domingo, outubro 14, 2007

Maratona BTT de Alcácer

A minha estreia em maratonas de BTT foi de bradar aos céus! Quedas para todos os gostos e um empeno que não há memória!
Antes da crónica da atribulada prova, importa destacar a extraordinária prestação do Renato Hernandez, que se classificou na terceira posição! O Nuno Garcia também esteve muito bem (15º), tal como o Fantasma, que preferiu atrasar-se (inclusive ficando atrás de «básicos» do trilho, como eu) por uma boa companhia feminina – a bela da Sónia, a melhor que esteve nos montes de Alcácer do Sal. «Melhor», entenda-se, por primeira da sua categoria.
Agora a história. Devo sublinhar que fui perfeitamente «ao engano», mesmo que ninguém me tivesse, realmente, enganado! Eu próprio, devido à inexperiência, avaliei por defeito as características do percurso em relação às minhas capacidades. Ou seja, o trajecto foi demasiado exigente para as minhas habilitações no BTT. Tão longa distância (102 km), no mato, torna-se uma tortura para o corpo. Estava a contar com pouco mais de 4 horas, saíram-me mais de cinco e meia.
Porque não estava a contar com nada desses «extras», avaliei mal a própria gestão dos líquidos e da alimentação. Tanto mais, que ainda não tenho a destreza suficiente para tirar as mãos do guiador mais de 5 segundos sem perder o controlo da bicicleta.
De resto, a falta de rotina nestas lides tornou-me o rei do mergulho na areia. Foram muitas as quedas, mais uma dezena, demasiadas segundo a opinião da maioria das pessoas com quem falei, quase todas em troços muito arenosos – e eram bastantes ao longo do percurso –, e que foram deixando marcas físicas e anímicas negativas.
Como se não bastasse a estreia ainda teve direito a um furo. Felizmente, a camaradagem impera nesta especialidade do ciclismo e contei com preciosa ajuda na troca da câmara-de-ar.
Mas não foi tudo. A partir de metade do percurso, de tão maltratada, a bicicleta deixou de colaborar (e tinha razão!...), não permitindo engrenar as mudanças mais leves da pedaleira intermédia. Ou seja, nas picadas mais íngremes não havia outra coisa a fazer que levá-la à mão. Mesmo assim, não foi mau, porque na segunda metade do percurso foram poucas. Menos só com a pedaleira grande, passei relativamente bem só esbarrando no solo a cada areal em que passava! Assim, mesmo tendo concluído a prova em sofrimento físico e muito dorido, foi penoso, o resultado final (creio que 23º), que considero positivo, fica a dever-se exclusivamente à componente atlética. E nada mais!
Camaradas, o BTT é duro, muito duro para quem começa. Recomendo a quem pretende dar as primeiras pedaladas no trilho puro e duro – e apenas tem experiência de estrada (como eu) ou do eixo Parque das Nações Norte-Sul, que reduza as expectativas pessoais. Nem pensem em arriscar em maratonas e desconfiem do desnível acumulado (os sites das provas disponibilizam-no quase sempre). Além disso, malta que lá anda, sabe do ofício, não facilita. Ao contrário da estrada, não se vê quem queira desafiar o limite das suas capacidades. Porque, se o fizer, pode «acabar» mal e no meio de nenhures.
As indicações com que fiquei é que existe um grupo de elite (em que o Renato se incluiu nesta prova), que junta excelente preparação física a uma técnica muito apurada e tem andamento muito forte, outro que faz uma gestão criteriosa do esforço e da habilidade para ultrapassar, o melhor possível, os obstáculos e a distância. É este patamar que ambiciono, mas ainda falta bastante prática para lá chegar...
Em suma, «desenganem-se» os que crêem que a condição física é suficiente no BTT. Sem uma boa dose de técnica e experiência, a tensão é permanente e o esforço é desmedidamente maior, com a agravante das quedas e dos sustos. Aliás, durante algum tempo (pouco) consegui sentir algum equilíbrio esforço/técnica, em que as coisas começaram a sair com alguma naturalidade – e então tudo foi diferente... para melhor! Até uma boa «roda» encontrei, como na estrada. Infelizmente, este estado de graça acabou depressa, interrompido por um furo. E depois voltou tudo ao início. Pior, ainda com mais areia!

P.S. Refira-se que o Jony também alinhou, mas teve de abandonar cerca dos 30 km por motivos de saúde.

7 comentários:

Anónimo disse...

foi pena...
não terem ido outros sujeitos que têm a mania que são muito bons,mas de bons não têm nada a não ser garganta.

o "pastilhas da rouquidão"

Anónimo disse...

Nomes...nomes! Quero os bois chamados pelos nomes...

«o chamas»

Anónimo disse...

Bem
Já temos o «pastilhas» o «chamas» o «duvidas» o «caramelo» o «gabardine» o «moço de recados» o «h. do talho» o «h. da peixaria»
... ...
com tantos "bonecos" , dá para fazer um filme ... da "treta"

o "ROMAN POLANSKI" das 2 rodas

Anónimo disse...

Bem a meu ver a malta em vez de andar ai ás bocas devia era dar os parabens ao Renato pelo seu magnifico 3º lugar e aos outros companheiros que acabaram.

Jony.

Paullus disse...

PARABÉNS HERNAS, excelente resultado, o trabalho que tens vindo a fazer já começou a dar resultados.

Como te compreendo Ricardo, a minha primeira experiência de btt, teve como carimbo final o do hospital de S. João do Porto eh eh eh eh.

Jony espero que melhores rapidamente e que para a próxima tb vás ao pódio.

Abraço e bons treinos

Paulo L.

Anónimo disse...

parabens renato~pelo 3º lugar.
lamento é so haver concorretnes de 3a divisao.

Ricardo Costa disse...

Classificações provisórias da Maratona de Alcácer:

3º Renato Hernandez - 4h39m11s
15º Nuno Garcia - 5h26m15s
23º Ricardo Costa - 5h42m58s
33º Fernando Farinha - 5h58m36s