terça-feira, agosto 13, 2013

Crónica de Santana da Carnota - feriado Montejunto!


Que sensação, foi subir A-dos-Melros à média de 32 km/h! Para mim, inédita! - e tão vertiginosa quanto asfixiante. Foi assim, no último domingo, o «prato» de abertura da volta de Santana da Carnota, com pouco mais de 15 km percorridos desde Loures. Nunca a ligação entre Alverca e aquele topo, de 6,7 km a 2,3%, tinha sido feita tão depressa (por mim, esclareça-se). Menos 1m30s do que a (minha) anterior melhor subida, o que não deixa de ser relevante! E tal como a anterior (e muitas outras, enfim...), fi-lo à boleia de um comboio liderado por dois ou três «maquinistas», os únicos que foram capazes de o meterem a tanto vapor. Destaco um, porque foi o que mais me impressionou: o jovem estreante de equipamento laranja, como as nuances da decoração da sua KTM, que aí iniciou a série de demonstrações de grande nível da jornada. Em quase todas as secções seletivas: depois de A-dos-Melros, Carnota, Forte de Alqueidão (da Seramena) e finalmente, na Tesoureira. Deixou cartel e passou com toda a distinção no crivo do grupo Pina Bike. Ou seja, tem visto para voltar. Como os seus dois companheiros, não tão exuberantes mas muitíssimo consistentes. Que trio de treino! E tão ou mais importante: afáveis, discretos e simpáticos.

Curta mas igualmente impressionante foi a presença do Rui Torpes. Nele, todavia, grandes performances já não surpreendem. Foi outro dos que estimularam o andamento nessa subida. Só que noutro estilo, em mudanças bruscas de ritmo – justificadas por algum desagrado por não se ter esperado por ele, após a partida, moderando-se a pedalada nos primeiros quilómetros. Quando chegou, já em plena subida, reclamou – e com alguma razão. Mas, assumida da minha parte, só a responsabilidade de não ter «pedido» para manter o passo moderado depois da passagem por Vialonga, que até aí marcara em parceria com o Jorge - a um nível que para o (excelente) atleta em causa permitir-lhe-ia recuperar sem grande esforço. Só que, naquele local, picaram-me. E quando me picam... Não foi alguém, mas algo. Um inseto, talvez uma abelha, pela dor intensa. Entrou-me no capacete e ferrou-me o cocuruto. Estrebuchei e passei para a retaguarda do pelotão, e logo senti que o ritmo tinha embalado – talvez pela descida da Sagres...

A seguir, A-dos-Melros e a cavalgada. Os primeiros a meterem-se ao serviço foram o Nuno Mendes e o Bruno Felizardo. Antes de serem rendidos pelo trem «Laranja da KTM». O primeiro pagou a fatura; o segundo deu mais uma prova de ótima forma - uma das várias nesse dia. Um grupo ainda numeroso manteve-se até ao alto, mas cerca de metade ficou disperso pela vertente.

Eu aguentei-me... mal. Pernas pesadas para esta jornada, sem comparação com as da semana anterior, em N. Sra. da Ajuda. Este primeiro choque volta foi apenas o primeiro dos fulminantes. Nos últimos 300 metros estoirei. Aliviei. Mas ainda agarrei a cauda do grupo. No alto estava previsto aguardar pelos retardatários. Fi-lo. Os restantes continuaram. Detrás, chegavam aos poucos e também foram seguindo... Os derradeiros demoraram mais seis minutos. Seis! Mas estavam lá e com intenção de continuar. Quando assim é, não custa aguardar.

E foi um grupo de cerca de meia dúzia de unidades (Freitas, Pina, Salvador, Xico e outros) a meter-se no encalço do da frente, embora com a certeza que só reentraria se este aguardasse. De qualquer modo, rolamos bem até aos Cadafais, a 37 km/h de média, onde, enfim, lá estavam os restantes.

De imediato, subida para Santana da Carnota. Primeiros 8 km a 2% e a... 30 km/h. Os mesmos a marcarem o ritmo (à exceção do Torpes, que seguiu outro rumo). À entrada do troço final, a subida propriamente dita (3,1 km a 3,5%), permaneciam só os mais rijos. Entre eles, o Gonçalo, que perante a abordagem moderada à subida, ironizou: «Olha, que a este passo eu aguento!». Mas sabia-se que não duraria muito essa toada. Alguém haveria de a disparar. Primeiro, foi o Jorge, depois um dos estreantes, e finalmente, já em modo de seleção, o suspeito do dia, o Laranja KTM. De qualquer modo, o Jorge mostrou-lhe que estava para o desse e viesse e colocou-se à sua ilharga até ao alto. E alto ia o meu pulso, a atingir o pico da jornada. Tal como em A-dos-Melros, nos derradeiros metros, explodi. Ainda assim, mais tarde do que antevia. Tempo da subida: mais 23 segundos do que o melhor (meu). Forte, de facto. Voltei a aguardar. A maioria voltou a seguiu. Encontro-os já no Sobral, no chafariz. Os que comigo depois vinham pararam antes, no café do jardim. Mas estava a fim...

E assim foi um grupo já reduzido (com os da frente, os poderosos) que se fez à subida para o Forte de Alqueidão (da Seramena). Tréguas, nada! O Jorge mostrava serviço (subida de forma evidente) e impunha o passo, mas os forasteiros, principalmente dois deles, não estavam pelos ajustes e colaboraram. Não demorou a fazer-se nova seleção, agora até entre os mais fortes. O Jorge e o Bruno de Alverca com estes. Desde cedo fiquei descaído. Meti o meu passo e mantive a distância na parte final. Juntei-me ao Felizardo. Levei-o até ao topo e ele retribuiu na descida. Antes das bombas de Arranhó reentrámos. Ele ainda seguiu direto, mas depois abdicou.

Tesoureira para final de festa. Uma semana antes pulverizaram-se recordes do Strava (segundo o Felizardo, menos 32 segundos do que o melhor tempo). Eu e ele. Desta vez, impensável repetir ou sequer aproximar-me. De qualquer modo, na primeira rampa animo-me e fico apenas na companhia do Laranja KTM. Relaxamos na descida e somos alcançados antes de entrar na subida «real». Embalo até onde a pernas permitem. O KTM não demora a mostrar-se. Passo à sua roda. Obviamente! Mas, eis que o Bruno de Alverca arranca de trás, em grande estilo, e só tem resposta dos dois mais fortes dos «visitantes». Eu e o Felizardo tentamos minimizar as «percas», como diz o «outro» do canal desportivo. Repete-se a fórmula de cooperação do Alqueidão. Primeiro eu na subida, depois ele na fase mais suave. Em Casais da Serra reentramos. Estamos a entender-nos..., é um bravo. «Crono» da subida: e que surpresa!, só mais 10 segundos do que há uma semana. O referido trio da frente deve ter ficado a muito poucos segundos de novo recorde do Strava...

Bom, daí até Bucelas e, em seguida, rumo a Alverca (para os que comigo seguiram), foi um passeio. Não podia ser de outra coisa... Pelo menos para mim. As pernas, bom, tentarei recuperá-las, ao máximo, para quinta-feira, para a Clássica de Montejunto (Pragança) com os camaradas dos Duros. Mas pelas sensações (hoje) não vai ser fácil. De qualquer modo, lá estaremos. Pelas nossas cores!

Hora de partida de Loures às 8h30      

1 comentário:

Pedro Fernandes disse...

Uma volta que promete, ehh
Atenção aos PROS que quando vierem a descer eu ainda irei a subir, ehhh.
Mais vale descerem nas calmas do que existirem acidentes desnecessários.
A segurança acima de tudo para termos um feriadop bem passado.