segunda-feira, setembro 24, 2007

Ota à média de 34 km/h

A natural quebra de forma de fim de temporada ainda vem longe para muita gente no nosso pelotão. Alguns elementos rentabilizam o trabalho sem paragens acumulado neste final de Verão para apresentar níveis de forma bastante elevados para a época. Tal, porém, não constitui novidade. O calendário preenchido e aumento exponencial da competitividade estimulam a essa continuidade e o resultado é a média recorde realizada na volta deste domingo, da Ota, a rondar os 34 km/h. A fórmula é demais sabida: terreno plano e grupo homogéneo e de alto nível.
O pelotão foi quase sempre conduzido pelos homens mais fortes do momento e logo as tentativas de fuga ficaram condenadas ao malogro. Restou o ponto quente de Vale do Brejo. Até Alenquer, estas nem seriam previsíveis, mas o ritmo proibitivo imposto à cabeça do grupo, principalmente pelo Freitas, e a espaços pelo Renato, o Fantasma o Jony, o Salvador e o Nuno Garcia, aconselhava mais a manter o abrigo do que a aventuras. No entanto, só a primeira passagem do Renato pela frente, entre Alverca e Alhandra, cortou mais o fôlego.
Muito activo desde os primeiros quilómetros, o Freitas cedo deu a perceber que estava bem... e com ideias. A subida do Vale do Brejo foi dele e com muito mérito bateu toda a gente, inclusive o Jony ao sprint. A já clássica subida – a única dificuldade do revelo, ainda assim leve (2 km a 3%) - foi, contudo, mais táctica que o habitual. Depois da Ota, constantes abrandamentos permitiram que alguns elementos -, por exemplo, o Nuno Garcia - tentassem isolar-se, sem êxito, mas criando nervoso miudinho no pelotão. Fez bem, digo eu!
Foram essas «paragens» que possibilitaram que eu fosse até tão longe na discussão da subida – e ainda tivesse lançado o derradeiro ataque já nos últimos 300 metros – só superado pelo Freitas e o Jony. Muito satisfatório para quem está nitidamente em patamar de forma inferior aos das principais referências do grupo de ontem (não cometo injustiça se disser: Jony, Freitas, Renato e Nuno Garcia). Aliás, nem o treino da véspera (125 km e «específico») pareceu pesar no muito que faltou percorrer, dando para algumas «brincadeiras» que pensava, honestamente, não estar apto, entre elas, contribuir para os 41 km/h de média entre Carregado e Vila Franca, em parceria perfeita com os «homens do remo». Grande nível!
No tradicional sprint à chegada à cidade de «touros e toureiros», o Freitas completou a faena, à frente do Fantasma e do Salvador, num dia em que demonstrou, sem dúvida, estar em muito bom momento... e sem rival nos sprints. Há quanto tempo isso não acontecia!
À chegada a Alverca estive em nova aceleração e o sprint teve os mesmos protagonistas. E já depois da «minha» cidade, para meter o glicogénio na reserva, com o Renato ainda travei um imprevisto despique final na subida da Cervejeira, onde ele se impôs.
Mais que tudo, parabéns ao grupo. E realce muito positivo para o regresso do Luís em crescendo de forma, tal como o Samuel, no seu melhor momento da temporada.

3 comentários:

Ricardo Costa disse...

Algumas notas pessoais sobre a volta do último domingo (Ota):

Analisei mais pormenorizadamente, (através de dados do Polar, alguns picos de intensidade anormalmente elevados (acima das 180 pulsações p/ minuto, mesmo considerando corresponder a estado «fora de forma») em relação ao local e à velocidade atingida.
O primeiro concidiu com uma aceleração brusca após as bombas de combustível da Base Aérea da Ota, na altura para experimentar as pernas, mas que acabou por fechar o espaço para o Salvador, que vinha a ganhar terreno ao pelotão desde Cheganças. O movimento foi breve (20 segundos), mas a atingiu os 47 km/h durante 10 segundos e levou o coração às 183.

O segundo, na parte final da subida do Brejo: os registos demonstram que a aceleração que imprimi à entrada dos últimos 300 metros não foi nada de especial, confirmando as sensações com que ficara na altura. Uma passagem de 24 km/h para 32 km/h em 5 segundos nem sequer é muito relevante, mas muito menos foi limitar-me a aguentar essa velocidade durante pouco mais de 20 segundos, sem conseguir aumentá-la mesmo quando o terreno suaviza na recta final e com o coração nas 190. Não é motivo de orgulho para aquele local e muito menos para ombrear com velocistas do calibre do Freitas e do Jony - mesmo considerando que o desempenho no local tivesse superado as minhas expectativas, como assinalei na crónica.

Terceiro momento de alta intensidade: O troço Carregado-Vila Franca à media de 41 km/h. Este à atenção do camarada Renato. Nomeadamente os dois últimos km percorridos acima dos 50 km/h, com passagem durante 10 segundos, na recta final, pelos 55 km/h, antes de passarem os «sprintosos».
Veio-me ainda à memória a dificuldade extrema que senti na inclinação ligeira junto à estação eléctrica da Castanheira para manter a velocidade, mas 40 km/h são compensadores.

Nota de rodapé: Caro Renato, ao contrário desta verdadeira cavalgada (em que também contribuiu muito bem o teu colega Paulo), a «história» da subida da Cervejeira não deve ser motivo para te orgulhares. Limitaste-te a «bater» num moribundo que apenas ainda não se tinha convencido do seu estado lastimável ;)!
A sério: estiveste bem!

Abração e bons treinos

Ricardo Costa disse...

Próximo domingo (dia 30): Ericeira

Percurso: Loures-Tojal-Bucelas-Freixial-Vale S. Gião (dir. p/ Póvoa da Galega)-Póvoa da Galega-Milharado (esq. p/Venda do Pinheiro)-Roussada-Venda do Pinheiro-Malveira-Alcainça-Mafra-Ericeira-Foz do Lizandro-Pobral-Odrinhas-Terrugem (esq. p/ Pêro Pinheiro)-Pêro Pinheiro-Negrais-Sta. Eulália-Ponte de Lousa-Loures.

Distância: 94 km

Características do traçado: «Parte-pernas» de dificuldade média, que nada tem a ver com a volta do último domingo (Ota). A primeira parte do percurso é em sobe e desde constante até Mafra e todos os excessos aqui cometidos podem ser severamente pagos na segunda metade da volta, principalmente após a Ericeira. O troço entre Ericeira e Terrugem é geralmente muito batido a vento e inicia-se praticamente com a sempre «picante» subida da Foz do Lizandro. Depois de Terrugem, as dificuldades do terreno diminuem e o vento deverá ajudar, mas a chegada a Sta. Eulália causa tradicionalmente algum «frisson». E aí, para quase todos também a distância pesará...

Pontos de neutralização recomendados para (eventual) reagrupamento:
1º Nova rotunda de Vale de S. Gião (após a subida da Chamboeira)
2º Rotunda da Venda do Pinheiro (após da subida da Póvoa da Galega e da Roussada
3º Rotunda da Carapinheira (antes de descer para Mafra)
4º Ericeira
5º Cruzamento de Terrugem (junto às bombas de gasolina)
6º Sta. Eulália (cruzamento do chafariz)

Nota: as paragens para reagrupamento GERAL, em caso de necessidade, na rotunda da Venda do Pinheiro e no cruzamento de Terrugem devem ser ESCRUPULOSAMENTE RESPEITADOS, dada a extensão e selectividade dos troços antecedentes.

Bons treinos

Ricardo Costa disse...

Ontem encontrei o Carlos do Barro, que está de volta aos treinos depois da queda de Sto. Estevão em que fracturou a omoplata.
Disse-me que ainda sente algumas dores no ombro com o acumular dos quilómetros - o que creio ser natural, pois os tendões e ligamentos da zona ainda estarão fracos devido à longa imobilização -, mas está com «ganas» de regressar o mais rapidamente possível ao convívio do grupo, uma integração de recomendavelmente deverá ser gradual.
Logo teremos de regresso um dos trepadores mais valiosos do nosso pelotão.

Abraço e boa recuperação, Carlos!