Na manhã de domingo último, quem decidiu permanecer no conforto do lençóis, enganado pela noite diluviana e as previsões meteorológicas alarmistas, perdeu mais uma jornada de bom ciclismo - afinal, sem a anunciada chuva - , numa volta que decorreu ao jeito de uma pré-temporada bem feita. Felizmente, tem sido o agradável mote das tiradas quase primaveris deste Outono, a romper com maus hábitos de anos.
Num percurso com primeira parte para rolar e uma segunda mais acidentada, raramente se pisou o limite da intensidade recomendável. Nem quando um pequeno grupo liderado pelo André se empertigou, e levou o velocímetro aos 40 km/h entre Alhandra e Vila Franca, com cerca de uma centena de metros de vantagem sobre um pelotão tranquilo mas atento.
O reagrupamento deu-se após o empedrado, à saída da cidade, e desde aí às cercanias de Azambuja o colectivo permaneceu imutável, onde foi novamente quebrado por um ligeiro avanço, também consentido e sem esticão, de outro mini-grupo. Em Azambuja, parou-se para comes e bebes, outra boa prática nesta fase do ano.
Na ligação, por sentido inverso, até ao Carregado, manteve-se a toada serena, depois quebrada com a entrada na estrada para Arruda, quando o terreno se tornou irregular. Então, pela primeira vez no dia, a intensidade passou a níveis menos aconselháveis, principalmente nos derradeiros topos, depois do Jorge e do Carlos Cunha terem imposto ritmo vivo até Cadafais. Substitui-se-lhes o André, a forçar quando a estrada ondulou e a maioria do grupo a ter de resistir na sua retaguarda.
No entanto, frise-se que o andamento não foi proibitivo, apenas exigente, com preocupação pessoal em preservar a pulsação abaixo das 165, e só o desconforto muscular, já na aproximação a Arruda, levou-me a optar por descair alguns metros, na companhia do Alex e do Cunha.
Em Arruda, aliviou-se. «Procurei» o Steven e o Gonçalo, os únicos a perder o comboio. Ficou comigo o Alex. Mas retardatários demoraram, trazendo reforços, entre os quais, dois que provavelmente que não quiseram arriscar a madrugada cinzenta: ZT e Morais. O pelotão, esse, teve pressa e fez-se ao caminho de A-dos-Arcos. Nunca mais foi avistado.
O novo sexteto continuou, sempre tranquilo, mesmo durante a subida, altura em foi interceptado pelo Freitas e o Zé Henriques, também vítimas da desconfiança do tempo nas primeiras horas. O Pina, a aguardar no final da ascensão, idem.
No final da descida do Alqueidão, em Bucelas, houve sprint lançado. O Alex «disparou» à saída da Bemposta, acelerou muito bem até... aos 60 km/h (velocidade média de 15 segundos, embalada pelo falso plano descendente – confirmado pelo Polar) e quando esgotou deixou-me a frente para os últimos 500 metros. O Freitas, apesar de algo surpreendido com a aceleração, sem concorrência fechou a contenda nos últimos 150 metros. Um «exercício» sempre interessante e proveitoso para todos os envolvidos.
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