quinta-feira, junho 07, 2007

Feriado, trabalho forçado!

Feriado nacional. Treino com o grupo do Paulo Pais, sinónimo de trabalhos forçados! Mais uma vez, o ritmo foi para homens de barba rija. Percurso entre Caneira Nova, Torres Vedras, Vilar, Cadaval, Bombarral, Torres e regresso ao local de partida. Ondulado suave, a favorecer ciclistas com músculos fortes e pedalada vigorosa. Verdadeiramente selectivo, só o andamento...
Ponto prévio para lançar a empolgante tirada: o campeonato nacional de Master's (veteranos) foi há menos de uma semana e entre os seis participantes (exceptuando eu e o Jony) quatro estiveram nessa competição. A saber: Paulo Pais, Luís Runa, João Aldeano e Mário. Escusado dizer que todos no «pico» de forma. Mas, de outra maneira, não seria tão espectacular como foi...
Nos quilómetros iniciais, em direcção a Torres, ritmo moderado imposto por mim e pelo Jony.
Mas logo chegaram as primeiras hostilidades. Na subida de Catefica, o Runa salta. O Paulo alertou para «deixar ir», que «era muito cedo». Porém, o Aldeano não esteve pelos ajustes e rapidamente recuperou e agarrou a roda. Cedo ficava demonstrado que estava em «jogo» algo mais... Estavam duas equipas representadas: Paulo Pais e Runa (Amiciclo/Grândola); Aldeano e Mário (Viveiros S. Lourenço). Perdão, três: Ricardo e Jony (Pina Bike), Assim, sim!
Ou seja, a marcação era impiedosa e estava visto que os topos mais picantes serviriam de «pontos quentes». O próximo, logo à saída de Torres: Sarge. Aqui, deu para perceber que o próprio Paulo Pais não estaria com a mesma contenção de Catefica e deu «ordem» para os restantes estarem atento às movimentações de Aldeano e Mário (por sinal, seu cunhado). Entra-se na subida e o ritmo aumenta progressivamente, estabilizando nos 30 km/h. O meu coração, upa, upa! O Aldeano comanda, secundado pelo seu companheiro de equipa. Passo certo na fase mais dura, ninguém se mexe. Pudera! Após ligeiro descanso, ataca-se a ultima parte da subida, e eis que o Jony surpreende (pela direita), saindo muito bem e despoletando a primeira resposta desenfreada. No entanto, logo às primeiras pedaladas mais pesadas, parte-se a corrente da bicicleta do Mário, forçando a uma neutralização para reparar a avaria.

Retomada a marcha sem perder demasiado tempo (milagrosas ferramentas e pessoal precavido: são muitos anos!), desceu-se para Ermegeira e em seguida o falso plano ascendente do Maxial para a rotunda do Rodeio. Oito quilómetros, novamente em ritmo progressivo, com dois patamares: o primeiro (4 km) entre os 32 e 34 km/h e os últimos sempre acima dos 35 km/h! Nesta altura, o principal obreiro foi o Aldeano. Muito forte! Alguma colaboração do Paulo Pais e do Mário, mas pouca... Aliás, foi o Jony, à chegada à rotunda do Vilar, que acabou por «mexer» o andamento. Tomou a liderança e «picou» para a descida a 60 km/h. Lá atrás, o meu 50x12 começava a ficar curto. Felizmente, a estrada endireitou.
Mas para logo empinar, em Martim Joanes. Um topo a sério. E de novo, o suspeito do costume: Aldeano. Agora, não forte, fortíssimo! 30 à hora por ali acima. Não havia lugar a distracções ou momentos de fraqueza. Eis o primeiro grande teste à minha condição física. Veredicto: pernas boas, mas coração... nos 186! Fiquei preocupado com as consequências, contudo até ao alto não havia lugar a cedências. E todos passaram! Não sei se bem, ou como eu?
Após o cruzamento para o Cadaval relaxou-se um pouco. Finalmente. Mas logo aos primeiros declives, voltou o ritmo de cruzeiro acima dos 30 km/h, e um encadeamento de dois topos voltou a promover a picardia. Desta vez – ou mais uma vez! – o Jony. Picou os poderosos e eles saíram endiabrados. O Aldeano sempre a dominar, dando mostras de muito boa forma.
Desceu-se rapidamente para Cadaval e depois para o Bombarral, em tréguas. E parou-se para um cafezinho retemperador. Mais de metade do percurso já estava feito. A 34 km/h de média! Mas não havia perspectivas que o restante fosse mais fácil.

Saída do Bombarral a caminho de Torres. Até Outeiro da Cabeça, sempre em falso plano ascendente, vento contra, a média ressentiu-se: 28/30 km/h. Então era o Mário que «metia passo», lado a lado com Aldeano. Viveiros a controlar as operações, está claro! Recuperou-se o andamento na descida a seguir. A preparar mais escaramuças. E logo no primeiro topo. O Amiciclo/Grândola aparecia, com o Paulo Pais a quebrar a ordem. Mas resposta pronta dos dois Viveiros, que, voltaram a destacar-se. No grupo, acusava-se o «toque». O Jony e o Runa demoraram a reentrar, principalmente o segundo. O Aldeano voltava a demonstrar... poder de fogo!
E não havia muito tempo para recuperar. Após nova descida, a passagem, em subida, no Ramalhal/Ameal. O Mário, a forçar, parecia querer lançar o Aldeano, e o grupo estirou-se nas rodas até ao ataque previsível e a resposta. Desta vez, o grupo partiu mesmo! Após o alto, fico eu e o Aldeano, reentrando depois o Mário, que passou imediatamente ao comando. Antes do cruzamento de Torres, estava feito o corte, mas Aldeano apercebeu-se da distância e sugeriu ao companheiro que abrandasse. Em Torres estávamos todos juntos novamente.
A passagem pelo interior da cidade foi atribulada. Um casamento e uma procissão dividiu o grupo. Eu e o Runa escolhemos o percurso mais directo e ganhámos imenso avanço, que deu para gerir até ao alto da entrada da auto-estrada A8 (Catefica). O Runa deu a entender que estava muito curto e deixou-me ir.
Parecendo que não, o desencontro do grupo trocou-me as voltas. A volta aproxima-se do final e já muitos «cartuchos» tinham sido gastos pelos homens-fortes. E eu passara mais ou menos incólume. Chegava, pois, a vez de mostrar algum serviço, pois até aí limitara-me a passar o melhor possível os «pontos quentes».
Como vinha com ideias feitas para a subida de Catefica, restava-me o encadeamento de dois topos Turcifal-Freiria. No Carvalhal, passou para a frente o Aldeano, mas logo a seguir do cruzamento da Serra da Vila acelerei - da frente do grupo, o que não foi bom., embora, sinceramente, não tenha pensado em surpreender, pois quase todos os «picanços» anteriores tinham sido muito leais, iniciados, digamos, à descarada de todos. Por isso, abordei o topo para fazer desgaste e não para causar cortes decisivos. Tanto mais, que não acreditei que fosse capaz de o fazer naquele local. A verdade é que as forças de alguns já vinham justas e fez-se selecção. O Aldeano e o Paulo seguiam na minha roda e, logo que abrando, saltam em sprint até ao alto, ganham pouco avanço.
Os restantes reentram na curta descida e, nessa altura, fico na roda do Aldeano e sinto o Jony ao meu lado, do lado da berma, muito atento (já estaria à espera de alguma coisa!!!). Voltou a atacar, e agora até ao fim. Detrás do Aldeano. Passo o topo e na descida reparo imediatamente que o Paulo tinha passado, e havia outro! Quem? O mais provável, o Aldeano! Não, o Jony! Os Viveiros tinham ficado! Dou imediatamente a dianteira ao Paulo, mas sinto rapidamente que o vigor não era muito. Peço ao Jony, que me diz que... «não dá». Quase que o obrigo a meter-se à frente. Tenho de voltar a puxar.
Na passagem por Freixofeira, olho para trás e avisto os dois Viveiros no nosso encalço. Restava menos de um quilómetro, mas forças começavam a escassear. Rodávamos a mais de 40 km/h, quando, na penúltima recta, os dois perseguidores, com o Aldeano na liderança, passaram directo. SIM, DIRECTO! A 45-50 à hora! Ainda gritei para o Jony agarrar a roda, mas também ele não resistiu. Os Viveiros voltaram para esmagar! Mas que pena a volta ter terminado! Agora é que estava toda a gente sensível... ao mínimo toque.

Antes de concluir, devo render homenagem ao João Aldeano, ex-campeão nacional de Veteranos A, pelo seu excelente desempenho neste treino altamente competitivo. Numa volta de 92 km, a mais de 33 km/h de média, foi um incansável trabalhador, dominou todos os «pontos quentes» e rematou com uma impressionante demonstração de força. Bravo! Os Viveiros levaram a melhor... mas para a próxima há mais. Atenção aos Pina Bike! Ehe!
Venham mais manhãs como esta!

7 comentários:

Anónimo disse...

Bela crónica Ricardo. Quase nos setimos dentro da volta!!!
N será p menos, vejo o Aldeano todos os dias a treinar e a qq hora (penso q ele mora próximo de Alcainça).

1ab,
ZT

Anónimo disse...

Mas afinal como é ZT? Não treinavas só aos domingos??????????

Anónimo disse...

PINA VENENOSO

Anónimo disse...

Depois de um domingo fabuloso do grupo Pina Bike em Almeirim admira-me que não haja comentários, média de 34km/h em 90 km não é todos os dias, equipa chegou toda junta. Depois do banho um almoço / convivio espetacular com uma organização irrepreensível. Obrigado pela companhia.

Freitas, Johny, Abel , Salvador , Pina, Ze To, Nuno Garcia, Samuel, Henrique e Steven.

Cumprimentos

Henrique Santos e Abel

Anónimo disse...

desculpa mas falta uma informação
4 lugar por equipas um ab.

Anónimo disse...

anda tudo a treinar...n há tempo para comentários...

Anónimo disse...

URGENTE!!!
Qual é a volta de amanhã???