quinta-feira, abril 18, 2013

Crónica de Manique


Quem considera que a recente Clássica de Évora teve um nível elevado - e terá toda a razão! - deveria ter participado na volta «normalíssima» do último domingo, de Manique do Intendente, em que o grau de dificuldade que lhe foi imposto, se não superou o da clássica alentejana, certamente não lhe foi inferior. Para que não subsistam dúvidas - aos ausentes, porque os presentes sentiram-no nas pernas -, bastará o referencial da famigerada média: em 110 km, entre Loures e Alverca (passagem no regresso) estabeleceu-se 37 km/h! Mais: numa distância em que o desnível acumulado é ligeiramente superior ao dos 137 km da Clássica de Évora, e com um grupo que era a quarta parte do que fez a ligação a esta cidade no passado dia 7. Os motivos explicam-se a seguir.

À partida de Loures eram pouco mais de dez elementos. Início a ritmo vivo, de aquecimento musculado, marcado por mim e pelo André. Parceria que se manteve até Alverca, onde não se demorou muito mais tempo a chegar do que na semana anterior, na Clássica eborense. Mote para bom andamento, embora sem que se perspetivasse tão acelerado como quando entraram ao serviço o Capela (integrou-se na variante) e o Carlos Cunha (já em Alverca), que deixaram bem evidente o excelente momento de forma. Ambos monopolizaram, desde meados da ligação a Vila Franca, os esforços na condução do grupo, impondo um ritmo bastante forte e praticamente sem momentos de relaxe. A espaços tiveram colaboração (à altura, diga-se), dos mais disponíveis - André, os Brunos (Felizardo e Alverca), do Jorge, do Carlos Santos, do António (Rodinhas), a minha -, contribuindo para nivelar, bem alta, a velocidade de cruzeiro. De resto, entre o pequeno pelotão encontrava-se ainda o Capitão, o Nuno Garcia, o Gonçalo e o Tiago, entre outros, mantendo-se em número pelo menos até ao carrossel da Espinheira, transposto sob a ditadura implacável dos dois Masters de Alverca, causadora das primeiras vítimas.

De ressalvar, que o revezamento e a cooperação entre ambos nesta tirada denotaram companheirismo e espírito de equipa (de que efetivamente fazem parte), que a reproduzir-se nas competições em que participam ser-lhes-ia naturalmente vantajoso. Aliás, ficou ainda bem patente o aproveitamento desta saída de grupo para testarem as suas capacidades, certamente a pensar nos compromissos competitivos. Reforço: estão muito bem!

A sua «autoridade» nesta volta nunca foi abalada, nem na passagem pela fase nevrálgica do percurso, o troço acidentado entre Manique e Maçussa, que inclui as duas principais dificuldade do relevo do trajeto. Ambos, impuseram o ritmo, experimentaram acelerações e obrigaram sempre os restantes a esforçarem-se. Nos dois topos, acima de tudo no mais íngreme, da Maçussa, o nível de intensidade que ambos exerceram atingiu o auge da jornada, resistindo apenas o André, o Jorge e eu (embora descaindo ligeiramente). E também o jovem Tiago, que «largou» na parte final da subida mas foi a tempo de recuperar na ligação a Pontével. Todavia, os demais não se atrasaram demasiado, reentrando logo que à frente se aliviaram os crenques.

Nota para o empertigamento do Gonçalo (está em boa forma) na aproximação a Manique e do Bruno Felizardo no início do «muro» da Maçussa, onde o Tiago entrou bem, chegou a adiantar-se mas foi traído pela dureza da rampa.

Após demorada neutralização em Pontével, para aguardar pelo Capitão, que acabou por não chegar..., voltou-se ao mesmo figurino - o Cunha e o Capela a colocarem o «cruise control» quase sempre a tocar os 40 km/h, até ao Carregado com generosa colaboração através de numeroso revezamento, mas a partir daí, com o acumular dos quilómetros e do desgaste, continuou a ser eles a passar mais amiúde pela frente. Entre os mais desgastados, eu! Incomodadíssimo com uma forte dor no pescoço (sem mudança de regulações da bicicleta atribuo-a à tensão causada pelo esforço), e ainda com o depósito a entrar na reserva, numa fase em que já ultrapassava as 4h30 de esforço (para o objetivo de fazer 5h00 foi intensidade a mais), decidi abdicar na aproximação a Vila Franca (zona do novo hospital), seguindo em ritmo de passeio até Alverca (a partir de Alhandra na companhia do Jony, que se juntara a nós antes da Azambuja e apesar de acusar a falta de treino, ainda foi a tempo de fazer valer a sua lei no tradicional sprint para a cidade dos touros e dos toureiros). A malta seguiu endiabrada! Pelo menos até Alverca.
Aqui, para mim, 5h00 e 160 km. E... um «ligeiro» empeno.

No domingo... «grande»: Roteiro dos Muros! Toda  a Informação será publicada amanhã.   

1 comentário:

Pedro Fernandes disse...

Parabéns para todos
No que me toca fui mais a Norte, Vila Nova de Gaia e este domingo repete-se.
Em todo o mundo e em todas as localidades existe sempre alguém que levanta o rabo da cama bem cedo ao domingo para ir para a estrada.
Aqui a malta do Norte, carágo também andam que se farta, ehh.
Boas pedaladas
Pedro Fernandes (Carregado)