quinta-feira, agosto 22, 2013

Cronica da Abrigada; e domingo... Parque Eólico/Carvoeira


Quem estaria à espera que a volta da Abrigada, no passado domingo, fosse mais acessível, em virtude do perfil pouco acidentado, enganou-se. Principalmente, pelo andamento imprimido na fase (inicial) do percurso em que, curiosamente, o terreno é plano. Ou quase. Desta vez, como em outras ocasiões, a responsabilidade pertenceu exclusivamente (ou quase!) a apenas um homem. Obrigatoriamente, com a capacidade do Rui Torpes, que, ao arranque de Loures, denunciou desde logo algum empertigamento com a pressa de se meter à estrada. Estava visto que tinha muito para gastar...

E assim foi, praticamente ele, sem pedir colaboração, que levou o bem recheado pelotão até Alverca a uma média bastante considerável (35,5 km/h) e até Vila Franca ainda mais (38 km/h)... Apesar de o terreno ser favorável a quem se protegia no seio do grande grupo, ninguém esteve a salvo de alguns picos de intensidade e de desconforto, e de ter de rolar com atenção constante ao «serviço». Facilidades «zero»!

Eu pensava com os meus botões: conhecendo bem o Torpes, esta toada não iria demorar toda a volta. Ou, talvez, nem muito mais. Apesar de ser um ciclista de grande nível e não lhe faltar capacidade para uma exposição ao desgaste tão duradoura, do tipo Hernandez, esta é-lhe contranatura. E para mim, inédita. Ou quase... Dito e feito. Após, Vila Franca, reduziu a sua presença na dianteira e com isso também o ritmo do pelotão. Até ao Carregado, bem mais desafogados 33,5 km/h, com condução agora partilhada com o Jony e um jovem ciclista com equipamento do Louletano, que viria, a partir daqui, a revelar grandes qualidades.

A partir do Carregado, voltaram a crescer as dificuldades. Já não tanto pelo «fator» Torpes, mas pelo fator... vento. Na variante de Alenquer, uma passagem pela frente do Bruno de Alverca causou o primeiro corte no grupo, ao estilo «abanico». Dizia-me, quando o «acusei» do estrago: «Mas ia só a 35 à hora!...» Com o vento lateral que se fazia sentir foi o quanto baste para deixar algumas peças pelo caminho. Após o topo da variante, um compasso de espera permitiu que reentrassem.

Na Abrigada e depois de uma subida «mexida» para as Marés, seguiu-se o setor de Paúla e Labrugeira, também muito exposto ao vento, e agora com o jovem «Louletano» a impor um ritmo muito certo, com o Torpes e eu na sua roda. A fase final, até ao cruzamento Olhalvo/Atalaia, foi particularmente acelerada pela iniciativa do Jony durante e depois do topo, na descida que o seguiu - 70 km/h de velocidade máxima!

Acabava-se aí o terreno mais acessível, entravam as subidas. Desde logo, a primeira, para Atalaia, com o «Louletano» a meter um passo rijo; depois para a Merceana, com o Nuno Mendes a prolongá-lo.

Até que, no centro desta vila, o acidente esteve por um triz... Na descida, eu o Jony a alta velocidade antes de abrandarmos (felizmente!) para uma passagem cautelosa no cruzamento (Carvoeira/Torres), mas imediatamente a seguir, curva cega e... uma família com uma criança pequena a atravessarem a estrada. Fora da passadeira e, pior, sem visibilidade. Ambos, travões a fundo, roda traseira a derrapar, atropelamento iminente... Mas, enfim, no último instante evitou-se o acidente, que teria consequências imprevisíveis. Para todos.

Ainda mal refeitos do susto, atacou-se a longa subida para o Sobral. Entrada moderada, até tranquila, com o «Louletano» a comandar. Alívio? Nunca fiando... E não demorou muito. Quando a pendente aumentou, foi o próprio a aumentar a toada, ainda que distante de um andamento «terminal». No entanto, quem vinha mais justo meteu o seu ritmo.

Na Corujeira, mantinha-se o figurino, com o Torpes na roda do jovem, eu na dele. Então, passei para a frente, para dar tudo! Nos próximos 3 km, 35 km/h de média, coração a 176. Na frente, além de nós os três, apenas o Bruno de Alverca. Após isto, fui ao limite e sai para o lado. Os demais seguiram, juntos. Com o jovem a liderar. O Bruno só mais tarde viria a ceder. Juntei-me a ele praticamente no Sobral. O duo da frente não se desfez, creio. Excelente subida. Ainda assim, (a minha) com mais 28 segundos do que melhor até hoje – mas contando-se com uma entrada que foi mais doce do que o habitual e eu ter ficado «a pé» nos últimos 3 km, estaria muito perto daquele registo – que o jovem e o Torpes devem ter superado.

À saída do Sobral, já depois do reagrupamento, decido esperar pelo Jorge, que ficara para trás (dizem-me naquela altura...) desde a Labrugeira. Definitivamente, não estava nos seus dias.

Este domingo, volta da Serra de S. Julião (Carvoeira/Parque Eólico). Percurso seletivo, com ponto alto na terrível subida para as ventoinhas, final de etapa decisiva do GP Joaquim Agostinho. Mas até lá, como dizia o outro, não doam as pernas... E depois também! Por isso, a minha semana foi a menos de meio gás. Têm sido um mês duro, muito duro... e o estágio na Foia está à porta!           

1 comentário:

Pedro Fernandes disse...

Meu caro
Foi uma volta excelente sempre nos limites que me toca, foi ir à morte e regressar novamente várias vezes, uaahh muito bom, parabéns a quem deu a cara ao vento, ehhh.
Domingo não poderei deter a vossa companhia, já que irei dar uma volta com o pessoal de S. Teotónio, sabem onde é, junto a Zambujeira do Mar, eehhh
Quanto ao estágio para Fóia também alinho, mas antes vou ainda fazer umas incursões pela Serra do Caldeirão, que tal?
Não se esqueçam de praticar desporto de bike faz bem ao corpo e à mente.
Mas depois não se esqueçam que têm condições para estar no top do trabalho, urge que todos trabalhemos mais e melhor qual moleza a trabalhar sempre a acelerar e a puxar pelos outros, ehhh. Não esquecer se um trabalho não chegar têm condições físicas para ter 2 trabalhos, ehhh
Boas pedaladas, não esquecer de colocar as esposas, namoradas e filhos a fazer desporto, isso é que eram uns valentes, ehhhh

Pedro Fernandes (Carregado)