segunda-feira, agosto 09, 2010

Crónica da Carnota

A malta está em forma e não «consegue» andar devagar. Esta expressão ouviu-se amiúde no seio do grupo na disputada volta de ontem, domingo, que teve o seu «ponto quente» na subida de Santana da Carnota. Por isso, após constantes momentos de grande intensidade, pedia-se quem «soubesse andar devagar», mas foi desejo concretizado apenas nos quilómetros finais com traiçoeira chuva de Verão.
As pulsações começaram a subir (e se o clima abafado não bastasse...) ainda antes da primeira subida do dia, Alverca para A-dos-Melros, por iniciativa do João do Brinco na condução do pelotão. Óptimo ritmo (em Alverca a média ultrapassava os 32 km/h), antes de abdicar à passagem por Alverca, tomando um atalho que o levou à Carnota mais rapidamente.
No grupo principal, o Freitas tomou o comando e fê-lo com ímpeto, marcando o «Tempo» na maior parte da subida para A-dos-Melros, antes de ser substituído pelo Jorge e, na fase final, pelo camarada do Sporting (Kuota), quando nem o terreno mais plano permitiu reduzir o esforço. Resultado: uma boa apalpadela à maioria dos elementos do pelotão.
Em bom andamento desceu-se para Alhandra e rolou-se até Cadafais, onde se inicia a longa subida para a Carnota, primeiro em falso plano e só os últimos 3 quilómetros mais duros. O Freitas voltou a tomar as rédeas após o Carregado e iniciou a subida na liderança do grupo, que cerrou fileiras na sua roda. O Pina (atravessa uma boa forma sem precedentes) e o Gonçalo (sempre activo e empenhado) ainda passaram pela frente, fugazmente, mas o maior volume do trabalho esteve a cargo do Freitas, que o terminou, esgotado, ainda a 2/3 km do início da subida. Nessa altura, teve no voluntarioso Jorge (sempre em elevado nível!) seguidor à altura, conduzindo o pequeno grupo que se seleccionou a alta velocidade! Demasiado cedo para o que ainda faltava. Por isso, na subida, quando o André, a cerca de 1 km do alto, lançou o primeiro ataque, o Contador de Alverca não pôde responder. Apenas eu e um estreante trepador da Carb Boom (parecem cogumelos, sempre a nascer...) conseguimos alcançá-lo, após uma tenaz recuperação, mas, ao segundo esticão, a 200 metros do alto, foi irresistível.
Mais tarde, a chegada ao Forte do Alqueidão (da Seramena) serviu de ensaio a uma iniciativa do duo Paulo Pais-Mário que vingou no início da estrada da Tesoureira, após um excelente trabalho do Salvador (que está a passar uma boa fase, em que a sua influência é, para si, efectivamente compensadora) na descida do Sobral, à frente do pelotão.
A perseguição ficou a meu cargo, contando com precioso auxílio do Gonçalo nas descidas. Com a fuga controlada, a junção deu-se a cerca de 1 km de Casais da Serra, onde o André voltou a acelerar sem oposição do já muito restrito grupo. De resto, acabei eu por responder. Depois do topo, o Freitas ganha alma e atrás dele os que se ainda de aguentavam!

No próximo domingo realiza-se a Clássica do Cartaxo, na distância de 143 km. Desde já, está confirmada a presença dos nossos camaradas Duros do Pedal, de Massamá, e certamente, de uma representação de respeito do Ciclismo2640, de Mafra. Vamos recebê-los com a reverência que merecem!
Recorde-se que a hora de partida é às 8h00, das bombas da BP em Loures.

Entretanto, começa a contagem decrescente para a Clássica da Serra da Estrela. Os interessados começam a aumentar. Aguarda-se que muitos mais se juntem, à partida da Covilhã, no próximo dia 4 de Setembro.
Exclusivamente para a divulgação do evento criou-se o «blog» específico, para consulta e troca de informações. O endereço é classicaserradaestrela.blogspot.com

Bons treinos!

7 comentários:

Anónimo disse...

Saudações ciclisticas!
Domingo contamos fazer-vos companhia.
O nosso grupo vai um pouco desfalcado, pois muitos trocaram os pedais da bike pelos das gaivotas (férias) lolol
Valha-nos o companheirismo!!!
Abraço
TO MONTEIRO
(DUROS DO PEDAL)

Pedro Fernandes disse...

PINA em grande -- ver revista "Ciclismo a Fundo nº10" página 82

Comentário volta Santa da Carnota:

Pois é mais uma volta ao Domingo extraordinária, com o respectivo reagrupamento motivando todo os que aparecem.
Amigos do ciclismo de estrada vamos ser mais, o elástico é salutar e a formação de grupetos origina espirito de corpo, muito melhor do que andar km sozinhos.
Para nós que não temos muito tempo durante a semana para o desporto o "elástico" é uma terapia extraordinária.
Seja activo pratique desporto de forma frequente.
Ricardo parabéns pela iniciativa e excelente trabalho do evento Serra da Estrela.

Pedro Fernandes (Carregado)

Anónimo disse...

Ricardo a pedido de alguns que como eu quando chega a subir é ficar para tras antes do alto penso que era interessante criar algumas MV ao longo do percurso para animar a malta. (é so uma ideia)
abraço
Gonçalo

Anónimo disse...

Esta volta foi excelente! Adorei.
Peço desculpa a todos os que sofreram por minha causa, mas no final eu espero sempre por quem não aguenta o ritmo. Eu próprio não aguento até ao final... :S

Para o próximo fim de semana, se calhar, vou de pneus cardados para conseguir andar devagar. Mas depois não se queixem que parece que vem lá um tractor :P

Mário (o da BTT)

Anónimo disse...

olá ricardo
aqui o camarada com a camisola do sporting e a kuota chama-se pedro, também não me tinha apresentado,foi um bom treino e ver a evolução que tenho vindo a ter desde que comecei a anadar,quando posso, com vocês, um abraço e até domingo.

Ricardo Costa disse...

1- Saudações retribuidas, camarada Tó Monteiro. Com mais ou menos elementos, não vai faltar bravura e companheirismo aos teus, como é habitual. Além disso, a rodagem têm-na, pelas grandes distâncias, em média, das vossas voltas domingueiras, quase sempre acima dos 100 km.
Apareçam que o divertimento (e claro, algum sofrimento que faz parte do ciclismo, estão garantidos... Abraço e até domingo.

2- Caro, Pedro. A tua voz há-de chegar... ao céu! Ou o mesmo é dizes, que as tuas sugestões, acertadas, digo-o, hão-de colher os seus frutos. Chegaste de mansinho, discreto (e continuas... porque a sobriedade é um dom) e tens demonstrado uma galhardia sem limites que suprir as «fraquezas» momentâneas, que deve ser exemplo para todos - sempre com uma crítica construtiva! Por tudo isso, para mim, já «representas» mais do que a voz que clama por «grupettos» no seio do grupo. Mesmo sem o «nosso» equipamento (que honrarias), és um dos bons!

Ricardo Costa disse...

3- Bom, «companheiro» Gonçalo, a tua sugestão (que pelos vistos tem seguidores) é um pau de dois bicos: por um lado a criação de MV (metas volantes) teria essa virtude de possibilitar aos que melhor rolam (ou descem) ter a sua palavra nas voltas com subidas; mas por outro iria criar ainda mais frenesim no pelotão e reduzir, ainda mais, os momentos de menor intensidade (preciosos e raros descansos).
De qualquer modo, nalguns percursos menos desnivelados ou os que são quase totalmente planos, já existem pontos que se podem ser considerados MV, como a tradicional chegada a Vila Franca ou a Alverca, ou ao topo de Alenquer (da variante) ou no final da descidas do Sobral e da Venda, em Bucelas. Ou no topo de Guerreiros, vindo de Ponte de Lousa, etc.
De qualquer modo, em voltas menos exigentes, podemos experimentar definir as MV, porque nas voltas com muitas subidas, mesmo que curtas, creio que é incomportável está a criar mais pontos de despique, até pela insegurança que fomentariam.
Abraço, bons treinos mas descansa bem para domingo!

4- Mário, dispensa as desculpas. A tua honestidade e desportivismo compensam os maus tratos que infringes - os psicológicos até mais que os físicos, pelo demonstração de capacidade que demonstram todos os fins-de-semana ao movimentar essa BTT mais rápido que as restantes bicicletas «state-of-the-art de estrada. Mas, poupa-mos (e poupa-te!) também não venhas com pneus de rodas cardadas!
E domingo é... Clássica: o mais próximo que podemos ter de uma prova com andamento livre.

Abraço, até lá!