quinta-feira, março 01, 2012

Crónica da Carvoeira (Sra. do Ó)

Antes da crónica da volta da Carvoeira (Sra. do Ó), realizada no domingo passado, eis duas notas prévias:

A primeira, uma palavra de «lamento», a título individual e tomando a liberdade de a tornar coletiva, em nome dos demais participantes na referida volta, no último domingo, ao camarada Alex, por quem não aguardámos na neutralização para reagrupamento (que foi respeitada, tal como todas as previstas) na rotunda da Abrunheira, no regresso de Mafra. Por esse motivo, e mesmo com a atenuante de ele não saber (como recomendável) o percurso, perdeu-se, seguindo em frente na Igreja Nova, em direção a Cheleiros (pelo menos teve com companhia). Nada de muito grave e que poderá suceder amiúde, mas, como se apraz, aqui ficam as (nossas) desculpas!

A segunda, tem a ver com mais uma visita do Fábio Silvestre, e que considero dizer «muita coisa» sobre o nosso grupo, cuja «filosofia», invariavelmente, é motivo de controvérsia, ora agradando a uns, ora desagradando a outros. Em princípio, como referi, a presença do jovem campeão nacional de sub-23 e elemento da equipa de promoção da consagrada (e Pro Tour) Leonard-Trek, não teve nada de especial – começa a ser habitual. Só que, pela primeira vez, ele apareceu sem a companhia habitual do André, parceiro de treino e até que agora vinha sendo uma espécie de seu cicerone. Ou seja, retornou ao nosso convívio por iniciativa própria, e daí se poderá retirar ilações mais ou menos óbvias: porque foi bem recebido nas anteriores, porque se sentiu bem, porque foi sempre bem recebido. E bem recebido também inclui o nível do grupo, sabendo-se (se não, calcula-se) que podem não ser consensuais as primeiras impressões entre um grupo «instalado» e quem chega com o rótulo de «competidor», mais ainda, no caso do Fábio, sendo ele um corredor de créditos firmados com a projeção que o jovem (que se revela muitíssimo simpático e humilde) jovem já adquiriu. Por isso, a presença do Fábio deverá (continuar a) ser interpretada como uma honra para o nosso grupo e não deve ser depreciada (ou até mesmo desperdiçada), porque, pelos vistos, ele próprio já se sente em casa, certamente também honrado pela nossa hospitalidade e, porque não, pela «qualidade» de treino que lhe proporcionamos. E isso não é para todos os grupos!

Depois disto, o comentário sobre a volta tem forçosamente de ser pequeno, embora muito «suminho» dela tenha vertido. Ficam apenas as principais considerações sobre os pontos «quentes» da jornada.

Desde logo, a já esmiuçada presença do Fábio Silvestre foi catalisadora. Expliquemos: funcionou, nesta volta, mais do que em qualquer outra em que ele esteve, como barómetro do andamento nos momentos de maior intensidade. A exceção foi a longa ascensão do Tojal/Bucelas/Venda do Pinheiro, em que dividi as despesas com o Jorge, a ritmo moderado e poucas vezes acima disso.

Compareceu um lote de «trutas» de gabarito: além do Fábio, o Hugo Ferro, o Capela, o novel Master Cunha, o Jony, e mais um jovem corredor do Cartaxo. Entre os mais habitués: eu, Jorge, Capitão, Bruno Felizardo, Alex, Pedro Fernandes, Gonçalo.

A questão do barómetro ficou bem explícita na subida principal do dia, Sra. do Ó, quando o Fábio meteu um andamento rijo mas não seletivo para os mais fortes e que todos pareciam respeitar (numa espécie de reserva implícita), até mesmo os que estão em muito boa forma e que estariam nitidamente com «ganas» de se experimentar...

Após o início da subida, a sua fase mais íngreme, permaneciam na roda do Silvestre: Hugo Ferro (um dos que me mais pareceu respeitador...), Capela, Cunha, eu, Jorge e o jovem do Cartaxo. E teve de ser este, provavelmente com maior «confiança» com o Fábio, a perder-lhe o respeito e a atacar, despoletando as hostilidades. No primeiro golpe (violento!), todos responderam, apenas eu e o Jorge ressentimo-nos, perdendo alguns metros. Ele recuperou melhor e deu-me preciosa roda. Tinhamo-los à vista... se eles desacelerassem! Mas não pareciam: os contra-ataques sucediam-se e então cederam os Masters do Pina Bike (Capela e Cunha). Finalmente (e felizmente), o trio da dianteira aliviou quando a inclinação do terreno também, proporcionando num primeiro momento a reentrada daquele duo e, pouco depois, do nosso. Onde eu tinha recuperado a bolha e ainda encabecei o septeto à chegada a Mafra, após mais um ataque a sério do «Cartaxo» já na fase final quase plana e, por isso, sem possibilidades de êxito.
Fica o meu registo na subida a comprovar que não foi «pera doce»: 6,3 km a 3,3%, em 14m21s (26,3 km/h de média e 170 de pulsação).  

E fica-se por aqui... porque já vamos longos. Resta apenas ressalvar mais alguns pormenores no regresso: os 34 km/h de média da Abrunheira à Venda do Pinheiro; e os 44 km/h (!!!) entre a Venda do Pinheiro e Loures, com descida da Freixeira a 75 km/h na roda do Jony. Alucinante!

P.S. Ficou-me na retina a única situação talvez em que o Fábio se «mostrou»: na descida da Foz do Lisandro, trajetórias corretas, simples... Num instante estava ao meu lado, noutro estava fora do alcance. E logo a seguir, não perdendo a embalagem, quando entrou a subida (depois da ponte) apanhou meio fundo de um carro a 30 e tal à hora e... - adeus a todos!                            
                  

1 comentário:

Anónimo disse...

Ricardo obricado
fico muito grato pela tua atitude
Mas eu quando comecei a subir a Nossa sra do ó com voces pensei logo em cortar andamento .
porque como esperamos por todos ate lá levou me a pensar que estavam logo no fim da subida
mais foi engraçado porque andei perdido nas rotundas para cima para baixo .
E depois apareceu um amigo que ja anda com nosco algum tempo e perguntou me a mim sabes a volta ?
eu disse e sempre em frente quando vejo as placas Belas com andamentos muito rijo e dize lhe ja deviamos de ter visto alguem .
viramos para Negrais ,Lousa ,e por fim Loures bom treino com o rapaz da biachi verde . Alex .GPS.