Pelo terceiro ano consecutivo participei no Ota-Fátima-Ota, evento promovido pela R-Bikes, do Miguel da Ota. Percurso interessante (apesar da ida e o regresso serem pelo mesmo trajecto) e minimamente selectivo e longa distância (169 km), pelotão bem recheado e andamento de bom nível são argumentos que cativam para esta clássica da Sexta-feira Santa. Todos eles se repetiram na edição deste ano, que ficou marcado pela ausência da maioria dos elementos do Clube da Ota e da R-Bikes, o que não invalidou que a organização tivesse sido levada a... bom porto.
Na primeira parte do percurso, até ao início da subida de Minde, o ritmo foi moderado. A excepção foi mesmo a fase inicial, no carrossel da Espinheira, onde o João Santos (Jony) impôs um ritmo intenso madrugador que forçou o pelotão a estirar-se para se manter compacto. Quem esperava um aquecimento progressivo, enganou-se. Segundo se sabe, a única «vítima» foi o Carlos (da Quinta da Piedade), que cedo ficou para trás, com todas as consequências que, para si, daí advieram.
A aproximação à subida de Minde trouxe as primeiras alterações no figurino da jornada, depois de, até aí, se ter cumprido uma bem razoável média de 32 km/h. A cerca de 5 km no início da ascensão, o Freitas decidiu atacar aproveitando um momento de extrema acalmia no andamento do pelotão e ganhou rapidamente vantagem. Todavia, era muito perto da subida, e com a forte mudança de intensidade no ritmo do pelotão logo nas primeiras inclinações, a fuga não se pôde solidificar. E no topo de Minde (antes de descer para a localidade) estava mesmo anulada. O trabalho na subida pertenceu, a maior parte, aos elementos da Benebike, dos betetistas Marco Sousa e seu irmão, à excelente média de 26,2 km/h. Nesse local, a primeira selecção estava feita, acentuando-se com a entrada quase imediata na mais difícil subida do Covão do Coelho. Aqui, as despesas voltaram a pertencer aos Benebike, levando a que apenas um quarteto em que eu estava incluído tivesse chegado ao final da fase mais dura da subida ligeiramente destacado (subiu-se à boa média de 23 km/h). Contudo, até ao ponto mais alto, juntaram-se outros elementos vindos de trás. Entre eles: Jony, Carlos Cunha, Jorge, Duarte (Carb Boom), Marco Almeida (Carb Boom), Fábio (Carb Boom) – não sei quem (ou se) mais.... Foi este o primeiro grupo a atingir a rotunda dos Pastorinhos, em Fátima, após uma ligação do topo do Covão a 39 km/h de média.
Após uma ligeira pausa, partiu-se para a segunda fase do percurso, sem os Benebike, mas com o Ricardo (BH), novo recruta da Pina Bike (que esteve muitíssimo bem), e o Freitas, ambos provenientes de um segundo grupo.
No início deste derradeiro trajecto, cruzámo-nos com um numeroso grupo, liderado pelos «cinzas» Pina e Capitão, mas que também incluiria o Salvador e o Pacheco, e também o Edgar e o Alexandre (Ciclomoinas), o Pedro Fernandes, entre outros.
Até ao início da rampa da Espinheira, realizou-se uma média de 32,5 km/h, desta vez, ao contrário do que sucedeu na edição de 2009, sem ter beneficiado de esquema de colaboração no grupo principal, que bem cedo «perdeu» o Freitas, mantendo todas as restantes unidades. Foi uma segunda fase do percurso interessante, com muito «ciclismo», marcada por andamento vivo e exigente e várias movimentações de desgaste protagonizadas pelo duo da Carb Boom: Duarte e Marco Almeida. Na maioria, vi-me na contingência de responder e perseguir... à custa de muitas energias. Na construção desse objectivo, os Carb Boom foram perfeitos. E colheram frutos...
De resto, o Fábio (Carb Boom) e o Carlos Cunha e muito especialmente o Jorge (ambos em muito boa forma!) também participaram amiúde na liderança do mini-pelotão, contribuindo para o bom ritmo.
O Jony chegou a rolar ligeiramente destacado com o Marco Almeida, numa das diversas iniciativas deste (outra foi já perto do final, em Vale de Judeus) e do Duarte (à chegada a Rio Maior), que mesmo não resultando em fuga definitiva, foram experientes manobras de desgaste que resultaram muito bem. As forças que despendi fizeram-me muita falta no final...
A cartada decisiva da prova jogou-se no topo da Espinheira. O Jorge fez quase toda a subida à frente, a bom ritmo, depois rendi-o a cerca de 300 metros, mantendo-o, mas o Jony fez uma aceleração nos últimos 100 metros com resposta eficaz apenas do Duarte. Embalados, ambos ganharam algumas dezenas de metros logo no início da descida que, em excelente colaboração, conseguiram reforçar e assim colocarem-se à distância da perseguição, pouco cooperante, que foi movida pelo quarteto: Marco Almeida, Fábio, Carlos Cunha e eu...
Os dois fugitivos da Espinheira rolaram acima dos 40 km/h de média e chegaram destacados, com todo o mérito, ao final.
Ainda acabei «vítima» de uma manobra de eliminação do Marco, num dos revezamentos e justificada pelo espírito de feroz competitividade. Fica-me a lição, num dia em que as sensações foram boas, especialmente nas subidas e no disputado regresso, mas que fica marcado pela maior dose de fadiga da temporada. Grande parte, devo-a aos... Carb Boom.
Média final (a minha) de 32,5 km/h para 5h12m. O grupo que incluía vários elementos da Pina Bike fez apreciáveis 31,5 km/h (5h28m).
2 comentários:
Olá, sou do Infantado e comprei recentemente a minha segunda bike fininha. Será possível ir andar com vocês até conseguir e depois fazer o caminho de regresso sozinho com o meu ritmo? É que andar sozinho não tem muita piada.
“O outro grupo”, referenciado pelo Ricardo
Ao chegar a Fátima pararam no café não sei para… decidi continuar sozinho evitando parar por completo, no entanto, após alguns quilómetros, talvez 15, este mesmo grupo alcançou-me (dez elementos). Grupo com bom ritmo até Ota, com vários apelos à coesão do mesmo durante o percurso, sendo evidente quem estava melhor era quem ajudava na frente.
Assim, rolamos com os quilómetros a passar e a fadiga a aparecer, mas o carro de apoio da PinaBike e os litros de água ingeridos evitaram a desidratação de alguns (eu, presente). No entanto, à passagem por Rio Maior éramos oito. A tão esperada subida da Espinheira causou as devidas moças, em alguns, no meu caso tive de parar quase por completo devido às devidas contracções musculares, no entanto o grupo manteve-se unido até ao final.
Podemos concluir que a existências de vários grupos com ritmos diferentes é de todo agradável para o bem da prática desportiva. Soube que outro grupo se formou mais tarde em Fátima com diversas paragens em virtude da dificuldade encontrada, furos e fadiga.
Seja saudável, de físico e espírito, pratique desporto.
Pedro Fernandes (Carregado)
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