quarta-feira, março 13, 2013

Crónica da Ereira


No rescaldo de uma Clássica exigente e rijamente disputada, como a de Santarém, e perante fortíssima ameaça de intempérie – que felizmente não se confirmou –, era previsível que a volta do passado domingo, da Ereira, registasse reduzida adesão. Uma das mais fracas da temporada: não mais do que eu, o Jorge, o Duarte Salvaterra, os Brunos de Alverca e Felizardo e o Fernando Duarte, além de, em breves quilómetros apenas, o Pina (até à saída de Bucelas...), o Gonçalo, o Jorge de Vialonga e o Pedro Fonseca (apanhados algures entre Malveira e Torres, e só até esta cidade...).

De qualquer modo, para quem ainda tinha bem presente as intensidades da Clássica escalabitana, certamente que esta volta, cujo percurso é bem acidentado, com destaque para a subida que lhe dá o nome, a da Ereira, não ficou muito aquém. Arrisco afirmar que, a espaços, sob a oposição do vento forte que se fez sentir e com o empenho colocado nalgumas subidas, chegou a superar-se os pontos máximos de dificuldade da estrondosa jornada de Santarém.

O principal dinamizador do ritmo foi o Fernando Duarte, visitante repetente (após ter estar presente na recente Clássica), a ultimar a preparação para a primeira corrida da época dos Masters, tal como o seu homónimo de apelido Salvaterra. Desde Bucelas tomou o comando do grupo com ímpeto, depois de eu tê-lo levado de Loures, mas mais moderadamente... E esse entusiasmo foi a razão de o Pina ter tido uma passagem tão fugaz no nosso convívio (ele que já estava condicionado pelo horário de regresso): ficou na primeira rampa após Bucelas em direção ao Freixial, sob ritmo forte imposto pelo FD, em parceria com o Bruno de Alverca. Ambos meteram os restantes em respeito, «fechados» na sua roda, durante toda a longa ascensão até à Venda do Pinheiro, feita à excelente média de 28 km/h e com uma desaceleração devido à «oportuna»... para todos nós!: a queda da corrente da Bianchi do Bruno alverquense antes do Forno do Coelho. Deu para respirar!

Da Venda até ao início da subida de Catefica, agora num terreno maioritariamente em «rolante» cumpriu-se uma média de 37,5 km/h, mantendo assim acesa a chama, e que se avivou logo de seguida, a «trepar» para Torres. O FD, que não abdicara da frente do grupo, manteve a toada da primeira subida e causou uma seleção maior: apenas eu cheguei na sua roda... Os demais preferiram certamente poupar algumas energias para o (muito) que ainda faltava. E não tardou. Desde logo, o Sarge, comigo a abrir caminho e o FD a rematar, enquanto os quatro restantes revelavam-se firmes no nosso encalço.

Até que chegou a Ereira, e aí o homem mais ativo do dia mostrou credenciais de trepador, especialmente pela forma como recuperou cerca de 200 metros para mim e para o Jorge, que nos adiantámos no início da subida. O Master não se limitou a fechar esse espaço, passou direto e abriu rapidamente algumas dezenas de metros, e mesmo com um ou outro compasso de espera (dúvidas sobre a direção do percurso) mostrou estar uns bons furos acima dos mais diretos perseguidores. No alto, após nós os três (com o Jorge a desbravar caminho para a boa forma), o Bruno de Alverca não demorou muito mais, tal como o Duarte e o Felizardo.

Encarrilados rumo à Merceana, esperava-nos mais um pitéu do dia: a subida para o Sobral, com uma fortíssima agravante: o vento! Dureza, principalmente a parte final, quando o inevitável FD voltou a forçar o ritmo, comigo a sofrer à sua ilharga – «contra» a ventania que parecia tornar a suave pendente numa de 10%! A coesão do quinteto à chegada ao Sobral foi prova da boa condição física de todos.

E, por último, quando se poderia prever que a subida final para o Alqueidão – para mais batida a vento como estava! – voltasse a elevar os regimes cardíacos, foi a descida para Bucelas que o fez. Motivo: proporcionou-se um corte logo no início, que desencadeou a perseguição. À frente, o trio Felizardo, FD e Duarte; atrás eu e os meus conterrâneos. Mas estes duraram pouco na caçada, deixando-me por conta e risco ainda antes de Arranhó. Pouco depois alcançava os fugitivos à custa de «mil esforços», e estes contavam com o instigador na sua melhor fase do dia: o Felizardo. No entanto, quase em simultâneo com a minha chegada, o Duarte abriu um espaço, e deixou-me com ele, novamente «cortado». Logo voltei à carga, agora beneficiando da sua preciosa para voltar a encostar ao duo, já perto da Bemposta. Neste, o FD agora era agora muito mais levado pelo Felizardo, ao contrário o fizera até esta descida, embora compreensivelmente após tanta energia que desbaratara. Está em boa forma!
Para ele e para todos os Masters da nossa região, boa sorte para a Abertura, já este fim de semana.         

2 comentários:

Unknown disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Unknown disse...

Boa sorte aos Pinamasters!