quarta-feira, março 28, 2007

O «grande» Abel!


O Abel não pára de surpreender. A coragem e insuperável espírito de sacrifício com que arrebata os seus companheiros, todos os domingos – e são quase todos os que grupo se reúne durante o ano -, exemplar boa disposição e camaradagem, além de «banhos» de conhecimento e experiência de velho lobo do asfalto. Para todos nós, que queremos evoluir aprendendo mais sobre a arte de bem pedalar, é referência indispensável, todos os fins-de-semana, ali, à mão de semear.
O que passou não fugiu à regra. Num percurso duro, típico da região Oeste, surpreendeu pela inteligência com que lidou com as dificuldades, as limitações físicas próprias da idade e dos milhares de quilómetros que tem a menos (nos últimos anos, que fique bem claro!) que a maioria. E sem esperar tréguas dos «rodados»! Ele sabe disso, é prior nesta paróquia e nunca vai ao engano. Por isso, diverte-se a fazer ciclismo. Quantas vezes sofrendo como ninguém sem exteriorizar sequer uma queixa ou crítica – e não há quem tenha mais legitimidade para o fazer! E chega ao final de cada tirada, cansado, pudera, mas inabalável compostura e galhardia.
Quem o viu, ainda bem cedo, nos topos de Sto. Isidoro a vacilar perante o maior vigor da juventude e o acidentado do terreno poderia ter temido pela sua integridade física com tanto e tão duro que havia por percorrer. Puro engano. Assumo. Estamos face a um resistente. Pois, quem o voltou a ver, muitos quilómetros depois, a chegar no seu passo certinho à Murgueira, depois das exigências da Encarnação e da Picanceira, mudou certamente de opinião. Assumo, mais uma vez! O ciclista, a bicicleta e os factores em perfeita harmonia. Assim se superam as adversidades. E assim, por mais fortes que sejam, não chegam para parar «o» atleta. O caminho de regresso a Lousa foi (para ele) como se não existisse (sabe-se lá à custa de que esforço!...). Despediu-se como sempre. Sem deixar uma palavra por dizer. Com «aquele» sorriso nos lábios! Até para a semana, «grande» Abel!

P.S. Além disto, não posso deixar de referir a excelente forma do camarada Freitas, poderoso na Picanceira, a exigir o máximo das minhas capacidades para chegar na sua companhia à Murgueira. Grande performance, sem dúvida!
A prova (como se faltasse) da sua boa condição atlética actual foi o facto de só ele ter conseguido seguir o Paulo Pais (bem haja, companheiro!) no Gradil. Depois de inverter comigo o protagonismo nas subidas (para já, nas mais curtas e que exigem mais força), o homem está
«a um bocadinho assim» de fazer uma diferença... real! Os outros (eu principalmente) que se façam...

quarta-feira, março 21, 2007

Gradil e agora... Barril

Depois do Gradil, o Barril. Uma tirada que não é, de todo, fácil, depois das chagas abertas no último domingo, no carrossel da Tapada de Mafra, e no final de uma semana bem intensa. Foram 145 km, com saída ainda de madrugada para dupla passagem pela Granja (nova); ascensão quentinha ao Forte de Alqueidão no andamento forte do «regressado» Carlos (bem haja, depois do descalabro de Évora), um escaldante Gradil, no limite da resistência para aguentar o último km poderosíssimo do Freitas (está como nunca a subir! E agora que as suas capacidades aumentaram vertiginosamente neste tipo de terreno ele próprio já se apercebeu os seus novos argumentos e que, por isso, daqui para o futuro a conversa começará a ser outra...); e terminar em beleza em Malha Pão, em andamento vivinho (para mim), com sensações que nem parecia ter 130 km nas pernas. No final: 5h20m. Super!
Destaque para o excelente estado de forma que Freitas e Jony já demonstram, ainda a meio caminho do longo trajecto para a Etapa do Tour, motivo de optimismo partilhado. Grande disponibilidade, para a altura da época, tanto em endurance como em intensidade, uma óptima plataforma para o apuro físico que ainda se pretende atingir, mas também razão para acautelar eventuais «picos» de forma precoces ou saturação muscular, tendo como consequência pouco recomendável «overtraining». Aliás, esta espécie de «barrete» também me serve na perfeição. O Jony é, sem dúvida, uma agradável confirmação: o homem faz-se! E se continuar como até aqui (recorde-se que começou a acumular horas de selim só a partir de metade do ano passado), a sua margem de progressão será elevadíssima e será vê-lo... voar baixinho, como já o faz em cada sprint...
De resto, na volta do Gradil ficou bem vincada a boa condição do Fantasma e do João, este último a capitalizar os km’s de treino e o facto de estar a abordar de maneira diferente as incidências das tiradas e respectivo percurso, agora mais ponderada do que fazia antes, cujos resultados estão bem à vista.
Outra evidente subida de forma, esta ainda mais paulatina, regista o Steven. O seu contributo entre Pêro Negro e Enxara do Bispo para o pelotão recuperar para o trio da frente (Freitas, Salvador e Fantasma) foi mais importante do que, porventura, poderia ter parecido. Oportuno, voluntarioso e demonstrativo de boa capacidade. Os perseguidores agradeceram!

O percurso da Clássica do Barril é o seguinte: Loures-Guerreiros-Lousa-Venda-Malveira-Mafra-Paz-Achada (à dir. P/ Sto. Isidoro)-Sto. Isidoro-Ribamar-Barril (à dir. p/ S. Pedro Cadeira)-S. Pedro da Cadeira-Encarnação-Picanceira-Barreiralva-Murgueira-Paz-Mafra-Malveira-Venda-Loures
Distância: 102 km

segunda-feira, março 12, 2007

Évora contra o vento...

A edição 2007 da Clássica de Évora foi a mais rijamente disputada dos últimos anos. O traçado, que atravessa o baixo Ribatejo até ao alto Alentejo é talhado à medida de roladores fortes e possantes e a distância longa (140 km) não permite contemplações aos menos bem preparados.
O perfil altimétrico do percurso é bastante curioso. Ao contrário do que se poderia supor, vai subindo gradualmente de Vila Franca a Évora, com alguns picos mais acentuados antes e depois de Montemor-o-Novo, nos últimos 30 km, tornando o final da tirada mais selectivo, tanto mais que, nessa altura, o cansaço se vai acumulando. Depois, como diz a velha máxima ciclista, «as dificuldades também se ditam pelo andamento», embora não tenha sido por esse motivo que ontem foram bem acentuadas. Houve mais um adversário adicional: o vento.
Primeiro facto a reter: pedalada viva desde a partida, esclarecendo sobre o cariz especial e mais exigente destas super-clássicas. Rolou-se a boa velocidade em direcção a Vila Franca, cumprindo-se, logo aí, média superior a 30 km/h.
Logo se viu que não era dia para relaxe. E não tardaram as escaramuças. No final da Recta do Cabo o Fantasma parou para «tirar peso» e o Freitas lançou ataque inesperado. Poderá apontar-se falta de «fair play», sem dúvida, mas a vítima de agora foi outrora muitas vezes carrasco. Adiante...
De qualquer modo, mais do que apanhar o Fantasma com os calções na mão, a acção surpreendeu por ter sido tão madrugadora e teve o ensejo fracturar o pelotão, isolando um grupo de cinco unidades, que contava, entre outros, com o Salvador e o Isidoro. Objectivo óbvio de quem tomou a iniciativa (o Freitas) era óbvio: causar desgaste lá atrás. O andamento dos fugitivos começou por ser bastante bom, permitindo-lhes ganhar vantagem de algumas centenas de metros, mas o pelotão não tardou a reagir e graças ao trabalho de três a quatro unidades a fuga foi anulada após 6-7 km, ainda muito antes do cruzamento de Pegões.
Nesta altura, já o vento forte se fazia sentir e com os passar dos quilómetros aumentava contenção no seio do pelotão, mesmo contra a vontade de alguns elementos mais afoitos, que revelaram sempre clara vontade de manter o ritmo. A insistência acentuou, previsivelmente, a sua fadiga na parte final, por isso alguns «estoiros» foram ainda mais estrondosos.
A espaços houve pequenos grupos que se isolaram, como o que se formou após o cruzamento de Pegões, liderado pelo Salvador (um dos mais activos, como sempre), cuja aventura terminou à passagem por Vendas Novas, após fabuloso trabalho, «a solo», do possante camarada (estreante) da Cannondale preta, ao bom estilo... espanhol. Aliás, o seu desempenho durante a tirada merece rasgados elogios, tal a sua disponibilidade (e enorme capacidade) para rolar contra o vento. Mesmo que acabasse por pagar esse voluntarismo a partir de Montemor.
Eis o local da primeira grande selecção. O principal causador: o Freitas, como se esperava, ele que mais interesse demonstrara desde o início do percurso. Resultado: após a subida restavam apenas cinco elementos na frente: Freitas, Jony, Nuno Garcia, eu e o Fantasma. Este último, acabava de recuperar de algumas dezenas de metros de atraso durante a fase mais inclinada e cumpria, desde já, grande parte do que seria o seu objectivo: passar Montemor no grupo da frente. De resto, ele próprio, na altura, num desabafo facilmente inteligível, não conteve a satisfação. Tinha motivos...
Mas rapidamente começou a sentir dificuldades. No primeiro topo à saída de Montemor, depois de o Freitas ter aliviado o passo, fui eu a acelerar com ímpeto, restringindo a liderança a apenas quatro.
No entanto, o vento e a falta de colaboração no quarteto refrearam o andamento, possibilitando ao que restava do pelotão reentrar após alguns quilómetros de intensa perseguição, mas ainda a cerca de 15 km de Évora. Ou seja, ainda muito cedo!
Depois de mais um ataque, e outro, e da tomada de iniciativa definitiva da minha parte, a selecção voltou a fazer-se, mas agora com o Fantasma, o João e o Isidoro dando mostras de estóica resistência. Todavia, o esforço, o vento e o topo mais longo daquele último sector «vitimara» os dois últimos e até o Nuno Garcia, mantendo-se ainda o Fantasma – que acabou por «morrer na praia», precisamente no último topo antes da descida final para Évora (derradeiros 5 km). Obra do Freitas, com «killer instinct» de se lhe tirar o chapéu. Apercebendo-se das dificuldades do Fantasma na cauda do grupo tomou a imediatamente a iniciativa à cabeça, forçando o andamento ao limite. Aliás, como ainda não o tinha feito! E não mais o fez.... Assim, o elástico esticou e partiu definitivamente. Desgraçadamente para o Fantasma, digo eu!
A partir daí, o trio da frente «picou» em direcção ao final a mais de 45 km/h. Uma vez isolado, para o perseguidor tornava-se impossível a tarefa de recuperar. E em menos de 5 km perdeu, sem surpresa, cerca de 3 minutos. Curiosamente, os mesmos que em 2006... mas desde Montemor!
O Jony acabou por ser mais forte no sprint final, superiorizando-se com grande classe ao Freitas, que perde, até ver, a sua longa hegemonia neste tipo de «práticas».
Não muito depois do derrotado Fantasma, chegaram o João e o Isidoro, e logo a seguir o Zé, todos eles senhores de excelentes prestações. O pelotão chegou a conta-gotas...

Notas de observador:

O Fantasma esteve à beira do «estrelato» mas, como referi, «morreu na praia». Por falta de escassos metros, esgar de esforço ou rasgo de superação, sucumbiu à aceleração venenosa do Freitas no último topo do percurso, onde após ter resistido a todas as dificuldades, perdeu o comboio da frente e a possibilidade de cumprir um objectivo que estava perfeitamente ao seu alcance - pelo terreno favorável e a sua boa forma sem precedentes (pelo menos desde que o conheço). A concretizar esse objectivo, seria motivo de justificados elogios e enorme regozijo para ele próprio. Mas por que não o alcançou, para mais daquela maneira fatalista, fica-lhe sabor amargo na boca. Contrariando também os meus prognósticos, depois de tanto os defender durante a última semana (e ainda continuo com a mesma opinião...). Todavia, este episódio deve servir-lhe de incentivo a continuar a capitalizar, nos próximos domingos, o seu enorme momento e se possível continuar a evoluir. Aliás, porque deve contar sempre com opositores de lâmina bem afiada.

Por falar em expectativas goradas: houve duas ou três, e bem grandes, algumas sem surpresa, outras com enorme perplexidade.

Pelo contrário, o Jony cumpriu o que dele se esperava. No seu terreno de eleição (até ver, pois agora irá começar o trabalho específico para a alta montanha e capacidade não lhe falta para progredir neste terreno, em que, aliás, deverá apostar tendo em vista os seus objectivos da temporada). Geriu com alguma reserva o seu esforço durante a maior parte do percurso, sempre muito atento às movimentações e não se demitiu de «responsabilidades» quando houve necessidade de perseguir o grupo madrugador em fuga. A partir de Montemor fez o obrigatório: não perder terreno para mim ou para o Freitas. Nem que, para tal, raramente tivesse sobressaído. No final, viu coroada de êxito a sua abnegação, vergando-me, e principalmente ao «especialista» Freitas, com curto mas poderoso sprint. Foi bonito de ver...

Quanto a mim, missão cumprida. Impossível chegar isolado e ainda menos ter aspirações no sprint com aquela companhia. Por isso, contento-me com as boas sensações, acima de tudo por que as pernas permitiram, no momento em que, depois de Montemor, decidi expor-me ao «desgaste», assumindo o andamento contra o vento, e inclusive experimentar algumas mudanças de velocidade. Ou seja, bem dentro das expectativas pessoais e provando que, até à data, o treino está a ter bons resultados.

Próximo grande encontro da «matilha»: Fátima. Terreno mais acidentado, com a particularidade de o final ser bastante mais selectivo. Até lá, há cerca de mês e meio (28 de Abril) para afinar agulhas. Os roladores puros e os que têm aversão às subidas vão estar em desvantagem. Mas muita água irá rolar entretanto... Para a semana, há Gradil!

segunda-feira, março 05, 2007

E deu em... ensaio geral

Magnífico ensaio geral, ontem, para a Super-Clássica de Évora, a realizar no próximo domingo. Bom em tudo e não apenas nas coisas positivas. Entre estas, a demonstração de excelente forma da esmagadora maioria do elementos do grupo, que permitiu andamento muito vivo durante a tirada que ligou Loures, Azambuja, Pontével, Aveiras, Ota, Alenquer e respectivo regresso ao ponto de partida.
Mas também houve alguns pontos menos bons, que convém não repetir no próximo fim-de-semana: o ritmo demasiado elevado muito cedo, desde Vialonga até quase ao Carregado. No trajecto para Évora, embora quase sempre plano, a distância não irá perdoar exageros madrugadores – como o «passo» do Carlos depois de Alverca e de um grupo que voou no empedrado de Vila Franca – forçando a constantes recuperações.
No próximo domingo recomenda-se, assim, a mesma receita do ano passado: moderação na primeira fase do percurso para permitir a maior número possível de participantes chegar, sem grandes mazelas, ao último terço do trajecto, sensivelmente a partir de Vendas Novas.
Regressando à volta deste fim-de-semana, refira-se que acabou por, sensivelmente a meio, ficar «marcada» pela minha urgência de chegar a casa. Meio-dia era a hora definida por compromissos familiares. Tendo feito as contas prévias, planeei dar meia-volta em Cruz do Campo, onde pensava que estaríamos cerca das 10:45. Todavia, dado o fantástico andamento imprimido na fase inicial da volta (mesmo contabilizando a reparação de um furo à chegada ao Carregado) atingimos aquele ponto com meia hora de avanço.
Perante este novo cenário, seria possível cumprir o horário realizando o percurso na íntegra, desde que o andamento continuasse vivo, o que só seria viável se me adiantasse sozinho, melhor ainda, se fosse na companhia de alguns camaradas em boa forma. Foi precisamente o que sucedeu. Juntou-se a mim uma trupe de respeito: Fantasma, Salvador e João, depois o Carlos, em Pontével, e pouco mais tarde, o Hélder.
Nem foi preciso pedir colaboração. Aquela malta estava cheia de garra e desde o primeiro momento não faltou quem tomasse as rédeas. O mais voluntarioso, obviamente, o Salvador, sempre a forçar aquele «bocadinho a mais» no parte-pernas até Aveiras. Nem mesmo quando o Hélder chegou e quis logo «abalar», o homem da Cannondale vermelha baixou o ímpeto. O Carlos também se mostrou muito activo. Na expectativa, o Fantasma, eu e o João.
A passagem por Aveiras de Cima causou mais mexidas. Não que tivesse havido escaramuça, mas porque o Hélder surpreendentemente desapareceu entre as casas. Desconhecendo qual a razão do sucedido (acabámos por nunca saber...), eu e o João ficámos a «marcar passo», descolando do trio que avançou sem contemplações.
Depois de finalmente ter avistado o «desaparecido» (a não mais de 150 metros), retomei a marcha no encalço do João que ficou em posição intermédia para o grupo da frente, e que já se tinha metido ao caminho apercebendo-se (mais depressa que eu) que o grupo da frente não tinha intenção de dar tréguas.
Eu meti-me no encalço do João e esperava que o Hélder fizesse o mesmo em relação a mim. E fez! Mas as forças provavelmente não foram suficientes. O encadeamento de topos que antecede o Vale do Brejo foi-lhe fatal e depois de começar a perder terreno, acabou por «quebrar» muito antes de eu e o João conseguirmos reentrar no trio da frente, o que só sucedeu na recta do Brejo, palco de grandes batalhas... em sentido contrário. Nessa altura, as faces ruborizadas (principalmente a do Salvador) exprimiam o esforço desenvolvido naquele sector.
Mas ninguém descansou na descida. O Fantasma não estava pelos ajustes e meteu ferro pela estrada da mata da Ota, sempre acima dos 35 km/h. O Salvador ajudou-o, mas perdeu fulgor, dando lugar a um impasse... que seria aproveitado para respirar, não tivesse o Fantasma ordenado novamente filinha pirilau. Fica bem claro qual era o seu objectivo!...
Pouco antes da Ota, passei para a frente e lancei o repto de que o andamento seria de «barba rija» até Alenquer. Apenas o João preferir moderar o andamento (e muito bem), enquanto o Fantasma foi porta-voz do sentimento dos restantes: «bora lá, vamos ver até onde dará!...». O vento era fortíssimo e avançar a boa velocidade tornou-se muito desgastante.
Após dois ou três «forcing’s» nos topos, a que os meus companheiros responderam a preceito, à entrada da subida para a 1ª rotunda da variante de Alenquer, o Fantasma passa ao ataque (surpreendente, reconheça-se!), distanciando-se cerca de 20 metros. O Carlos reagiu com alguma dificuldade, eu fiquei a patinar e o Salvador quase tirou bilhete. O fugitivo, face ao vento, começou a fraquejar, e alcançámo-lo a 10 metros do topo, «picando» rapidamente pela descida, que, com aquele vento, parecia subida.
Entretanto, o Salvador, que anulara os cerca de 20 metros de atraso cortando a rotunda em contramão, acabou por não conseguir resistir ao andamento na variante, tendo o Fantasma voltado a acelerar muito bem na parte final, com o Carlos responder ainda mais a custo e eu a tentar fechar o espaço.
Assim chegámos a Alenquer (2ª rotunda), onde o Fantasma desabafou que já não atingia 189 pulsações... há muitos anos! Porém, não tem nada a ver com maus indicadores, camarada, pois considerando o teu excelente desempenho, é sinal que estás mais solto que nunca.
Depois de uma volta completa à rotunda a aguardá-lo, o Salvador seguiu directo a caminho do Carregado, com o Fantasma e o Carlos a não pensarem duas vezes para se meterem no seu encalço. Eu fiquei a aguardar pelo João, que não demorou mais de 2 minutos a chegar. Também muito bem. Fizemos juntos o trajecto até Alverca, a ritmo moderado, tendo, em Castanheira, absorvido o Carlos que entretanto tinha parado para reabastecer. Do Fantasma e do Salvador, nem sinal. Poderosos!

Évora está à distância de uma semana. Magnífico ensaio geral. No entanto, os que participaram neste autêntico treino competitivo (improvisado), devem saber como rentabilizar os dividendos a extrair dele e não cair na tentação de desbaratar forças (que são muitas, sem sombra de dúvida) em vão. Atenção, porque no próximo domingo as coisas vão ser naturalmente «diferentes», requerendo, de todos (e não só estes), uma abordagem racional, principalmente na gestão do esforço e da distância!
É fundamental analisar devidamente o percurso e onde estão as principais dificuldades do relevo, para poder corresponder bem nas alturas certas. A tirada não é extraordinariamente selectiva, mas acreditem que, com o cansaço e (supostamente) o andamento, irá tornar-se assim!...

Em relação a mim, certamente beneficiarei do facto de o grupo estar a um nível muito elevado, para aferir o estado de forma após a primeira fase da temporada - de criação das bases – tendo em vista o meu grande objectivo: a Etapa do Tour.

sexta-feira, março 02, 2007