No passado domingo acedi a convite com vários meses para participar numa das saídas domingueiras do grupo Ciclismo2640, de Mafra, «animado» pelo nosso amigo Manso «Cancellara». Não foi, sem dúvida, a melhor ocasião, pelas condições climatéricas inclementes que se fizeram sentir durante toda a manhã, levando a que a mobilização para a volta tivesse sido reduzida e causando naturais contratempos ao desenrolar da mesma.
Mas só isso, que não chegou para colocar em causa, ou sequer ameaçar, a grande satisfação pelo encontro com camaradas como o já referido poderoso rolador mafrense, mas também com o Dario e o Xico Aniceto. Na ocasião, ainda estiveram o Sérgio (que acabei de conhecer) e em última hora, o André. Entre as ausências mais notadas, o Paulo Pais, o Rocha e o Pedrix (ambos «retidos» no vale dos lençóis), e também o Aldeano (em competição).
Para este dia, que amanheceu desde logo cinzento carregado, tinha a intenção de fazer 6 horas de bicicleta. Por isso, fui ao encontro do grupo, no Gradil, saindo de casa já montado na «burra». Passavam 10 minutos das sete da matina fiz-me à estrada tomando o caminho mais curto para as bandas do Oeste: subindo o Cabeço da Rosa. Na altura, a água apenas cobria o asfalto, aguentando-se lá por cima. Ainda! Para não entrar nas fortes inclinações a frio, fiz uma pequena volta de aquecimento pela Verdelha e passei a bom ritmo os 2 km a 8% da agreste subida sobranceira a Alverca.
No alto, neblina cerrada e os primeiros pingos de chuva. Mas caíam só aí. Na descida subsequente o tempo até se apresentava mais risonho que na vertente oposta. E a partir de Bucelas rumo ao Vale de S. Gião, Milharado e Pêro Negro, fui brindado pelo astro-rei durante as pedaladas mais agradáveis daquela manhã. Sol de pouca dura, pois então, já que na ligação ao Gradil o céu voltou a fechar para não voltar a abrir... tão cedo.
Com hora e meia decorrida, juntei-me ao pessoal, num momento que coincidiu praticamente com o início da borrasca diluviana. Em Pêro Negro, surgiu o André como que envolto na névoa e confirmou-se, via telefone, que o Rocha tinha preferido o resguardo.
Rumou-se a Dois Portos e à direita para a estrada de Carmões. A tal que se sabia estar cortada. Mas nem todos... Logo, quando passámos o cruzamento para a subida da Folgorosa, estranhei a confiança do «Cancellara», mesmo depois de ouvir o André assegurar que mais à frente ninguém passava. Um grupo de peregrinos (tão devotos como nós...) que seguir aquela direcção ainda lançou a dúvida, mas ao depararmo-nos com o cenário de obras veio a certeza. Não para o «Cancellara», que pegou na bike às costas e estava disposto a enfrentar o lamaçal. A ninguém convenceu. E a alternativa (única) foi dar meia-volta. Mas por onde atalhar? Pela Folgorosa, pois claro, no percurso que estava delineado. A empinar! Estrada má, com porções sem asfalto. E a chuva que teimava em não aliviar.
Desde logo, o Dario meteu um passo de super poupança, tal como o André, também a acusar fraqueza. Mas não era dia para cavalgadas. Adiante, de atalhos metemo-nos em trabalhos por caminhos rurais com relevo acidentado, que nunca mais desaguavam (é esse o termo) na estrada principal. Quando o fez, permitiu-nos acelerar, a descer, para a Merceana.
Aqui, decidiu-se alterar o percurso previsto. A maioria estava com pouca vontade de enfrentar a distância. Assim, metemo-nos para a Carvoeira em direcção a Torres, sempre com alterações de ritmo para manter a coesão com os mais debilitados. De Torres fez-se a ligação ao Turcifal, deixando o Dario em casa, após uma ligeira paragem para despedidas.
De novo em andamento, agora a caminho de Vila Franca do Rosário, o «Cancellara» instigou ao aumento da velocidade, numa altura em que há algum tempo que não chovia e a estrada se apresentava menos escorregadia. Contra o vento, o rolador, com a ajuda do Chico, meteu o mini-grupo a carburar como ainda não o fizera naquela manhã, e desde logo o André acusou dificuldades. Aliviou-se para que reunisse. Mas voltou-se a acelerar bastante, por iniciativa do duo Manso/Sérgio, numa toada que me chegou a ser desconfortável... mesmo na roda. As molhas e os arrefecimentos tinham-me deixado os músculos entorpecidos. Creio que a todos...
Na subida de VFR, as sensações não melhoraram. O ritmo foi puxado, primeiro pelo Sérgio, depois pelo André (numa espécie de dar tudo até partir...), mas ambos abdicaram antes do Vale da Guarda, deixando-me, na frente, na companhia do Manso – que estava com passo rijo e autoritário. Sempre «embrulhado», apenas me consegui assomar a seu lado, numa ou outra ocasião antes da rampa final. Nada mais. Por consequência, nos derradeiros metros para a rotunda da AE (Malveira) entendi não forçar uma eventual ruptura, que, convenhamos, era perfeitamente dispensável.
Após a volta à rotunda, vimos chegar o André. Mais ninguém... Por isso, segui o «Cancellara» pela descida ao encontro do Xico e do Sérgio. Nada. Parámos no falso plano após o Vale da Guarda (sentido Malveira) e esperámos, esperámos... Nada. O meu companheiro decide telefonar ao homem do Carvalhal mas o aparelho estava... afogado. Por isso, contactei-o. Do outro lado da linha, o Xico, que à minha dúvida sobre o seu paradeiro, responde: «Estou na Malveira, às voltas na rotunda. E vocês?» Como? Simples. Tinham chegado, encobertos, quando eu e o Manso dávamos a volta à rotunda. Ou seja, logo atrás. Foi o momento do dia!O encontro estava prestes a terminar, o que sucedeu na Malveira, com o Manso e o Sérgio a seguirem para Alcainça e, por último, ao André deixei-o no Cabeço de Montachique. Daí, do alto, a sós, desci por Ribas para Bucelas e Alverca, completando as 6h00 (e 2000 metros de desnível acumulado) subindo até A-dos-Melros com o termómetro marcar bem mais calorosos 24º C. Mesmo a apetecer-me... sentar à mesa do almoço.
2 comentários:
Ausência de Ricardo Costa
Pois, não existe ninguém insubstituível mas o relato da nossa volta domingueira fica por fazer.
Tentando ser sintético tipo jornal da caserna:
Fui de encontro ao ponto de passagem, Alverca ao Km 27,5 e nada de pessoal de Loures??? Andei na direcção de Sacavém e nada!... mais 30 minutos e lá vêem um grupo de 3 e mais 4, por fim o reagrupamento em Alverca de apenas 8 unidades, disseram que alguém tinha caído!...
Sucintamente, volta com muita chuva (alguém diz que é psicológico, mas que foi molhado foi… upss) com ritmos vigorosos nas inclinações ascendentes mas com um ritmo certo e agradável, reagrupamento após os topos e ligações em grupo com velocidade de segurança face ao perigo eminente de quedas devido ao piso molhado.
Bom, foi mais uma volta de registo sempre com ritmo de grupo, excepto nos topos que quem detinha melhor condição física se fez notar.
Com uma paisagem lindíssima, se desse para ver alguma coisa, ahh
Peço desculpa mas não sei ainda os nomes dos atletas que tento acompanhar aos domingos.
Chegada a Loures com um sprint vigoroso de Freitas (desculpem se me enganei…) em que deixou toda a concorrência, não foi pregado ao asfalto, mas todo molhado, ehhh.
Um abraço a todos
Continuação de uma boa semana
Pedro Fernandes (Carregado)
Ricardo,
Agradeço a tua presença, que conforme referiste já estava prometida há alguns meses, e confirmo a surpresa que foi apercebermo-nos de que o duo Sérgio e Xico já estavam na rotunda da Malveira...
Volta sempre. As portas estão abertas!
Abraço
P.S. - O convite é extensível aos outros camaradas que tenham vontade de ir experimentar outros ares
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