sexta-feira, agosto 17, 2012

Crónica da Abrigada... Parque Eólico da Carvoeira

A volta da Abrigada voltou a confirmar o atual bom momento de forma dos elementos que, globalmente, se apresentam aos domingos. Todavia, num percurso que teve de quase tudo, as exigências da fase final, coincidentes com a elevação da intensidade do andamento, foram rigoroso exame às capacidades dos participantes, aplicando-lhes uma fortíssima triagem.

O Renato Hernandez apresentou-se à partida, mas desde cedo surpreendeu... Ao contrário do que lhe é habitual, dispensou esforços contínuos à frente do pelotão, preferindo empregar a energia em pontos específicos, cirurgicamente. Diga-se que, acima de tudo, ganhou o pelotão, onde outros intervenientes puderam participar na condução do grande grupo – embora não tantos quanto seria expectável dada a «ausência» do trem do Infantado! Por isso, acabei por passar mais frequentemente que o habitual à cabeça, o que também foi uma prova de subida de forma – e de um dia em que tive, quase sempre, boas sensações.

O primeiro momento de «calor» ocorreu no topo da variante de Alenquer, com o Hernandez e o Jony a imprimirem uma passada vigorosa que causou o estiramento do pelotão, que voltou a compactar-se até à Ota. Para logo voltar a sufocar-se, alongando-se na subida das Marés devido à primeira intervenção «cirúrgica» do Hernandez. Bastante forte! Mas o grosso da coluna resistiu estoicamente – e esta foi, talvez, a principal demonstração do bom nível global.

Da Abrigada à Atalaia andou-se moderadamente em carrossel, promovendo a cavaqueira e laivos de fina ironia sobre os «jovens com pernas que não fazem gastar uma caloria sequer a puxar pelos outros».

Franqueada a Atalaia, os topos do Freixial mostraram muito boas pernas... mas do Jony, que lançou o pelotão, cada vez mais desgastado, sem lhe dar tempo de recuperar o fôlego, em vertiginosa descida até à Merceana. E quando se pensava que haveria esse tempo, embora curto, até ao início da longa ascensão para o Sobral, eis que o Renato volta a surpreender, desta vez antecipando-se, em velocidade – não em esticão -, à frente do grupo, abrindo-se desde logo um espaço que, num primeiro momento, só o Jony fechou – e que mais tarde, quando já era considerável, também o Duarte transpôs com êxito! Estava lançada a subida, ainda um pouco antes de se iniciar...

Na primeira fase da inclinação, a mais acentuada, o trio pareceu coeso, com o Jony e o Duarte bem fechados na roda do Hernandez – que, por instantes, aliviou, permitindo que, de trás, um pequeno grupo encabeçado pelo «puto» Tiago (que me incluía, ao André e ao Bruno) conseguisse encostar aos escapados. Mas foi sol de pouca dura: o Renato voltou à carga. E não apenas os que acabavam de chegar (o Tiago começou a vacilar), mas também os parceiros do batetista tiveram de abdicar, acabando por ser absorvidos pelo nosso quarteto, que agora era eu que conduzia.

Às tantas, o figurino pareceu definido, com o Renato a destacar-se, imparável, e um restrito lote de perseguidores. No entanto, outra surpresa! O líder alivia os crenques ainda antes de começar a subir para Carmões e aguarda pela nossa chegada, desde logo retomando o seu passo mortal... Seria sadismo!

De qualquer modo, a partir desta fase, mais suave, já se tornava menos difícil manter-nos na roda e o único a considerar que ainda era demais foi o Duarte, certamente porque competira na véspera. A subida fez-se em tempo recorde (pessoal), com 17.53 minutos, à média de 32,3 km/h.

A partir do Sobral, onde parei para cumprimentar os camaradas do Ciclismo 2640, passei a integral um grupo de seguia mais atrasado, que inclui o Pina, o Freitas, o Alex, o Felizardo e um estreante, subindo ao Alqueidão tranquilamente e descendo para Bucelas já nem tanto... À média de 50 km/h! Um deleite depois das agruras da ligação Merceana-Sobral!

A volta do próximo domingo é a do Parque Eólico da Carvoeira, onde se acede pela duríssima rampa que é chegada da etapa-rainha do Grande Prémio Joaquim Agostinho. Mas este é apenas o ponto mais quente do percurso, cujo final repete o da semana passada (Merceana-Sobral-Bucelas). A saída é às 8h30, das bombas da Galp, em Loures, junto ao parque da cidade.                       

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