quarta-feira, dezembro 26, 2007

Ousadia de «outsider»

Antes de mais, a todos os amigos, companheiros das lides velocipédicas e demais leitores deste blog, faço votos de Boas Festas.
Na recta final de 2007, a volta do último domingo foi expressão do que se pretende nesta pré-temporada: terreno fácil e pelotão motivado. Depois de um longo trajecto em ritmo moderado, na subida para o Forte do Alqueidão, Sobral e descida para Merceana e Alenquer, foi já depois de Alverca, a caminho de Sacavém e Apelação, que houve já tardia e inesperada animação.
Tudo por «culpa» de um «outsider» que se juntou à passagem por Alverca e que após alguns quilómetros tranquilamente no nosso pelotão resolveu experimentar a capacidade do grupo, ensaiando uma ou duas tentativas de ataque, na passagem pela Póvoa de Santa Iria – na ocasião para alcançar o Zé-Tó que seguia ligeiramente – e calmamente – destacado. A sua audácia desencadeou a pronta reacção dos elementos que seguiam à frente do pelotão, liderados pelo Freitas, que, a partir daí, passou a fazer-lhe marcação «à roda», deixando o autor do atrevimento na posição incómoda de liderar o pelotão. Este não se fez rogado a aceitar o convite envenenado, não se sabendo se desconhecendo ao que estaria condenado!
Restabelecida a velocidade de cruzeiro, já com o Zé-Tó reabsorvido e o «outsider» a teimar em conduzir o grupo (bastava-lhe ter saído da frente...), eis que sucede outro ataque... mas do Nuno Garcia, passávamos pela fábrica de vidro da Covina. Forte e decidido a levar por diante a iniciativa, e beneficiando de o pelotão ter recebido instruções imediatas do Freitas para não reagir e deixar essa tarefa para o «outsider» - que voltou a não se fazer rogado! Estava visto que seria mais uma forma de castigo.
Aquele continuou a fazer pela vida, mas finalmente parecia ter começado a desconfiar da cilada. Sozinho na condução do grupo, passou a limitar-se a manter a velocidade, mas ainda continuando a desgastar-se até... à morte anunciada!
O primeiro golpe foi dado pelo Morais, antes de S. João da Talha, «ousando» contrariar a ordem estabelecida e desencadeando a pronta resposta do Salvador (devia estar a ferver há muito tempo), do Fantasma e do Pina, que se juntaram em quarteto. A manobra antecipou a machadada final no «outsider» e o início da perseguição desenfreada ao principal fugitivo (Garcia) que, entretanto, cimentara uma vantagem de algumas centenas de metros já difícil de anular até Sacavém.
No topo do cruzamento de S. João da Talha, o Freitas ataca muito forte no que restava do pelotão, provocando a resposta dos demais, mas deixando, de imediato, o «outsider» fora de jogo. A partir daqui, e ultrapassado o topo das «rações» a quase 50 km/h, o ritmo nunca mais parou até Sacavém – para a maioria – e até Loures – para mim, para o Carlos do Barro e o Salvador. Entretanto, o Freitas consegue juntar-se ao quarteto intermédio, que resistiu pouco ao andamento, desagregando-se após a Bobadela, mas o esforço não chegou para alcançar o Nuno Garcia até Sacavém, ao que faltou algumas dezenas de metros.
A partir daqui, e bem longe de casa, decidi manter a «embalagem» a caminho da Apelação, ao que aderiram apenas o Carlos do Barro (que se saúda) e do Salvador. Meti o meu ritmo a intensidade elevada (no limiar), mais em força que em velocidade (sem alterações súbitas), quase sempre acima dos 30 km/h, ao que o Carlos do Barro principalmente correspondeu muitíssimo bem. Por seu turno, o Salvador, após ter perdido o nosso contacto depois do Catujal, também não baixou o braços, nem mesmo entre o alto da Serra de Frielas (onde passou com 200 ou 300 metros de atraso) e Loures, e conseguiu recuperar muito bem, chegando a alcançar-nos com todo o mérito no Infantado. Neste particular, quero destacar a demonstração de grande nível, de ambos, nesta parte da tirada.

2 comentários:

Ricardo Costa disse...

A derradeira saída do grupo Pina Bike de 2007 é a de Santo Isidoro, cujo percurso atravessa a região Saloia até ao litoral (Ericeira) e é bem conhecido, embora importando relembrá-lo.
Loures-Tojal-Bucelas-Freixial-Vale de S. Gião-Venda do Pinheiro-Malveira-Alcainça-Mafra-Paz-Ericeira-Ribeira D’Ilhas (direita p/ S. Isidoro)-S. Isidoro (subida)-Mafra-Malveira-Venda do Pinheiro-Lousa-Loures.
Distância: aprox. 86 km.

Nota: a confirmar-se a baixas temperaturas nocturnas que se têm registado, talvez seja recomendável evitar o troço entre Bucelas e a Chamboeira, para evitar que se repitam quedas devido à formação de gelo na estrada, como as que sofreram o João do Brinco e o Sr. Zé há cerca de duas semanas. Assim, as alternativas poderão ser: seguir logo em direcção a Guerreiros e Lousa (mais curta que o traçado original) ou então de Bucelas em frente até ao cruzamento da Tesoureira e daqui para Casais da Serra (esta já acrescentando alguns quilómetros).

Ricardo Costa disse...

Para melhor esclarecimento do percurso alternativo da volta do próximo domingo, fica desde já definido que, em Bucelas, segue-se em frente para o Sobral durante 4/5 km, virando-se depois à esquerda para a Tesoureira até aos Casais da Serra, e em seguida para a Venda do Pinheiro.