terça-feira, maio 14, 2013

Crónica da Marginal-Penina


Na volta da Marginal-Penina tudo me pareceu difícil, feito com sacrifício. Difícil, por aquilo que o meu mau estado físico não me permitiu fazer, e por o que vi outros muito fazer. Desde o início que as más sensações (dores musculares) me assolaram a um nível que não estava à espera depois do aquecimento, a partir de casa, e mantendo-se arreliadoramente até perto do final e levando-me a ter de largar o grupo em Pêro Pinheiro, com pouco mais de 3h00 desde Loures (quase 4h00 no meu total).
 
Logo nos primeiros quilómetros, desde que o Gonçalo passou a imprimir um bom ritmo na subida de Frielas, as dores nas pernas fizeram-se sentir, num forte incómodo. De resto, o andamento, sempre bastante vivo, imposto pela maioria dos elementos do pequeno grupo, em nada me favoreceu. De tal modo que, durante todo o percurso, entre a meia dúzia que compareceu, ter sido eu o ÚNICO a não passar pela frente!! Assumo, não consegui!
Os restantes tiveram um desempenho impressionante (ainda mais, porque, tudo me pareceu difícil, reforço): o Jorge como ainda não tinha visto esta temporada (e com ele partilho alguns sábados bem musculados), o Gonçalo muito forte a rolar, e mais ainda o Bruno Felizardo neste terreno. O Bruno de Alverca também deu o seu contributo mas pareceu ressentir-se do esforço na subida da Penina. O homem do «jersey» da Orica Greenedge (Veloso?) também bastante interventivo e a disputar aquela subida, a maior do trajeto, com o Jorge. E ainda o Gil, mas, pelos vistos, ainda estava pior do que eu, cedendo algures na Malveira da Serra.

Os demais conduziram o míni pelotão a uma média que, em Cascais, fixava-se em impressionantes 38 km/h, com Frielas, Sacavém, Parque das Nações, Av. Infante D. Henrique pela zona ribeirinha de Lisboa até Algés, e toda a Marginal e  estrada do Guincho. E apesar dos semáforos terem jogado contra (a média, e a meu favor...). O meu sacrifício crescia em uníssono com o espanto perante o rendimento dos meus companheiros de jornada, e ainda mais a partir da entrada na estrada do Guincho, de frente com uma ventania de que não há memória...

Felizmente, a subida da Malveira da Serra, também batida a vento, foi tranquila (as condições climatéricas também o desaconselhavam) e permitiu-me chegar com o grupo ao sopé da Penina (cruzamento do Cabo da Roca). No entanto, sem surpresa, logo que a subida se iniciou tive de meter um andamento de poupança. Constrangedor, mas nestes dias...

O Jorge e o «Greenedge» ganharam rapidamente vantagem, que foram reforçando ao longo da subida, seguidos pelo Gonçalo, e este pelo Felizardo. Depois eu, e por último o Bruno de Alverca. A meio da subida, num derradeiro assomo contra as dores limitadoras, decidi forçar até ao alto, ultrapassando o Felizardo e o Gonçalo, e chegando praticamente na roda do duo da frente. Mas foi mais com a cabeça (e o coração!) do que as pernas...

Lá em cima, e nos quilómetros que se seguiram até ao centro de Sintra, temi o empeno. Felizmente, não sucedeu. Para isso, contei, digamos, com um golpe de sorte e uma decisão sensata –encontrar o Luís Hernandez à saída do Lourel, com quem preferi ficar, quando, em Pero Pinheiro, os restantes imprimiram «outro» ritmo... Segui, então, tranquilamente em amena cavaqueira com o primo do Renato e fiz a ligação a Alverca por Lousa, Vale de S. Gião e Bucelas, deixando-o perto de sua casa (Fanhões). Foi uma decisão providencial, porque, como disse no início desta crónica, adotei o andamento mais conveniente para o meu estado nesse dia, acabando mesmo por ter as melhores sensações a partir das 4h30 das 5h15 totais.

Quando terminei a descida do Cabeço da Rosa, cruzei-me com o Jorge, que estava a iniciá-la para chegar a casa. Deixou escapar uma expressão de espanto ao ver-me. Já não esperava, ainda mais naquela direção, àquela hora...                 

2 comentários:

Anónimo disse...

Mais uma excelente manhã de Domingo passada com a companhia dos habituais resistentes. Com muita pena minha não vou poder estar presente na clássica dos supertrepadores por motivos familiares, para quem estiver presente uma boa volta e de certeza um valente empeno.

Felizardo

Pedro Fernandes disse...

Meu caro Ricardo
Andas a treinar muito e depois dizes que te dói as pernas…
Diz o Professor Doutor Alguerra o descanso é tão importante como o exercício, ehhh
Andas a ler pouco, AAHHH
Um abraço
Pedro Fernandes (Carregado)