quinta-feira, dezembro 31, 2009

Descansa em paz, Daniel

Profunda tristeza e consternação nos invade: morreu o Daniel, o jovial XPTO. Vítima de acidente vascular cerebral (AVC), no último domingo, depois de mais uma tranquila saída de bicicleta, de que tanto gostava, lutou bravamente para resistir às graves sequelas da doença, mas infelizmente não conseguiu vencê-las, perdendo o «sprint» mais importante da sua vida. Perda irreparável para familiares, amigos e companheiros de estrada, estes últimos cativados desde o primeiro dia pela sua transbordante simpatia e sorriso perpétuo. Resta-nos prestar as mais sentidas condolências à família do Homem, pai, marido e camarada neste momento de dor e pesar.
O féretro estará hoje em câmara ardente no Igreja das Patameiras (Odivelas), a partir as 18h00, e o funeral sairá amanhã, pelas 15h00, para o cemitério de Odivelas.
Numa última homenagem, em nome de todos os seus companheiros e amigos que somou nas saídas domingueiras, dando a conhecer a sua energia imensa e elevadíssima personalidade, será junta ao cortejo uma coroa de flores por aqueles participada. Aos demais interessados, contactar o Pina através do telefone: 96.6628814

segunda-feira, dezembro 28, 2009

Crónica de Santo Isidoro

No fecho de mais um ano de voltas domingueiras, mais uma com significativa adesão a demonstrar vitalidade e a prognosticar nova temporada extremamente prometedora. Este tema fez conversa em fases distintas da tirada de ontem.
Primeiro, pelo Mota, regresso saudado após muitos meses de outro meu conterrâneo alverquense que engrossa um grupo que já mete respeito, a atentar pelos indicadores deixados nos momentos de maiores intensidade desta e das últimas jornadas, nomeadamente pelo Capela, o Jorge e o Carlos Cunha. Mostrava-se, então, surpreendido o Mota, nos quilómetros iniciais, percorridos ainda a ritmo brando, com o tamanho e aparente motivação do pelotão. «A malta está a andar, e a querer andar mais desde já...», frisava. Concordei.
Depois, numa fase intermédia da volta, o assunto voltou à liça, enquanto debatia com o Hugo Maçã pontos de vista sobre as principais incidências de algumas das estreantes Clássicas do ano que agora finda: Santarém, Évora, Fátima... Num registo que deixa antever a continuidade da saudável competitividade nestes eventos «especiais», que deixaram cartel que extravasou o âmbito do próprio grupo e que prometem renovados momentos de interesse em 2010. A propósito, na volta de ontem registou-se outro regresso saudado após longa ausência: o Hugo «Garfield» Silveira, elemento em destaque nalgumas «conquistas» da equipa Ciclomix em 2009 – em início de preparação e bem a tempo de voltar a defender as suas cores nos pontos altos do próximo ano.
E por fim, talvez a opinião mais curiosa – porque de todo inesperada –, foi proferida pelo Carlos, dos Ciclomoinas, quando eu, o Jony e o André encontrámos o «seu» grupo já no regresso a Alverca. Pouco depois de nos cumprimentar, dirige-se a mim, embora espectador não presente mas como se adivinhasse o que se passara naquela manhã, sentindo dever fechar o tema do dia (e de final de ano) proferiu uma expressão eloquente e premonitória: «A próxima Primavera-Verão vai ser bem interessante!».
Como estamos ainda a alguns meses, concentremo-nos no presente e na breve história desta volta de Santo Isidoro, algo atípica porque desde cedo se verificaram «abordagens» bastante diferenciadas no seio do numeroso pelotão. Um lote muito restrito a dar corda aos seus ímpetos – enfrentando, principalmente as subidas, a elevada intensidade; e outro, muito reservado, a gerir esforços de uma quadra natalícia «carregada» de quilómetros ou, simplesmente, porque não se encontra (ainda...) em condições físicas de acompanhar os mais fortes neste momento em terreno selectivo. No primeiro lote, esteve o Capela, o Jorge, o André, eu (ontem senti-me em condições satisfatórias para experimentar meter-me entre os homens que têm dado cartas nos últimos dois meses), mas também o Ricardo (BH) ou o Gil.
Foram só estes que se apresentaram no grupo que chegou isolado ao topo da Venda do Pinheiro (vertente da Chamboeira) – além do Ruben, que pouco depois abdicou de continuar em prol da companhia do seu tio Barão.
O pelotão, como se percebe, fraccionou-se... em cada subida, rolando compacto por escassos períodos. Nem o longo falso plano descendente entre Mafra e Ericeira foi excepção!
A subida nuclear do percurso, Santo Isidoro, não fugiu à regra e cavou naturalmente o maior de todos os fossos do dia. Foram os mesmos da Chamboeira a participar, mas muito menos os que chegaram à frente, no alto. O andamento foi rijo desde a entrada, imposto, inicialmente pelo Capela, e após as rampas mais duras até ao final pelo Jorge. A cumplicidade destes dois (alverquenses) reforça-se cada vez mais, principalmente em subida, e foi fundamental para que ambos controlassem o ritmo da ascensão, desencorajando a eventuais iniciativas «contrárias», principalmente do André, que comigo completou o quarteto que se definiu a cerca de meio da ascensão. Apesar do bom ritmo, o tempo da subida (7m50s) ficou a 23 segundos do (meu) melhor registo, curiosamente, realizado em duas ocasiões, em fases distintas das temporadas e com dois «ajudantes» diferentes: em 30 Dezembro de 2007, sempre na roda do Renato Hernandez; e em meados de Julho de 2008, com boa colaboração do Freitas.
A parceria do duo Capela-Jorge, eficiente em Santo Isidoro, não foi, todavia, suficiente para resistir à mudança de velocidade do André, mais tarde, na curta mas inclinada rampa da Abrunheira (variante de Mafra). Primeiro, porque cedo o Jorge não se mostrou tão disponível como em Santo Isidoro; segundo, porque o Capela não conseguiu esconder o que foi, talvez, o seu primeiro momento de fraqueza desde a sua entrada em cena, em Novembro. Quando o André fez a mudança de velocidade, a cerca de 300 metros do alto, ultrapassando-o e depois acelerando o ritmo progressivamente deixando-o em dificuldades, abriu-se um espaço que só eu fechei... até escassos metros do alto, quando me saltou o pé do pedal esquerdo (tal como há algumas semanas na subida de Vila Franca do Rosário, à chegada à Malveira). Falta de aperto do «dito» foi hipótese, mas já em casa pareceu-me mais provável a tese de avaria. Despesas, ai, ai!
A partir da Abrunheira, não acompanhei mais a «cabeça» do pelotão – que não esperou pelo reagrupamento completo (faltava chegar o grupo do Abel). Terminavam, para mim, as secções de alta intensidade (e ainda bem, porque já foram suficientes!), mas, segundo soube, os mesmos protagonistas nas ocasiões que descrevi mantiveram o andamento «lá em cima», travando-se de razões, como seria previsível, no alto de Guerreiros.
Vem aí ano novo, e a coisa promete...

Nota: no decurso desta semana será oficializado (publicado aqui e afixado na loja Pina Bike) o calendário da temporada 2010.

quarta-feira, dezembro 23, 2009

Domingo: Santo Isidoro

A volta do próximo domingo é a de Santo Isidoro e marca o regresso do nosso pelotão à interessantíssima zona de Mafra e Ericeira. O percurso é quase «ir e vir» pelo mesmo sítio, mas tem algumas «nuances» que esbatem qualquer ideia de monotonia.
Desde logo, a passagem pelo principal «ponto quente» da jornada, sensivelmente a meio do trajecto: a subida de Santo Isidoro (2,9 km a 5%) - tem um início duro, suavizando à medida em que se aproxima o topo. Após este, entra-se no percurso inverso, junto ao cruzamento de Fonte Boa dos Nabos (estrada Ericeira-Mafra) que tem relevo que transfigura, por completo, as sensações que se têm em sentido contrário (Mafra-Ericeira). Quem conhece... sabe ao que me refiro...
Por exemplo, além de o traçado de regresso a Mafra ser em falso plano ascendente, segue-se à cidade a difícil rampa da variante para a rotunda da Abrunheira. Complicada, quando batida a vento! E mais tarde a aproximação à Malveira, também em subida a partir de Alcainça. Duas passagens que, à ida, com as pernas ainda frescas e a alta velocidade, mal se dá pela dificuldade que impõe no regresso.
De qualquer modo, se a intensidade empregue ao andamento não destoar das últimas duas semanas, esta volta poderá constituir um excelente treino em agradável convivência de pré-temporada, para «queimar» as calorias da Consoada.

Feliz Natal a todos




terça-feira, dezembro 22, 2009

Os congelados em Carmões

Gélida manhã de domingo, com o mercúrio do termómetro a congelar (provavelmente...) entre os 1 e os zero graus centígrados durante a maior parte do percurso. A temperatura rigorosa levou a estado de quase hipotermia a alguns dos participantes na volta que teve, em Carmões, o seu ponto... menos frio. O Nuno Garcia foi um dos que mais sofreu. Mas não só, em retemperadora paragem, em Alenquer, para ingestão de bebidas quentes, também as queixas quase chorosas do Carlos Cunha sobre os dedos que não... sentia. Houve também os «apanhados» do frio: todos os que pretendiam, com os músculos do rosto congelados, articular mais de duas palavras em cima da bicicleta. Balbuciavam palavras enroladas, que se deram a algumas gargalhadas!
Quando o pelotão saiu de Loures, o termómetro do meu Polar marcava inéditos zero graus. Não me recordo de alguma vez ter baixado tanto. Por isso, urgia manter cadência de pedalada elevado, mas não elevar muito o ritmo cardíaco e de respiração.
A subida para o Forte de Alqueidão foi para isso ideal – principalmente da maneira morna (passe o termo) como decorreu. O Freitas tomou as rédeas do grupo até Arranhó, levando-o em ritmo confortável. Só veio a largá-las quando, entre alguns elementos do pelotão, se decidiu iniciar a perseguição a um pequeno grupo de fugitivos que paulatinamente se tinha destacado na Quinta do Paço. Entre estes, o Ricardo da BH, o Capitão, o Jorge e o André. Atrás, foi o Jony que conduziu a perseguição, impondo andamento em crescendo que acabou por estirar o pelotão. Como à frente também se acelerou bem, não houve junção até ao alto – só na neutralização do Sobral, como é hábito.
Todavia, os que pararam fizeram mal. Fomentaram a hipotermia, quando deveriam ter continuado a circular enquanto esperavam, para se manterem aquecidos. Assim, com a descida para Dois Portos a arrefecer ainda mais, não espantou que no início da estrada para Carmões os mais susceptíveis ao frio se apresentassem em claras dificuldades. Entre estes, o Nuno Garcia era o mais sofredor. Mas também o Filipe Arraiolos se mostrava afectado. E nem a subida de intensidade nas rampas de Carmões foram suficientes para os aquecer.
Mas aqueceu-se, e bem. Na curta e pouco inclinada ascensão (1,7 km a 5%) atingiram-se os níveis cardíacos mais elevados da jornada, com final a deixar um cheirinho aos períodos mais avançados de temporada. O Jony mostrou que está forte, mas também as presenças do Jorge e do André entre os primeiros não surpreenderam. O Freitas fez parte do troço ligeiramente destacado, até os principais perseguidores terem passado a um nível acima do andamento que vinham imprimindo. Outro que se mostrou bem, foi o Ricardo da BH, confirmando os bons indicadores das últimas semanas.
Com o final das subidas (tão suaves...), iniciou-se o longo trajecto plano (e descendente) de regresso a Loures. Praticou-se um andamento adequado para a época, proporcionando a que vários elementos passassem pela frente, o que traz sempre motivação adicional. Um dos mais activos na ligação a Alenquer foi o Pina, mas a aproximação à cidade – onde se fez o já referido «coffee break» – coube, em parceria, ao Freitas e ao Jony.
No reatamento, outros experimentaram as sensações de conduzir um pelotão de nível como o nosso. Realce para o Zé «Pai Natal» Henriques, que fez, a muito bom ritmo, grande parte do trajecto até Vila Franca.
À chegada a esta cidade houve o tradicional sprint – ou melhor, desta vez uma longa aceleração... sem explosão final. Já que o Jony fez o «favor» de se destacar logo no início da recta e não deixou sequer que lhe pudessemos agarrar a roda! Muito bom, porque é raríssimo (senão inédito) que alguém consiga isolar-se (sem permissão do pelotão) naquele local em que o pelotão geralmente vem lançado a alta velocidade (embora, não neste caso) e levou o esforço até ao final sem ser aglutinado pelos mais rápidos do pelotão. Mesmo que não surpreendendo pelas qualidades do autor, não deixa de ser mais uma demonstração de boa forma do próprio.

Treino dia 24
Na próxima quinta-feira, dia 24, gostaria de fazer 2 a 3 horinhas (no máximo) a ritmo calmo, a muito calmo, logo se não chover muito. Todos os que já tiverem despachado as compras de Natal, estão convidados a alinhar. Passagem no café Golo, no Tojal, às 8h00. A ideia é sair cedo para chegar também cedo para não beliscar eventuais compromissos familiares, que são tradicionais neste dia. O percurso não é plano (Tojal/Bucelas/Vale de S. Gião/Sapataria/Pêro Negro/Malgas - passagem de nível/Bispeira/Furadouro/Portela do Bispo/Ribaldeira/Dois Portos/Sobral/Bucelas/Tojal), mas a média prevista não deverá ultrapassar os 25 km/h.

quinta-feira, dezembro 17, 2009

Domingo: Carmões

A volta do próximo domingo é a de Carmões. Primeira parte do percurso mais acidentado, com a longa subida do Forte de Alqueidão (Sobral) e a de S. Domingos de Carmões, esta bem mais curta, mas mais inclinada. A partir daí, desce-se para a Merceana/Aldeia Gavinha e inicia-se um longo percurso quase sempre a rolar, para Alenquer, depois Carregado, Vila Franca, Alverca e regresso a Loures. Trajecto sem grandes dificuldades, abaixo dos 100 km e equilibrado q.b.

quarta-feira, dezembro 16, 2009

Crónica de Torres

Terá sido por estar farto de percursos planos que foram impingidos, em antecipação ao final da última temporada, contra a fartura de subidas, que celebrei com especial satisfação o regresso ao carrossel da zona Oeste – na tradicional volta de Torres Vedras.
Custar-me dizer «farto», porque considero que são os vastos terrenos para rolar os mais indicados para criar as bases da boa forma física. Mas não da maneira como têm sido atravessadas as lezírias ribatejanas neste final de ano, quase sempre «prego a fundo», contra vento e tempestades.
E contra... a minha forma física, ainda debilitada. Não, porque a considero abaixo do normal para esta altura (pelo contrário!), mas por levar-me a sofrer com as elevadas intensidades (cujo treino não tem incidido minimamente) de tão pesadas cargas impostas por alguns poderosos do Inverno, que certamente pagarão a devida factura na próxima Primavera-Verão. As consequências do encadeamento de tareias nas planícies forçou-me mesmo a uma paragem preventiva no segundo fim-de-semana de feriados, impedindo-me de aproveitar boas oportunidades de acumular horas de selim, tão recomendáveis nesta fase.
Foi desse privilégio - de fazer quilómetros a ritmos moderados - que se pôde beneficiar no passado domingo, provando que, em terreno mais exigente, a intensidade das voltas tende a ser mais moderada. Ou melhor, são mais intermitentes os momentos em que aquela é forte. E isto, apesar de lá terem estado alguns dos homens que estão a dar cartas neste Inverno. Como o meu conterrâneo Capela, que desta vez esteve mais comedido e contou com muito freio, principalmente do camarada Freitas, que geriu, de forma exemplar, o andamento (o seu e o dos mais afoitos) em alturas primordiais do percurso.
Desde logo, na subida para o Forte do Alqueidão, onde manteve, à frente do pelotão, um passo que apesar de ser médio-alto (para mim, nesta altura) permitiu que todos chegassem agrupados ao topo da longa ascensão. Ainda houve algumas iniciativas para forçar o ritmo, mas o grupo preferiu manter-se na toada certa do Freitas, que, a espaços, contou com o apoio do Vítor Pirilo.
Depois da passagem no Sobral, relaxou-se até Dois Portos, elevando-se a intensidade na subida da Ribaldeira, o que faz partir o pelotão em dois grupos, que, todavia, se reuniram pouco depois, em Runa.
Então sim, entre Runa e Torres, o nível da cavalgada subiu a patamares ainda não atingidos, devido a acelerações nos pequenos topos de Matacães, da Ordasqueira e da variante dos Cucos, dividindo pela segunda vez o grande grupo. Foram momentos, digamos, que destoaram da globalidade. A ordem restabeleceu-se à entrada em Torres, possibilitando, em seguida, paragem pouco habitual para café no centro da cidade.
No reatamento, pelo tipo de relevo que se deparava, seriam previsíveis mais... dificuldades. A começar pela subida de Catefica, que, afinal, se passou a ritmo controlado, ainda e sempre marcado essencialmente pelo Freitas – mais disponível que nos últimos tempos.
Desceu-se, depois, para o Carvalhal e logo no primeiro topo do Turcifal os mais empertigados não quiseram continuar a refrear os ímpetos. Em destaque, o Capela (pois claro!), o André e o Ruben. Alguns procuraram responder, e ao esticar, o pelotão esfrangalhou-se. De qualquer modo, os fugitivos não quiseram ou não puderam insistir e deixaram-se absorver nem dois quilómetros volvidos.
Mas o ritmo vivo não esmoreceu, como que a anunciar a subida de Vila Franca do Rosário, onde se aguardariam as derradeiras intensidades mais altas. O Freitas tomou uma vez mais o comando – sempre com especial preocupação de controlar... o Capela. Fê-lo durante quase toda a subida, principalmente na sua fase mais complicada e perante o adiantamento prematuro do Carlos do Barro, que fez toda a ascensão isolado, tendo sido alcançado apenas nos metros finais, na Malveira – e só pelos mais rápidos ao sprint.
Grande desempenho do Carlos - surpreendente, numa atitude que há muito não se lhe via! Ainda mais meritória, já que o andamento do grupo principal, que se formou logo no início da subida, nunca foi baixo ou descomprometido com a perseguição (embora, às tantas, parecesse...). O fugitivo foi muito consistente e só não resistiu à aceleração do Jony, que levou o Capela e o André a ganhar ligeira vantagem ao grupo na última rampa que leva ao topo.
Outra nota de referência entre os homens do pelotão da frente: o Filipe Arraiolos, pelo facto de, na véspera, ter realizado mais de 200 km, de Tróia a Sagres, em BTT!
Da Malveira a Loures rolou-se depressa... E no topo de Guerreiros, nova surpresa! O Gil, a atacar! Sim, ele mesmo, que habitualmente prima pela discrição. Saiu muito bem e surpreendeu até o Capela, que teve apelar a ajuda. O próprio Jony teve de se aplicar para «carimbar» no alto. Neste reduzido grupo (porque muita gente se dispersou à saída da Malveira), ainda me ficou na retina a boa capacidade de aceleração do Zé-Tó – numa altura em já se fazia sentir, em todos, o peso dos quilómetros.
No meu caso, limitei-me a assistir, de trás, sem força para agarrar a «boleia» da cauda do grupo. Todavia, houve bons sinais de endurance, principalmente por as pernas não acusarem demasiado o esforço de 4 horas, no caminho de regresso a Alverca - na companhia do Jony, do Capela e do Jorge, que falou mais naqueles 15 km que em muitas centenas percorridas nos últimos quase dois meses que tem integrado as saídas domingueiras. A malta de Alverca é assim, prefere o serviço à conversa!

sexta-feira, dezembro 11, 2009

Domingo: Torres

A volta do próximo domingo é uma das mais tradicionais: Torres. Vai-se pelo Sobral, regressa-se pela Malveira. A distância é acessível e o percurso, como se sabe, tem revelo irregular. Principalmente, as duas longas ascensões marcam o traçado: no primeiro terço, o Forte do Alqueidão; e no último, Vila Franca do Rosário.
Na passagem por Torres, fica por decidir: se cortar à esquerda para os Cucos, pelo centro da cidade, ou dar a volta pela Variante, por fora.
De qualquer modo, respondendo ao repto do Morales, no domingo, à partidas de Loures, a volta poderá sempre ser alterada ao gosto da maioria. Não vejo motivos para que não haja essa flexibilidade, acima de tudo nesta fase da temporada. Bom, logo se decidirá...

Nota: o camarada Paulo Pais volta a juntar a trupe para mais um treino-passeio entre o Livramento e o Bombarral, com regresso ao local de partida. Mais esta iniciativa, a terceira no espaço de uma semana, corresponde à boa realização das anteriores, que motivou, entre os participantes, a vontade de repetir. Como sempre, e a propósito referi, no anúncio do primeiro encontro (no domingo transacto), nos dois encontros prevaleceu o espírito de camaradagem e a consciência de treino... em qualidade. A hora (8h30) e o local (gimno do Livramento) são os mesmos.

quarta-feira, dezembro 09, 2009

Crónica da Ota

Eis uma iniciativa totalmente voluntária e, por isso, ainda mais louvável! Uma vez que não estive presente na volta de ontem, da Ota, o camarada Morales (um dos participantes) tomou a liberdade de fazer a crónica, que, poderão constatar e sem falas modéstias, nada fica a dever, em acuidade e pormenor, às que são publicadas todas as semanas. Bem haja, camarada Morales! Espero que seja para continuar, pois poderás acrescentar sempre um ponto de vista diferente do meu... Tem a palavra o autor:

«Deixem-me dizer que ontem a volta da Ota, mais de 100 km, foi aquilo que podemos chamar a verdadeira essência para a qual nos juntamos domingo após domingo.
À partida 25 elementos o que anunciava alguma possível confusão durante a jornada. Espante-se, portanto, porque o grupo chegou compacto às cervejas de Vialonga - no regresso!, pois muitas vezes tal não sucede logo à ida...
A jornada foi pródiga em diversas e amenas cavaqueiras. Devo salientar que o grande obreiro da façanha de manter reunido o “rebanho” foi o “capitão” Freitas, o qual devo por todos os motivos considerar o “MVP” da jornada, com ele mais um camarada que infelizmente não sei o nome, mas que vestia de “Laranja”, este homem comandou o pelotão de inicio a fim da jornada, muitas das vezes com as instruções do “MVP”, mas sensivelmente a metade do percurso, tomou ele as rédeas do pelotão e nunca deixou que o mesmo ultrapassa-se limites que são razoáveis para este parte da época.
Só houve algum nervosismo, excessivo em meu entender, entre o Carregado e Vila Franca, talvez por causa do sprint, aí foi onde aconteceu a queda do “MVP Freitas”, tal a pujança do homem, que conseguiu partir o eixo do pedal a mais de 50km /h, felizmente só sofreu algumas escoriações e arranhadelas, quando o deixamos à espera da boleia estava mais ou menos recomposto. O problema é quando se arrefece. Um abraço e as melhoras.
Antes deste incidente, ainda tivemos tempo para parar em Aveiras para um cafezinho, momento sempre importante de convívio e de retempero das forças para o resto da jornada. De referir que, quando chegámos, a média rondava os 30km/hora, o que me parece bastante aceitável.
Devo ainda acrescentar que, se houver da parte de todos algum espírito de convivência e de amizade, não será nunca necessário haver saídas antecipadas, na medida em que, quando for necessário refrear o andamento, será sempre possível, desde de que haja vontade para o mesmo».

Um grande abraço e até Domingo...
Morales

segunda-feira, dezembro 07, 2009

Ota ou... Paulo Pais (bis)


Para amanhã (feriado), está prevista a volta da Ota, com saída de Loures.

P.S. O Paulo Pais repete a iniciativa, no mesmo local (Livramento), à mesma hora (8h30).


quinta-feira, dezembro 03, 2009

Domingo: Paulo Pais convida...

No próximo domingo, dia 6, o camarada Paulo Pais vai reunir as tropas para uma saída de bicicleta de pré-temporada, entre Livramento, o Bombarral e regresso ao Livramento (por Sarge), na distância de 85 km. O mesmo é dizer, que todos os soldados estão recrutados!
Devido à previsão de chuva forte para esse dia, o Paulo Pais faz depender a realização do evento de quão más forem as condições climatéricas. A partir de «chuva torrencial», adia-se para a terça-feira seguinte, feriado, no mesmo local e horário. Creio que o ideal será entrar em contacto telefónico com a «base» (entenda-se, o Paulo Pais) se as condições meteorológicas – que até podem divergir de local para local – levantarem dúvidas. Deste modo, evitam-se deslocações em vão...
Aos mais cépticos neste tipo de ajuntamentos com ciclistas de múltiplos quadrantes e níveis, digo que é oportunidade a não desperdiçar para conviver, aprender e divertir-se. O conceito é sempre este, e não há motivos para que difira nesta ocasião. Não há, naturalmente, restrições ao andamento, mas a este prevalece o espírito de camaradagem – nunca de hostilização.
Pode aceder-se ao percurso detalhado através do comentário (da autoria do Dario) ao «post» com o título: «Domingo: Alenquer» - basta descer algumas páginas... A concentração está marcada para as 8h30, junto ao polidesportivo do Livramento, para arrancar às 9h00.

Para quem não tiver interessado em participar, cumpre-se a volta prevista no calendário: Ribafria. Com a habitual concentração em Loures e saída às 8h30. Percurso descrito abaixo.




quarta-feira, dezembro 02, 2009

Crónica de fim-de-semana... prolongado

Primeiro fim/início de semana com jornada dupla. No domingo, uma saída para destemidos contra a chuva, pela inspiradora lezíria de Valada e Reguengo; ontem, uma enorme romaria lá para as bandas de Alcochete.
Comum a ambas, o percurso totalmente plano, a proporcionar médias elevadas de acordo com as condições climatéricas. No fim-de-semana, os 30 km/h foram um «pontito» acima do recomendável para uma distância superior a 110 km com piso quase sempre escorregadio. Dois dias depois, uma média a rondar os 33 km/h já parece mais compatível com o que é capaz de fazer um pelotão com mais de 20 unidades, recheado de bons roladores, a deslizar sobre asfalto seco.
Na ronda do Reguengo, com grupo restrito a enfrentar a intempérie, foi fundamental preservar o aconchego para prevenir... resfriados. Não houve, mesmo se, no final da jornada, o corpo já acusasse o massacre de quilómetros a fio de rectas, a maioria a seguir o passo pesado do Capela – que, de qualquer modo, esteve bem mais comedido que nas duas semanas anteriores.
No entanto, não foram tantas rectas, tão longas e monótonas, como as da terça-feira seguinte, na grande volta do Infantado, onde, ao contrário da lezíria verdejante do eixo Cartaxo-Azambuja, a paisagem pouco se altera. A agravar, o tráfego rodoviário esteve particularmente perigoso, com condutores apressados (stressados...) até em dia feriado, e uma berma exígua que não dava abrigo ao pelotão.
Mas não só: três furos quebram o ritmo. Embora o primeiro tivesse causado, principalmente, demorada espera logo ao início da volta, no Tojal, que, afinal de contas, deu em desencontro. Os restantes foram provocados por um buraco na primeira passagem da recta do Cabo (Vila-Franca/Porto Alto). Duas vítimas: o Luís Novo, com uma roda esvaziada logo ali; a outra, eu, com furo lento até ao cruzamento do Infantado. E como odeio ter furos! E desta vez não foi no pneu com 11 anos; foi no outro, no chinês. Mas durante a operação retirou-se ilações: ficou a saber-se que vale a pena lavar a bicicleta de vez em quando, só para não ouvir reclamações de quem nos presta generosa ajuda sobre sujidade nas mãos. E os mesmos ciclistas a gabarem-se de que são à prova de... furo. Embora se acredite, pelo facto de os próprios desmontas não se quererem separar, de tão calcinados...
A partir daí, faltava-me tempo, sobrava-me cansaço, que me obrigou a permanecer na cauda do grupo e amiúde a esforçar-me por não o perder – principalmente na passagem de regresso pela recta do Cabo. No final, mais uma saída acima dos 110 km, mas esta mais «sofrida» que a anterior, no domingo, mesmo sem chuva ou roupinha molhada dessa manhã.

segunda-feira, novembro 30, 2009

Amanhã, feriado, Alcochete-2

Amanhã, como é hábito aos feriados, haverá volta de grupo. No calendário, nestas datas, não existe marcação prévia do percurso, apenas um sugestivo: «a definir». Assim, após consulta das mais altas instâncias organizativas e de muito matutar, decidiu-se continuar... a rolar. Nem uma excepção, em dia de folga! Que volta? E que volta! Logo a do Infantado, no sentido inverso, como na derradeira ocasião em que foi realizada. Se não houver chuva (não está mesmo prevista), abriguem-se do vento, porque, há duas semanas, por aquelas bandas, fazia um vendaval que fazia bolinar. Pode ser que não...
Contemos, pois, com esses factores, e também com o factor-Capela, que, para quem não se intimidou com a chuvinha de ontem, ficou a saber que o alverquense também acelera no molhado. Mas é mais «soft»... nas curvas! E não está só, os meus conterrâneos (além do Capela, o Carlos Cunha e o homem que só pedala, nunca fala...) estão em forma e a dar cartas. Fora eu! Eles são grande presença nesta pré-temporada, a marcar a toada das voltas.


quarta-feira, novembro 25, 2009

Domingo: Reguengo

No domingo continuarão as voltas em relevo plano, que desde o final de temporada 2009 têm decorrido invariavelmente em versão «hard core». As características são as habituais: só planura, e nem uma subida para amostra... - que até seriam recomendáveis (as características) para esta altura do ano se não servissem, como até aqui, para meter o «comboio» em velocidade de cruzeiro superior a 40 km/h! E para pôr quase toda a gente em alta carburação. Pode ser que... não!
Bom, devido ao tipo de traçado, com um troço pitoresco em plena lezíria ribatejana (Valada-Reguengo-Azambuja), não estão previstas neutralizações, embora possam vir a justificar-se devido a algum contratempo. A propósito destas, mais uma vez se alerta para que as respeitem, quando impostas por furo, queda ou qualquer outro incidente ou motivo de força maior, e não se promova a debandada geral (do género, a «malta vai andando devagar»...), situação causadora de desestabilizações e penalizações a quem tem de parar e aos que decidem prestar auxílio.

segunda-feira, novembro 23, 2009

Crónica de Alcoentre

Sobre previsões que se confirmam, houve um diálogo entre mim e o Carlos Cunha, bem cedo na volta de ontem para Alcoentre, enquanto neutralizávamos devido a furo do Jony, em Alverca. Ele (o Carlos) acabara de chegar, em atraso, e não perdeu tempo a questionar, com alguma desconfiança, se o andamento seria tão elevado como na volta da semana transacta (apesar de não ter participado, lera aqui a crónica). Respondi-lhe, com uma frase inserida, então, no contexto dessa prosa:
- É sempre imprevisível... Mas rectifiquei:
- Hoje será menos, com as figuras que se apresentam...
Mesmo sem saber a quem me referia (a maioria do grupo tinha-se adiantado), disparou:
- Bom, se é assim, vou só até à Ota!
Teria certamente outras ideias para aquela manhã, que não a altas intensidades (não falta de capacidade de acompanhar os ritmos mais fortes), mas acabou por completar o percurso.
De facto, pelo tamanho e o recheio do pelotão de ontem sobrava de onde pudesse vir estímulo ao andamento forte. Sobre este, há uma referência esclarecedora: 34,5 km/h de média! Bem acima da velocidade a que decorreu a tirada do último fim-de-semana, para Santo Estevão, com agravante de a dificuldade do percurso lhe ser igualmente proporcional. Ou seja, não só se repetiu como, em geral, aumentou o nível médio do ritmo da volta, tornando-a em mais uma saída imprópria para o defeso.
De qualquer modo, o grau de exigência – baseio-me na minha percepção – acabou por ser inferior, principalmente, em relação à «dantesca» fase final (do troço da recta do cabo para Vila Franca, com vento contra) da volta de Santo Estevão. E também aos efeitos sobre o corpo: igualmente massacrantes, mas ainda assim menos!
Como na semana passada, a façanha teve protagonista principal: o Capela, que voltou a monopolizar a condução do grande grupo com igual empenho e resistência, mas ontem com mais e diferentes «auxiliares». Refiro-me aos substitutos do Carlos Gomes, que esteve, finalmente, mais reservado. Não faltou quem continuasse às deixas do inesgotável Capela, ainda que de forma menos profícua e duradoura. Foram todos roladores em boa forma, aproveitando o baixo desnível acumulado do percurso.
De qualquer modo, o desenrolar da volta ficou marcado pela paragem devido ao referido furo do Jony, em Alverca, que motivou, a alguns, indispensável paragem, mas à maioria a tentação de continuar a uma velocidade acima da que proporcionaria a uma rápida e acessível recolagem (como deve ser sempre!). Por isso, apesar do empenho do grupo perseguidor, algumas vezes refreado em prol da fundamental preservação do estado físico mais «curto» de alguns dos seus elementos (eu incluído), a reintegração só ocorreu depois da Abrigada, no início do carrossel da Espinheira. E só porque houve paragem (completa!) do pelotão da frente.
Na Espinheira, passagem que se afigurava mais complicada do trajecto, o andamento não foi selectivo, permitindo ao pelotão chegar praticamente compacto à rotunda de Alcoentre... e lançado a 50 km/h! E apenas houve necessidade de neutralização no local previsto (por ordem muito oportuna do Jony!) por atraso do Freitas, que até aí vinha a forçar-se a um andamento comedido. De pouco lhe valeu, pois foi a partir daí que a carga foi realmente pesada.
Refira-se que voltou a faltar «coordenação» do pelotão na hora do arranque, levando a que só a meio caminho para Aveiras estivesse, novamente, totalmente concentrado. E foi na aproximação a Aveiras que o comboio aumentou de velocidade e não desacelerou mais, só chegando a Alverca ainda quase lotado à custa de bastante esforço da maioria dos seus passageiros, ainda assim com alguns apeados em Vila Franca.

Eis as médias a partir de Alcoentre: Alcoentre-Azambuja (38,2 km/h); Azambuja-Carregado (36,8 km/h); Carregado-Alverca (38,3 km/h).

Nota: no próximo dia 6 de Dezembro (domingo, às 8h30 no Livramento), o camarada Paulo Pais vai reunir as tropas para uma saída de bicicleta em convívio de pré-temporada, entre Livramento, o Bombarral e regresso ao Livramento (por Sarge), na distância de 85 km. Pode aceder-se ao percurso detalhado através do comentário (da autoria do Dario) ao «post» de antecipação da volta de ontem: «Domingo: Alenquer».

quinta-feira, novembro 19, 2009

Domingo: Alcoentre


A volta do próximo domingo é a de Alcoentre. O percurso é relativamente acessível e só a distância, a rondar os 130 km, poderá – além do nível do andamento, obviamente – impor mais dificuldades. O troço mais complicado do trajecto é o bem conhecido carrossel da Espinheira: 13 km em relevo parte-pernas, sempre em ascensão. Cumprida a fase inicial quase sempre plana até à Ota (43,5 km), o mais acidentado começa após esta localidade. Uma vez ultrapassado o alto da Espinheira (56,5 km), o que resta cumprir estará ao alcance das limitações de pré-temporada. Porque, até lá, a estrada é bastante plana.
Está prevista a seguinte neutralização em caso de necessidade de reagrupamento:- Alcoentre (rotunda de entrada).


segunda-feira, novembro 16, 2009

Santo Estevão: a crónica

Na sequência de discussões, nos últimos tempos, com diversos interlocutores sobre as problemáticas do funcionamento dos grupos, a volta de ontem foi prova cabal da convicção que defendo sobre a imprevisibilidade e a quase impossibilidade de controlo dos factores que influenciam o decurso das tiradas. Tantas vezes causa de acesa polémica, a cada concentração semanal em Loures. Nesta volta de Santo Estevão, em pleno mês de Novembro, ficou demonstrado quão expostas estão as voltas ao (forte...) contributo de «outsiders» no pleno das suas capacidades e cheios de ímpeto.
Sobre este tema, faço ponto prévio: como membro do grupo Pina Bike considero muito positiva a sua abertura ao exterior, que se tem traduzido em inequívoca e crescente «atracção» a novos participantes, menos assíduos e oriundos de vários «quadrantes». Apesar de todas as críticas e má fama que o grupo é alvo. Essa abertura a não residentes deveria ser factor de satisfação, motivação adicional para os «insiders» do grupo (para mim é...), nem que seja pela simples «preferência» que merecemos desses visitantes, alguns, com o tempo, a tornarem-se mais frequentes e até membros de «pleno direito». Em minha opinião, a afluência deve-se a uma razão: a popularidade do nosso grupo, que contra ventos e tempestades não pára de aumentar. E os «insiders» deverão ter como privilégio e dele procurar beneficiar. Tal como os ditos forasteiros, sem dúvida.
Tudo isto, a propósito de ontem ter tido as visitas ilustres do Rui Torpes e do Capela e «sus muchaxos» (camaradas). Creio que ambos dispensam apresentações. O primeiro é um velho conhecido que aparece esporadicamente durante a temporada, marcando sempre a sua presença com simpatia e elevado nível de desempenho. Afinal, é uma «figura» da competição. O segundo, mais recente entre nós, talvez para muitos ainda desconhecido, deixou cartel no início da temporada, com marca preponderante no Roteiro dos Muros, na Super-Trepadores e na Clássica de Évora.
Ambos são excelentes atletas, com estilos diferentes e, pelos vistos, momentos de forma igualmente díspares. O Torpes é mais discreto, sobressai no «momento certo» e actualmente está em início de preparação. Por isso, a sua participação na volta de ontem limitou-se a ser... simpaticamente discreta. Ao invés, o Capela é uma locomotiva, gosta de mandar no pelotão, impor o ritmo (geralmente elevado) e é extremamente duradouro – ao estilo do Renato Hernandez. As suas exibições naquelas três jornadas ficaram na retina de todos, principalmente, em Évora. É assim que se revela quando está em forma (como agora) – ou muito perto dela. Apareceu no domingo a evidenciá-la, marcando indelevelmente o desenrolar da volta para Santo Estevão, num percurso, como se sabe, praticamente plano. Sem picardias ou esticões que pudessem ser hostis, impôs um ritmo elevado (o seu) nas longas rectas da lezírias, elevando a intensidade do esforço de um pelotão que não se surpreendeu. Apenas sofreu...
Ou seja, voltou a haver o tal factor exterior, imprevisível, a influenciar o desenrolar de uma tirada que deveria ter tido intensidade muito mais moderada, em consonância com a época. Repito: não é uma crítica, apenas a constatação de como é dificílimo harmonizar pretensões individuais e colectivas. Ou como ninguém ousará querer que os domingos em grupo sejam treinos «à sua maneira»... Ontem, quem pensaria ou pretendia ter sessão de endurance saiu defraudado. Quem está em fase inicial de preparação com as limitações inerentes, não teve a manhã mais proveitosa. E sofreu...
Principalmente, na fase final do trajecto, desde o Infantado, na Recta do Cabo até Vila Franca, com a agravante do vento forte soprar «de cara», quando o andamento extravasou os limites do recomendável, atingindo os do... suportável. Mas não foi por influência exclusiva do Capela (que fez as despesas da condução do pelotão, a ritmo vivo, durante mais de 80% da volta!), mas também do Carlos Gomes, que continua em excelente momento de forma e não se sabe onde (o patamar) irá parar...
Felizmente (para mim), que a intensidade não foi sempre elevada. De início e até Benavente foi pouco mais que moderada, e só passou a regimes proibitivos a partir dos topos de Santo Estevão, ganhando especial dinâmica, como referido, nos quilómetros que antecederam a recta do Cabo. Aí rolou-se quase sempre acima dos 40 km/h, com auxílio do vento, contudo, quando mudámos de direcção (e de posição face ao vento) rolar a 35 km/h não significou menos dificuldade. Pelo contrário.
Na aproximação a Vila Franca, perante a persistência dos líderes (ainda e quase sempre o Capela e o Gomes) as dificuldades para a maioria dos restantes eram evidentes. Eu rolei durante muito tempo em total desconforto na roda do Capela e quando chegaram as primeiras inclinações, na ponte Marechal Carmona, acentuaram-se as diferenças que já se percebiam em grupo compacto. Depois de tudo, o Capela ainda teve forças para disputar o topo com o Jony – logo com ele, sempre fortíssimo em aceleração, e então mais resguardado.
A partir de Vila Franca, o ritmo foi mais brando e acessível, mas os empenos estavam lá... E havia gente maltratada que ficara para trás. Em final de manhã esforçada, uma calórica Coca-Cola acompanhada de amena cavaqueira com o Jony, numa esplanada de Alverca, foram retemperadores quanto baste. No curto e tranquilo regresso a casa, já quase tinha esquecido as agruras da manhã. Mas hoje, ao levantar-me da cama, as dores de pernas e costas relembraram-me.

P.S. Um abraço ao Capela (muito visado nesta crónica mas sem sombra de crítica, esclareça-se) e ao seu camarada Mota, que há muito não revejo. Os dois (e todos os «muchaxos» da minha terra, que, como se vê, gostam à brava do ferro) são sempre bem-vindos nas iniciativas do nosso grupo e estão desde já convidados para as edições de 2010 do Roteiro dos Muros, Super-Trepadores e das Clássicas (datas a marcar).

sexta-feira, novembro 13, 2009

Domingo: Sto. Estevão

A volta de domingo é a de Santo Estevão, a rainha das lezírias. O percurso é bem conhecido da maioria dos ciclistas que costumam participar nas jornadas semanais do nosso grupo.
Devido às características do traçado, longo, sempre a rolar sem dificuldades de relevo (o que de mais inclinado existe é a... ponte de Vila Franca), não se estabelecem neutralizações para reagrupamento. Só se alguma incidência assim o recomendar.


quarta-feira, novembro 11, 2009

Chuva, furo na roda e... nas pernas

O último fim-de-semana, tinha decidido que marcaria o regresso paulatino à actividade física, uma espécie de preparação para melhor entrar na pré-temporada. Na verdade, não era mais que o reconhecimento que não poderia continuar a fazer corpo mole durante mais tempo, sob pena de amargurar todos os domingos para aguentar os andamentos dos resistentes que nunca param - ou não caem tanto como eu.
Como não tenho disponibilidade para uma abordagem do tipo profissional à dita pré-temporada (caminhadas, ginásio, corrida, natação...), o meu único recurso é voltar à bicicleta quanto antes, uma horinha na estrada ou em cima dos rolos, intercalando-a com sessões de electro-estimulação muscular (Compex). Suficiente!
Mas este regime era para arrancar depois do fim-de-semana. Porque durante, cumpri dupla jornada de treino (sábado e domingo) com a fadiga que daí se adivinha ter resultado. No sábado, com o grupo habitual da rotunda dos Caniços, rolámos na lezíria – eu menos porque tinha limitações horárias, mas os restantes cumpriram a volta de St. Estevão. Andou-se bem, em regimes adequados à época, mas, no regresso, a sós, desde Benavente, sob efeito do vento, os cerca de 90 km que contabilizava em Alverca já pesavam a quem está no início... do início.
De qualquer modo, foi uma bela manhã e um treino produtivo, que permitiu voltar à célebre estrada da lezíria (Benavente-Estalagem do Gabo Bravo, na recta do Cabo), cenário a fazer lembrar as clássicas do Norte da Europa. Infelizmente, um troço de 200 metros permanece, há anos, em muito mau estado, passando ao lado da última campanha eleitoral para as autárquicas. Não deve interessar a muitos, digo eu!
As marcas de sábado – já sabia – perdurariam no domingo na volta de grupo. Para mais, ao realizar-se sob intempérie de aguaceiros e vento. Por isso, arranquei a caminho de Loures consciente que havia limites que não poderia/deveria ultrapassar durante a tirada, sob risco de acabar em fortíssimo «empeno». Quando fosse hora de deixar-me «descair», fá-lo-ia sem reservas. Nada de ímpeto!
O percurso não era o mais amigável. Embora – diz-me a experiência – que os mais amargos «no papel» muitas vezes se tornam os mais doces. Este não era muito, nem pouco: mas sim em sobe e desce longo e suave, que certamente não permitiria chegar a casa descansado.
A subida para o Forte do Alqueidão confirmou as expectativas. O andamento não foi alto, apenas moderado face ao vento.... forte. Os elementos mais em forma nesta altura do ano tomaram as rédeas, porque, por vontade da maioria em que me incluía, teria sido muito mais demorada a ascensão. Entre aqueles, o Carlos Gomes (ainda...), o Carlos Cunha (até agora Bianchi Pantani ou Azul, e que descobrimos ter sido vizinhos até há cerca de um ano), o Freitas (na fase inicial, depois mais resguardado, por certo também a acusar os 130 km da véspera), o Evaristo e o Nuno Garcia (cada vez mais activos) e o Manso «Cancellara», que felicitei pelo regresso ao nosso convívio, no prelúdio de uma amena cavaqueira que durou até Arranhó. Aí, também ele foi dar o seu contributo à frente.
Atingi o Alqueidão poupando, ao máximo, as energias e os músculos. Ainda assim, a economia teria sido mais profícua com «un pontito menos» (como diria «Perico» Delgado) no andamento. Muito faltava a percorrer e convinha alimentar-me desde já, porque nesta fase os «timings» chegam mais cedo e menos intervalados.
Na descida para Arruda, furei, obrigando a uma paragem sob chuva e algum frio. Mais, para quem tinha arriscado o calçonito num dia destes, como o papá Garcia, cheio de hormonas maternais do leite que pirateia à filha. E para o trabalho que deu o meu pneu de 11 anos, que fez a vida negra aos desmontas e a chacota do «Cancellara», que fez as honras de chamar a si a tarefa de reparação. A propósito: interrogo-me sobre o motivo de serem raras as ocasiões, quando furo em grupo, ser eu a fazer a operação – como é normal e lógico. Será que os meus camaradas percebem, no meu semblante de desconsolo, que a última coisa para que tenho algum jeito é para trocar rodas? E que nesta situação, o Manso ficou sensível ao risco de a filha do Garcia ficar órfã de pai, e meteu mãos à obra ao vê-lo a não aguentar o bater dos dentes? Mas também será por um pouco de meu comodismo, confesso.
Sobre esta e outras incidências da volta, reporto para a crónica do Manso no Voltas ao Oeste.
Em Arruda, houve abandonos encorajados pela incontinência das nuvens. Menos mas mais molhados, até Carregado/Alenquer, o perfil da estrada ajudou, no meu caso, a disfarçar o cansaço. Todavia, a caminho da Merceana, quando os mais duradouros nesta longa temporada decidiram carregar (um pouco) mais nos crenques, fiquei imediatamente descompensado. Ainda assim, muito aquém do que esperaria, uma vez que, definitivamente, não era dia de correrias para ninguém.
Curiosamente, o Freitas comungou das minhas (más) sensações e deu voz aos seus condicionalismos físicos, oferecendo-me a sua tenra roda na longa subida de regresso ao Sobral. Aí destacou-se, com naturalidade, um pequeno grupo (Manso, Garcia, Evaristo, Salvador), que terá contemporizado quando nos sentiu em dificuldades. Estavam por sua conta, à vontade para seguir no ritmo que mais lhes convinha, mas foram amigos... De qualquer modo, não vi ninguém com inequívoca disponibilidade para continuar forçar o ritmo.
No meu caso, mais do que dificuldades, foi a necessária adequação da velocidade às limitações. Assim, não foi duro chegar, integrado no grupo, ao Sobral e depois ao Alqueidão, claro está, beneficiando sempre a parcimónia/compreensão deste. Pela qual agradeci!
No final, foram 116 km e mais de 4h00 de pedal. Num daqueles treinos esforçados, em má forma, sob chuva e vento que, como disse o «Cancellara», valem por dois!

sexta-feira, novembro 06, 2009

Domingo: Sobral-Arruda-Alenquer-Sobral

A volta do próximo domingo deixa as planícies das últimas semanas. O percurso é em sobe-e-desce sempre suave, pelo eixo Sobral-Arruda-Alenquer-Sobral, bem conhecido.
Sugere-se os seguintes pontos de neutralização:
Sobral (rotunda da Praça de Touros)
Alenquer (rotunda grande)
Sobral (centro)




terça-feira, novembro 03, 2009

Crónica da Marginal

A volta da Marginal-Alcoitão foi pouco... clássica. Desenhada em percurso atractivo pelo facto de passar ao longo da zona ribeirinha de Lisboa e Marginal até ao Estoril, a tirada acabou por ficar marcada por alguns contratempos causadores de fracções várias no numeroso pelotão que arrancou de Loures.
O primeiro sucedeu logo à saída de Sacavém, a provocar atraso irremediável a mim e mais uns quantos. Motivo: paragem devido à quebra de um cabo de mudanças da bicicleta do Freitas, cuja reparação (ou melhor, o desenrasque possível) demorou alguns minutos, os suficientes para o grosso da coluna se colocar a longa distância sem o devido compasso de espera – que poderá ter explicação no facto de alguns elementos terem começado a ficar impacientes perante uma situação de fuga protagonizada pelo Jony. No local (da avaria) permaneceram, além do Freitas, eu, o Carlos Gomes, o Steven e o mecânico de serviço: o Pina.
Com o Freitas «limitado» à pedaleira grande e a sua bicicleta sem o agora inútil desviador, metemo-nos à velocidade de perseguição, e em boa colaboração fez-se uma média de 36 km/h entre Parques das Nações e Cais do Sodré. Até que, junto à Praça da Ribeira, deparámos com o Jony a trocar um pneu furado. Do pelotão, nem sombra...
Parámos, obviamente, criando novo impasse que tornava o reagrupamento (que já era muito difícil) totalmente impossível.
E como a paragem demorou! O homem não atinava com a câmara de ar – entre várias novas igualmente furadas, gastou várias até alguma servir. Deu para arrefecer e pensar como abordar o restante trajecto. No reatamento sobravam, além de mim e do Jony, também o Carlos Gomes, o Gil e o João Lopes. Estes dois últimos, entretanto, tinham preferido largar o grupo da frente.
Mais uma vez, não demorou para fixar a velocidade cruzeiro em torno dos 35 km/h... até nova paragem. Agora num posto de abastecimento mais próximo para reforçar a pressão do pneu. Mas mais uma vez, só uma não chegou. Há falta de agulheta abandonou-se a bomba de Belém sem ar e só se concretizou a tarefa em Algés, após uma pouco ortodoxa transposição de jardim. Não havia meio de manter o ritmo.
De qualquer modo, sem o aparato e as cavalgadas em pelotão (aliás, nesta altura é bem mais conveniente a moderação) estava longe de deixar de acreditar que ao longo da Marginal a pulsação não subisse. Não quando se está em poderosa companhia. Refiro-me ao Carlos Gomes e ao Jony - que monopolizaram as despesas (algo exageradas...) na ligação entre Cruz Quebrada e o Estoril. Tiveram o estímulo da presença de dois forasteiros (jovens triatletas seleccionáveis) desde o cruzamento do Estádio Nacional, que não se fizeram rogados a intrometer-se no andamento do comboio, colaborando amiúde para não deixar cair o andamento. O Gomes e o Jony «deram-lhe» bem, mas naquele terreno não era previsível que quaisquer «rodistas» sentissem significativas dificuldades. No Estoril, os forasteiros despediram-se simpaticamente. Nesta correria desenfreada, fez-se uma média de 40 km/h. Redondos!
Era hora de o piso inclinar, mesmo que suavemente. O Gomes continuou a meter ferro, com um passo muito certo que não deixou ninguém à vontade. No meu caso, era o prolongamento dos regimes (demasiado) elevados desde Sacavém, fruto da paragem total de defeso. Em Alcoitão, soou o alarme: o Jony atrasara-se (não sei por que motivo: dificuldades, trânsito ou outro...) e aliviou-se os crenques para permitir a sua recolagem. A partir daí, até S. Pedro de Sintra – pelo emaranhado de rotundas criado pela nova auto-estrada – o ritmo foi mais brando. Ou melhor, pelo menos garantiu que todos permanecessem na roda amarga do Gomes.
Junto ao autódromo encontrámos o Pedro, de Mafra – que, sem surpresas, esclareceu sobre o enorme atraso para o pelotão principal – ou que sobrava dele, já que antes de S. Pedro alcançámos um grupo que incluía o Steven, o ZT, o seu pai, o Samuel e o Morais «Morales».
Em Sintra, parou-se, agora voluntariamente, para abastecer. Até Loures, o andamento foi tranquilo, propiciador de bate-bocas, só interrompido, no troço Negrais-Sta. Eulália, para não destoar da tradição. Depois, na longa descida, efectuada a alta velocidade, o topo de Guerreiros serviu-me para mimar as pernas, abusadas durante longos quilómetros. O Steven fez-me companhia, solidário com as minhas dificuldades (ou para gozar da ocasião, como gracejou) mas quase no final da descida voltávamos a reunir com os restantes.
De Loures a Alverca, com o Jony e o Salvador (único representante visível do pelotão da frente, mas desdobrando-se em críticas ao andamento deste) continuei a higienização dos músculos, embora os «maganos» tenham insistido, demasiado, na pedaleira grande. O vento estava a favor. Eu é que não! Já não me lembrava (bem...) de como são aziagos os efeitos dos maus tratos em fase de inactividade.

Agora questiono? Serei eu que baixo clamorosamente de forma em duas semanas de paragem (intercaladas do fim-de-semana de 24 e 25) ou a inactividade proclamada por muitos é pura ficção. Mais relevante foi a afirmação do Steven acerca desta matéria. Dizia ele, que as minhas dificuldades eram uma pequena amostra das que, quase semanalmente, sentem os que treinam menos (que assumia ser porta-voz) para tentar acompanhar os mais fortes no auge da sua forma. Concordei. Mas não encontro remédio. É a «lei» dos pelotões!

quinta-feira, outubro 29, 2009

Domingo: Marginal-Alcoitão

No próximo domingo, a volta é a de Marginal-Alcoitão, a que era para se realizar na semana passada, mas que teve de ser adiada devido à realização de uma prova de atletismo em Algés.
O percurso é bem conhecido e não oferece grandes dificuldades, mas sim um enquadramento paisagístico interessante. Poucas vezes percorremos a Marginal, que é sempre estimulante. A partir do Estoril, começa a subir-se, suavemente, até S. Pedro de Sintra, por Alcoitão e recta do Autódromo. Depois de descer para Sintra (passando pela via pedonal), segue-se para o Lourel-Pêro Pinheiro-Negrais-Sta- Eulália e Loures.

Os pontos de neutralização previstos são os seguintes:
1- rotunda de S. Pedro de Sintra
2- Sta. Eulália




quarta-feira, outubro 28, 2009

Crónica de A-dos-Arcos

A volta do último domingo aproximou-se razoavelmente do que deveriam ser em época de defeso. Digo razoável porque o andamento de cruzeiro foi quase sempre acima do recomendado – embora acessível para quem seguia protegido no aconchego do pelotão. O percurso foi plano em mais de primeira metade da distância, entre Loures, Azambuja e o Carregado, passando, a partir daí, a acidentado até Arruda e em subida suave para A-dos-Arcos, terminando em descida para Bucelas e depois para Loures.
Para quem não pretendeu meter ácido nos músculos foi uma jornada a calhar. Só se esforçou, acima desses limites, quem quis conduzir o pelotão acima dos 35 km/h pela lezíria ribatejana. Ou então, os que estavam mais limitados em subida, nomeadamente em A-dos-Arcos, que até foi realizada apenas em ritmo... médio alto – que só poderia deixar em dificuldades, como disse, os menos preparados.
Uma das excepções ao domingo de «folga» foi o Carlos Gomes, a quem pertenceu a esmagadora maioria das despesas à frente do pelotão e dos pouquíssimos que imprimiram um andamento acima do moderado. Tal sucedeu, amiúde, no regresso de Azambuja para o Carregado, quando se rolou acima dos 40 km/h, ainda e sempre com o forte contributo do camarada Gomes – que está a atravessar um momento de forma, arrisco dizê-lo, sem precedentes desde que participa nas voltas com o grupo.
De qualquer modo, não houve tentativas de fuga, ataques ou outras iniciativas fracturantes, rolando-se sempre em pelotão compacto em andamento que, reforço, esteve quase sempre ao alcance de todos os níveis e capacidades dos participantes. De resto, à entrada para o sector teoricamente mais selectivo (a partir do Carregado para Arruda, e depois para A-dos-Arcos), o grupo dividiu-se devido a um contratempo na neutralização. Aí resultou que um pequeno pelotão tivesse seguido para Arruda, bem à frente de um grupo que me incluía, tal como o Freitas, o Steven, ZT, o seu pai.
E que, por terem saído mais cedo da neutralização do Carregado, tanto o Salvador como o Pintainho seguiram isolados do próprio minipelotão, subindo destacados a A-dos-Arcos. De resto, após o reagrupamento entre os retardatários (onde eu estava) e o minipelotão já depois da recta da Fresca, também estes abordaram a subida dos Arcos com enorme tranquilidade. E só, à medida em que se ascendia, é o andamento foi aumentando, tornando-se apenas acessível a um pequeno grupo. O ritmo, paulatino, foi de responsabilidade partilhada entre o Freitas e o Jony, que «o» levaram até aos derradeiros metros da subida, com quase inexistentes e de todo inconsequentes acelerações. À passagem por A-dos-Arcos, o grupo da frente ainda alcançou o Salvador e o Pintainho.
Mais intensa acabou por ser, para alguns, a descida para Bucelas, «espicaçada» no início por alguns sprints em força «de reinação» entre mim e o Jony. Tais, tiveram o condão de despoletar a ira do Carlos Gomes, que, às tantas, se cansou dos repelões e passou ele a impor o andamento... decidido. Levou na sua roda o Gil, o João Lopes (ex-Gesink...) e o «Bianchi Pantani-98» (ex-camisola azul!), cada vez mais já dois «habitués» aos domingos.
O Jony saltou com facilidade para grupo, que passou a quinteto, e logo que o Gomes começou a vacilar, passou ele para a frente, e a manter (e a aumentar mesmo) o andamento. Eu, descarregado dos sprints recentes, fiquei cortado, e com os homens fortes do grupo da dianteira tão empenhados limitei-me a juntar, para o meu, os que entretanto iam «caindo» da frente. O Lopes, primeiro, depois o Gil, que ainda colaborou na perseguição... sem sucesso. Contentámo-nos em não perder terreno até Bucelas.
Estas foram os únicos ritmos na volta que ultrapassaram os limites do recomendável para o «defeso». Defeso que, aliás, nunca houve no nosso grupo! Inverno sempre foi para... continuar a carregar!
No próximo domingo, entra Novembro: a volta é a de Marginal-Alcoitão. Mais informações em breve.

sexta-feira, outubro 23, 2009

ATENÇÃO: ALTERAÇÃO À VOLTA DE DOMINGO

Em virtude da realização, no próximo domingo, da Corrida do Tejo, ente Algés e a Praia da Torre, o trânsito na Marginal vai estar cortado... a tudo o que não seja malta de calção curtinho, camisola de alças e ténis. Deste modo, a volta que estava programada foi alterada, realizando-se então na próxima semana.
Por troca directa, a que se irá fazer é a de A-dos-Arcos, cujo percurso e altimetria estão em gráficos abaixo.
Fica a informação e o agradecimento aos camaradas Gil e Luís Novo pelo alerta.
Ponto de neutralização na volta de domingo: alto de A-dos-Arcos (cruzamento com a estrada do Sobral)
Na Azambuja, dá-se a volta na 1ª rotunda (junto à praça de touros/bombas Galp), com regresso pelo trajecto inverso, até ao Carregado.

segunda-feira, outubro 19, 2009

Contra-relógio por equipas: Livramento-Óbidos-Livramento

A «Concentração Ciclista Livramento-Óbidos-Livramento» de 2009, organizada pelo camarada Paulo Pais – melhor, a cada ano que passa... – realizou-se em inédito sistema de contra-relógio por equipas, na distância de 102,3 km. O evento contou com cerca de quatro dezenas de participantes, divididos por seis formações, com as mais rápidas a aproximarem-se bastante da média de 40 km/h – o que diz bem do nível e competitividade dos desempenhos.
O grupo Pina Bike foi representado por sete elementos – Pina, Zé-Tó, Salvador, Zé Henrique, Pedro, Ricardo, Freitas – que cumpriram o percurso (tempo do terceiro elemento) em 2h49m38s, à média de 36,3 km/h, o quarto melhor registo. Mais importante que o resultado foi a invulgar experiência, a tão «altas rotações», e o salutar companheirismo.
Na manhã surpreendentemente fresca de domingo no Livramento, a nossa equipa foi a quarta a arrancar para a estrada e desde os primeiros quilómetros procurou-se andamento que permitisse esbater ao máximo as diferenças de capacidade que inegavelmente existiam no septeto. No entanto, mesmo com especial contenção, cedo o Zé Henrique revelou dificuldades em seguir os restantes – acabando, por opção própria, continuar no seu ritmo.
Estava-se, então, a menos de meio caminho de Óbidos, com o grupo a empenhar-se na ascensão para Outeiro da Cabeça. Íamos bem, com dinâmica e coordenação. Na longa descida para o Bombarral alcançámos a equipa de Salvaterra (com quatro ciclistas de «competição», entre eles, Vítor Faria, Henrique Janota, João Portela e Márcio Correia), que mantinham andamento longe das exigências de um contra-relógio... mesmo este, a «brincar». Daí a dobragem. Quando passámos, juntaram-se mas mantiveram a retaguarda, respeitando as «regras».
Entre o Bombarral e Óbidos, eis que chega, de trás, a equipa do Tutti-Fruti (tanta fruta...), formada, como se percebe, por miscelânea de elementos oriundos de várias proveniências, e que compunham um colectivo muito forte, com ambições. A saber: Runa, André, Carlos Gomes (que traição imperdoável!), Filipe Arraiolos e Hugo Maçã. Fora a última equipa a arrancar, seis minutos depois da nossa e logo ali demonstravam estar a efectuar um primeiro sector muito rápido, a roçar a média de 40 km/h! Pelo caminho, já tinham varrido a equipa Motorreis, angariando alguns elementos para o trabalho. E trabalharam bem! Foi uma ajuda que não e pode desvalorizar.
Pouco depois, alcançávamos os Ciclomoina. Tinham sido os primeiros a arrancar do Livramento. O seu andamento era claramente abaixo da média, mas a sua simpatia, camaradagem e união muito, muito acima. Inquebráveis!

Regresso
Na inversão de marcha, em Óbidos, aglomeravam-se três conjuntos. Se o Salvaterra tinha deixado a nós a tarefa de liderança quando foi alcançado, agora fazíamos (nós e eles) o mesmo em relação aos Tutti-Fruti – que estavam a jogar claramente para o melhor tempo. Mal sabiam eles quanto...
Neste ponto, a média da nossa equipa fixava-se em 37 km/h, correspondente ao tempo de 1h23m. Desde logo bem melhor que as melhores perspectivas, considerando o objectivo estabelecido à partida: terminar abaixo das 3h00.
Nos primeiros quilómetros da ligação de regresso, os Tutti-Fruti assumiam o comando do pelotão, com a maioria dos seus elementos, e ainda com a preciosa «aliança» do Motorreis. Continuaram a trabalhar, não se intimidando com o elevado número de respeitosas «boleias» que transportavam nas suas rodas.
O segundo sector foi, deste modo, tudo menos um contra-relógio para quatro equipas, mas uma amálgama que, como se antevia, não poderia deixar, até final, imaculada a tarefa dos Tutti-Fruti. Por várias ocasiões, a partir do Bombarral houve interferências alheias (mais que tentativas de desestabilização), entre as quais, a mais significativa foi a fuga de Vítor Faria antes do Outeiro da Cabeça, que se manteve durante alguns quilómetros a cerca de 200/300 metros de distância do pelotão. Creio que sempre controlado.
Começava, como se previa, a desenhar-se um figurino de corrida. Os Tutti-Fruti continuaram empenhados na sua causa e reconheçamos-lhes muito mérito. Mesmo com o acumular da distância e consequente fadiga de alguns dos seus elementos, nunca deixaram a que o andamento baixasse, embora insuficiente para ambicionar a média horária da primeira metade do percurso e, por muito poucos segundos, o melhor registo final.
Apesar de beneficiar do auxílio do Motorreis e, de a partir de Torres, do empertigamento do pelotão em jeito de corrida, a verdade que André, Carlos Gomes, Runa e companhia andaram muito bem.
Importa, ainda, ressalvar em abono do mérito dos Tutti que, entre Bombarral e Torres, o trabalho lhes esteve exclusivamente entregue, sem ajuda (no pelotão sobrava gente com capacidade para tal...) que melhoraria sem dúvida o seu registo final. E nessa altura nem os Motorreis lhes valiam, entrados na reserva.
Refira-se que, à frente e a andar muitíssimo bem sem qualquer interferência de terceiros, estava a equipa TGV do Oeste. Farto elenco de luxo, com nove «poderosos»: Jony, Duarte, Mário Fernandes, Marco Almeida, João Rodrigues, Xico Aniceto, Vasa, Rocha e Manso «Cancellara». Foram com naturalidade os mais rápidos. Por escassa margem, mas com toda a justiça, nem que seja pelo simples facto de terem trabalhado sempre a «a solo».

«Ajuda» final
Regressando ao pelotão, à passagem por Torres, com Vítor Faria já reintegrado, finalmente os Frutti contaram com ajuda importante: da Pina Bike. Nem mais, e não é puxar a brasa à nossa sardinha... Nos topos da variante nova, tanto eu como o Freitas, passámos pela frente, ajudando, principalmente, o André, que se assumia como o elemento mais activo daquela equipa – ou o que acusava menos o cansaço.
Na subida para Catefica, partilhámos o esforço... forçando ao ponto de fraccionar o grupo. Infelizmente, com más consequências! Entre os Pinas, necessitava-se que, além de mim e do Freitas, pelo menos um terceiro elemento (para fechar o tempo de grupo) conseguisse resistir entre os homens da frente. O Pedro parecia reunir boas condições, mas acabou literalmente por «rebentar», chegando ao Livramento em claras dificuldades, e com atraso. Os restantes (ZT, Salvador e Pina) também perderam o comboio à saída de Torres.
Por este desfecho adverso, assumo a minha responsabilidade no contributo que dei para aumentar o andamento, tornando-o impossível para os nossos. FIZ MAL, com prejuízo da nossa equipa, e aos meus companheiros apresento sinceras DESCULPAS!
Após Catefica, a intensidade não baixou mais. Com a minha participação, reforço. Manteve-se na descida do Carvalhal e nos topos do Turcifal, onde voltei a carregar nos pedais à frente do grupo.
No final do primeiro, contudo, fiquei surpreendido ao sentir as pernas vacilarem – pois vinha a sentir-me bem. Hesitei, mas acabei por melhorar... rapidamente. Ajudou-me o facto de, ao contrário do que esperava, o pequeno grupo que sobrava necessitar de respirar. De tal modo, que me permitiu defender-me no segundo topo das acelerações do Salvaterra, até aí sem consequências. Porém...
O golpe decisivo sucedeu logo a seguir à Freixofeira. Há um primeiro ataque do Márcio Correia, a que respondi, levando o grupo na roda. Fechei o espaço e passei a impor o andamento, até que, pouco depois, o Vítor Faria acelerou, sem que ninguém fosse capaz de lhe agarrar a roda. O Freitas ainda tentou... mas sem êxito. Curioso que, nesse preciso momento e ainda com 2/3 km e o «muro» do Livramento para transpor, o recém fugitivo (Faria) celebrou imediatamente, como se soubesse que não perderia a vantagem até final. Ou estaria a zombar. A coisa parecia terminada, mas eu estava disposto a dar-lhe luta.
Cerrei os dentes e passei à perseguição, ficando em posição intermédia. No entanto, apercebi-me rapidamente que, sozinho, era tarefa impossível!
O grupo, entretanto, juntava esforços e partia ao nosso encalço, absorvendo-me à entrada do Livramento, pouco antes da derradeira subida. Nessa altura, há outro elemento do Salvaterra, João Portela, que acelera deixando todos para trás, ao ponto de se juntar ao seu companheiro antes da meta, no Livramento.
Logo a seguir, o André, o Runa e o Hugo Maçã e eu chegávamos à frente dos demais. Os Tutti-Frutti fechavam desde logo com excelente tempo: 1h40m39s (38,3 km/h). Mas ainda não sabiam que tinham ficado a escassos 18 segundos dos TGV do Oeste – uma ninharia após mais de 100 km de pedal.
Apesar de (eu) ter realizado 2h45 (regresso em 1h21, a 37,4 km/h), o nosso terceiro homem (entre o trio ZT, Salvador e Pina) demorou mais de 4 minutos. Logo, os Salvaterra, que tinham perdido três minutos no Bombarral, acabaram por dar a volta nos últimos quilómetros e ficar em vantagem - que talvez não tivesse chegado para nos superar se eu indirectamente não (os) tivesse ajudado a... cavar.
Conforta-me, todavia, tenha sido superior a satisfação, unânime, no nosso grupo, por tão empolgante desempenho, a velocidades pouco domingueiras, partilha e total entrega ao esforço – que foram extraordinários no trajecto de ida para Óbidos. Quando demonstrámos ser EQUIPA!

P.S. Recomendo «ver» o contra-relógio do TGV do Oeste pelos «olhos» do camarada Vasa, no seu blog. Com especial dedicatória aos Pinas!

Classificação (102,3 km):
1º TGV do Oeste: 2h40m21s
2º Tuti-Frutti: 2h40m38s (+18s)
3º Salvaterra: 2h47m06s (+6m45s)
4º Pina Bike: 2h49m38s (+9m17s)
5º Motorreis: 3h06m13s (+25m52s)
6º Ciclomoinas: 3h12m12s (+31m51s)
Média do vencedor: 38,3 km/h

quinta-feira, outubro 08, 2009

Crónica da Ota e o que aí vem

Como diz o ditado: «O que nasce torto, tarde ou nunca se endireita». Aplica-se bem ao desenrolar da volta do passado domingo, para a Ota, em versão alargada (123 km). Não que o adjectivo (torto) assuma, neste contexto, sentido negativo, pelo contrário, mas porque traduz o cariz que cedo se impôs à tirada e que a marcou até ao seu termo. Que foi, sem dúvida: a velocidade, as movimentações, os ataques... as fugas!
Começou a desenhar-se logo, em Unhos, com menos de 10 km percorridos, quando os primeiros «homens fortes» se começaram a mexer. Logo eles! Numa iniciativa madrugadora e inesperada, o Freitas destacou-se do pelotão a caminho de Sacavém, em fase de descida, vindo a juntar-se a alguns elementos que seguiam com ligeiro avanço (consentido). Todavia, a falta de interesse destes em dar corpo à fuga condenou-a rapidamente ao fracasso. Nessa curta (e facilitada) perseguição contribuíram o Jony e o João Rodrigues, levando o pelotão a rolar novamente compacto à passagem por Sacavém.
Estava descoberto o mote para o início da tirada: atacar! E foi o que não parou de suceder nos quilómetros que se seguiram, na EN10, onde acelerações e tentativas de «corte» de diversos elementos se sucederam, a um ritmo que chegou ao frenesim, ainda que sempre sem grande duração pela eficaz resposta do grande grupo. Neste trabalho (de condução do pelotão) destacou-se mais o João Rodrigues e o Paulo Pais. Entre os atacantes, foi o Jony, o Duarte e o Carlos Gomes que se mostraram mais empertigados. Os «duros» estavam incontroláveis, portanto.
Esta toada manteve-se, a espaços com bem-vinda acalmia, Entre Sacavém e Alverca a média foi de 37 km/h, baixando até Vila Franca (33 km/h), onde no empedrado esperam-se as tentativas de selecção do costume. Curiosamente não apareceram! Estranhou-se, ou nem tanto, pois havia motivos indisfarçáveis: a intensa actividade que até aí se desenrolara já moía, não só o corpo mas também as consciências... sobre o muito que ainda faltava percorrer. O pelotão estava a precisar de «respirar» e rolou mais tranquilamente até ao Carregado (32 km/h).
Até que, após esta passagem, surgiu o golpe decisivo do dia: o Carlos Gomes e o do Barro adiantam-se ligeiramente dentro da localidade, onde o pelotão contemporizava devido ao trânsito. Nesse breve desagregamento, também logrei destacar-me, colando à roda do duo, que à saída para Alenquer se apercebeu da oportunidade e... carregou a fundo, ainda perante a passividade do grosso da coluna.
Ao constatar que a distância aumentava com facilidade – aparentemente sem resposta – dei o toque a rebate no trio, e principalmente o Carlos Gomes correspondeu a preceito. A partir daí, metemos andamento de morte, sem restrições ou poupanças, cavando mais o fosso para o pelotão, de onde tinham escapado o Jony e o Duarte – também sem oposição! Nos primeiros metros da variante Alenquer, juntavam-se a nós – que, entretanto, tínhamos aumentado em número com a adição de alguns elementos que rolavam destacados (Capitão, Evaristo, Marco [regresso saudado], entre outros que não conseguiram «agarrar-se» ao comboio).
Ainda temi que, com a iniciativa do Jony e do Duarte, o pelotão viesse a reagir fortemente e assim colocar em risco o sucesso da fuga. Mas tal não sucedeu. Após o topo de Alenquer, a vantagem já era confortável, levando-me à convicção que dificilmente seríamos apanhados até ao Vale do Brejo (onde estava prevista a tradicional neutralização).
Rolou-se a toda a velocidade, merecendo destaque o empenho de todos – inclusive os que «apenas» se esforçaram por se manter no grupo! No trabalho mais árduo, comigo sobressaíram principalmente o Carlos Gomes (como nunca o tinha visto!!) e o Jony, este último com especial contributo na fase final, na subida do Vale do Brejo, em que se revezou comigo, aliando a enorme capacidade física ao sentido colectivo. Mas também o Duarte, o Capitão e o Evaristo colaboraram.
No alto do Brejo, contabilizávamos 41 km/h de média desde o Carregado! E na subida, andamento a roçar os 30 km/h, a apenas escassos 5/10 segundos do melhor registo: 4m05s (10/01/2008). Na altura, não precedido de tão grande desgaste.
Naquele local, quase mítico nas nossas voltas, entre o grupo da frente a nota de maior realce vai para a presença do Capitão – que se agarrou muito bem até ao final. Mas estavam lá quase todos: o Jony (que «mandou» na subida), Duarte, Carlos Gomes... e ainda o Pina e o Salvador que tinham entrado no «comboio» já em plena Ota - fresquinhos, portanto! O Evaristo e os restantes (e também os do grupo do Pina) chegaram algum tempo depois. Era, pois, «tempo» de aguardar pelo pelotão!
Mas não. Contrariamente a mim, a malta preferiu continuar... embora devagar. Fiquei a aguardar, e estranhei o atraso: 5, 10, quase 15 minutos... e eis que chegam, finalmente! Tinham uma forte justificação para a demora: furo do Paulo Pais.
Juntei-me ao grupo, de cerca de 10 unidades, que rolou muito bem no regresso, realizando os seguintes parciais: Vale do Brejo-Carregado: 36,5 km/h; Vila Franca: 38 km/h; Alverca: 34 km/h; Vialonga: 34 km/h.
Os «adiantados» vieram a «fumar charuto», e só assim foi possível, entre Alverca e Vialonga, terem sido alcançados. A sua vantagem era, como referi, de quase 15 minutos no Vale do Brejo!
Assim, por ter alinhado com as duas facções, acabei por andar sempre depressa, averbando 34,6 km/h de média aos 118 km (em Vialonga). Certamente chegaria aos 35 «redondos» se tivesse continuado com o grupo até Loures, pois agora em «mistura» entre os perseguidores, os que restavam dos fugitivos do Carregado e os que saíram adiantados ao quilómetro «abaixo de zero» (o grupo do Pina, Salvador), a acrescentar à controversa não-espera em Vale do Brejo, não se vislumbravam motivos para sã convivência...

Domingo: Torres-Espinheira
No próximo domingo, realiza-se a derradeira volta mais exigente da temporada. Na teoria, claro! O traçado (ver descrição abaixo) é um interessante rompe-pernas sem verdadeiras subidas capazes de fazer sobressair os trepadores. De qualquer modo, o relevo acidentado e a distância considerável elevam-na a um nível de dificuldade superior, por exemplo, aos das rondas das duas semanas transactas - ambas acima dos 100 km e disputadas a velocidade média a rondar os 35 km/h!
Recomendam-se neutralizações (se necessário) nos seguintes locais:
-Sobral (rotunda da praça de touros)
-Torres Vedras (rotunda da A8, antes de seguir para Sarge)
-Alenquer (rotunda de baixo)



Contra-relógio Paulo Pais, dia 18
No próximo dia 18 (domingo), o camarada Paulo Pais vai organizar a 3ª edição da «sua» concentração ciclista, este ano em formato diferente: será realizado em contra-relógio, por equipas, entre o Livramento-Óbidos e regresso ao Livramento, sem a tradicional paragem a meio do percurso (Óbidos).
As formações deverão ser constituídas entre três e dez elementos, sendo que, para se classificarem, terão de se apresentar no final com o mínimo de três ciclistas.
A concentração está marcada para as 8h00, na localidade do Livramento (junto ao campo de jogos/polidesportivo), onde estarão instaladas, tanto a partida como a chegada.
Recomenda-se, assim, a todos os interessados em participar que se «organizem». As inscrições (3 euros, com direito a camisola alusiva ao evento) deverão ser realizadas no local, antes do início da tirada. A esta seguir-se-á, como sempre, almoço-convívio.

sábado, outubro 03, 2009

Volta do feriado

Na próxima segunda-feira, feriado (dia 5), a volta é a seguinte:
Loures-Tojal-Bucelas-Forte de Alqueidão-Sobral-Freiria-Aldeia Gavinha (p/Alenquer)-Alenquer-Carregado-Vila Franca-Alverca-Vialonga-Tojal-Loures.


quinta-feira, outubro 01, 2009

Infantado: a crónica... possível

Desengane-se a pretensa maioria de opiniões que julgava, ou defendia, ter nos percursos planos mais facilidades – ou então, menos dificuldades que nos trajectos mais montanhosos. A alteração ao mapa de voltas neste último trimestre do ano foi ao encontro de algum descontentamento com as agruras das subidas exigentes nas tiradas dos últimos tempos. Cabia-lhe certa razão, logo mudou-se o figurino das voltas, com a antecipação da topografia típica da época de defeso.
Contudo, a experiência já permitia antever efeitos contrários – ou algo muito parecido. Quanto mais «rolante» é o traçado, maior é a intensidade que se emprega, e durante mais tempo que as próprias voltas com subidas. Ou seja, acabam-se os calvários das ascensões penosamente sofridas, impõem-se os tormentos de longos minutos a alta velocidade planície afora. A volta do Infantado, no domingo transacto, demonstrou-o.
Durante a minha (encurtada) permanência na referida volta, percorrida em sentido inverso ao original (pelo Porto Alto-Campo de Tiro de Alcochete-Infantado), ficou bem patente a «fome» de planura que grassava no nosso pelotão. Os roladores, tão ávidos de engrenar o ferro todo, atiraram-se com voracidade ao asfalto, devorando-o praticamente desde os primeiros quilómetros. De tal maneira, que, à saída do Porto Alto (na primeira passagem) já se contabilizava média horária superior a 35 km/h – precisamente a que se verificou no final dos 115 km, em Loures. Se não foi recorde, andou lá perto!
Pode alegar-se que em grupo que se diz de tão bom nível, aquela média num percurso em que a ponte de Vila Franca ou a recta da Sagres são os principais obstáculos do relevo, não é excepcional proeza. Ou que é marca que não representa dificuldades extraordinárias quando tantos e tão bons músculos carregam a fundo nos pedais. Todavia, se por algum motivo alguém ou um pequeno grupo perde o «comboio», o cenário muda radicalmente. É o cabo dos trabalhos. E posso dizê-lo por experiência própria, em apenas um terço da volta!
De Loures a Alverca, aqueceu-se os motores, de facto, em linha com o que é habitual nos percursos que se iniciam por esta ligação. Ainda assim, a média de 30 km/h à passagem pela «minha terra» revela não ter sido um começo descansado, mas o progressivo acelerar da locomotiva, ansiosa por entrar em velocidade de cruzeiro elevada.
Após Alverca, não demorou nada a que a composição se estendesse pela estrada, desde logo colocando de sobreaviso os que seguiam mais à retaguarda. Houve mesmo quem que não evitasse ficar cortado após o semáforo (vermelho) do Sobralinho, obrigando a trabalhos redobrados para alcançar o pelotão principal. Participei voluntariamente nesse esforço, ajudando ao reagrupamento, já que entraria de folga muito mais cedo. Entre Alverca e Vila Franca, a média (no sector) subia para 35 km/h. Ou seja, a esta velocidade, à parte de pequenos contratempos externos, toda a gente se manteve reunida e sem esforço especial.
O pior foi quando se deparou a famigerada travessia do empedrado, onde, invariavelmente, se aproveita para desferir golpes que possam causar cissões importantes no pelotão. Dão-se, com naturalidade, em consequência de abordagens distintas às características do piso, e à sua selectividade quando é bem «atacado». Há sempre os mais prudentes e os que aproveitam para tentar «cavar» diferenças precisamente por ser um dos escassos pontos nestas voltas em que é possível fazê-lo... sem empenhar grande esforço!
Neste caso, fez o grupo partir-se em três, com o factor agravante de o mais numeroso e que reunia elementos mais fortes neste terreno ter sido o... dianteiro. Nele pontificavam figuras como o Jony, Freitas, André, Carlos Gomes, Capitão, Salvador, Evaristo, Nuno Garcia, Filipe. Em posição intermédia, ficava(m) apenas eu, Duarte, Runa, Steven e o «Gesink» (nome fictício em alusão à sua estatura elevada). Ainda mais para trás, um aglomerado menos numeroso, que incluía, entre outros, o Carlos do Barro e o Gil.
Quem facilitou no empedrado foi... punido! Eu, por culpa própria, como em muitas ocasiões. Outros, como o Duarte e o Runa, creio que por motivo idêntico e também algum cansaço causado por competições na véspera.
A história é simples, mas intensa! Começa a desenhar-se ainda no empedrado e ganha formas definitivas quando, à saída destes, se avista o pelotão principal na segunda viragem à direita para ponte. Ia já a grande velocidade. A partir daí, ainda procurei encurtar a distância, acelerando sobre a ponte, sentindo-me acompanhado. Calculei quem seria.
A meio da travessia alcançámos o Steven, entretanto «descaído» do grupo da frente, mas à entrada da recta do Cabo, a nossa desvantagem para este era significativa: cerca de 200 metros. Afigura-se muito difícil de anular, se à frente não se aliviassem os pedais... Sem surpresas, foi o sucedeu.
A partir daí, adivinha-se: começou a corrida de gato e rato, com desfecho previsível: o rato, com o seu maior tamanho e força, esmagaria sempre o gato, franzino e durante muito tempo pouco solidário consigo próprio. Refiro-me à fundamental entreajuda, que só se iniciou praticamente a meio da recta! Não é uma queixa, porque assumi as despesas desde o começo sem solicitar ajuda e procurando empenhar-me ao máximo das minhas capacidades. Mas a perseguição só poderia ter hipóteses de se concretizar (embora remotas nas condições que descrevi) em profícua colaboração no quinteto (e que houve no grupo da frente, mesmo com uma elite de «poderosos» em maioria).
Assim, a distância entre grupos foi aumentando progressivamente até ao Porto Alto – mas de forma menos acentuada que o seria expectável e sem o mínimo sintoma de abandono da perseguição. Mais: como disse, a partir de certo ponto da longa recta, iniciou-se a cooperação (exceptuando do Runa...) e o esforço tornou-se mais brando e o desempenho mais eficaz.
De qualquer modo, a junção só foi possível devido à desaceleração significativa do pelotão, a partir do Porto Alto. A rolar a 45-50 km/h, em cerca de 1 km «fechámos» 300-400 metros de desvantagem. Vila Franca (final do empedrado)-Porto Alto: média de 40 km/h. Acumulada: os tais 35 km/h.
Quando voltei para trás (não sem antes cumprimentar os parceiros de grupo que comigo se tinham empenhado fortemente), iniciei desde logo a fase de descompressão de uma volta-treino que acabou por incluir uma «série» mais intensa e longa que o previsto. Pouco depois, cruzei-me o grupo que seguia ainda mais recuado, naquela altura a algumas centenas de metros do pelotão, mas que certamente o alcançou rapidamente com este em compasso de espera. O Carlos do Barro vinha à cabeça, secundado, entre outros, pelo Gil – que também foi apanhado desprevenido sobre o «pavé» de Vila Franca.
O que «perdi», segundo rezam as crónicas, foi um complemento animado, a espaços igualmente intenso como a primeira parte do percurso e até com várias picardias que, neste tipo de terreno, não trazem grandes benefícios individuais ou prejuízos colectivos. Sempre abrem mais o caixote!
Em suma, ficou mais uma vez reforçada a toada impetuosa destas jornadas planas, demonstrando que, a 20 km/h, em subida muitos «ficam»; mas a 40 km/h, a rolar, quase todos «vão»...
Para a semana, mantém-se o cenário da planície ribatejana, com a tradicional volta da Ota, acrescida de uma passagem por Sacavém (por Frielas-Unhos) no início. Ver percurso detalhado em baixo.
Nota: por escassos minutos não nos juntávamos aos Duros do Pedal, que tiveram a gentileza de interromper, por instantes, a sua cavalgada do Algueirão ao Cartaxo para nos cumprimentar à passagem por Loures. Pelos vistos, quem fez de «cicerone» foi o camarada Carlos Gomes, com quem a reputação do nosso grupo está (e estará) bem defendida. Quanto aos Duros, o encontro aguardado ficará para futura ocasião, quiçá já na próxima segunda-feira, durante o Cascais-Fátima.


quarta-feira, setembro 23, 2009

Domingo: Infantado... inverso


A volta do próximo domingo vem ao encontro de algumas opiniões, no seio do nosso grupo, que reclamavam sobre o encadeamento de percursos com índice de dificuldade elevado, ou com muitas subidas, ou então com subidas difíceis.
Justifica-se que, no último terço de uma temporada especialmente exigente, como esta, se deva privilegiar o terreno plano, onde o esforço e as forças poderão ser melhor geridos em pelotão e o seu dispêndio atenuado mesmo em distâncias mais longas.
A volta do Infantado é conhecida (de resto, já foi realizada este ano) mas agora será pelo sentido inverso. O grau de dificuldade não sofre alterações.
A descrição detalhada do percurso, encontra-se acima.