Que sensação,
foi subir A-dos-Melros à média de 32 km/h! Para mim, inédita! - e tão vertiginosa
quanto asfixiante. Foi assim, no último domingo, o «prato» de abertura da volta
de Santana da Carnota, com pouco mais de 15 km percorridos desde Loures. Nunca a
ligação entre Alverca e aquele topo, de 6,7 km a 2,3%, tinha sido feita tão depressa
(por mim, esclareça-se). Menos 1m30s do que a (minha) anterior melhor subida, o
que não deixa de ser relevante! E tal como a anterior (e muitas outras,
enfim...), fi-lo à boleia de um comboio liderado por dois ou três «maquinistas»,
os únicos que foram capazes de o meterem a tanto vapor. Destaco um, porque foi
o que mais me impressionou: o jovem estreante de equipamento laranja, como as
nuances da decoração da sua KTM, que aí iniciou a série de demonstrações de
grande nível da jornada. Em quase todas as secções seletivas: depois de
A-dos-Melros, Carnota, Forte de Alqueidão (da Seramena) e finalmente, na Tesoureira.
Deixou cartel e passou com toda a distinção no crivo do grupo Pina Bike. Ou
seja, tem visto para voltar. Como os seus dois companheiros, não tão
exuberantes mas muitíssimo consistentes. Que trio de treino! E tão ou mais importante:
afáveis, discretos e simpáticos.
Curta mas
igualmente impressionante foi a presença do Rui Torpes. Nele, todavia, grandes
performances já não surpreendem. Foi outro dos que estimularam o andamento
nessa subida. Só que noutro estilo, em mudanças bruscas de ritmo – justificadas
por algum desagrado por não se ter esperado por ele, após a partida, moderando-se
a pedalada nos primeiros quilómetros. Quando chegou, já em plena subida, reclamou
– e com alguma razão. Mas, assumida da minha parte, só a responsabilidade de
não ter «pedido» para manter o passo moderado depois da passagem por Vialonga, que
até aí marcara em parceria com o Jorge - a um nível que para o (excelente) atleta
em causa permitir-lhe-ia recuperar sem grande esforço. Só que, naquele local, picaram-me.
E quando me picam... Não foi alguém, mas algo. Um inseto, talvez uma abelha, pela
dor intensa. Entrou-me no capacete e ferrou-me o cocuruto. Estrebuchei e passei
para a retaguarda do pelotão, e logo senti que o ritmo tinha embalado – talvez
pela descida da Sagres...
A seguir,
A-dos-Melros e a cavalgada. Os primeiros a meterem-se ao serviço foram o Nuno
Mendes e o Bruno Felizardo. Antes de serem rendidos pelo trem «Laranja da KTM».
O primeiro pagou a fatura; o segundo deu mais uma prova de ótima forma - uma
das várias nesse dia. Um grupo ainda numeroso manteve-se até ao alto, mas cerca
de metade ficou disperso pela vertente.
Eu
aguentei-me... mal. Pernas pesadas para esta jornada, sem comparação com as da
semana anterior, em N. Sra. da Ajuda. Este primeiro choque volta foi apenas o
primeiro dos fulminantes. Nos últimos 300 metros estoirei. Aliviei. Mas ainda agarrei
a cauda do grupo. No alto estava previsto aguardar pelos retardatários. Fi-lo. Os
restantes continuaram. Detrás, chegavam aos poucos e também foram seguindo... Os
derradeiros demoraram mais seis minutos. Seis! Mas estavam lá e com intenção de
continuar. Quando assim é, não custa aguardar.
E foi um
grupo de cerca de meia dúzia de unidades (Freitas, Pina, Salvador, Xico e
outros) a meter-se no encalço do da frente, embora com a certeza que só reentraria
se este aguardasse. De qualquer modo, rolamos bem até aos Cadafais, a 37 km/h
de média, onde, enfim, lá estavam os restantes.
De imediato,
subida para Santana da Carnota. Primeiros 8 km a 2% e a... 30 km/h. Os mesmos a
marcarem o ritmo (à exceção do Torpes, que seguiu outro rumo). À entrada do
troço final, a subida propriamente dita (3,1 km a 3,5%), permaneciam só os mais
rijos. Entre eles, o Gonçalo, que perante a abordagem moderada à subida, ironizou:
«Olha, que a este passo eu aguento!». Mas sabia-se que não duraria muito essa
toada. Alguém haveria de a disparar. Primeiro, foi o Jorge, depois um dos
estreantes, e finalmente, já em modo de seleção, o suspeito do dia, o Laranja
KTM. De qualquer modo, o Jorge mostrou-lhe que estava para o desse e viesse e
colocou-se à sua ilharga até ao alto. E alto ia o meu pulso, a atingir o pico
da jornada. Tal como em A-dos-Melros, nos derradeiros metros, explodi. Ainda
assim, mais tarde do que antevia. Tempo da subida: mais 23 segundos do que o
melhor (meu). Forte, de facto. Voltei a aguardar. A maioria voltou a seguiu.
Encontro-os já no Sobral, no chafariz. Os que comigo depois vinham pararam
antes, no café do jardim. Mas estava a fim...
E assim foi um
grupo já reduzido (com os da frente, os poderosos) que se fez à subida para o
Forte de Alqueidão (da Seramena). Tréguas, nada! O Jorge mostrava serviço
(subida de forma evidente) e impunha o passo, mas os forasteiros,
principalmente dois deles, não estavam pelos ajustes e colaboraram. Não demorou
a fazer-se nova seleção, agora até entre os mais fortes. O Jorge e o Bruno de
Alverca com estes. Desde cedo fiquei descaído. Meti o meu passo e mantive a
distância na parte final. Juntei-me ao Felizardo. Levei-o até ao topo e ele retribuiu
na descida. Antes das bombas de Arranhó reentrámos. Ele ainda seguiu direto,
mas depois abdicou.
Tesoureira
para final de festa. Uma semana antes pulverizaram-se recordes do Strava
(segundo o Felizardo, menos 32 segundos do que o melhor tempo). Eu e ele. Desta
vez, impensável repetir ou sequer aproximar-me. De qualquer modo, na primeira
rampa animo-me e fico apenas na companhia do Laranja KTM. Relaxamos na descida
e somos alcançados antes de entrar na subida «real». Embalo até onde a pernas
permitem. O KTM não demora a mostrar-se. Passo à sua roda. Obviamente! Mas, eis
que o Bruno de Alverca arranca de trás, em grande estilo, e só tem resposta dos
dois mais fortes dos «visitantes». Eu e o Felizardo tentamos minimizar as
«percas», como diz o «outro» do canal desportivo. Repete-se a fórmula de
cooperação do Alqueidão. Primeiro eu na subida, depois ele na fase mais suave.
Em Casais da Serra reentramos. Estamos a entender-nos..., é um bravo. «Crono» da
subida: e que surpresa!, só mais 10 segundos do que há uma semana. O referido trio
da frente deve ter ficado a muito poucos segundos de novo recorde do Strava...
Bom, daí até
Bucelas e, em seguida, rumo a Alverca (para os que comigo seguiram), foi um
passeio. Não podia ser de outra coisa... Pelo menos para mim. As pernas, bom,
tentarei recuperá-las, ao máximo, para quinta-feira, para a Clássica de Montejunto
(Pragança) com os camaradas dos Duros. Mas pelas sensações (hoje) não vai ser
fácil. De qualquer modo, lá estaremos. Pelas nossas cores!
Hora de partida de Loures às 8h30
1 comentário:
Uma volta que promete, ehh
Atenção aos PROS que quando vierem a descer eu ainda irei a subir, ehhh.
Mais vale descerem nas calmas do que existirem acidentes desnecessários.
A segurança acima de tudo para termos um feriadop bem passado.
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