quinta-feira, dezembro 28, 2006

Volta de Consoada

Na véspera de Natal, para abrir o apetite para a ceia da Consoada, a volta domingueira teve percurso inédito. Na primeira parte, por trajecto já muito batido, até Cruz do Campo, mas a partir daí, em carrossel constante por Pontével e Aveiras, seguindo-se a ligação a Ota por Vale do Brejo e regresso tradicional por Alenquer. Para calmeirões roladores, está claro!
A primeira metade da etapa foi marcada por uma longa escapada, protagonizada por dois combativos do nosso pelotão: Salvador e Daniel. Surpreendeu mais o segundo, que alertara no início da tirada que vinha de uma paragem de um mês… Mas há coisas que nem o espírito natalício altera!
A aventura foi, como se disse, duradoura e começou a desenhar-se no selectivo empedrado de Vila Franca, onde há sempre quem se preocupe pouco (ou mesmo nada) com a maldita tremedeira. Aqui, a referida dupla carregou nos crenques, enquanto, atrás, o pelotão optou por aliviar.
Não demorou, assim, a que a distância abrisse até se perder o contacto visual. Este só foi retomado na ampla depressão da estrada junto ao cruzamento de Aveiras, muito tempo depois da perseguição se ter iniciado – precisamente em Vila Nova da Rainha. Por alto, a vantagem máxima dos fugitivos deve ter ascendido a 3 minutos, uma vez que, na primeira medição (a olho), rondava os 2 minutos.
No entanto, o trabalho do Durão a partir do momento em que teve as «presas» em mira foi demolidor e logo a seguir ao cruzamento de Cruz do Campo (3 km depois) já as tinha «caçado». De resto, nesta altura eram visíveis as dificuldades do Daniel em acompanhar o seu parceiro de aventura.
A partir daqui, respeitou-se o espírito da quadra e não voltou a haver hostilidades relevantes, assistindo-se a uma enorme disponibilidade para atenuar as diferenças que se foram produzindo com o acumular da fadiga – e que, além do desmedido Daniel, também afectou o João Santos.
Deste modo, o regresso fez-se com pouco mais que o «peso dos sapatos» — um desperdício, uma vez que o vento soprava a favor. Aliás, quanto a isso, às tantas, o Duarte fez um comentário muito certeiro, em jeito de crítica à iniciativa madrugadora do Daniel e do Salvador. «Vão contra o vento a 35 por hora e depois a favor… apenas a 25».

Nota de observador

Sintomática a forma como o Duarte se negou a manter o andamento do pelotão a quase 40 km/h, quando o Durão lhe cedeu a liderança do pelotão no topo de Vila Nova da Rainha, no início da perseguição, a sério, aos dois fugitivos. Não estava para entrar em correrias, revelando muito pouca habituação a este grupo. Ou será que não estava para se expor?…

Chegou-me aos ouvidos que o empertigamento do Salvador se deveu a uma espécie de resposta aos maus tratos que lhe infligiram no domingo anterior, durante a volta da Abrigada. Penso que os seus intentos foram alcançados. Afinal, a fuga durou mais tempo que é habitual – prova do bom trabalho dos fugitivos – e obrigou a um trabalho de choque do Durão, a partir do cruzamento de Aveiras, para a anular rapidamente (e pergunto porquê, já que foi nesse preciso momento que estava restabelecido o contacto visual depois de longos quilómetros «às escuras»?). Mas aqui também me pareceu que as forças lá à frente já iam justas. Por isso: valeu, camaradas, porque a coragem do Daniel também merece elogio…

Para mim, foram proveitosos 147 km, nova melhor marca pessoal na pré-temporada.

Bom Ano!

segunda-feira, dezembro 18, 2006

Voltas duras e outras especialmente duras

Há voltas naturalmente duras e há voltas especialmente duras. A diferença entre ambas pode ser, por exemplo, quando ciclistas especialmente fortes por qualquer razão se destacam do pelotão e o «obrigam» a perseguir intensamente durante muitos quilómetros. Foi isso que sucedeu, na aproximação à Ota, quando o Miguel e o Nuno Garcia se isolaram do grupo, ganhando rapidamente uma distância considerável (chegou a ser quase um minuto), que forçou o pelotão (ou que restava dele após ter perdido metade dos elementos no Carregado) a cerrar fileiras na perseguição, que durou desde o início do topo da Ota (EN1) até ao cruzamento da Labrugeira, mais de 15 km.
Resultado: a volta endureceu… especialmente, ganhando um nível bastante elevado de exigência, que a tornou altamente selectiva. Assim, dos elementos que compunham o grupo perseguidor original apenas eu, o Durão e o João Santos conseguimos fazer a junção.
Felizmente, o Pedro estava em «dia não» e começou a sentir dificuldades ainda antes do andamento aumentar, optando, muito bem, por ficar por sua conta. Todavia, o Salvador, o ZT e o Roubaix não resistiram ao ritmo da perseguição. Muito cedo, o Salvador, logo no topo da Ota, e mais tarde também os restantes, no troço Abrigada-Labrugeira. O pior caso foi o ZT, que acabou por pagar pela insistência (e foi muita!), cuja factura foi um final penoso.
Os responsáveis já foram aqui denunciados – Miguel e o Nuno –, mas, por aquilo que deu para ver cá detrás, terá sido muito mais o primeiro. Assim sendo: grande classe, sr. Louco Imprevisível! Óptimo andamento, sempre muito regular, denotando bom apuro de forma nesta fase inicial da temporada, sem que constitua prenúncio de uma precocidade negativa, mas, pelo contrário, uma base já muito sólida para todo o trabalho que aí virá.
Aliás, o «grand finale» estava reservado para o Alqueidão, onde, com ele, recriei o interessante mano-a-mano de A-dos-Loucos, há cerca de dois meses. Fez-me recordar, igualmente, uma célebre subida da Mata, em que também impus o ritmo (naquela altura muito constante, ao contrário deste, muito irregular) e que, como agora, ele soube resistir e obrigar-me, no final, a estrebuchar para recuperar a sua roda – que, cheguei a ver à distância de 2/3 metros. Assim vale a pena sofrer! Por isso, deixo desde já o repto para um reencontro em breve. Creio que concordas que momentos destes valem o esforço de te levantares da cama um bocadinho mais cedo para estar à partida de Loures. , É certamente unânime, no grupo, a opinião de que deveria ser mais assídua a tua presença. Para benefício mútuo…

P.S. O mesmo se estende ao Nuno Garcia, que ontem deu mais uma demonstração cabal do seu calculismo no treino invernal, ao reservar-se a ajudar efectivamente o seu companheiro de fuga, que, aliás, nunca pareceu reinvidicá-la, facto que só abona a favor da inabalável confiança (amizade) existente entre ambos.

Notas de observador

Elogio ao desempenho do Durão e do João Santos, que, na véspera tinham roçado os 150 km. O Carlos do Barro fez-lhes companhia nessa longa tirada, mas ontem optou por fazer um treininho mais higiénico, encurtando o trajecto no Carregado, com mais alguns. Foi o melhor que fez, porque seria muito difícil limpar o ácido!

O Durão é um atleta acima da média, uma força da natureza, mas, por vezes, a ânsia tolhe-lhe o discernimento. A perseguição de ontem foi um bom exemplo. Creio que teria mais a ganhar e a dar, se não fosse tão impaciente, tendo querido «liquidar» a fuga o mais rapidamente possível, quando a categoria dos fugitivos desaconselhava precipitações sob pena de infringir dura tareia, em si e nos demais do grupo perseguidor. Bastava ter lido mais ponderadamente a situação (à frente, só o Miguel trabalhava, e havia que saber rentabilizar a nossa vantagem numérica) e também confiado mais nas suas próprias capacidades (mesmo com os músculos pisados do esforço da véspera) e nas dos seus parceiros também! E a volta não acabava na Atalaia!

terça-feira, dezembro 12, 2006

Voltas planas, mais fáceis? Puro engano!

As voltas esmagadoramente planas são, de facto, um engano. Pode ser que as diferenças sejam menos evidentes, a malta vá toda junta, converse, dê para comer à vontade, parar para encher os pneus e haja furos sem que fiquemos fora do horário previsto.
Mas quando se tem de fazer 120 km sem deixar de pedalar (pelo menos quando há subidas, também há descidas!), grande parte deles contra o vento, a situação muda de figura. Mal ficam os «levezinhos» abaixo dos 70 kg (ainda bem que, por enquanto, tenho mais 3!) quando, a espaços, têm de seguir os ritmos dos roladores possantes.
Pois, há ocasiões em que uma pessoa está no local errado, à hora errada, e o Hélder foi uma delas. Regressado ao convívio do grupo após longa ausência, certamente terá saudades do tempo em que chegava e «massacrava». Eu que o diga! Agora quando vem, começa a ser hábito sair «massacrado». E se até algum tempo era porque, de certo modo, subavaliava as potencialidades do grupo ou sobreavaliava as suas, pagando pelos excessos que cometia, agora começa a vergar-se às dificuldades inerentes ao esforço de uma tirada com este grupo e determinadas «exposições ao perigo», como foi ter ficado com o João Santos, quando este furou pouco depois do cruzamento de Alcochete/Porto Alto – além dele, também eu e o Freitas.
Os cerca de 8 minutos perdidos para o pelotão foram recuperados em menos de 15 km! Como? A 38-40 km/h contra o vento ao estilo de contra-relógio por equipas, inicialmente por revezamento contínuo (sempre a passar pela frente) e depois dos primeiros sinais de fraqueza, a cada 20 segundos. É um exercício difícil, muito duro. Digo-o eu que gosto pouco (ou dou-me mal) de rolar a alta velocidade e muito pior contra o vento. E o percurso até era um falso plano descendente – como seria se tivesse sido entre Porto Alto/Infantado e Alcochete, que é precisamente inverso? Assim dá para ver que contra-relógio por equipas é mesmo «aço»! Ainda mais só com quatro ciclistas. Descansar? Qual quê!
Bem… e não foi mais exigente porque a partir de metade do troço aliviou-se os pedais para não perdermos homens pelo caminho. Há locais e horas erradas!…
P.S. Apesar do esforço, foi um momento muito interessante, até pelo próprio exercício em si. Mas tenho de reconhecer que houve uma parte da volta muito mais dura, que me deu cabo do resto… aos 120 e tal km (num total de 143 km). Talvez tenha passado «despercebida», mas, para mim, a ligação Vila Franca-Alverca foi uma loucura. Talvez o Durão possa esclarecer melhor!

sábado, dezembro 09, 2006

Todos p'á paragem!

A velha máxima, a atirar para o «filosófica», que diz mais coisa ou menos coisa que «a cada dia se aprende algo novo», não fica mal aplicada às nossas voltas domingueiras, dignas de compêndio. A tirada que se realizou esta sexta-feira, então, foi uma autêntica lição prática de ciclismo à chuva, de uma utilidade extrema, principalmente para os mais leigos como eu. Desde já, fica a saber-se que as regras de bem andar bicicleta ditam que, na iminência de uma violenta bátega de água – ou seja, quando céu se torna naquele cinzento ameaçador que não engana -, deve abandonar-se a estrada o mais rapidamente possível e tentar encontrar um local que sirva de abrigo. Dizem também as regras que à falta de melhor resguardo da intempérie, não fica nada mal recorrer à primeira paragem de autocarro que se avistar.
Nestas coisas os nossos dão os melhores exemplos, por isso seguiram à risca as directrizes para fazer face este tipo de condições meteorológicas adversas. Como as que ocorreram esta manhã, à chegada ao Forte de Alqueidão, onde tive o privilégio de assistir aos procedimentos que se deve ter nestas situações, e que não são mais que debandada geral às primeiras gotas em direcção ao improvisado aconchego: no caso, uma bela paragem. De cimento e mal caiada, por sinal.
Também foi um enorme ensinamento observar a capacidade de gestão de tão exíguo espaço, onde couberam, sem acotovelamentos, cinco ciclistas e respectivas bicicletas. Momento inolvidável que ficará conhecido como a «fuga-para-a-paragem-e-lá-ficar-enquanto-esteve-a-chover».
Cinco donzelas com medo de estragarem o penteado! Tinha mesmo de cá andar neste grupo há alguns anos para assistir a uma situação destas! Resta dizer que o «aprendiz» aqui, ficou às voltas, para a frente e para trás, à chuva, até S. Pedro se envergonhar daquelas figuras.
Já agora apresento as candidatas a Miss Paragem. A saber: Durão, Pintainho, João Silva, Carlos e o Roubaix.
Além desta, houve mais uma «lição» a retirar desta volta. O Pintainho ficou a saber, na pele, que não são precisas inclinações acima dos 15% para arriscar a ficar apeado – mas sim a fadiga de uma forma geral. Esta advém do esforço, e este não se quantifica apenas através do factor-desnível, mas também da distância, velocidade e outros ainda mais importantes: a alimentação e a forma física. E é este último que parece faltar actualmente ao nosso camarada da roda cardada – que começou a sentir grandes dificuldades curiosamente quando o relevo lhe era mais propício, depois de muitos quilómetros planos. De qualquer modo, o vento que fazia na subida do Sobral favorecia, de facto, os calmeirões e nada quem tem tão pouco peso e pedala tão leve. Depois foi a Louriceira, as caimbras e o penoso regresso. Rapaz, é melhor adiares as quatro subidas de Montejunto que querias para hoje.
Ah, e que grande subida fez o Carlos para o Alqueidão! Impressionante o momento e a forma como atacou. E só não deu para chegar isolado ao alto porque o Durão fez uma perseguição homérica!

terça-feira, dezembro 05, 2006

Torres: provar o alcatrão e surpresa «Roubaix»

Provar a consistência do alcatrão não é coisa que dê muita saúde, mas quando a perícia não é muita e o piso parece manteiga, o melhor que se pode pedir é cair muito devagar, de preferência quase parado. Tombar, porque não! Foi o que me sucedeu ao «facilitar» ao atravessar a passagem de nível de Runa. Resultado: corpinho ao chão, pequenas escoriações no braço direito, que está apenas dorido. Mais importante (quando nada se passa connosco), a máquina passou incólume – e nem é preciso pedir à mãe, eterna, para dar um «pontinho» na camisola.
Tudo isto por culpa da chuva, que nos pregou uma partida de manhãzinha. Depois parou, felizmente, mas de sol nem pinga para secar o raio do asfalto. Assim, foi com precauções redobradas que o grupo (pequeno) se fez à estrada, a caminho de Torres Vedras, pela Malveira. Andamento moderado até à Venda do Pinheiro, com a subida da Freixeira praticamente desprezada. Aqui juntou-se o grande Abel, de regresso às lides após prolongado afastamento. Ainda está meio enferrujado, naturalmente!
A descida de Vila Franca do Rosário foi lidada com pinças, embora o Carlos estivesse muito activo na frente (pouco habitual naquele terreno), não deixando o ritmo cair. Mesmo assim, deu para a pulsação baixar das 100 bpm – o que mesmo aí é raro! Por isso, para não arrefecermos, o Freitas meteu o seu passo de cruzeiro em direcção ao Turcifal e eu na subida para Catefica. Os demais não perderam a compostura e mantiveram-se à margem, negociando a ascensão com relativa tranquilidade.
Seguiu-se para Torres, calmamente, mas à saída do parque de merendas dos Cucos a forte inclinação levou aos primeiros queixumes. «Dói aqui, dói ali, fico já aqui, devia ter ficado ali…» Nada que destoe de uma manhã de Inverno em que andar de bicicleta era pouco menos que uma actividade contra-natura.
Os «ais» subiram de tom à entrada de Runa, eu, porque fui ao chão, e à saída, os mais impressionáveis com a visão terrorífica da rampa do campo de futebol. Pois bem, o Fantasma, ontem campeão das lamúrias, tirou bilhete, convencendo facilmente o João Santos a acompanhá-lo no desfile do arrasto. Os restantes empenharam-se em ultrapassar, com estoicismo, a dificuldade. Bom exemplo.
Logo a seguir, a subida de Dois Portos (ai, ai mais uma passagem de nível!) para o Sobral foi muito interessante, com o novo recruta (Specialized Roubaix) que saiu connosco de Loures, a impor um ritmo para malta de barba rija, seleccionando desde logo o grupo. Além dele, Carlos, o Durão eu e o Salvador – este a perder o contacto à entrada do último km. O trabalho foi excelente, digno de trepador. Cadência elevada e pedalada fácil. Naturalmente desgastado nas últimas rampas, não conseguiu resistir à mudança de velocidade final, embora não sem lutar com elogiável bravura. Estava carimbado o visto para a entrada no nosso grupo - logo queira. O Carlos acabou também por beneficiar do trabalho do Roubaix, efectuando também uma excelente subida.
Foi então tempo de aguardar pelos dois retardatários. Esperar não, desesperar! O Fantasma encontrou finalmente maneira de se ver livre do Salvador.
O Roubaix voltou mostrar virtudes na subida Sobral-Forte de Alqueidão, «agarrando-se» até aos últimos metros depois de aguentar(mos) a «talega» do Durão desde a Seramena.

sábado, dezembro 02, 2006

Daniel, Fonotel... e muita garra!

A primeira etapa da jornada dupla deste fim-de-semana ficou marcada pelo regresso em grande do Daniel. Senhor de uma silhueta mais esguia, esteve em superactividade durante quase toda a tirada, e não, como antes, apenas nas partes planas, o seu terreno predilecto. Uma prova de força que serviu para demonstrar que o trabalho de «casa» durante a longa ausência das lides domingueiras - que inclui «evoluída» dieta alimentar - está a dar bons frutos, e foi resposta cabal a dúvidas que subsistiam em relação ao «método».
Sempre com andamentos pesados (a sua imagem de marca), foi presença constante nas posições cimeiras do pelotão, e não menos frequentes foram as ocasiões em que o andamento que impôs causou fraccionamentos no grupo, além de forçar, com isso, a múltiplas perseguições.
Aliás, nem o revelo não foi grande obstáculo. Nas sempre selectivas ligações Bucelas-Alqueidão e Cadafais-Arruda relevou-se em evidência, principalmente nesta última, onde teve ensejo de escapar, na companhia do Salvador, no seguimento de uma iniciativa que acabou por ser marcante na volta.
O motivo: «companhia especial» de três jovens da equipa Fonotel que se tinham juntado a nós em Cadafais e que se mostraram (ainda) mais excitados que os «indomáveis» Pina Bike. Primeiro, pouco depois do duo se ter adiantado, um deles «saltou» rapidamente na perseguição - enquanto justificava a sua decisão com o facto de a Fonotel não ter ninguém na fuga…». Ok, tínhamos corrida!
E ainda não satisfeito, após de ter alcançado os nossos rapazes, passou imediatamente a impor o ritmo, por sinal forte para ambos, já que os colocou em dificuldades. O Daniel não demorou a tirar bilhete e o Salvador também ficou na ponta do elástico.
Lá atrás, e eu o Durão liderávamos o pelotão, em andamento moderado, com aparente despreocupação. Até que… saiu mais um elemento «hostil», numa manobra que me pareceu desproporcionada, passível de acção em legítima defesa. A ousadia merecia resposta. Acelerei, então, o passo à frente do pelotão, o que levou à selecção dos que eram capazes de tentar fazer a recolagem (Durão, João Santos e… o terceiro Fonotel), que veio a concretizar-se no último topo.
Além desta «cena quente», que o 3º Fonotel fez questão de «condenar» em nome dos seus colegas (miúdos!), a tirada voltou a ter mais animação de Sacavém para Apelação. O ritmo que impus foi médio/alto e só o Salvador (além obviamente do Durão, que, todavia, virou à esquerda para Camarate à entrada de Apelação) correspondeu, com impressionante garra. Mesmo cedendo algumas dezenas de metros antes da Apelação, não baixou os braços e juntou-se a mim no alto de Frielas. No entanto, o ZT e o Carlos, que pareciam definitivamente para trás, estavam realmente no nosso encalço e em Frielas já formávamos um quarteto. E em Ponte de Frielas chegou também o Vidigueira - e «partiu» imediatamente, pois virou para Sto. António dos Cavaleiros).
Mas a «coisa» não iria ficar por aí. Os meus companheiros estavam determinados - percebi-o no olhar desafiante do ZT (assim é que é rapaz!) e nos topos da nova variante do Loures Shopping quis livrar-me deles, embora sem êxito, perante as respostas muito efectivas do Carlos e principalmente (porque menos habitual) do ZT (que apesar de muito resguardado durante a volta está a subir cada vez mais de forma). De resto, só o Salvador descaiu ligeiramente, mas, de todos, era o mais desgastado. E no Infantado, lá estava ele! Já agora onde esteve o seu inseparável Fantasma para não dar as caras!?