segunda-feira, janeiro 08, 2007

Crónica da Valada

A primeira Clássica da temporada de 2007, Valada, não teve grande enredo. Todavia, não quer dizer que tenha sido menos interessante. Pelo contrário. Arrisco que deverá ter sido, a par da recente volta à Abrigada – esta por razões opostas –, das mais profícuas que se disputaram nos últimos tempos.
Acima de tudo, porque decorreu perfeitamente. O andamento foi muitíssimo equilibrado durante quase todo o percurso, permitindo amealhar forças para depois gastar em estimulantes escaramuças na parte final. Como se quer…
A planura do percurso ribatejano também ajudou. Mas foi o desempenho colectivo que sobressaiu. De Loures a muito perto de Vila Franca dividiu-se as tarefas na condução do pelotão (eu, o João Santos e o Miguel), passando, depois, o Freitas, o Salvador, o Roubaix e o Pina a monopolizá-las durante os quilómetros seguintes, até ao final da primeira metade do percurso – Muge. Uma liderança forte, sem excessos, serviu para desencorajar aventureiros.
Depois da passagem pela Ponte metálica de Porto de Muge, especialmente delicada devido à chuva que caiu de ao início da manhã, e da ligação cautelosa a Valada por motivo do mau piso, meteu-se, de novo, velocidade de cruzeiro em direcção a Cruz do Campo, ao longo da subida de ligeira inclinação da estação ao cruzamento da estrada nacional. Também aqui, o andamento à cabeça do pelotão voltou a não «autorizar» desordens.
De Azambuja ao Carregado, a cooperação no grupo ainda foi mais evidente, com revezamento eficiente à frente da coluna, mas, com o aproximar do final da tirada, começaram a afiar-se as lâminas. À mínima distracção, os mais combativos do costume procuravam abrir espaços para o pelotão, mas, o mais significativo (nunca mais de 50 metros), após Castanheira do Ribatejo, acabou por ser anulado na longa recta do Matadouro, lançando um sprint infernal que resultou em empate técnico entre o Freitas e o João Santos.
A famosa recta da Sagres e a variante de Vialonga deu mais que falar. Foi a vez do papá ZT se mostrar, despoletando rápida resposta do Salvador (basta acender-lhe o rastilho!) e também do João (o antigo), que começa a dar sinais de boa forma. Os três destacaram-se uma centena de metros e lá atrás grupo parecia descansar… Após um bom sprint na rotunda do Cabo, eu e o Freitas ficámos isolados. A partir daqui, foi sempre a abrir em perseguição ao duo de fugitivos (ZT e João, já que o Salvador tinha optado por aguardar pelos demais) e a tentar não deixar o pelotão recuperar. Foi andar «à séria», em revezamento rápido, a roçar os 40 km/h. Os dois escapados iam a muito bom ritmo, mas depois de o terem aliviado pouco depois do cruzamento do Morgado, foram alcançados. Mas estimulados a continuarem o bom trabalho, então podendo contar com a ajuda do Freitas (eu dei meia volta na rotunda da Granja), voltaram a meter ferro em direcção do Tojal. Nessa altura, a vantagem para o pelotão, que perseguia a alta velocidade, rondava os 20 segundos. Parecia curta, mas difícil de anular àquela «temperatura». Como terá terminado a contenda?

Notas de observador

O João Santos deu excelente réplica ao Freitas, o nosso «sprintoso», à chegada a Vila Franca. À distância, pareceu ter sido empate técnico, que, para já, é meritório para o João, umas aquisições mais recentes do nosso grupo. No entanto, a manter a boa progressão (com vista a presença em provas internacionais – e logo a Etapa do Tour!) poderá, em breve, começar a quebrar a longa hegemonia do Freitas. Nota ainda para o bom sprint do Pina e do João!

O sprint de Vila Franca tinha terminado há instantes e ainda embalávamos no empedrado quando o Nuno Garcia, em tom trocista, definiu bem a natureza da situação que acabara de assistir. «Até arrepia!!…» Mais tarde, após a praça de touros, já mais refeito, voltou ao assunto. Dizia ele, ainda em jeito de brincadeira: «nestas situações o ideal mesmo é meter a 40 nos últimos km para evitar que os sprints sejam tão massivos». Garcia no seu melhor!

Interessante a prestação do ZT, ao seu estilo, na fase final da volta, quando desbaratar forças já não provoca tanta mossa. Muito bem ao acelerar na recta da Sagres e depois a manter o andamento na variante de Vialonga, sempre na companhia do João – em crescendo de forma e a gerir a preceito o percurso, que sempre que esteja esta «disposição» é uma mais-valia indiscutível para o grupo –, e do sempre combativo Salvador – embora este tivesse optado por ficar à espera dos demais na rotunda do Cabo. Estranho nele e porque o fez estando em «tão boa» companhia…

O Miguel e o Carlos optaram por desviar pela estrada municipal da lezíria, à saída de Benavente, segundo o Carlos porque iam «para as subidas» e que estava tão farto de rolar que qualquer dia corria o risco de perder capacidades de trepador. A justificação só pode ter sido propositadamente exagerada, porque não é, de todo, correcta. Pelo contrário. O edifício (sólido) constrói-se pelos alicerces. De qualquer modo, camarada, como te compreendo bem!

5 comentários:

Ricardo Costa disse...

A segunda Clássica da temporada é inédita. Denomina-se Carmões-2 e tem o seguinte percurso: Loures-Alverca-Vila Franca-Carregado-Alenquer-Merceana-Carvoeira (dir. p/ Carmões)-Carmões-Dois Portos-Feliteira-Pêro Negro-Sapataria-Póvoa da Galega-Vale S. Gião (dir.)-Cruz. A8 (esq. p/ Lousa)-Lousa-Guerreiros-Loures.
Distância: 100 km

A primeira fase da etapa é, como se vê, sempre a rolar até Alenquer, seguindo o falso plano ascendente para Merceana (em frente p/ Torres) e o carrossel até Carvoeira, onde se sai da EN9, à esquerda para Carmões. Aqui está o ponto «quente da tirada»: a subida de Carvoeira para Carmões, cerca de 3 km, intercalados por uma curta descida de 400 metros após os primeiros 2 km (4%).
Em seguida, desce-se em direcção a Dois Portos (por Buligueira), em sentido contrário à tradicional subida de Carmões. Depois de Dois Portos, vira-se à direita no cruzamento de Feliteira para a estrada de Sapataria (que tem asfalto novinho em folha) até Póvoa da Galêga e Vale de S. Gião, subindo, à direita, 300 metros em direcção à Venda, e logo cortando à esquerda no cruzamento da A8/Montachique, descendo para Lousa e daqui para Guerreiros e de regresso a Loures.

Ponto de reagrupamento (sugerido): Carmões, após a subida; e a seguir a Lousa, a caminho de Loures.

Anónimo disse...

SALVADOR
RICARDO

estranhas eu ter fikado á espera dos retardados?
claro, fomos todos juntos, os k n esperaram também n trabalharam.
como diz o avô do pelotao: para fazer akele trabalho, tbm eu fazia sem trabalhar em todo o percurso.

Anónimo disse...

Salvador, para trabalhar estão lá os gregários do costume. O que fica para a história é conseguir fazer a diferença nos momentos certos e foi isso que aconteceu no domingo. Além disso, quando não há pernas, ou se trabalha ou se tenta fazer a difrença. Ou nem uma coisa nem outra. Mas vale a pena arriscar, porque algum dia a coisa pode sair bem. Não é!?

O Pernas

Anónimo disse...

Salvador, para trabalhar estão lá os gregários do costume. O que fica para a história é conseguir fazer a diferença nos momentos certos e foi isso que aconteceu no domingo. Além disso, quando não há pernas, ou se trabalha ou se tenta fazer a difrença. Ou nem uma coisa nem outra. Mas vale a pena arriscar, porque algum dia a coisa pode sair bem. Não é!?

O Pernas

Anónimo disse...

A DIFERENÇA. QUAL ADONDE:
não vi niguem á minha frente até ao topo só na roda .
e com uma retura muscular , a carapuça só serve a quem KI.
Ó PERNAS DÁ CARA UO FICAS DE BIRRAS'''''''''

RICARDO É MELHOR MARCARES PONTOS PARA REAGROPAMENTO

É QUE FRANGOS QUEREN ME DAR CÓÇA AIIIII'??????????????