A coisa
adivinhava-se. Ou melhor, estava mesmo prevista. Mas foi pior do que se (eu)
esperava. Feia, terrível mas, ainda assim, atenuada por um pelotão de
verdadeiros bravos. Exemplos grandes no espírito de sacrifício, contagiante e
motivador, na camaradagem e, indiscutivelmente, na qualidade. Depois de quase
duas horas e meia de «aquecimento» - no meu caso, para apadrinhar o regresso à
estrada do meu parceiro de treino, Jorginho, após longo período de paragem:
bem-haja! -, o início do temporal coincidiu com as primeiras pedaladas do
grupo, à saída de Loures. Nas bombas, às 8h30, apenas o Nuno Mendes e o Hugo
Arraiolos, também madrugadores para acumulação de preciosos quilómetros, mas já
um grupo se tinha metido a caminho. E ainda houve quem chegasse atrasado e
conseguisse entrar no comboio, que partira rumo à Venda do Pinheiro. Outros(as)
já não foram a tempo! Infelizmente para o Tiago Pereira, o Gonçalo e a Rita
Reis.
A primeira
subida (Guerreiros) chegou logo em bom andamento: 25 km/h de média apesar do
vento que se tornava cada vez mais forte e chuva que já deixava todos encharcados.
Logo o grupo adiantado foi alcançado e não fosse uma «ordem» para refrear o
andamento ao Nuno Mendes e ao Felizardo, antes do topo já haveria
«esfrangalhamento». Como não, até ao início da subida da Freixeira, pelotão
compacto a uma média de quase 30 km/h. Percebeu-se que não havia ventania que o
detivesse...
Mais: na
Freixeira, um dos melhores andamentos da época. O (meu) «crono» prova-o: 3.38 minutos.
Mas houve quem chegasse do topo ainda uns segundos antes. Como lhes chamei, foram
os predadores de KOM’s. Mas ainda outros, sem Strava mas também com muito músculo,
como o Jony, que foi, sem dúvida, um dos mais fortes nesta manhã de invernia. Na
Venda, neutralização. Não surpreendeu.
Novamente em
pelotão até Alcainça, nova subida em que impus o ritmo, até ser rendido pelo jovem
Augusto Vitorino antes da rotunda da AE. Mas na parte final, para o alto da
Abrunheira, foi novamente o Jony a «golpear» à conta dos seus dons de sprintoso...
Segunda neutralização.
A seguir,
rumou-se a Mafra, Murgueira e Picanceira, em ritmo de descida com piso muito molhado
e batida a vento. Por isso, tranquilo. No arranque da subida de Encarnação, a
toada novamente a aumentar. Primeiro o Isaac (presença que se saúda pela
simpatia e o excelente nível deste veterano ciclista: a continuar!) a
destacar-se, e depois eu, a levar o grupo da frente a alcançá-lo ainda antes da
vila. Aí, fui rendido pelo Ricardo Afonso e durante algumas centenas de
metros... ui, ui! Que passo! A deixar meio mundo em dificuldades. Felizmente,
nova «ordem» (sabe-se lá de quem, mas foi muito a propósito...) permitiu recuperar
o fôlego; ou aliviar o ardor dos músculos (mais no meu caso). Perto do alto
voltei a assumir, mas nos últimos metros tive de ceder perante a habitual aceleração
final.
A partir daí,
um grupo destacado na frente: eu, Jony, Mendes, Arraiolos, Félix, Augusto,
Afonso, Isaac. Sempre coeso (como se quer!) e apenas estirado nos dois «carolos»
da estrada dos Gafanhotos, bem atacados, por sinal. Qual vento?!
No que restou,
a ligação Turcifal-Barras e a subida de Vila Franca do Rosário, a primeira com
andamento desconfortável face ao vento imposto pelo Augusto (estou em crer que
se o jovem assistisse, partia o grupo) e pelo Jony; mas a segunda (a subida) bem
mais calma, em que foi o Nuno Mendes o único a fraquejar (dei-lhe a roda), devido
ao desgaste dos muitos quilómetros que já tinha no buxo. À chegada ao topo da Malveira,
então sim, sprint com os mais rápidos e/ou menos fatigados e/ou em melhor forma
a imporem-se (Jony, Isaac, Augusto). Realce para a disponibilidade do Félix, em
cada vez mais evidente subida de nível, para muito mais perto do que nos
habitou na última temporada. O objetivo este ano não poderá ser outro, camarada:
superá-lo!
Daí até
Bucelas (onde me despedi...) foi em amena cavaqueira.
1 comentário:
Viva colegas do pedal...
Por mim que venha o dilúvio, são mais as vezes à chuva do que em piso seco.
Vou ver o que é que o Pina ainda tem de Saldos de Inverno para abastecer o meu stock.
Eles andam aí.... na garagem ou à chuva.
Santarém está para breve.
Abraço,
RA
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