2009

Desilusão Covatilla

A minha participação na Clássica espanhola Lale Cubino 2009 foi uma tremenda desilusão. Nem sequer cumpri os «serviços mínimos» de concluir, na íntegra, o percurso principal da prova, na Estância de Esqui de La Covatilla (montanha de categoria especial), terminando a minha prestação na cidade de Béjar, na distância curta (130 km).
Motivos para o fracasso: falta de condições físicas para suportar as fortes intensidades, principalmente em subida (!?), de uma prova com enormes exigências, de relevo e de nível de participantes. Mais: ao não adequar o andamento às referidas limitações físicas, provocou-me desgaste acrescido e incapacidade de recuperar dos esforços... até ao desfalecimento final, aos 110 km, na subida do Cristobal (2ª categoria). A partir daí, arrastei-me até Béjar (cidade-base da prova), desde logo sem ilusões de conseguir transpor a duríssima montanha final. Ao tentar fazê-lo, colocaria em risco a integridade física, a própria saúde inclusive. E não havia nada, obviamente, que o justificasse!
Na realidade, apresentei-me em forma física deficiente para as pretensões que alimentava para esta prova. Quanto a isso, não há a mínima dúvida. As razões? Podem ser diversas e ainda nenhuma verdadeiramente indiscutível. A mais evidente é a de o corpo não ter correspondido, fazendo sobressair os sintomas negativos que vinha denunciando nas últimas semanas – e que tiveram como epicentro a Clássica de Montejunto, no passado dia 31 – e que aqui relatei. Todavia, não pareciam tão graves sinais que determinassem um desfecho tão desastroso. Ou talvez sim? Nestas provas, paga-se bem alta a factura da condição física deficitária e/ou a falta adequação desta ao andamento (empenho/ritmo) que se imprime. Falta de experiência nestas andanças não é justificação para erros de auto-avaliação. A ambição, sim!
Para mim, a prova teve quatro momentos: do início até cerca de 35 km, em que a imediata colocação no pelotão da dianteira permitiu economizar forças mesmo rodando a alta velocidade; um segundo momento, em que mudanças fortes de ritmo em subidas curtas fizeram disparar a pulsação para níveis anormais (e já indiciadores de que algo estava mal...); um terceiro momento, na subida do Portillo (1ª categoria), em que nunca consegui meter o «meu» ritmo, confortável, subindo com a pulsação (demasiado alta) desajustada à performance (medíocre); e o quarto e último momento; a sucessão de duas subidas (3ª e 2ª categoria) que se seguiu à descida do Portillo, onde foi clara a perda de rendimento e o acelerado esvaziamento, ao ponto de, às tantas, não conseguir suportar o ritmo (exigente) do grupo onde vinha incluído, e onde também estava também o Freitas, obrigando-me a «largar» e a cumprir ao ralenti a secção final até à cidade-base da prova. Em apenas 20 km, perdi 10 minutos para este grupo, o que demonstra bem a dimensão do «empeno». À semelhança de 2007, embora por motivos diferentes, a aventura internacional este ano foi uma desilusão.

Quanto aos demais companheiros de aventura, apenas o Hugo Silveira «Garfield» pode lamentar, tal como eu, não ter cumprido o objectivo de não ter subido à Covatilla.
O Filipe Arraiolos fez, no meu ponto de vista, uma excelente prestação, sempre colocado em posições cimeiras, terminando na 55ª (entre 263 que subiram), com o tempo de 5h19m56s. A subida, fê-la em 1h16m.
O Freitas demorou mais 6 minutos, 3 dos quais perdidos na subida final (1h19m). Esteve muitos furos acima do desempenho do ano passado. Realizou 5h25m e fez 64º lugar.
O Hugo Lopes «Maçã» foi vítima de furo nos primeiros quilómetros do Portillo, fez muito boa prova, de trás para a frente (com desvantagens e vantagens de ter de integrar grupos mais lentos), e foi o autor da melhor subida (do nosso grupo) à Covatilla (1h15m, menos 1 minuto que o Filipe). Gastou 5h32m e foi 79º.
O Salvador foi «grande», deu o exemplo, geriu muitíssimo bem as forças ao longo do percurso e concluiu a prova, a quase 2000 metros de altitude, com o tempo de 6h05m (154º lugar). Muito bem!

quarta-feira, junho 03, 2009

As imagens do que nos espera...


Imagens reveladoras das duas principais dificuldades montanhosas da Clássica Lale Cubino: a primeira, da fase mais dura da Covatilla (4 km a 10% de inclinação média, de um total de 17 km de subida a 6%); e a segunda, de um dos muitos «ganchos» do Portillo (10 km a 7%).
No próximo domingo, lá estaremos, para desfrutar do ciclismo: Ricardo, Freitas, Salvador, Filipe Arraiolos, Hugo Garfield e Hugo Maçã.
Agradeço, por todos, os vossos incentivos!
P.S. Para o Mário Fernandes, um cumprimento especial; pelo enormíssimo exemplo de desportivismo e de carácter!

segunda-feira, junho 01, 2009

Montejunto abrasador

A Clássica de Montejunto foi provavelmente a mais animada, intensa e disputada dos últimos anos. E sem dúvida, também a mais exigente. Para tal, contribuiu, uma vez mais, o alto nível, empenho e competitividade que os seus participantes lhe conferiram: não só habituais e os que começam a ser com grande distinção, casos do Carlos Gomes, do Gil e do «Duatleta», como também os novos e estreantes. Destaco (outro) meu conterrâneo (maillot Orbea azul), tal como o Capela e o Mota, de que, aliás, é companheiro de andanças... – e que foi uma das principais figuras da escaldante manhã de domingo. Abrasadora em todos os sentidos.
Na subida de Bucelas para o Forte do Alqueidão, o Freitas marcou, desde logo, o compasso, impondo ritmo impróprio a conversas no pelotão que, curiosamente, saiu de Loures quase sem elementos do Pina Bike, o que é sintomático de que, sem contra-relógios por equipas, a coisa vai mal... De qualquer modo, parece que está em curso um processo de renovação que se aplaude, com presenças cada vez mais assíduas dos ciclistas que já referi, como o Carlos Gomes, o Gil, etc.
Enfim, regressando às incidências da volta para referir que o excelente trabalho que o Freitas vinha desenvolvendo – o andamento era muito bom, certinho, à média de 27 km/h... - foi interrompido, de rompante, à saída de Arranhó - quando o André decidiu atacar! O Freitas nem reagiu, saiu para o lado e meteu o seu passo. Mas o pelotão desagregou-se rapidamente entre os que seguiram como o André (Filipe Arraiolos e Carlos Gomes) e os que ficaram em posição intermédia, a perseguir na minha roda.
Ao ter prescindido de juntar-me ao trio nos primeiros instantes da sua iniciativa, procurando não criar grande impacto muscular e progredir gradualmente (meu objectivo na saída de grupo de ontem), acabei por, ao invés, expor-me ao desgaste. Porque, ao contrário do que pensei, os fugitivos não pararam. Pior: depois dos ferro-velhos ganharam dois «aliados»: o Rocha e o Manso «Cancellara», que passaram imediatamente à condução do agora quinteto. Uma acção não intencional mas que merece reparo: fi-lo logo na altura, aos próprios. Creio que acertadamente. Mas só isso. «No pasa nada, chicos!».
Nos últimos 5 km da subida (10 minutos a 29 km/h) o esforço foi condizente com as batidas cardíacas: 178 (média). O tempo total da subida: 24minutos, a 28 km/h (apenas alguns segundos mais que o melhor registo, com a precisosa ajuda do «trem do Infantado»: o Renato Hernandez, pois claro!
No Alqueidão estávamos novamente todos juntos, de onde seguimos, tranquilamente, descendo para o Sobral e para a Freiria, onde o Freitas chegou (já depois de Carmões) vindo de trás... e logo partiu. Ou tentou! A reacção do grupo foi pronta, mas o andamento voltou a aumentar, mantendo-se mesmo após a Merceana, com a chegada de mais dificuldades do relevo e novas acelerações.
Nessa altura, voltei a optar por ir... paulatinamente, de trás para a frente. Mas voltei a ter de pagar as despesas da perseguição, e o resultado foi o mesmo do Alqueidão: esforço redobrado. Ainda assim, longe daquela intensidade.
No final da subida da Atalaia, juntámo-nos (estive sempre na companhia do Ruben) ao grupo principal, que, por sua vez, alcançava o grupo principal do Pina Bike - entre outros, o Pina, o Salvador, Steven, ZT, etc. - e o Chico, o Vaza e mais um ou dois colegas. Pareciam folgados... e prontos para as agruras de Montejunto.
A subida estava prestes a iniciar-se e quando nela entrámos, éramos, por fim, um verdadeiro pelotão, bastante numeroso e bem recheado. O André revelou, nas primeiras rampas, a sua intenção: estava forte e queria que o ritmo fosse alto. Atacou e distanciou-se cerca de 50 metros. No seu encalço formou-se um grupo com cerca de 5/6 elementos: Vaza, Chico e os seus colegas, o Filipe Arraiolos e o Carlos Gomes faziam parte dele.
Eu decidi entrar cautelosamente, procurando estabilizar logo o pulso e o ritmo e depois partir para outras «aventuras». No entanto, não demorei muito a aperceber-me que algo ia mal, principalmente o pulso, que se meteu acima das 180 e não havia maneira de o baixar.
Entretanto, o André teve de aliviar e foi alcançado. Primeiro pelo grupo intermédio, mesmo subtraído de alguns elementos, e depois por mim e pelo Ruben (sempre inseparável). Durante a fase intermédia da subida, o mini-grupo manteve-se unido, apesar de mais um ataque do André. Na condução, eu e o Chico. E o meu coração sempre a tocar e mesmo a ultrapassar as 180 (ou seja, daí para cima só margem para acelerações breves) e o andamento nem sequer era «do outro mundo». Pelo contrário, até acessível, como depois se aferiu no tempo final (indicação mais à frente).
A movimentação decisiva partiu do... Ruben. Muito boa! Acelerou e só o André conseguiu (ou quis!) responder. E com dificuldade. Os dois ganharam cerca de 20 metros ao grupo, cada vez mais reduzido (Chico, eu, Filipe [furou após a descida antes do quartel], o Carlos Gomes e o tal «Orbea»). Na última secção da subida, após o quartel, os dois fugitivos consolidaram a vantagem. Não a aumentaram, mas mantiveram-na, sem dar hipóteses de recuperação aos demais. A 500 metros do alto, o Ruben tentou acelerar, mas o André (que se mantinha na sua roda) respondeu bem e passou ao contra-ataque. Fulminante! Disparou encosta acima e deixou o Ruben pregado. Sem demérito deste, que fez uma extraordinária subida, mas por todo o mérito do André, que demonstrou ser o mais forte este domingo em Montejunto.
Lá atrás, tentava-se reduzir prejuízos. O grupo partiu-se. O Chico quebrou, o Carlos Gomes perdeu alguns metros e eu tentei ainda aproximar-se do Ruben. Mas nos 200 metros final, com o coração a 185-188, e pior, em sofrimento, (agravado pelo sufoco dos 33 ºC que se faziam sentir no alto de Montejunto!), abdiquei, sendo ultrapassado pelo «Orbea» e pelo mano Gomes (do Joaquim, esse mesmo!)
Conclusão: tempo de subida: 26m58s. Praticamente o mesmo da 2ª subida do treino do domingo anterior (+8 s), mas 13 pulsações, em média, a mais (178)! Ou seja, muito menor rendimento para igual performance! O calor? O cansaço após ciclo de duas semanas muito intenso? Podem ser algumas explicações, muito mais que os esforços acumulados, como referi, na primeira fase do percurso.
No regresso, esses factores agravaram-se. Partilhei com o Freitas a primeira fase da longa subida Merceana/Sobral, com passo rijo e boas sensações (apesar do calor...), mas coube ao surpreendente «Orbea» a parte final, a espaços, com a colaboração do Filipe Arraiolos, manterem o andamento elevado. Andou-se muito bem desde o início: 29 km/h.
O andamento foi ainda mais alto da Seramena para o Alqueidão, desta vez por iniciativa do «Orbea», que meteu logo no início da subida pedalada fortíssima, que só o Filipe e o André conseguiram acompanhar. O André, ao seu estilo, deixou-os para trás na fase final, enquanto eu e o Ruben (sempre ele...) sofremos para manter a distância. Nas últimas centenas de metros, rebentei mesmo e dei por terminada a minha «actuação», decidindo, de imediato que, a partir daí, só «deslizaria» até casa para evitar males maiores.
Por isso, quando o Freitas e o Carlos Gomes passaram, de trás, convidando-me a juntar-me para a descida, enjeitei o convite. Até Bucelas ainda vi passar, em grande estilo, o grupo dos Pinas, com o ZT (salvé!) muito empenhado à cabeça. E ouvi, do André (que vinha para trás, para seguir pela Tesoureira para casa), votos de boa sorte para a prova espanhola, do próximo fim-de-semana. Registei!
Na fonte milagrosa de Bucelas – como a água estava fresquinha! - aguardavam-me os restantes homens da frente. Despedimo-nos, desejando que a semana que agora entrou seja de profícuo descanso.
No regresso, calmo, a Alverca, finalmente tive oportunidade de dialogar com o «Orbea». Embora, sem lhe perguntar o nome (por lamentável esquecimento) felicitei-o pelo excelente desempenho, endereçando-lhe convite para se juntar mais vezes ao nosso grupo.

No final, contabilizei 4h55m e 136 km (volume, conforme ao objectivo), quase 29 km/h de média (boa, muito boa) e 149 de pulso (alto...), mas mas maus foram mesmo os 40 minutos a regime anaeróbio (mais de 175).
Já hoje de manhã, fiz um treino leve (1h05) e as pernas pareceram ter recuperado bem, até muito melhor que nas semanas anterior. Logo esta última, que foi especialmente intensa (quarta, sexta e domingo) e uma das mais volumosas da temporada (15h00). Bendito domingo de folga e papo para o ar.
Além disso, o peso caiu para 69 kg! Já está 1 kg abaixo do que perspectivei. É o efeito do calor. Agora, descansar, descansar até ao ataque à Covatilla!!