Quem considera que a recente Clássica de Évora
teve um nível elevado - e terá toda a razão! - deveria ter participado na volta
«normalíssima» do último domingo, de Manique do Intendente, em que o grau de
dificuldade que lhe foi imposto, se não superou o da clássica alentejana,
certamente não lhe foi inferior. Para que não subsistam dúvidas - aos ausentes,
porque os presentes sentiram-no nas pernas -, bastará o referencial da
famigerada média: em 110 km, entre Loures e Alverca (passagem no regresso) estabeleceu-se
37 km/h! Mais: numa distância em que o desnível acumulado é ligeiramente
superior ao dos 137 km da Clássica de Évora, e com um grupo que era a quarta
parte do que fez a ligação a esta cidade no passado dia 7. Os motivos
explicam-se a seguir.
À partida de Loures eram pouco mais de dez
elementos. Início a ritmo vivo, de aquecimento musculado, marcado por mim e
pelo André. Parceria que se manteve até Alverca, onde não se demorou muito mais
tempo a chegar do que na semana anterior, na Clássica eborense. Mote para bom
andamento, embora sem que se perspetivasse tão acelerado como quando entraram
ao serviço o Capela (integrou-se na variante) e o Carlos Cunha (já em Alverca),
que deixaram bem evidente o excelente momento de forma. Ambos monopolizaram, desde
meados da ligação a Vila Franca, os esforços na condução do grupo, impondo um
ritmo bastante forte e praticamente sem momentos de relaxe. A espaços tiveram
colaboração (à altura, diga-se), dos mais disponíveis - André, os Brunos
(Felizardo e Alverca), do Jorge, do Carlos Santos, do António (Rodinhas), a
minha -, contribuindo para nivelar, bem alta, a velocidade de cruzeiro. De
resto, entre o pequeno pelotão encontrava-se ainda o Capitão, o Nuno Garcia, o
Gonçalo e o Tiago, entre outros, mantendo-se em número pelo menos até ao
carrossel da Espinheira, transposto sob a ditadura implacável dos dois Masters
de Alverca, causadora das primeiras vítimas.
De ressalvar, que o revezamento e a cooperação
entre ambos nesta tirada denotaram companheirismo e espírito de equipa (de que
efetivamente fazem parte), que a reproduzir-se nas competições em que
participam ser-lhes-ia naturalmente vantajoso. Aliás, ficou ainda bem patente o
aproveitamento desta saída de grupo para testarem as suas capacidades,
certamente a pensar nos compromissos competitivos. Reforço: estão muito bem!
A sua «autoridade» nesta volta nunca foi
abalada, nem na passagem pela fase nevrálgica do percurso, o troço acidentado
entre Manique e Maçussa, que inclui as duas principais dificuldade do relevo do
trajeto. Ambos, impuseram o ritmo, experimentaram acelerações e obrigaram
sempre os restantes a esforçarem-se. Nos dois topos, acima de tudo no mais
íngreme, da Maçussa, o nível de intensidade que ambos exerceram atingiu o auge
da jornada, resistindo apenas o André, o Jorge e eu (embora descaindo
ligeiramente). E também o jovem Tiago, que «largou» na parte final da subida
mas foi a tempo de recuperar na ligação a Pontével. Todavia, os demais não se
atrasaram demasiado, reentrando logo que à frente se aliviaram os crenques.
Nota para o empertigamento do Gonçalo (está em
boa forma) na aproximação a Manique e do Bruno Felizardo no início do «muro» da
Maçussa, onde o Tiago entrou bem, chegou a adiantar-se mas foi traído pela
dureza da rampa.
Após demorada neutralização em Pontével, para
aguardar pelo Capitão, que acabou por não chegar..., voltou-se ao mesmo
figurino - o Cunha e o Capela a colocarem o «cruise control» quase sempre a
tocar os 40 km/h, até ao Carregado com generosa colaboração através de numeroso
revezamento, mas a partir daí, com o acumular dos quilómetros e do desgaste,
continuou a ser eles a passar mais amiúde pela frente. Entre os mais
desgastados, eu! Incomodadíssimo com uma forte dor no pescoço (sem mudança de
regulações da bicicleta atribuo-a à tensão causada pelo esforço), e ainda com o
depósito a entrar na reserva, numa fase em que já ultrapassava as 4h30 de
esforço (para o objetivo de fazer 5h00 foi intensidade a mais), decidi abdicar
na aproximação a Vila Franca (zona do novo hospital), seguindo em ritmo de
passeio até Alverca (a partir de Alhandra na companhia do Jony, que se juntara
a nós antes da Azambuja e apesar de acusar a falta de treino, ainda foi a tempo
de fazer valer a sua lei no tradicional sprint para a cidade dos touros e dos
toureiros). A malta seguiu endiabrada! Pelo menos até Alverca.
Aqui, para mim, 5h00 e 160 km. E... um
«ligeiro» empeno.No domingo... «grande»: Roteiro dos Muros! Toda a Informação será publicada amanhã.
1 comentário:
Parabéns para todos
No que me toca fui mais a Norte, Vila Nova de Gaia e este domingo repete-se.
Em todo o mundo e em todas as localidades existe sempre alguém que levanta o rabo da cama bem cedo ao domingo para ir para a estrada.
Aqui a malta do Norte, carágo também andam que se farta, ehh.
Boas pedaladas
Pedro Fernandes (Carregado)
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