terça-feira, novembro 03, 2009

Crónica da Marginal

A volta da Marginal-Alcoitão foi pouco... clássica. Desenhada em percurso atractivo pelo facto de passar ao longo da zona ribeirinha de Lisboa e Marginal até ao Estoril, a tirada acabou por ficar marcada por alguns contratempos causadores de fracções várias no numeroso pelotão que arrancou de Loures.
O primeiro sucedeu logo à saída de Sacavém, a provocar atraso irremediável a mim e mais uns quantos. Motivo: paragem devido à quebra de um cabo de mudanças da bicicleta do Freitas, cuja reparação (ou melhor, o desenrasque possível) demorou alguns minutos, os suficientes para o grosso da coluna se colocar a longa distância sem o devido compasso de espera – que poderá ter explicação no facto de alguns elementos terem começado a ficar impacientes perante uma situação de fuga protagonizada pelo Jony. No local (da avaria) permaneceram, além do Freitas, eu, o Carlos Gomes, o Steven e o mecânico de serviço: o Pina.
Com o Freitas «limitado» à pedaleira grande e a sua bicicleta sem o agora inútil desviador, metemo-nos à velocidade de perseguição, e em boa colaboração fez-se uma média de 36 km/h entre Parques das Nações e Cais do Sodré. Até que, junto à Praça da Ribeira, deparámos com o Jony a trocar um pneu furado. Do pelotão, nem sombra...
Parámos, obviamente, criando novo impasse que tornava o reagrupamento (que já era muito difícil) totalmente impossível.
E como a paragem demorou! O homem não atinava com a câmara de ar – entre várias novas igualmente furadas, gastou várias até alguma servir. Deu para arrefecer e pensar como abordar o restante trajecto. No reatamento sobravam, além de mim e do Jony, também o Carlos Gomes, o Gil e o João Lopes. Estes dois últimos, entretanto, tinham preferido largar o grupo da frente.
Mais uma vez, não demorou para fixar a velocidade cruzeiro em torno dos 35 km/h... até nova paragem. Agora num posto de abastecimento mais próximo para reforçar a pressão do pneu. Mas mais uma vez, só uma não chegou. Há falta de agulheta abandonou-se a bomba de Belém sem ar e só se concretizou a tarefa em Algés, após uma pouco ortodoxa transposição de jardim. Não havia meio de manter o ritmo.
De qualquer modo, sem o aparato e as cavalgadas em pelotão (aliás, nesta altura é bem mais conveniente a moderação) estava longe de deixar de acreditar que ao longo da Marginal a pulsação não subisse. Não quando se está em poderosa companhia. Refiro-me ao Carlos Gomes e ao Jony - que monopolizaram as despesas (algo exageradas...) na ligação entre Cruz Quebrada e o Estoril. Tiveram o estímulo da presença de dois forasteiros (jovens triatletas seleccionáveis) desde o cruzamento do Estádio Nacional, que não se fizeram rogados a intrometer-se no andamento do comboio, colaborando amiúde para não deixar cair o andamento. O Gomes e o Jony «deram-lhe» bem, mas naquele terreno não era previsível que quaisquer «rodistas» sentissem significativas dificuldades. No Estoril, os forasteiros despediram-se simpaticamente. Nesta correria desenfreada, fez-se uma média de 40 km/h. Redondos!
Era hora de o piso inclinar, mesmo que suavemente. O Gomes continuou a meter ferro, com um passo muito certo que não deixou ninguém à vontade. No meu caso, era o prolongamento dos regimes (demasiado) elevados desde Sacavém, fruto da paragem total de defeso. Em Alcoitão, soou o alarme: o Jony atrasara-se (não sei por que motivo: dificuldades, trânsito ou outro...) e aliviou-se os crenques para permitir a sua recolagem. A partir daí, até S. Pedro de Sintra – pelo emaranhado de rotundas criado pela nova auto-estrada – o ritmo foi mais brando. Ou melhor, pelo menos garantiu que todos permanecessem na roda amarga do Gomes.
Junto ao autódromo encontrámos o Pedro, de Mafra – que, sem surpresas, esclareceu sobre o enorme atraso para o pelotão principal – ou que sobrava dele, já que antes de S. Pedro alcançámos um grupo que incluía o Steven, o ZT, o seu pai, o Samuel e o Morais «Morales».
Em Sintra, parou-se, agora voluntariamente, para abastecer. Até Loures, o andamento foi tranquilo, propiciador de bate-bocas, só interrompido, no troço Negrais-Sta. Eulália, para não destoar da tradição. Depois, na longa descida, efectuada a alta velocidade, o topo de Guerreiros serviu-me para mimar as pernas, abusadas durante longos quilómetros. O Steven fez-me companhia, solidário com as minhas dificuldades (ou para gozar da ocasião, como gracejou) mas quase no final da descida voltávamos a reunir com os restantes.
De Loures a Alverca, com o Jony e o Salvador (único representante visível do pelotão da frente, mas desdobrando-se em críticas ao andamento deste) continuei a higienização dos músculos, embora os «maganos» tenham insistido, demasiado, na pedaleira grande. O vento estava a favor. Eu é que não! Já não me lembrava (bem...) de como são aziagos os efeitos dos maus tratos em fase de inactividade.

Agora questiono? Serei eu que baixo clamorosamente de forma em duas semanas de paragem (intercaladas do fim-de-semana de 24 e 25) ou a inactividade proclamada por muitos é pura ficção. Mais relevante foi a afirmação do Steven acerca desta matéria. Dizia ele, que as minhas dificuldades eram uma pequena amostra das que, quase semanalmente, sentem os que treinam menos (que assumia ser porta-voz) para tentar acompanhar os mais fortes no auge da sua forma. Concordei. Mas não encontro remédio. É a «lei» dos pelotões!

2 comentários:

Anónimo disse...

Olá a todos,
Ricardo, mais 1 bela crónica e 1 bela volta a de Domingo. Vista deslumbrante ao nível de Mar e de Serra, andamento moderado no Grupo que me acompanhou, boa (embora escassa) e divertida companhia o que proporcionou + 1 dia de saboroso ciclismo. Assim, à chegada a Ponte de Lousa, tal era a satisfação que fui com o Samuel até à Venda/Bucelas/Loures e fizémos + 1 horita com "tranquilidade". Do resto...tá tudo bem, cada 1 faz o que quer e como quer, afinal, somos 1 Estado Democrático!!!

Grd ab p ti, p todos, e n deixes cair este espaço q mt me agrada. Tb gostava q houvesse + participação "saudável" mas...o resto já se sabe!

Vou deixar 2 links motivacionais,
http://hr-itsallaboutwillpower.blogspot.com/

http://www.youtube.com/watch?v=IaST8Kv82RE


Boas curvas,
ZT

Anónimo disse...

Mais uma volta á imagem do grupo.
Sem comentarios, vai calhando a todos

Bons descarregamentos