quinta-feira, fevereiro 13, 2014

Crónica (mesmo!) de S. Pedro da Cadeira


A coisa adivinhava-se. Ou melhor, estava mesmo prevista. Mas foi pior do que se (eu) esperava. Feia, terrível mas, ainda assim, atenuada por um pelotão de verdadeiros bravos. Exemplos grandes no espírito de sacrifício, contagiante e motivador, na camaradagem e, indiscutivelmente, na qualidade. Depois de quase duas horas e meia de «aquecimento» - no meu caso, para apadrinhar o regresso à estrada do meu parceiro de treino, Jorginho, após longo período de paragem: bem-haja! -, o início do temporal coincidiu com as primeiras pedaladas do grupo, à saída de Loures. Nas bombas, às 8h30, apenas o Nuno Mendes e o Hugo Arraiolos, também madrugadores para acumulação de preciosos quilómetros, mas já um grupo se tinha metido a caminho. E ainda houve quem chegasse atrasado e conseguisse entrar no comboio, que partira rumo à Venda do Pinheiro. Outros(as) já não foram a tempo! Infelizmente para o Tiago Pereira, o Gonçalo e a Rita Reis.

A primeira subida (Guerreiros) chegou logo em bom andamento: 25 km/h de média apesar do vento que se tornava cada vez mais forte e chuva que já deixava todos encharcados. Logo o grupo adiantado foi alcançado e não fosse uma «ordem» para refrear o andamento ao Nuno Mendes e ao Felizardo, antes do topo já haveria «esfrangalhamento». Como não, até ao início da subida da Freixeira, pelotão compacto a uma média de quase 30 km/h. Percebeu-se que não havia ventania que o detivesse...

Mais: na Freixeira, um dos melhores andamentos da época. O (meu) «crono» prova-o: 3.38 minutos. Mas houve quem chegasse do topo ainda uns segundos antes. Como lhes chamei, foram os predadores de KOM’s. Mas ainda outros, sem Strava mas também com muito músculo, como o Jony, que foi, sem dúvida, um dos mais fortes nesta manhã de invernia. Na Venda, neutralização. Não surpreendeu.

Novamente em pelotão até Alcainça, nova subida em que impus o ritmo, até ser rendido pelo jovem Augusto Vitorino antes da rotunda da AE. Mas na parte final, para o alto da Abrunheira, foi novamente o Jony a «golpear» à conta dos seus dons de sprintoso... Segunda neutralização.

A seguir, rumou-se a Mafra, Murgueira e Picanceira, em ritmo de descida com piso muito molhado e batida a vento. Por isso, tranquilo. No arranque da subida de Encarnação, a toada novamente a aumentar. Primeiro o Isaac (presença que se saúda pela simpatia e o excelente nível deste veterano ciclista: a continuar!) a destacar-se, e depois eu, a levar o grupo da frente a alcançá-lo ainda antes da vila. Aí, fui rendido pelo Ricardo Afonso e durante algumas centenas de metros... ui, ui! Que passo! A deixar meio mundo em dificuldades. Felizmente, nova «ordem» (sabe-se lá de quem, mas foi muito a propósito...) permitiu recuperar o fôlego; ou aliviar o ardor dos músculos (mais no meu caso). Perto do alto voltei a assumir, mas nos últimos metros tive de ceder perante a habitual aceleração final.

A partir daí, um grupo destacado na frente: eu, Jony, Mendes, Arraiolos, Félix, Augusto, Afonso, Isaac. Sempre coeso (como se quer!) e apenas estirado nos dois «carolos» da estrada dos Gafanhotos, bem atacados, por sinal. Qual vento?!

No que restou, a ligação Turcifal-Barras e a subida de Vila Franca do Rosário, a primeira com andamento desconfortável face ao vento imposto pelo Augusto (estou em crer que se o jovem assistisse, partia o grupo) e pelo Jony; mas a segunda (a subida) bem mais calma, em que foi o Nuno Mendes o único a fraquejar (dei-lhe a roda), devido ao desgaste dos muitos quilómetros que já tinha no buxo. À chegada ao topo da Malveira, então sim, sprint com os mais rápidos e/ou menos fatigados e/ou em melhor forma a imporem-se (Jony, Isaac, Augusto). Realce para a disponibilidade do Félix, em cada vez mais evidente subida de nível, para muito mais perto do que nos habitou na última temporada. O objetivo este ano não poderá ser outro, camarada: superá-lo!   

Daí até Bucelas (onde me despedi...) foi em amena cavaqueira.

 Amanhã, apresentação da volta do próximo domingo (será finalmente seca?!), a segunda inédita este ano, chamada convenientemente de Voltinha Saloia. Espere-se percurso interessante...   

1 comentário:

Ricardo Afonso disse...

Viva colegas do pedal...
Por mim que venha o dilúvio, são mais as vezes à chuva do que em piso seco.
Vou ver o que é que o Pina ainda tem de Saldos de Inverno para abastecer o meu stock.

Eles andam aí.... na garagem ou à chuva.
Santarém está para breve.

Abraço,
RA