terça-feira, dezembro 21, 2010

Crónica de Sto. Estevão

Apareceu a locomotiva e não houve porque desaproveitar... a boleia. Refiro-me à presença, e desempenho, do Renato Hernandez, este domingo, na longa volta «rolante» de Sto. Estevão. No seu registo habitual, forte e resistente, ainda mais motivado pelo regresso às maratonas de mato em 2011, o ciclista do Infantado aproveitou as planícies da lezíria ribatejana para exprimir capacidades (como quase sempre) acima da média do grupo.
De qualquer modo, nada de exageros que tenham afectado a ordem de trabalhos para a fase da época. Sob seu comando, ao contrário de outras ocasiões e beneficiando do percurso acessível, raramente se ultrapassou o limiar de intensidade recomendável, daí resultando para a maioria dos participantes excelente oportunidade retirar aproveitamento óptimo da imensa disponibilidade para assumir os desgastes à cabeça do pelotão. E nem sequer foi «mandão» como é seu apanágio, chegando a partilhar a liderança e até a cedê-la... – como sucedeu na aproximação ao Porto Alto, a cargo da dupla Freitas e Alex.
Todavia, deve-se, indiscutivelmente, ao contributo do generoso Hernandez a subida nalguns furos do nível do andamento em relação às voltas recentes, mesmo que a média final de 32 km/h (nada excepcional em terreno plano com vento escasso) não a reflicta, por ter sido condicionada por impasses vários, causados por furos e avarias.
Destacam-se alguns sectores do percurso em que a exigência foi maior, a esmagadora maioria na fase final – e quase todos (ou em parte) protagonizados pelo suspeito do costume. Tais como, entre a rotunda do Infantado e Porto Alto, e daqui a Vila Franca, com passagens, umas mais outras menos duradouras, a velocidades de cruzeiro na ordem dos 40 km/h, que obrigaram (ou pelo menos aconselhavam) ao refúgio no seio do pelotão.
Além destas, sucederam-se inevitáveis escaramuças na ponte Marechal Carmona (Vila Franca, no regresso), outra na chegada ao Cabo de Vialonga, após a recta da Sagres; e na rotunda de Costa e Baleia (Tojal) – nas que presenciei... Nas duas últimas, onde a força explosiva impera, dominaram o Freitas e o Rui Torpes (outro visitante saudado). Já no topo da ponte, devem ter-me deixado passar à frente...
E é digno de ainda maior louvor o facto de o abnegado José Correia ter realizado a maior parte da volta no seio do grupo.
A partir de agora, com a acumulação de quilómetros pelos ciclistas mais «rodados», é natural que o nível geral das voltas, e a sua consequente exigência, aumentem progressivamente nos primeiros meses do novo ano, até à chegada das Clássicas, no início de Março. Ou, pelo menos, não é expectável que regridam.
Mas será, acima de tudo, o «trabalho de casa» nos próximos tempos determinante na temporada que se avizinha.

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