segunda-feira, março 05, 2007

E deu em... ensaio geral

Magnífico ensaio geral, ontem, para a Super-Clássica de Évora, a realizar no próximo domingo. Bom em tudo e não apenas nas coisas positivas. Entre estas, a demonstração de excelente forma da esmagadora maioria do elementos do grupo, que permitiu andamento muito vivo durante a tirada que ligou Loures, Azambuja, Pontével, Aveiras, Ota, Alenquer e respectivo regresso ao ponto de partida.
Mas também houve alguns pontos menos bons, que convém não repetir no próximo fim-de-semana: o ritmo demasiado elevado muito cedo, desde Vialonga até quase ao Carregado. No trajecto para Évora, embora quase sempre plano, a distância não irá perdoar exageros madrugadores – como o «passo» do Carlos depois de Alverca e de um grupo que voou no empedrado de Vila Franca – forçando a constantes recuperações.
No próximo domingo recomenda-se, assim, a mesma receita do ano passado: moderação na primeira fase do percurso para permitir a maior número possível de participantes chegar, sem grandes mazelas, ao último terço do trajecto, sensivelmente a partir de Vendas Novas.
Regressando à volta deste fim-de-semana, refira-se que acabou por, sensivelmente a meio, ficar «marcada» pela minha urgência de chegar a casa. Meio-dia era a hora definida por compromissos familiares. Tendo feito as contas prévias, planeei dar meia-volta em Cruz do Campo, onde pensava que estaríamos cerca das 10:45. Todavia, dado o fantástico andamento imprimido na fase inicial da volta (mesmo contabilizando a reparação de um furo à chegada ao Carregado) atingimos aquele ponto com meia hora de avanço.
Perante este novo cenário, seria possível cumprir o horário realizando o percurso na íntegra, desde que o andamento continuasse vivo, o que só seria viável se me adiantasse sozinho, melhor ainda, se fosse na companhia de alguns camaradas em boa forma. Foi precisamente o que sucedeu. Juntou-se a mim uma trupe de respeito: Fantasma, Salvador e João, depois o Carlos, em Pontével, e pouco mais tarde, o Hélder.
Nem foi preciso pedir colaboração. Aquela malta estava cheia de garra e desde o primeiro momento não faltou quem tomasse as rédeas. O mais voluntarioso, obviamente, o Salvador, sempre a forçar aquele «bocadinho a mais» no parte-pernas até Aveiras. Nem mesmo quando o Hélder chegou e quis logo «abalar», o homem da Cannondale vermelha baixou o ímpeto. O Carlos também se mostrou muito activo. Na expectativa, o Fantasma, eu e o João.
A passagem por Aveiras de Cima causou mais mexidas. Não que tivesse havido escaramuça, mas porque o Hélder surpreendentemente desapareceu entre as casas. Desconhecendo qual a razão do sucedido (acabámos por nunca saber...), eu e o João ficámos a «marcar passo», descolando do trio que avançou sem contemplações.
Depois de finalmente ter avistado o «desaparecido» (a não mais de 150 metros), retomei a marcha no encalço do João que ficou em posição intermédia para o grupo da frente, e que já se tinha metido ao caminho apercebendo-se (mais depressa que eu) que o grupo da frente não tinha intenção de dar tréguas.
Eu meti-me no encalço do João e esperava que o Hélder fizesse o mesmo em relação a mim. E fez! Mas as forças provavelmente não foram suficientes. O encadeamento de topos que antecede o Vale do Brejo foi-lhe fatal e depois de começar a perder terreno, acabou por «quebrar» muito antes de eu e o João conseguirmos reentrar no trio da frente, o que só sucedeu na recta do Brejo, palco de grandes batalhas... em sentido contrário. Nessa altura, as faces ruborizadas (principalmente a do Salvador) exprimiam o esforço desenvolvido naquele sector.
Mas ninguém descansou na descida. O Fantasma não estava pelos ajustes e meteu ferro pela estrada da mata da Ota, sempre acima dos 35 km/h. O Salvador ajudou-o, mas perdeu fulgor, dando lugar a um impasse... que seria aproveitado para respirar, não tivesse o Fantasma ordenado novamente filinha pirilau. Fica bem claro qual era o seu objectivo!...
Pouco antes da Ota, passei para a frente e lancei o repto de que o andamento seria de «barba rija» até Alenquer. Apenas o João preferir moderar o andamento (e muito bem), enquanto o Fantasma foi porta-voz do sentimento dos restantes: «bora lá, vamos ver até onde dará!...». O vento era fortíssimo e avançar a boa velocidade tornou-se muito desgastante.
Após dois ou três «forcing’s» nos topos, a que os meus companheiros responderam a preceito, à entrada da subida para a 1ª rotunda da variante de Alenquer, o Fantasma passa ao ataque (surpreendente, reconheça-se!), distanciando-se cerca de 20 metros. O Carlos reagiu com alguma dificuldade, eu fiquei a patinar e o Salvador quase tirou bilhete. O fugitivo, face ao vento, começou a fraquejar, e alcançámo-lo a 10 metros do topo, «picando» rapidamente pela descida, que, com aquele vento, parecia subida.
Entretanto, o Salvador, que anulara os cerca de 20 metros de atraso cortando a rotunda em contramão, acabou por não conseguir resistir ao andamento na variante, tendo o Fantasma voltado a acelerar muito bem na parte final, com o Carlos responder ainda mais a custo e eu a tentar fechar o espaço.
Assim chegámos a Alenquer (2ª rotunda), onde o Fantasma desabafou que já não atingia 189 pulsações... há muitos anos! Porém, não tem nada a ver com maus indicadores, camarada, pois considerando o teu excelente desempenho, é sinal que estás mais solto que nunca.
Depois de uma volta completa à rotunda a aguardá-lo, o Salvador seguiu directo a caminho do Carregado, com o Fantasma e o Carlos a não pensarem duas vezes para se meterem no seu encalço. Eu fiquei a aguardar pelo João, que não demorou mais de 2 minutos a chegar. Também muito bem. Fizemos juntos o trajecto até Alverca, a ritmo moderado, tendo, em Castanheira, absorvido o Carlos que entretanto tinha parado para reabastecer. Do Fantasma e do Salvador, nem sinal. Poderosos!

Évora está à distância de uma semana. Magnífico ensaio geral. No entanto, os que participaram neste autêntico treino competitivo (improvisado), devem saber como rentabilizar os dividendos a extrair dele e não cair na tentação de desbaratar forças (que são muitas, sem sombra de dúvida) em vão. Atenção, porque no próximo domingo as coisas vão ser naturalmente «diferentes», requerendo, de todos (e não só estes), uma abordagem racional, principalmente na gestão do esforço e da distância!
É fundamental analisar devidamente o percurso e onde estão as principais dificuldades do relevo, para poder corresponder bem nas alturas certas. A tirada não é extraordinariamente selectiva, mas acreditem que, com o cansaço e (supostamente) o andamento, irá tornar-se assim!...

Em relação a mim, certamente beneficiarei do facto de o grupo estar a um nível muito elevado, para aferir o estado de forma após a primeira fase da temporada - de criação das bases – tendo em vista o meu grande objectivo: a Etapa do Tour.

10 comentários:

Ricardo Costa disse...

Avisa-se que a hora de partida da Clássica de Évora, no próximo domingo, está prevista para as 8h00.
Para prevenir atrasos, pede-se a todos os participantes que se concentrem em Loures (bombas da BP) entre as 7h30 e as 7h45.

Anónimo disse...

as equipas já estam feitas?

Anónimo disse...

as equipas são feitas no percuso á
lugar para todos cicloturistas

Anónimo disse...

Não sei se as equipas estão feitas, mas a ver pela densidade de gente que estava a afinar baterias esta manhã na estrada, dá para ter uma ideia do cuidado com que se está a preparar a etapa do próximo domingo. Num raio de menos de 10 km eram «só»... 4!!!!!

Anónimo disse...

Garanto que se a média baixar dos 35 Km/h em 2008 não vou!
Espero que estejam disponíveis para sujeitar o "corpinho" à flagelação!
O banhinho já está confirmado para domingo a partir das 12h30, mas ... só um de cada vez...;
Atenção às boleias para os regressos;
Já alguém sabe onde vai ser o repasto? E há ovos estrelados?

Bons treinos e n esquecer de fazer intervalado no Sábado!

AB

pintainho disse...

35 Km/h!?!?!?

Até andava com ideias de vos acompanhar nesta clássica... Mas, já que é para andar tão devagarinho, devo ir "sofrer" pró monte, onde se pedala depressa.

Anónimo disse...

Fantasma, és tu que vais meter o comboio a 35 ou estás a contar, como sempre, descarregar algum Hélder qualquer?

Já agora, a repetir as suas façanhas do último domingo, espero que haja um lugar no carro vassoura para esse camarada!

Anónimo disse...

Vá lá ... n sejam mauzinhos!
Um dia querem companhia para passear de bicicleta e n conseguem arranjar...
O pessoal do 5º Escalão, onde naturalmente me incluo, só vai tentar chegar com os MAUS a Vendas Novas.
Depois logo se vê se é preciso chamar o 112 com um suplementozinho de óxigénio...
HEHEHE

AB

Anónimo disse...

Quanta modéstia, a do Fantasma.
Só até Vendas Novas? Nem sequer Montemor? Alguém acredita?!
Às tantas, a malta do 5º escalão vai precisar de ajuda para chegar a Évora... dentro do controlo.

Sei de alguns MAUS que estão dispostos a dar-lhes uma mãozinha

Anónimo disse...

Desejo que corra tudo pelo melhor, e sobretudo que o convivio prevaleça acima de tudo.

GG