quarta-feira, agosto 07, 2013

Crónica de Nossa Sra. da Ajuda


A volta do último domingo, de Nossa Sra. da Ajuda, foi ao estilo forte e compacto. Ou seja, compacto, pelo reduzido grupo que se fez ao relativamente curto percurso; e forte, porque os seus participantes foram-no, no empenho e na entrega face às exigências de um traçado com desnível forte, com isso elevando a intensidade a um nível que, durante a maior parte do tempo, pode não ter sido forte, mas sim... «mais-do-que-forte»! Por falar em tempo: em menos de 3 horas estavam despachados os 80 km e os 1200 metros de acumulado positivo da jornada (para mim: 3h33m para 109 km). Pulso médio de 148. Forte!

À saída de Loures, poucos. Não mais de cinco: eu, Jorge, Bruno de Alverca e dois «Carrega e Puxa» plenos de motivação. Arranque em direção a Frielas e Sacavém, comigo a dar o mote logo nos primeiros quilómetros de que o ritmo deveria ser ligeirinho, uma vez que tinha imposições familiares, com apresentação no domicílio, sem atraso, por volta das 11h30. Logo, pedaladas contadas... Desde já, os meus agradecimentos aos demais pela colaboração – que não precisei de pedir. Refiro-me, logo!

O quinteto, que passou septeto já em plena EN10, com a integração do Bruno Felizardo e do Gonçalo, cedo se empenhou a manter o andamento vivo. Assim, em Alverca, no início da subida de A-dos-Melros, a média nos 35 km/h. Alguns instantes antes, perante o «cenário» que se deparava, o Gonçalo exteriorizou alguma falta de «entusiasmo»... Tratei de o motivar. Naquela altura, até ver, tive êxito. Mas a subida foi intensa desde o sopé, e chegou a ser um pouco asfixiante na sua fase mais íngreme (junto ao cruzamento do Calhandriz), muito exposta ao vento. Todavia, não foi o Gonçalo a ceder, mas sim os dois estreantes do Carrega e Puxa. Ou um deles, e o outro terá ficado para o ajudar. Perante isso, também aliviámos, cumprindo a fase final da subida (mais suave) em andamento moderado. No topo, o grupo estava de novo compacto.

Desceu-se para Arruda e aí o Felizardo não facilita. É um todo-o-terreno, mas quando este é mais acessível (descidas incluídas) é fortíssimo e raramente deixa de assumir a dianteira. Assim, não houve descanso até à base da Mata. Aqui, o Gonçalo automotiva-se: «Se esperarem dois minutos no alto, continuarão com a minha companhia». Nenhuma dúvida.

Agora, o setor era mais exigente. As minhas boas sensações impeliram-me a imprimir andamento respeitável. Rapidamente ficaram comigo apenas os Brunos. E só o de Alverca a partir do casario (meio da subida) até final. Muito bom tempo de subida (para mim), embora com pulso «solto». Os restantes não demoraram. E o Gonçalo, a cumprir o prometido: 2 minutos exatos. Aqui, os Carrega e Puxa deixaram-nos. Esperemos que seja até breve (já o próximo domingo).

Nova descida, para Santiago dos Velhos, e entrada na rampa de Nossa Sra. da Ajuda. Dura, com vento de frente. Toda a gente a passar (relativamente...) bem. Na aldeia, paragem para «meter» água... santa!

E bem necessária, perante o acidentado do percurso que restava e o prolongamento dos níveis de intensidade altos. Tesoureira, musculada. Primeiro troço em subida, fico sozinho na frente perante a «falta de vontade» do Felizardo. Na descida, deixo-me deslizar. Os restantes reentram pouco antes da ascensão final. O Bruno de Alverca impõe excelente ritmo e não demora a ficar apenas comigo e com o seu homónimo. Mas aquele (o de Alverca) cede ligeiramente na parte final, quando o rendo na dianteira. No alto, o Felizardo demonstrava que neste tipo de relevo, suave, ainda é o seu... Poderoso!

Finalmente, Ribas. Novamente, o grau de exigência a disparar. O Gonçalo volta a lançar o repto: «agora 3 minutos à minha espera...» Nada que nos faça demorar. O «Félix Froome» lança-se na primeira rampa, muito íngreme. Sigo-o na roda e quando a inclinação alivia, passo para a frente. Ele abdica. Sigo por minha conta. Alcanço e passo um pequeno grupo que seguia adiantado (com o Jorge de Vialonga e o Pedro Fonseca). Continuo com boas sensações, mas as pernas já doridas. Giro o esforço desde os tanques até ao topo. O Bruno de Alverca chega a seguir, passou o «FF», cuja boleia aproveitou o Pedro Fonseca. Pouco depois o Jorge, na sua melhor subida do dia (exceção a A-dos-Melros, cujo esforço pagou pela sua ainda curta forma). Por fim, o Gonçalo. Mas desta vez sem cumpriu a promessa do tempo de atraso. Antecipou-se! Apenas 2 minutos. Temos homem!

No regresso pela longa descida de Fanhões/Casaínhos, estou (mais do que) em cima do horário. Agora sim, tenho de pedir colaboração para a ligação a Alverca. Ao Félix nem precisava; e ao Bruno, meu conterrâneo, idem. Entretanto o Gonçalo e o Jorge entram em «modo» de recuperação. Quem me dera. Lançámo-nos os três à Variante e a 35 km/h de média estávamos em Vialonga. Na rotunda do Cabo começo a ceder. É muito! Pago o esforço da tirada. Os meus dois companheiros aguardam na descida da Sagres. Despedimo-nos no seu final, na rotunda do Alambique. Não alivio até casa (não posso!) e chego a casa com 5 minutos de atraso. Nada de tenha alterado humores familiares...

Missão cumprida. Fortíssimo treino. Enormíssima companhia. Este domingo há mais. Para a Carnota. Logo esta! Amanhã, o percurso e outras informações.

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