A volta de Sto. Estevão, no passado domingo, foi mais agitada que o habitual nesta clássica com longo percurso plano, quase sempre realizada em grupo compacto, a velocidade de cruzeiro elevada que invalida tentativas de fuga e escaramuças. Desta vez a tirada ribatejana foi mais entusiasmante que o costume, mas, enfim, menos boa para os pressupostos do treino nesta altura do ano. Já se sabe: domingo é sempre domingo!
Para esta mudança de figurino contribuíram dois factores fundamentais: o andamento moderado principalmente entre Alverca e Vila Franca (o pavé molhado poderá ter desencorajado os especialistas) e a predisposição de razoável número de elementos para iniciativas que pudessem ser fracturantes. O Salvador, de regresso apenas uma semana após o acidente da Ota, mostrou-se, a partir de Vila Franca, logo o mais empertigado. Saltou na recta do Cabo e levou companhia, ganhando, ambos, rapidamente vantagem ante a aparente parcimónia do grande grupo. A fuga era corajosa e parecia consolidar-se, mas ficou condenada ao malogro quando o Jony decide «saltar» do pelotão, desencadeando uma reacção conjunta - ainda que sem nenhum dos seus «marcadores» directos (recordando o sagaz comentário do Cancellara na semana passada neste blog), que se mantiveram impávidos.
Bem, impávidos mas não por muito tempo. Eu (sim, um deles!) não perdi tempo em alertar para o risco, e perante a passividade geral dei o mote para a perseguição, inquieto com o galopante aumento da distância entre os dois grupos. O Rocha, muito acusado de ser rodista (diga-se injustamente...), colaborou bem e a perseguição entrou em marcha, mesmo que se afigurasse complicada continuando limitada a dois!
Todavia, à passagem por Porto Alto o Hugo e os seus comparsas Trek e Scott juntaram-se ao trabalho e fizeram-no com muito empenho, tendo sido os principais responsáveis por pouco depois Samora Correia o pelotão voltar a rolar compacto. Foram 6 km a 38 km/h de média! Aquando da junção houve algum espanto lá à frente, que eu bem vi!!!
A partir daí, com Benavente à vista e o longo troço pela mata de Sto. Estevão exposto ao vento frontal (e já sem a presença do sempre ameaçador Hugo), a toada foi quase de passeio, cumprindo-se 31 km/h de média até à vila. Contudo, aí, voltou a animação!, com uma série de esticões nos topos que rodeiam a localidade. Os malfeitores: Jony, eu, Freitas e o Ruben. O resto do pessoal reagiu sempre muito bem, não fosse, na maioria, fortíssimos roladores que dificilmente poderiam ser surpreendidos no seu terreno.
Depois do afogadilho, voltou a calmaria... aparente. À entrada da ligação de regresso a Porto Alto, enquanto o Salvador e o Scott davam sinais de fadiga, enquanto o Manso não se cansava de ameaçar o Rocha... realizou! Zarpou decidido a escapar e fê-lo rápido e bem nas barbas do grupo, que se conteve tempo suficiente para a fuga consolidar-se. Muito mérito para o autor, porque, por tradição, é improvável que uma fuga resulte naquela fase do percurso, para mais em solitário.
E foi uma verdadeira fuga, a obrigar a uma perseguição relativamente longa, organizada e... esforçada. Mesmo sabendo-se que, mais cedo ou mais tarde, seria anulada antes de Vila Franca.
De qualquer modo, os quilómetros passavam e ninguém pegava nas rédeas do pelotão. Às tantas, parecia ser o único a aperceber-me da desvantagem perigosa e dei o toque a rebate. Só verbalizei... pois as pernas saíram maçadas das «brincadeiras» de Sto. Estevão. Foi o Pina o primeiro a corresponder, metendo andamento de «manutenção». Já era qualquer coisa! Seguiu-se o Manso, que não se coibiu de pôr desde logo ritmo de «caçada», correspondido pelo Jony. Os dois, principalmente, acabaram com a aventura do Rocha à entrada do Porto Alto, ao fim de 15 km de fuga, a uma média que rondou os 35 km/h. Com vento desfavorável e naquele terreno, repito, foi muito boa a sua prestação!
Apanhado o fugitivo, pensou-se em relaxar. Mal! Na recta do Cabo, o Cancellara meteu o turbo e foi à sua vida, ele que há muito se mostrava impaciente por dar um ar da sua graça. Mas só uma parte do grupo perseguiu-o; a outra (que me incluía, além do Jony, do Freitas e do Scott) ficou face às dificuldades do ainda recentemente acidentado Salvador.
Desde essa altura, a história conta-se em separado, sendo que a nossa parte deixou de ter mais factos relevantes a assinalar. Bem, a não ser um «forcing» - penso que apenas ligeiro... - do Freitas na recta da Sagres, a culminar com sprint a três, no alto: ele, eu e o Jony. Mas é dos homens da frente que reza a história! Mesmo que a desconheça de todo...
3 comentários:
sabem -me dizer se a volta do proximo domingo sobe aquela subida a entrada da ota ao pé da rotunda á esquerda?
Não, a volta do próximo domingo passa na Ota, mas por fora, pela estrada nacional. Tal como junto a Abrigada. O trajecto faz-se sempre pela estrada nacional, até à rotunda de Alcoentre.
sabem me dizer qual e a volta para o proximo domingo dia 1 de fevereiro?
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