Na volta da
Marginal-Penina tudo me pareceu difícil, feito com sacrifício. Difícil, por aquilo que o meu mau estado físico não me permitiu fazer, e por o que vi outros muito fazer. Desde o início que as más sensações (dores musculares) me
assolaram a um nível que não estava à espera depois do aquecimento, a partir de
casa, e mantendo-se arreliadoramente até perto do final e levando-me a ter de largar
o grupo em Pêro Pinheiro, com pouco mais de 3h00 desde Loures (quase 4h00 no meu total).
Logo nos primeiros
quilómetros, desde que o Gonçalo passou a imprimir um bom ritmo na subida de
Frielas, as dores nas pernas fizeram-se sentir, num forte incómodo. De
resto, o andamento, sempre bastante vivo, imposto pela maioria dos elementos do
pequeno grupo, em nada me favoreceu. De tal modo que, durante todo o percurso,
entre a meia dúzia que compareceu, ter sido eu o ÚNICO a não passar pela frente!! Assumo, não consegui!
Os restantes tiveram um
desempenho impressionante (ainda mais, porque, tudo me pareceu difícil,
reforço): o Jorge como ainda não tinha visto esta temporada (e com ele partilho
alguns sábados bem musculados), o Gonçalo muito forte a rolar, e mais ainda o
Bruno Felizardo neste terreno. O Bruno de Alverca também deu o seu contributo
mas pareceu ressentir-se do esforço na subida da Penina. O homem do «jersey» da
Orica Greenedge (Veloso?) também bastante interventivo e a disputar aquela
subida, a maior do trajeto, com o Jorge. E ainda
o Gil, mas, pelos vistos, ainda estava pior do que eu, cedendo algures na Malveira da Serra.
Os demais conduziram o míni pelotão
a uma média que, em Cascais, fixava-se em impressionantes 38 km/h, com Frielas, Sacavém, Parque das Nações, Av. Infante D. Henrique pela zona ribeirinha de Lisboa até Algés, e toda a Marginal e estrada do Guincho. E apesar dos
semáforos terem jogado contra (a média, e a meu favor...). O meu sacrifício
crescia em uníssono com o espanto perante o rendimento dos meus companheiros de jornada, e
ainda mais a partir da entrada na estrada do Guincho, de frente com uma
ventania de que não há memória...
Felizmente, a subida da
Malveira da Serra, também batida a vento, foi tranquila (as condições climatéricas
também o desaconselhavam) e permitiu-me chegar com o grupo ao sopé da Penina
(cruzamento do Cabo da Roca). No entanto, sem surpresa, logo que a subida se
iniciou tive de meter um andamento de poupança. Constrangedor, mas nestes
dias...
O Jorge e o «Greenedge»
ganharam rapidamente vantagem, que foram reforçando ao longo da subida,
seguidos pelo Gonçalo, e este pelo Felizardo. Depois eu, e por último o Bruno
de Alverca. A meio da subida, num derradeiro assomo contra as dores limitadoras,
decidi forçar até ao alto, ultrapassando o Felizardo e o Gonçalo, e chegando
praticamente na roda do duo da frente. Mas foi mais com a cabeça (e o coração!)
do que as pernas...
Lá em cima, e nos
quilómetros que se seguiram até ao centro de Sintra, temi o empeno. Felizmente,
não sucedeu. Para isso, contei, digamos, com um golpe de sorte e uma decisão
sensata –encontrar o Luís Hernandez à saída do Lourel, com quem preferi ficar,
quando, em Pero Pinheiro, os restantes imprimiram «outro» ritmo... Segui, então,
tranquilamente em amena cavaqueira com o primo do Renato e fiz a ligação a
Alverca por Lousa, Vale de S. Gião e Bucelas, deixando-o perto de sua casa
(Fanhões). Foi uma decisão providencial, porque, como disse no início desta
crónica, adotei o andamento mais conveniente para o meu estado nesse dia,
acabando mesmo por ter as melhores sensações a partir das 4h30 das 5h15 totais.
Quando terminei a descida
do Cabeço da Rosa, cruzei-me com o Jorge, que estava a iniciá-la para chegar a
casa. Deixou escapar uma expressão de espanto ao ver-me. Já não esperava, ainda
mais naquela direção, àquela hora...
2 comentários:
Mais uma excelente manhã de Domingo passada com a companhia dos habituais resistentes. Com muita pena minha não vou poder estar presente na clássica dos supertrepadores por motivos familiares, para quem estiver presente uma boa volta e de certeza um valente empeno.
Felizardo
Meu caro Ricardo
Andas a treinar muito e depois dizes que te dói as pernas…
Diz o Professor Doutor Alguerra o descanso é tão importante como o exercício, ehhh
Andas a ler pouco, AAHHH
Um abraço
Pedro Fernandes (Carregado)
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