quarta-feira, outubro 05, 2011

Crónica de Belas

Nota prévia: endereço votos de boas e rápidas melhoras ao Carlos (de Sta. Iria) e ao Cunha, que esta manhã foram vítimas de aparatosa queda no decurso do Cascais-Fátima. Apesar da imagem arrepiante, estão bem, felizmente.



A volta do passado domingo, Belas, superou as expectativas, quanto ao percurso, a adesão e o empenho dos participantes. Desde logo, em relação ao trajecto, a afirmação da sua «espectacularidade» por um dos participantes na volta que melhor poderiam avaliar do seu compromisso entre equilíbrio e grau dificuldade, o Hugo Ferro, foi o barómetro que faltava: 104 km e 1300 metros de acumulado não traduzem a exigência, mas quem conhece certamente reconhece-o como autêntico sobe e desce em forma de «parte pernas».



Para maior equilíbrio, uma longa parte inicial «rolante» (30 km), com o extenso pelotão a deslizar a uma boa média (32 km/h) maioritariamente sob o comando do Freitas, que exibiu disponibilidade inexcedível, e não apenas nesta fase madrugadora do percurso. A partir do Tojal, com a entrada nos «topos» e nas subidas, este «Pina» continuou a liderar as operações, impondo um ritmo bastante apropriado (reforce-se, apropriado!), com o pelotão bem escudado nas suas costas. De Bucelas ao Vale de S. Gião, em claríssimo ascendente, a média esteve sempre perto dos 30 km/h e, no alto, ainda em pelotão compacto, o que diz bem do nível global dos presentes, com apenas um elemento «sacrificado»: o Filipe, do Infantado.



Por ele, também eu me vi... sacrificado, fazendo a ligação Póvoa da Galega/Milharado/Venda de forma um pouco aziaga, em solitário, porque fui o único a cumprir a neutralização. Espera em vão: o homem libertou-me rapidamente por não estar em condição de acompanhar o grupo. Até à Venda, fiquei com menos energias e uma certeza: o pelotão não aliviou, pelo contrário, o andamento deverá ter engrossado! O facto de o Salvador ter descaído demonstra-o. Alcancei-o antes do ponto de neutralização, onde, então (e felizmente), todos aguardaram.



Entre a Venda e o alto da Carapinheira, os protagonistas mudaram. Assumiram-se, enfim, os trepadores. O Freitas começou a dar mostras (compreensíveis) de fadiga e foi o Hugo Ferro, o Cunha, o Capela e outros a intervirem na frente. Também à chegada à rotunda, o pelotão já mostrava sinais de menor coesão. De qualquer modo, a espera foi mínima, antes de reatar o andamento em direcção a Cheleiros.



A partir de Alcainça, um inesperado vento lateral fez-se sentir, afectando o avanço da grande coluna, onde os novos líderes continuaram a assumir as despesas. Com a entrada na subida de Cheleiros, primeiro ponto verdadeiramente selectivo do percurso, as diferenças foram relevantes. Destacou-se na dianteira um pequeno grupo composto por Hugo Ferro, Bruno Castro, Capela, Cunha, Jorge e Pedro Kuota. Atrás, eu reunia tropas do meu nível: Quim, Vidal, Pedro (Carboom) e Alex (Pina Bike). No final, ficámos com a convicção de que não fizemos uma subida que envergonhasse! Pelo contrário. Estavam estabelecidas as hierarquias para o que faltava percorrer.



Os restantes já aparentavam mais sofrimento e a maioria acabou por «atalhar» pelo eixo Pêro Pinheiro-Sta- Eulália, dando por finda a sua participação na volta – que, pela natureza do seu traçado, além da exigência física, acaba também por um interessante teste à resistência anímica. Um dos melhores exemplos disso foi o Capitão, que enfrentou, com galhardia, não menos complicada fase final de tirada nos «picotos» de Sabugo, Belas, Cabeças e Montemor.


Então, a cada inclinação mais acentuada do terreno, as águas separavam-se inapelavelmente. Os detrás, em que me incluia, sem capacidade para seguir os da frente (ainda e sempre o mesmo sexteto), concentravam-se em gerir e coordenar esforços. Os dois camaradas da Carboom estiveram em destaque, tal como o Alex, em boa forma e com uma enorme... atitude. Como ainda não lhe reconhecia! O Capitão idem... A todos a minha homenagem.



Na frente, o grupaço digladiava-se, com o Hugo Ferro e o Cunha a mostrar um must de capacidade. De qualquer modo, os demais só cediam em situações terminais – e apenas ligeiramente. Em Belas, os homens da frente tiveram de apenas refrear o andamento para que reentrássemos. Houve quem deixasse escapar alguma surpresa por nos termos despachado tão depressa, o que só abona em nosso favor. Serve como elogio «indirectos» que, quando se anda atrás, dá sempre mais algum alento...



A partir de Belas, o figurino manteve-se, embora eu tivesse experimentado uma passagem musculada pela dianteira, e logo à ilharga do Hugo(!), na aproximação a Caneças. Foi uma experiência interessante, intensa e fugaz, que serviu para sentir o gostinho dos ritmos altos de que ainda me sinto incapaz. Por isso, às primeiras centenas de metros das principais inclinações à entrada de Caneças abandonei o comboio bem embalado, e que se manteve a todo o vapor, rumo à estação final. Não sem que antes causasse uma (única) vítima na élite de seis (que já eram cinco, após a saída do Pedro da Kuota depois de Belas): o Capela, que cedeu nos metros finais, em Caneças, e ficou por sua conta...



Na abordagem à rampa de Montemor, acompanhava-me o Alex e o Pedro Carboom (creio...), mas este não resistiu ao rude quilómetro e já não estava connosco quando «encostámos» ao Capela na descida para Loures, após uma profícua colaboração... entre Pinas!



Média final superior a 29 km/h é de enaltecer.



A volta do próximo domingo é de Alenquer (Alto de Perrotes). O percurso é o seguinte. Descubram as semelhanças com o de Belas...



E recorda-se que a Clássica Pina Bike vai realizar-se no dia 23 de Outubro. O percurso (e que percurso!) será divulgado nos próximos dias.

6 comentários:

theSIGNer disse...

Adivinhem lá quem é que vai pedalar com vocês este domingo se conseguir estar aí a horas da partida? :)
Já agora... a que horas é a partida?

Anónimo disse...

boas,
foi uma jornada interessante na medida em que as limitações de muitos dos participantes não impediu - totalmente - alguns momentos mais "quentes. os diferentes momentos de forma por que todos atravessam, bem como a ditribuição de cargas semanais não tendo em conta como pnto alto o domingo, leva naturalmente a alguma contenção / limitação fisica de muitas pessoas. não vou referir ninguém em particular, mas foi notório. não deixou de ser muito agradável expressando aqui o meu obrigado a todos.
Fico satsifeito de não ter sido mais intenso pois estava no me limite.

Depois da queda de ontem despeço por esta época. vou recomeçar em Novembro, calmamente.

Boas pedaladas a todos,
Abusem do prato 53 e montem um 54 (à mauzão!)se for caso disso

Cumps,
Cunha

Anónimo disse...

Domingo está de volta o superescalador.Abraço

pedro amadora disse...

Olá a todos
Foi uma boa volta com bastantes ciclistas a dar aos pedais pelas nossas estradas parabéns a todos um abraço e domingo estou lá outra vez
Pedro (Amadora)

Descarregador de Tagarelas disse...

@superescalador, vem de mansinho que nem a direito consegues ir na roda !!!

weld4er disse...

GOSTAVO MUITO DESSA VOLTA...

UM GRANDE ABRAÇO AOS AMIGOS DO GRUPO PINA BIKE! SAUDADES E BOAS PEDALADAS...



WELDER AMARAL..

BRASIL...