segunda-feira, setembro 10, 2012

Crónica de Montejunto (Pragança)



Enormíssima jornada de ciclismo, a Clássica de Montejunto (Pragança) de 2012 dos Duros do Pedal! Adesão numerosa, ambiente fantástico e grandes momentos de ciclismo.

A ajudar à festa, as condições climatéricas bastante favoráveis (tempo seco, temperatura amena e vento quase inexistente), um dos motivos para que o ritmo fosse rápido na longa subida para o Alqueidão (27 km/h), com o Freitas e o Alex a tomarem o controlo do grande grupo, composto por várias dezenas de unidades. Andamento adequado, num esforço meritório de ambos, que nunca excedeu o nível moderado e com algumas iniciativas para o espicaçar: primeiro a do Capela, mas só para isso, e depois a do André e o David, de uma forma consolidada, concretizando a primeira fuga do dia.

Depois do controlo até ao Alqueidão, iniciou-se a perseguição ao duo de fugitivos, com uma vertiginosa descida para o Sobral e daí para a Merceana, com o contributo de vários elementos a não deixar o andamento baixar, deixando logo antever que os escapados não ganhariam mais tempo. E que a continuar a assim estariam a prazo. Todavia, deles ainda nem sombras...

A partir da Merceana, com a entrada no sobe e desde que leva até Atalaia, foi a vez do jovem com o equipamento da Lotto chegar-se à frente, com forte empenho, impondo a primeira grande seleção no pelotão até ao Freixial do Meio. Esta aceleração precipitou, então, o final da fuga: o André e o David eram absorvidos antes da Atalaia.

Na ligação a Vila Verde dos Francos, surgiram outros protagonistas. Um deles, o Lopes (Carboom), autor de algumas movimentações à cabeça de um pelotão que já se esforçava por se manter unido. O Capela manteve-se atento e nunca perdeu o ensejo de estar entre os que se adiantavam, mas cuja vantagem raramente ultrapassou a dezena de metros. Reforce-se: nesta altura, o grupo estava já bastante espremido e era cada vez menor a tolerância a iniciativas que colocassem em perigo a sua coesão na iminente aproximação a Montejunto. Aliás, a média entre o Sobral e o Vilar foi de elucidativos 40 km/h! Ou seja, à prova de fugas!

Mas, nem tanto! Eis que me armo em Contador - em «projeto», claro! -, ao tentar antecipar-me na entrada na subida a Montejunto. Primeiro, apostei numa iniciativa (uma de várias) do Lopes à passagem pelo topo de Martim Joanes, que obrigou o pelotão a tenaz perseguição, e depois, coincidindo com a chegada deste – e ao seu natural momento de relaxamento -, mantive a intensidade e acabei por ganhar rapidamente algum avanço... apreciável. No entanto, as «trutas» não me deram grande liberdade, perseguindo à distância (que não deverá ter excedido nunca os 30 segundos) até à base da subida, em que entrei ainda isolado. Foram 167 pulsações por cada um dos intensos 16 minutos de fuga - e ainda faltava a... subida!  

Conclusão: objetivo não alcançado! Principalmente, pelo motivo que referi: o pelotão não ter autorizado que ganhasse avanço mais substancial, mas que valeu a pena por ter tido boas sensações e o «prazer» que dá estes momentos em que nos armamos em ciclistas. Assim, à saída de Pragança, com a pendente voltar a subir vertiginosamente, sou ultrapassado pelas «principais» figuras - as que procurei surpreender com a fuga! -, sem possibilidade de seguir o seu andamento. Ainda assim, apesar do esforço despendido, encontrei rapidamente um ritmo razoável, a curta distância daquelas. Por outro lado, fruto da perseguição, houve uma parte dos elementos do pelotão que «ficaram» logo no início da subida.

A meio da rampa dos «15%», o duo André e o jovem da Lotto já tinha consolidado a sua supremacia, deixando para trás o David, que tinha tentado segui-los e entrou em perda. Atrás, um quarteto: Capela, um elemento com o equipamento da Efapel, e três Duros, um com uma Vinner, outro com uma Specialized e outro com «jersey» de campeão nacional. Eu, a seguir a estes, na expectativa, e o Lopes, mais atrás, em recuperação.

Até ao descanso da subida, após a curva do cruzeiro, já tinham estoirado os três Duros, mantendo-se o Capela e o Efapel à minha frente, e o David um pouco mais à frente, ainda em perda. Entretanto, o Lopes tinha-me alcançado e, juntos, tentámos chegar àquele duo (Capela/Efapel) após o quartel. No entanto, apenas encurtámos a distância para cerca de 20/30 metros à chegada ao cume, onde o André e o Lotto tinham chegado com claro avanço.

Nota: além destes que descrevi, foram muito poucos os que subiram até ao alto de Montejunto (incluo, entre os que vislumbrei, o Pedro da Amadora, o Bruno e o Pina da Bianchi «Mercatone Uno», e mais dois ou três Duros), o que não deixa de ser algo absurdo, quando o principal motivo da jornada – e que lhe dá o nome - era precisamente esse: subir Montejunto, por Pragança! Porque houve quem subisse por Vila Verde dos Francos...

No regresso, do «nosso» percurso, por Abrigada, Alenquer e Vila Franca, um pequeno grupo que comigo, integrava o Capela, o Lopes, o Pedro da Amadora, o Bruno e o Pina da Bianchi, fixou, a média final em excelentes 32 km/h (115 km).
E para a semana há o exclusivíssimo Roteiro dos Muros!                                 

2 comentários:

DUROS DO PEDAL disse...

Boas amigos.
Agradecemos por nos terem acompanhado ao Monte Junto.
Alguns de nós não subimos as Antenas e outros subiram por Vila Verde.
Ir lá ao alto fazia com que os da frente esperassem muito tempo depois da descida.
A boa forma física não assiste a todos pois o regresso das ferias trás alguma fraqueza.
O importante é que não houve acidentes e com a forte adesão os amigos divertiram-se.
Até a próxima.
Abraço
TO MONTEIRO

Paulo Rosa disse...

Parabens a todos participantes. Cronica bem escrita que me põe a sonhar como se la estive-se a pedalar.
Grande animação quando se juntam sem duvida continuem, os pinas/Duros/Efapel e tantos outros a salpicar de alegria esforço no asfalto.
Sem mais deixo abraços.