quarta-feira, janeiro 27, 2010

Domingo: Pontével

No próximo domingo, o percurso da volta passa lá para as bandas de onde se realizou a do último fim-de-semana. De resto, existem muitas passagem que são semelhantes, nomeadamente na saída de Loures para Alverca e depois na EN10 até ao Carregado.
Daqui, segue-se pela EN3 para Azambuja e Cruz do Campo e daqui, à esquerda, para Pontével (trajecto inverso ao do passado domingo). Como se vê, em terreno quase sempre plano. A ligação de Pontével a Aveiras de Cima e à Ota é o mais acidentado da jornada, embora sem subidas dignas desse nome.
A planura regressa após a Ota no retorno a Alverca, onde se continua, em frente, pela EN10, até Sacavém. Aqui inicia-se a única dificuldade do relevo, embora em ascensão suave até a Apelação, descendo, em seguida, para Loures.A facilidade do percurso pode voltar a propiciar elevadas velocidades, como no domingo de Manique, que, a juntar à distância longa da tirada e à subida para Apelação, perto do final, pesarão certamente nas pernas.

segunda-feira, janeiro 25, 2010

Manique: a crónica

A volta de Manique do Intendente não foi a que teve a média horária mais elevada, mas terá sido, certamente, uma das que proporcionou sessões contínuas de maior... excitação. O epicentro foi a passagem pelo troço de Manique e Massuça – como seria previsível devido ao relevo mais acidentado -, mas as ondas de choque prolongaram-se a Pontével, chegando a Azambuja e até a Vila Franca. Os estragos foram, naturalmente, avultados e a partir do primeiro abalo só restaram os mais fortes e disponíveis para enfrentar cavalgadas tão intensas em fase inicial da temporada. Estes formaram um grupo restrito, ainda assim em número suficiente para demonstrar que, nesta altura e tipo de terreno acessível, não é fácil alguém destacar-se. De facto, não houve, mas apenas um progressivo delapidar desse grupo na fase final da tirada.
Tudo sucedeu a partir, sensivelmente, de meio de um percurso com cerca de 130 km, até aí percorrido em andamento moderado – nesta fase a média não excedeu os 30 km/h – e em pelotão compacto, mais uma vez muito bem composto. A harmonia do colectivo resistiu à passagem pelo carrossel da Espinheira, ultrapassado sem excessos, mas logo que se saiu de Alcoentre para a ligação que caracteriza a volta (Manique-Maçussa) deu-se uma mudança brusca do figurino. Os homens-fortes do dia empertigaram-se à frente do pelotão e foi difícil conter-lhes o ímpeto ainda antes de Manique. Ficou evidente que a maioria se estava a preparar os «pontos quentes» do troço que, decerto, nem todos os conheciam. Bastou que os conhecedores «picassem» o andamento para os demais se colocarem de sobreaviso. Quem, como eu, por lá tinha passado não mais de duas ou três vezes, aguardava que o «frisson» culminasse na dita subida do cemitério, a primeira de duas ascensões curtas mas inclinadas daquele sector. A aproximação à subida, em descida rapidíssima, apressou a colocação das principais pedras nas posições cimeiras, sob o risco de se perder a dianteira. A abordagem foi poderosa, a exigir músculo. Quem fraquejasse um instante, ficava! E tudo se passou num ápice, destacando um pequeno grupo que, segundo creio, foi com raras excepções (ou mesmo uma única excepção) aquele que ultrapassou à segunda subida, a mais exigente, na Maçussa. Entre as excepções, deu-me a perceber naquele afogadilho, que a única confirmada foi a do Capitão, que passou estoicamente o «cemitério», fez a veloz descida no grupo da frente mas veio a claudicar no «muro» da Maçussa. Foi o único a sair do grupo formado pelos seguintes ciclistas: eu, Capela, Jorge, Rui Torpes, Renato, Duarte, Ruben e Carlos Cunha. Que, como disse, se manteve coeso apesar da intensidade não ter baixado na segunda subida, que o diga o «sacrificado» (Capitão).
Na parte mais acentuada (a 10-12% de inclinação), o ímpeto que tinha marcado a primeira subida e a fase inicial desta teve forçosamente de ser contido, permitindo melhor gestão e controlo. Mas logo que a pendente suavizou (sem que a subida terminasse), os ataques sucederam-se. E ao mais forte, do Torpes, acabei por vacilar, perdendo alguns metros com o Jorge – que viemos a recuperar com prontidão graças ao seu esforço exclusivo.
A partir daí, a correria desatou-se, à ordem do Duarte agora em colaboração colectiva, cruzando-se a toda a velocidade Pontével, Cruz do Campo até se deter só na Azambuja. Ficam aqui algumas médias, mais agudas para quem as sentiu na «pele»: Alcoente-alto da Maçussa (34 km/h); Maçussa-Cruz do Campo (43 km/h); Cruz do Campo-Azambuja (40 km/h). Aguardou-se então pelo pelotão... que chegou fragmentado.
Realizado o agrupamento, o ritmo não baixou – embora com a incomparável facilidade de o terreno ser plano. Meti primeiro o comboio a 35 km/h, mas antes de Vila Nova da Rainha, o incansável Capela elevou a fasquia para os 38-40 km/h. A outro nível em terreno plano, não há dúvida. Na aproximação ao Carregado, no topo do Campera, houve a «trolha» do costume. Com o pelotão já lançado, causou-lhe mossas definitivas. Azambuja-Carregado (36 km/h).
E depois veio o vertiginoso troço Carregado-Vila Franca, a... 44 km/h! Com a agravante de serem praticamente os mesmos protagonistas na frente. Mais trabalho para o Capela (impressionante!), mas também o Renato surgiu nalgumas acelerações desestabilizadoras, e também o Rui Torpes por lá passou. Poucos mais tiveram capacidade para os substituir à altura!
No sprint de Vila Franca sucedeu um episódio que foi prova já da excelente forma destes últimos. Na descida para a rotunda da A1, o «comboio» ultrapassou a todo o vapor um pequeno grupo que seguia mais ou menos tranquilamente (já o tínhamos avistado na neutralização da Azambuja). Ao precipitarmo-nos para a longa recta final para Vila Franca, de repente, passaram dois ou três elementos desse grupo como se não houvesse amanhã... Resultado: tocou-se a rebate no nosso pelotão, com os mais rápidos na perseguição como gatos a bofe: o Capela, o Renato, Duarte, o Cunha e, principalmente, o Torpes, aglutinaram-os literalmente.
Moral da história: que ideia foi aquela dos forasteiros!? No mínimo, não é cordial, para não dizer desrespeitoso, meter a foice em seara alheia. Mas, como disse, foi impressionante a capacidade de reacção dos nossos.
Após Vila Franca, o pelotão ficou ainda mais reduzido. E até Alverca, a 40 km/h, restaram ainda menos. O Capela e o Carlos Cunha ficaram «em casa» e só eu, o Torpes e o Capitão (grande!) abordámos, em solitário, a rampa da Sagres. Num derradeiro esgar de forças, apenas eu e o Torpes resistíamos em Vialonga.
Deixei-o a meio caminho do MARL, e no regresso a Alverca cruzei-me com alguns dos restantes elementos do vasto pelotão, espalhados por minigrupos. Um deles, o Jony, levou-me quase à porta de casa, ultrapassando a sua décima hora de treino este fim-de-semana! Brindámos com uma retemperadora Coca-Cola.

Para a semana, volta com as mesmas características, destacando-se a passagem por Azambuja, Pontével, Aveiras e Ota, e no final, o regresso a Loures por Sacavém e Apelação. Distância acima de 125 km, como nas últimas duas semanas.

quinta-feira, janeiro 21, 2010

Domingo: Manique do Intendente

No próximo domingo, a volta é a de Manique do Intendente, num percurso que não é esmagadoramente plano e rompe um pouco com as características de baixo desnível acumulado deste início de temporada. Ao invés, mantém-se a quilometragem elevada, a rondar os 130 km.
Considero o traçado bastante interessante, principalmente a parte mais complicada, praticamente a meio (ver gráfico), com início na zona da Ota (km 40) e depois pelo carrossel da Espinheira, continuando após Alcoentre para o troço de Manique, Maçussa e Pontével, até cerca dos 80 km. O restante é quase plano, no longo eixo Cruz do Campo-Azambuja-Alverca, igual ao da volta de domingo passado.
Chama-se a atenção para a passagem por Alcoentre, e para o cruzamento (à esquerda) no interior da localidade que dá acesso à estrada de Manique. O local não é muito perceptível, por isso, aos que não o conhecem, recomenda-se que, nessa altura, permaneçam no pelotão para evitar enganos.






terça-feira, janeiro 19, 2010

Valada: a crónica

A volta da Valada, por tradição a primeira do calendário anual, devido às condições climatéricas, foi transferida para a terceira do alinhamento da temporada, mas os mesmos motivos meteorológicos que a adiaram acabaram por fazê-la regressar à sua condição original: de abertura da época. Isto, é claro, se exceptuarmos a tentativa «abortada» da volta (da Ota) do último fim-de-semana sob terrível intempérie!
No entanto, mesmo com o tempo seco, a tirada não deixou de ficar marcada pelos efeitos, ainda, das inclementes chuvadas do início de ano. O mais relevante foi a surpreendente travessia de um pequeno troço alagado da recta de Valada, submerso em cerca de 15 centímetros de água, que embora não impedindo a passagem das bicicletas, criou uma situação de todo invulgar. Episódio extra num percurso já caracterizado pela travessia igualmente «sui generis» de uma enorme ponte férrea (sem piso em asfalto) em Porto de Muge.
Ainda sobre as particularidades do traçado, pode considerar-se que este se trata de uma espécie de mini-Clássica de Santarém – uma vez que é réplica encurtada (128 km) do percurso (155 km) que será cumprido no próximo dia 28 de Fevereiro, então na referida primeira Clássica do ano. Neste sentido, terá sido uma oportunidade para os que irão participar nesse evento, reconhecerem (ou recordarem) algumas passagens do trajecto.
De resto, sobre as incidência da volta, o pelotão foi, uma vez mais, numeroso e revelou grande homogeneidade, potenciada pelo relevo acessível e o ritmo moderado a que se disputou a maioria parte da tirada.
Logo na fase inicial, decidi expor-me um pouco ao esforço, e entre o Tojal e o Cabo de Vialonga, partilhando a condução com o Jony (que encurtou a «sua» volta), levámos o pelotão à boa média de 30 km/h. Voltei a repetir a presença à frente, mais tarde, a partir dos últimos 4 km da recta do Cabo, agora em parceria com o Rui Torpes, mantendo a velocidade média nos 30-32 km/h – com a dificuldade acrescida de dar o peito ao vento, cuja diferença para uma posição resguardada no pelotão situava-se em cerca de 30 pulsações. O trabalho manteve-se após o Porto Alto, então aproveitando a mudança da direcção do vento para colar o velocímetro nos 33-34 km/h, até às proximidades de Salvaterra, e sempre na companhia do Torpes.
A partir daí, o Capela, que se mantivera estranhamente «escondido» no seio do pelotão, tomou o comando (ao lado com Hugo Maçã), ao seu estilo elevando, de imediato, o andamento para 36-37 km/h. Assim prosseguiu (o Capela) até 5 km do cruzamento de Muge, quando rendi o Maçã (e não sei porque motivo) decidiu aumentar o ritmo para mais exigentes 40 km/h em terreno ondulado. Foram cerca de 7 minutos no limiar cardíaco das 170 ppm.
Seguiu-se uma fase de relaxe, com as travessias da ponte de ferro, do troço submerso da Valada e ainda mais tranquila paragem para café em Vale da Pedra.
Nesse entretanto houve um episódio curioso: após a ponte, parou-se para aliviar a carga e eu, que já vinha apertado», fui um dos mais demorei na função, tal como o ZT. Quando regressámos à estrada, já se perdera de vista o pelotão. Então, meti-me na roda da sua «cabra» e aproveitando o bom andamento alcançámos rapidamente o isolado Samuel, que logo que nos viu disse já recear não haver mais gente para trás que o levasse ao grupo. Entretanto, ainda sem vislumbre deste, experimentei colaborar na recuperação. Todavia, ao fim de poucas centenas de metros senti que o meu andamento não era, digamos, o mais apropriado à rápida recuperação (talvez fosse da paragem). E por isso vi, sem surpresa, o ZT retomar decididamente a dianteira, conduzindo-nos com eficácia ao pelotão, que, aliás, rolava tranquilamente.
E agora, o curioso: uma vez reintegrados, assomei-me a seu lado (do ZT) para o cordial agradecimento (que fica sempre bem nestas situações), mas ele antecipou-se, adivinhando a atitude: «Poupa-me disso, Ricardo, ‘ela’ está cá para estas situações!» «Ela», entenda-se, é a sua bendita «cabra» de contra-relógio, que «nestas situações», de facto, marca a sua diferença... Logo hajam pernas!
No reatamento, após o tal cafezinho em Vale da Pedra, numa pastelaria em que a poupança na conta da luz tem aliviado certamente a crise das vendas, o ritmo foi crescendo de intensidade, com o Capela a monopolizar a dianteira, a par com diversos elementos. Até ao Carregado (20 km) a média foi de 35 km/h e daí a Vila Franca (8 km) subiu para 37 km/h – com direito ao tradicional sprint à entrada da cidade. Este, mais uma vez face à ausência de sprinters puros (ou a sua não participação), decorreu em género de super-sprint, ou seja, como não foi lançado proporcionou ataques e contra-ataques na longa recta, que permitiram – imagine-se – intrometer-me entre os mais rápidos. Que foram o André e o Hugo Maçã.
De Vila Franca a Alverca nada teve de recuperação ou alívio. Pelo contrário, houve alguns interessados em não deixar cair o ritmo, como que a prepararem mais achaques. Estes vieram a repetir-se à chegada a Alverca, mas tiveram o seu ponto alto no topo da recta da Sagres, para o Cabo de Vialonga, onde foram largados definitivamente os «cavalos» - já sem o Capela, que ficara em Alverca.
À forte aceleração final do André (no topo a 40 km/h) responderam com eficácia apenas o Hugo Maçã, o Rui Torpes, eu e o «parceiro» do André (antigo campeão de sub-23, segundo informações que circularam no pelotão), que se revelou, a partir deste momento, características de bom rolador. Aproveitando o momento de recuperação após a aceleração, isolou-se cerca de 100 metros e obrigou a uma perseguição muito esforçada. Primeiro, o André retirou o «corpinho» em previsível comunhão com o seu colega (de ocasião) e foi o Rui Torpes assumir a perseguição. Fê-la durante mais de 1 km sem ajuda mas... sem reduzir a desvantagem para o fugitivo. E começou a perder gás ou a aliviar... Por isso, decidi dar o meu contributo final. Passei à frente e a distância de facto diminuiu, relançado o grupo. Mas também comecei a perder força sem concluir a perseguição. Então, surgiu o Duarte (que conduzia o pelotão principal que se atrasara ligeiramente no topo do Cabo – mas que respondeu massivamente bem) a render-me com todo o fulgor. Fê-lo a mais de 55 km/h (de resto, tive de deixar passar todo o grupo para me reintegrar... com dificuldade), acabando ele, junto ao MARL, por culminar a complicada «caçada».
Foi um final de tirada que destoou da restante, mas sem desvirtuar a toada moderada e acessível a que aquela decorreu, com média final de 33 km/h, de acordo com os propósitos da fase inicial da temporada.

Na próxima semana, a interessante volta de Manique do Intendente

quinta-feira, janeiro 14, 2010

Domingo: Valada

Vamos lá ver se é desta! No próximo domingo, a volta é a da Valada (Muge), com a sua peculiar ponte férrea. Aguardemos, então, que não chova... e que se, finalmente, interrompa o ciclo de voltas canceladas ou prejudicadas devido ao mau tempo. Já lá vão duas, tantas as que já deveriam ter sido realizadas desde o início do ano.
O percurso, como se vê, não apresenta dificuldades, a não ser a distância a rondar os 130 km. De qualquer modo, a partir de Valada/Ponte do Reguengo, o terreno torna-se ligeiramente mais irregular até Azambuja. Mas nada de especial. Um traçado ideal para roladores...






quarta-feira, janeiro 13, 2010

Sábado, o dia que... cresce!

A semana é muita vezes curta para conciliar o treino de ciclismo com compromissos vários. Por isso, para um número cada vez maior de praticantes do nosso burgo, a manhã de domingo pode não chegar para acumular os quilómetros suficientes para a exigência e objectivos de cada um deles, quer sejam «devoradores» de quilómetros, com registos acima dos 10-15 mil/ano e metas a condizer esse volume; ou menos rodados, logo com pretensões adequadas.
Deste modo, todo o tempo livre ao fim-de-semana é precioso, e com isso o sábado tem vindo a ganhar, para mais gente, maior expressão no volume de treino, quase rivalizando com o dia nobre de domingo. As duas últimas semanas confirmam-no.
Há 15 dias, mesmo com o tempo húmido que repetiu nos últimos dois domingos, um pelotão considerável reuniu-se em Loures para percorrer os mesmos caminhos da Clássica de Santarém (embora em sentido inverso), acumulando horas e quilómetros significativos (não menos de 150 km) que, por hábito, estão reservados aos domingos – até por uma questão de... «poupança» para os andamentos mais exigentes nestes dias.
Embora longe de ser inédito, confesso que fiquei surpreendido com a adesão, que é mais uma prova que esta temporada ninguém quer atrasar-se na preparação. Assim, nessa manhã – chuvosa, repito – andava a passear-me na Variante de Vialonga quando sou informado da iniciativa: da malta ir para Santarém. Aguardei pela chegada do grupo que pensava restrito, quando me deparo, já em Alverca, com um pelotão especialmente avantajado, de quase duas dezenas de elementos. Embora curto, o contacto (e ainda abreviado devido a furo) foi esclarecedor.
No último sábado, idem. Cenário semelhante (só as condições climatéricas eram melhores) e pelotão não menos recheado. Desta vez, destino: Bombarral. E a contabilidade às horas e aos quilómetros não foi mais baixa. E não só: nos dois fins-de-semana, as longas saídas de sábado compensaram as partidas de S. Pedro aos domingos, permitindo aos participantes repousar sobre o pecúlio (de treino) acumulado do primeiro dia – e prescindir das agruras das intempéries dominicais. Que, neste último, bem provei!
Por outro lado, destaca-se a abordagem responsável do pelotão aos sábados. Se, para Santarém, não tive oportunidade de a constatar «in loco», já para o Bombarral, nos 15/20 km em que estive, foi notória a atitude coerente do colectivo, que se manteve fiel ao andamento em regime de endurance e (aparentemente) imune a ímpetos desestabilizadores.
Exemplo: por estar desde logo excluído da «tirada» (horário limitado «oblige»), bem cedo, em Guerreiros, meti o «passo» que mais me convinha e destaquei-me naturalmente do sempre tranquilo e ordenado pelotão, em que o Zé Henriques foi excepção. Depois, na subida da Venda, repeti. E o figurino manteve-se.
Com isto, realço não apenas o mérito da atitude «de sábado» do pelotão (adequada às circunstâncias), como também a diferença cabal em relação ao contexto habitual dos domingos. Uma e outra, revelam precisamente que se trata de dias... «diferentes»! Na minha opinião, essa diferença deve ser continuar a ser respeitada escrupulosamente pelo grosso da coluna do pelotão. Mesmo que haja elementos que, a espaços, acelerem (para treinar ou simplesmente porque querem...); e que estejam para cumprir a volta na íntegra ou que, não podendo, apenas uma parte, como eu. Porque só assim se poderá preservar essa apropriada distinção dos dias.

Volta do próximo domingo: Valada (Muge) – à condição de o tempo estar seco (por motivos do atravessamento da ponte metálica). Amanhã, publica-se o percurso detalhado.

segunda-feira, janeiro 11, 2010

Volta só de loucos...

Segundo fim-de-semana do novo ano, segunda volta condicionada pelas condições climatéricas. Desta vez, ontem, estavam reunidos talvez os três elementos mais prejudiciais ao ciclismo, excluindo o calor intenso: chuva, baixas temperaturas e vento forte. Intempérie mais que suficiente para desaconselhar a saídas, mas não tanto para impedir que uma mão cheia de loucos – porque foi, de facto, desvario enfrentar a rigorosa invernia – se fizesse à estrada.
Eu fui um deles, e posso desde já reconhecer que a teimosia de pouco ou nada trouxe de proveitoso. Perante a ameaça do tempo – embora já fosse mais uma certeza... - retardei, ao máximo, o arranque matinal. Saí de casa já passavam das 8h00, e com isso pelo menos estava garantido um rápido aquecimento até Loures. Estrada molhada, frio, muito frio (4ºC), e vento... gélido. A chuva não demorou a cair. Arrependi-me imediatamente – mas entre a vontade de regressar a casa e o pensamento de «já que estás aqui, paciência», este pareceu-me mais lógico.
No MARL, liga-me o Jony. Estava a sair de casa e pelo adiantado da hora iria interceptar-nos na EN10. Pelo menos, a mim, porque não era, de todo, seguro que mais alguém partilhasse da mesma loucura. Mal desliguei, começaram os contratempos para... agravar. Um furo. Disse mal à vida, atrasado e friorento, mas a operação, para mim sempre arreliante, até decorreu mais rápida e facilmente que o habitual. O pior foi ter ficado, definitivamente, fora do horário do grupo. Por isso, continuei a carregar nos crenques e tive a sorte de interceptar os resistentes na rotunda do Infantado. Também eles relutantes às primeiras pedaladas. Eram: o Farinha, o Rui Torpes e mais dois companheiros conhecidos das andanças de finais do último ano.
Em quinteto, enfrentámos a chuva e o vento, ainda o frio não se fazia sentir da pior maneira: através da roupa molhada! Mas não demorou muito a que tal acontecesse.
No cruzamento de Frielas, chegou o Jony em sentido contrário. Por alguns minutos, a conversa aqueceu... até um pouco o ar frio. Todavia, em Sacavém, as luvas e os sapatos encharcados começavam a enregelar mãos e pés. O Torpes queixava-se, mas já não havia nada a fazer, a não ser pensar em abortar a missão! Salvava-se o andamento moderado, que até ali era adequado às condições do clima e da estrada.
Mas mudou. Na Bobadela, quando surgiram dois «Carb Boom», entre os quais, o Hugo. Deste, os cumprimentos rápidos (os possíveis face ao caos) e passagem à dianteira com súbita vivacidade. Iniciativa fora do comum, nele. Desde logo, um ritmo acima do recomendado para a ocasião. Talvez, o efeito do frio, pensei. Em dois momentos, deixámos abrir alguns metros para dar sinal ao «condutor», mas num e noutro a manobra não surtiu o efeito pretendido.
Na Póvoa, quase em casa, o Jony deu por terminada a função. E o segundo «Carb Boom» demorou mais algumas centenas de metros. O Rui Torpes não adiou por muito mais tempo igual decisão, e em Alverca, meteu-se em atalhos para um regresso à base que se antevia penoso face ao crescente desconforto.E eu, com a casinha ali tão perto, não podia desperdiçar a oportunidade de dar por concluída aquela – reforço! – loucura.
Foi o melhor que fiz, sem dúvida, interrompendo, logo ali, um estado que poderia descambar em hipotermia. Principalmente, nas mãos – cujos dedos já não sentia – e que se conservaram gelados (literalmente...) durante todo o dia. Quanto aos loucos – perdão, resistentes –, nada sei! Mas, na altura da minha rendição, o ritmo mantinha-se elevado, ou melhor, demasiado elevado para as circunstâncias. E não havia motivos que o justificasse. Pelo contrário!

quarta-feira, janeiro 06, 2010

Domingo: Ota... versão XL

Apesar de a volta de abertura, Santo Estevão, não se ter realizado devido à intempérie, não arrefeceu o interesse que a entrada na nova temporada está a suscitar. A prová-lo, destaca-se a esmagadora afluência ao blog que se tem registado após a publicação do calendário de 2010. Na passada segunda-feira, dia que se seguiu à referida publicação, verificaram-se 111 visitas e o recorde de quase 300 páginas visionadas. Logo no primeiro dia (3), em poucas horas (o documento foi anunciado a meio da tarde de domingo) registaram-se 78 visitas e 149 visionamentos. Estes, ontem, foram 177!

Aguardando-se que, no próximo domingo, as condições climatéricas permitam, realiza-se a volta da Ota, na sua versão longa, com 125 km. Ao percurso original (e tradicional), acrescenta-se secção inicial, entre Loures, Frielas, Unhos, Sacavém e, daqui, a ligação a Alverca, pela EN10. O restante trajecto é semelhante. Será a primeira jornada (deveria ser a segunda...) de um mês de Janeiro em que todas as voltas terão bem mais de 100 km, privilegiando, quase exclusivamente, o baixo relevo ou pouco acidentado. Oportunidade, então, para os participantes acumularem boas horas de selim. E em especial, para os que estiveram algumas das saídas dos últimos dois meses do ano, com traçado do género mas a intensidades acima do normal (e recomendável), será igualmente oportunidade para se estabelecerem, desde já, comparações entre sensações e capacidades, e aferir do actual estado de forma


domingo, janeiro 03, 2010

Aí está o Calendário 2010!

Aí está o calendário 2010! O formato mantém-se fiel ao da temporada transacta, com a continuidade das denominadas Clássicas – 12 voltas com características especiais ou grau de dificuldade mais elevado. Após a estreia em 2009, justifica-se a repetição pelo indiscutível sucesso que tiveram, bem demonstrado na elevada adesão, a motivação e o empenho dos participantes. Fez-se ciclismo. Houve estratégias individuais e colectivas, fugas, perseguições, ataques, momentos intensos em prol de saudável competitividade. Mas, acima de tudo, prevaleceu o espírito de camaradagem e de superação. Penso que o objectivo para 2010 será reforçar esse espírito!
A primeira volta do ano, de Santo Estevão, deveria (ou foi...) realizada hoje, mas devido à intempérie desconhece-se que se tenha mesmo cumprido. Segue-se, no próximo domingo, a Ota (na versão longa, com início por Sacavém) e no fim-de-semana seguinte, a tradicional abertura da época, a Valada.
A primeira Clássica será, como no ano passado, a de Santarém, no último dia de Fevereiro (28), seguindo-se a «alentejana», de Évora (21 Março) e três semanas depois a de Santa Cruz (18 Abril). A rainha, Fátima, tem data marcada para 9 de Maio, e será apenas a quarta prova de uma dúzia a realizar até final de Outubro (dia 31), com a Clássica dos Campeões (como passa a chamar-se a fantástica volta realizada este ano, em final de temporada, por Torres, Sarge, Cercal, Espinheira, Alenquer).
A Serra da Estrela (como é tradição, no primeiro fim-de-semana de Setembro) e as duas ascensões a Montejunto, por Vila Verde (27 de Junho) e Pragança (19 de Setembro) estão igualmente no cardápio, de que fazem ainda parte a Marginal (Serra de Sintra), a 23 de Maio; Bombarral (11 de Junho) e Cartaxo (15 de Agosto), também já disputadas em 2009.
A única estreia será São Romão (10 de Outubro), reedição de um percurso efectuado em 2008, que passa pela Ota (Vale do Brejo), Aveiras, Pontével, Azambuja, Carregado e culmina na exigente subida ao Alto de S. Romão, em Trancoso (com início em Alhandra).
Toca desde já a preparar os momentos altos da nova temporada!

sábado, janeiro 02, 2010

Abertura da temporada 2010: Santo Estevão

A primeira volta da temporada 2010 é a de Santo Estevão, amanhã, domingo. Este ano, a abertura não se fará com a volta da Valada, em virtude de as condições climatéricas desaconselharem a passagem pela ponte férrea de Muge. Que será disputada na próxima semana.

Nota: amanhã será divulgado o calendário oficial da temporada 2010. Todas as voltas, as clássicas e as respectivas datas.