terça-feira, julho 17, 2012

Crónica de Torres


Antes de mais, pretendo homenagear os nossos «companheiros» que se têm aventurado em provas velocipédicas por terras estrangeiras, prestigiando não só os «nossos», por serem presenças assíduas nas nossas lides domingueiras, como a sua própria nacionalidade. Refiro-me aos que participaram este ano em eventos tão afamados de ciclismo de estrada, como o Quebrantahuesos ou a Etapa do Tour, ou noutros de bicicleta de montanha. Entre eles, Freitas, Filipe Arraiolos, Hugo «Feijão», Ricardo Gonçalves, Pedro Vieira, Edgar Felizardo, Renato Hernandez (honrosa classificação [163.º] na etapa de 200 km que teve «só!» os Col’s do Aubisque, Tourmalet, Aspin e Peyresourde – a não perder hoje, a etapa dos profissionais) – ou a forte delegação dos nossos camaradas dos Duros do Pedal no «Quebra» -, com desempenhos extremamente positivos, de acordo com os seus objetivos e ambições.
No meu caso pessoal, estas numerosas participações muito bem conseguidas «tocam» especialmente, uma vez que desde 1998, ano da minha primeira «internacionalização», tenho estado presente ou, então, assistido com enormíssimo interesse à crescente de adesão de gente conhecida, que quem partilhamos regularmente a estrada. Neste último, caso, sempre com reconhecida mágoa de não estar presente nestas grandiosas clássicas que são, sem dúvida, expoentes máximos do que desportistas como a maioria de nós poderão almejar em termos puramente amadores/não federados.

Regressando às nossas lides domingueiras, no último domingo realizou-se a volta de Torres, por Matacães, que marcou o meu regresso após interregno para férias. Período que, por ter significado também a quase inatividade com bicicleta, resultou, como seria previsível, num retrocesso de forma, que já não era muito famosa desde a paragem em meados de Maio, por motivos de intervenção cirúrgica. A contrastar, o grupo que se apresentou ao serviço era mais do que bem composto. E a forte nortada foi outro «adversário»...
Nos primeiros quilómetros, uma parceria pouco comum assumiu as despesas a caminho de Bucelas e do Sobral, o André (acabadinho de, na véspera, ter dado cartas numa prova em Torres Vedras) e o João Santos (Jony) partilharam esforços à cabeça de um grupo de cerca de 20 ciclistas, enfrentando o vento que soprava a desfavor, a muito bom ritmo. À passagem por Bucelas, já eu fazia contas às agruras por que iria passar na subida do Forte do Alqueidão para permanecer no míni pelotão. Mas ainda antes de a pendente se elevar, na Bemposta, um furo (Nuno Mendes) levou a que eu parasse para a devida assistência. Comigo, mais uns quantos... mas poucos!
Quando retomámos a estrada, o andamento nem por isso foi brando, «obrigando-me» a pedir por diversas vezes ao Jony para refrear o ímpeto da sua plena forma. No Alqueidão, finalmente... lá estavam os restantes, a aguardar.
Agradecimentos feitos, eis-nos a caminho de Torres, pelo desvio de Matacães e Monte Redondo, a ritmo moderado até ao cruzamento de ligação a Sarge, onde surgiram protagonistas que até aí ainda não se tinha assumido, casos dos «masters» Capela e Duarte. Com estes a contribuírem para avivar o andamento, o grupo estirou-se para se manter unido antes de se iniciar a descida para Torres, a velocidade vertiginosa. Ainda assim, apenas o Capitão perdeu o «comboio», tendo sido reintegrado após neutralização à entrada da cidade.
A partir da Variante (Torres) e em quase 20 km seguintes houve, sem dúvida, o momento alto da jornada. Aproveitando o vento agora favorável, o Freitas e o Jorge Damas alinharam à frente do grupo, levando-o a uma média muito próxima dos 40 km/h até à base da subida para Vila Franca do Rosário/Malveira, num desempenho demonstrativo de enorme disponibilidade e excelente momento de forma. De Torres ao início da subida, a média foi de 37,1 km/h; desde Catefica foi 41,3 km/h! Os restantes permaneceram, alguns a custo (em que me incluo), bem encaixados na roda, e têm a agradecer a preciosa boleia. Fantástico trabalho daquele também improvável duo (o camarada Damas, mais forte do que nunca) num terreno que não é propriamente (só) plano!
O resultado óbvio foi a acentuação do desgaste e das diferenças motivadas por estados de forma igualmente díspares na subida de V. F. Rosário, onde o grupo se «partiu» definitivamente, numa inevitabilidade antecipada pelo ataque madrugador do Duarte, a que os mais aptos tiveram de reagir e sem não demorassem algum tempo fechar o espaço. Algo a que já não assisti! Na peugada do fugitivo: André, Capela, Jony e Pedro da Amadora.
O Jorge Damas, desgastado pelo esforço anterior, e o Tiago (novo jovem recruta que se integrou bastante bem: saúda-se!) descaíram, tendo sido alcançados por mim. Após o topo do Vale da Guarda formávamos um trio que cumpriu o que faltava até à Malveira em amena cavaqueira, e a que ainda tiveram tempo de se juntar, na rampa final, para a rotunda da autoestrada, o Jorge e o Salvador (este também num pico de forma nesta temporada), vindos de trás em animado sprint.
Retardatário apenas o Freitas, que subiu no seu ritmo após ter largado ao serviço, e o Capitão, «distanciado» logo que o primeiro o «pegou» em Torres.
Para a semana há muita planura, para Sto. Estevão (versão em sentido inverso), a preparar a Clássica do Cartaxo.            

1 comentário:

pedro amadora disse...

Boas

Antes de mais parabéns a todos os ciclistas que pedalaram por terras forâneas nas diversas provas.

A volta de Torres foi, para mim, vivida com boas sensações. Elogio também a disponibilidade do Freitas e do Jorge a comandar o pelotão, bem como o André e o Jony no inicio, em largo periodo e principalmente até ao ponto quente da jornada, a subida V. F. do Rosário para a Malveira, e depois da aceleração do Freitas e consequente ataque do Duarte ficámos na recuperação o André o Capela o Jony e eu comandados primeiro pelo Jony depois pelo Capela e depois pelo André, e colámos ao Duarte mesmo no topo de V. F. do Rosário.
Eu sentia-me bem e com capacidade para mais um pouco mas como muitas vezes acontece ficar a pé decidi guardar forças para a subida final para a rotunda, e pela primeira vez não descolei no final deste topo. Descida para o Vale da Guarda e os elementos do mini pelotão olhava-se para ver quem assumia as despesas ficando até ao inicio da subida o Jony na frente, passando em seguida o Duarte para o seu lugar e eis que de repente, qual foguete, ataca o André num impulso impossível de igualar e vendo que ninguém o fazia decidi então saltar e elevar a velocidade a uns apreciáveis 28kmh, velocidade que mantive até à rotunda, de seguida passam-me o Duarte e o Capela na resposta ao meu ataque mas uns metros antes da rotunda cedem os dois primeiro o Duarte e depois o Capela e chego à rotunda atrás do inalcançável André, mas o melhor foi acabar a volta com força muito boas sensaçoes.

Boa semana, abraço a todos